Diego: Não sei, mas não estou gostando disso. – pensativo em suas intuições. Miguel deu de ombros e terminou de comer sua maça. 

No final da tarde, Roberta já estava melhor, já estava mais alegre, e já tinha esquecido um pouco o que Diego fez.

Jose: Ai gatita que bom que você está melhor não é? – disse animada.

Roberta: É sim, estou me sentindo melhor, a febre até já baixou. – disse com um sorrisão.
Ouviram batidas na porta.

Mia: Posso? – pôs a cara na porta.

Roberta: Entra Barbie. – desanimada, afinal não estava com paciência alguma para ouvir as futilidades de Mia. – O que foi agora?

Mia: Eu sei o que aconteceu entre você e o Diego. – disse séria, ensaiando um sorriso. – E vim dizer que pode contar comigo para o que precisar.

Roberta: Valeu Barbie. – não evitou sorrir. – No fundo você não é de todo o mal. – piscou.

Mia: Ah, isso eu sei honey... – rolou os olhos em sorrisinho convencido.

Roberta: Ok, também não se ache. – cortou. – E a Clarinha? Com tantos problemas nem dei a devida atenção a ela. – suspirou.

Mia: A Celina já veio buscá-la. – olhando as unhas. – Ai Roberta, a mamãe vai vir me visitar. – contou alegre.

Roberta: E o que isso me interessa... – começou a reclamar, mas em seguida se tocou no que isso significava. – O meu pai vai vir com ela?

Mia: Aham. – acenando com a cabeça. – Porque o seu pai não vive sem minha mommy, ela é a luz da vida dele... – Roberta a interrompeu.

Roberta: Cala a boca. – cortou e Mia fez careta. – É o que eu preciso agora, do meu pai comigo. – sorriu a Jose. – Só ele me entende.

Jose: É, e eu? – fez careta e Roberta lhe deu um pedala, fazendo-a rir. – Espero que o Martin te ajude de alguma forma.

Roberta: Ele vai me ajudar muito Jose! – disse animada. – Muito!

Mia: Eu tenho que... – foi interrompida por um toque irritante.

Sou a Barbie girl se você quer ser meu namorado...

Mia: Ah é o meu. – sorriu amarelo. – Só um minuto, alô?

Joe: Mia sou eu Joe. – ele disse e Mia sorriu, Joe era agente do RBD, tinha sido contratado a pouco mais de um ano e estava fazendo seu trabalho impecavelmente. – Eu liguei pra informar que a RBD vai dar um concerto em Los Angeles... – Mia o interrompeu aos berros.

Mia: O que?! – escandalizada. – Está brincando?!

Joe: Não. – riu. – É super sério, vocês precisam se preparar porque o show é daqui a duas semanas.

Mia: Que? – deu um gritinho, fazendo Roberta e Jose taparem os ouvidos. – Duas semanas é muito pouco para um show desse porte Joe.

Joe: Eu sei Mia, mas quanto à data eu não posso fazer absolutamente nada. – deixou claro. – Eu sei que deveria convocá-los para informar pessoalmente, mas estou em Los Angeles resolvendo os assuntos do show e preciso realmente que se esforcem para se apresentarem certo?

Mia: Ok Joe, sem problemas. – ela respirou fundo. – Nós vamos começar os ensaios hoje mesmo.

Joe: Obrigado Mia. – disse mais aliviado. – E me desculpe pela surpresa.

Mia: Imagina Joe, foi ótimo saber! Bye! – desligou.

Roberta: O que foi Mia? O que o Joe disse? – sem esconder a curiosidade.

Mia: A RBD tem um concerto daqui a duas semanas em Los Angeles. – deu vários pulinhos e Roberta ficou em choque.

Roberta: O que?! – gemeu. – Isso é sério, Barbie? – disse levantando. – Em duas semanas?

Mia: É claro! – rolou os olhos. – Nós temos que falar com os outros para avisar, eu já volto. – saiu aos pulos.

Roberta: Vai lá! – disse observando-a sair e sorriu com Jose. – Gatinha, por essa eu não esperava!

Jose: Cara Roberta vocês vão para Los Angeles cantar! – empolgada.

Roberta: Pois é, estou podendo viu! – se achou e Jose lhe deu um murro no ombro. – Au! – apertou o ombro.

Jose: Para com isso, está toda sensivelzinha que não aguenta mais nem os murros da camaradagem. – piscou os olhos sem parar, fazendo Roberta rolar os seus. 

Roberta: Nem vem, você bateu com força. – as duas riram e ficaram jogando conversa fora.

¨¨¨¨

Diego: A RBD vai cantar em Los Angeles dentro de duas semanas! – disse assim que desligou o telefone, onde estava falando com Mia.

– Está brincando?! – Miguel e Giovanni disseram em um uníssono.

Diego: Não! Como brincaria com isso? – sentando ao lado dos dois no sofá. - A Mia acabou de ligar para dar a noticia. – abraçou os dois pelos ombros, esmagando-os. – O Joe tentou falar com a gente, mas não conseguiu, só conseguiu falar com ela.

Miguel: Cara isso é muito bom! – analisou. – Só a data, que está muito em cima, mas quanto a isso dobramos as cargas de ensaio e tiramos de letra.

Giovanni: Concordo com você Miguelito. – disse convencido. – E pensa na grana que a gente vai ganhar!

Diego: A Mia disse que era para estarmos lá as nove, não podemos ficar enrolando.

Giovanni: E você vai? – indagou confuso.

Diego: Mas é claro! – arregalou os olhos. – Porque não iria?

Giovanni: E a Chucky?

Diego: Eu vou e aproveito para explicar tudo pra ela, quem sabe ela não me perdoe? – disse com um sorrisinho sonhador.

Miguel: Sei não Diego... – disse trazendo-o de volta a realidade, Diego se zangou.

Diego: Vira essa boca Miguel! – rolou os olhos. – Ela precisa me perdoar.

Miguel: Tudo bem, não está mais aqui quem falou. – deu de ombros. – Boa sorte!
Diego bufou e voltou a se exercitar.

¨¨¨¨

Jose: Roberta, você vai para o ensaio? – perguntou enchendo a boca de pipoca.

Roberta: Mas é claro que sim, já está em cima da data e também eu já estou melhor da febre. – franziu a sobrancelha.

Jose: Não estou falando disso Roberta, estou falando do Diego. – rolou os olhos. – Você já está preparada para olhar pra ele?

Roberta: Eu quero que o Bustamante se dane! – disse sentindo sua raiva voltar. – E eu não vou deixar de ir ao ensaio da banda por causa dele.

Jose: Então tá, se você diz. – deu de ombros.

Às nove já estavam todos na sala de ensaio, só faltava Roberta.

Diego: Mia, onde está a Roberta? – perguntou, agoniado. Queria vê-la, queria falar com ela.

Mia: Já deve estar descendo. – comentou, arrumando seu pandeiro. – É que ela estava com febre e... – foi interrompida.

Diego: Estava com febre? – disse estático. – Mas como ninguém me avisou que a minha namorada estava doente?

Roberta: Ex-namorada, Bustamante. – disse aparecendo na sala. – Acabou!

Diego: Meu amor, a gente precisa conversar. – disse sério. 

Roberta: Eu não tenho nada para falar com você. – ergueu a sobrancelha e fez menção de se afastar, mas ele a puxou delicadamente pelo braço.

Diego: Pessoal, a gente já volta. – avisou, arrastando Roberta. – Só um momento.

Roberta: Me solta idiota! – reclamando, enquanto ele a levava para um corredor vazio.

Diego: Meu amor eu preciso te dizer que... – ela o interrompeu.

Roberta: Você não tem que me dizer nada! – berrou estarrecida. – Porque não vai procurar aquela sem vergonha, com qual você me enganou? – aconselhou vermelha.

Diego: Meu bem, aquilo foi uma armadilha, por favor, Roberta acredita em mim! – choroso, puxando-a para si, quase colando os lábios. – Eu te amo. – sussurrou.

Roberta não podia negar que Diego a enlouquecia, o corpo forte dele, o hálito quente, a boca, tudo nele deixava-a louca, ele era lindo. Mas ele a enganou e ao se lembrar de tudo afastou-se dele.

Diego: O que foi Roberta? – coçou a nuca, frustrado.

Roberta: O que foi? – disse irônica. – Você tem a cara de pau de me perguntar o que foi? Cara você me traiu! – enfatizou e ele abaixou a cabeça. – E sabe do que eu me dou conta agora?

Diego: O que? – sussurrou.

Roberta: Que você nunca vai mudar! – cuspiu com toda a raiva que pôde e saiu caminhando a passos largos para longe dele.

Diego: Roberta espera, não fala isso! – gritando, mas ela já tinha ido. – Inferno! – chutou o ar e voltou para a sala de ensaios.

Quando os dois entraram na sala, todos fizeram uma algazarra, assoviando e batendo palmas.

Giovanni: Meus parabéns Chucky. – abraçando Roberta, que o olhava estranhamente. – Diego. – abraçando Diego, que estava desanimado. – Eu sabia que essa briga não iria durar muito. – convencido que os dois tinham voltado.

Roberta: Agora a beterraba pirou de vez. – rodou o dedo próximo a orelha.

Giovanni: Ué, vocês não se reconciliaram? – franziu a testa. Os dois se entreolharam.
- Não. – responderam juntos.

Roberta: E nem vamos nos reconciliar. – continuou, deixando Diego desesperado.

Lupita: Bem gente, vamos logo ensaiar, certo? – tentando mudar de assunto ao notar que o clima tinha pesado.

Mia: Isso, precisamos ensaiar as músicas novas! – empolgada e pegando as pastas.

Roberta: Então vamos ensaiar Lento! – disse animada, afinal era sua musica favorita.

Diego olhava Roberta e percebia que ela não estava tão abalada como outrora, será que ela realmente não gostava dele como antes? Não, não acreditava, não depois do jeito que o olhou momentos antes. Ele precisava ter certeza de que ela não o amava mais.

Depois de quase duas horas de ensaio, a RBD já estava quase terminando a última música do show. Miguel terminou de cantar e Mia correu até ele, orgulhosa.

Mia: Ai que lindo o meu caipira. – dando um beijo no namorado. – Tão talentoso.

– Nossa que casal mais apaixonado! – comentou divertida enquanto se aproximava deles.
Mia: Mamãe! – pulando em cima da mãe. 

Marina: Boa noite meninos! – simpática, abraçando a filha. – Estava morrendo de saudades meu amor.

Mia: Eu também mommy ! – sorriu, dando pulinho. Todos cumprimentaram a mãe de Mia.

Roberta: Oi Marina?

Marina: Oi Robertinha, tudo bem? – dando dois beijinhos nela.

Roberta: Não. – engoliu o seco. – Onde está o meu pai? – quis saber.

Marina: Ele está vindo querida, foi guardar o carro... – antes que pudesse terminar de falar, Martin apareceu.

Martin: Calma que eu já cheguei. – encostou à porta.

Roberta: Papai! – correu pulando no pescoço do pai e começando a chorar como uma criança.

Todos a olharam estranhamente, Roberta não estava bem ultimamente.

Martin: O que foi querida? – assustado, afinal nunca tinha visto sua filha agir assim. – Por que chora desse jeito?

Diego engoliu o seco, sabia que Roberta chorava daquele jeito por ele e isso o deixava muito mal. Só que estava estranhando a atitude dela de demonstrar suas dores em público, afinal ela não era assim, pior que ultimamente isso estava sendo rotineiro, ela estava bem sensível e ele estava preocupado.

Martin: Responde filha. – disse separando o abraço. – O que foi?

Roberta: Nada. – enxugou as lágrimas, sem entender o que tinha lhe dado, jamais chorava em público. – Só saudade pai.

Martin: Mas só não nos vemos a duas semanas. – explicou, tocando o queixo dela. – E, contudo a gente já se separou por muito mais tempo e você nunca chorou dessa forma.

Marina: Ai amor, as mulheres são assim mesmo. – deu de ombros, com um sorriso reconfortante.

Roberta: É isso ai... – concordou de pronto com a madrasta. – Somos sensíveis. – explicou se afastando do pai.

Martin: Mas que mal educado eu sou, nem cumprimentei vocês. Como estão? – olhando os outros.

– Bem. – todos, menos Diego, responderam com um sorriso.

Martin: E então, os dois? – olhando animado para Roberta e Diego.

Roberta: O que pai? – ergueu a sobrancelha.

Martin: Como assim o que? – riu. – Quero saber se já marcaram a data do casamento?

Os dois se olharam envergonhados.

Roberta: Não vai haver nenhum casamento. – disse séria.

Martin: Como não? – disse com um sorriso confuso. – Diego você ainda não a pediu em casamento?

Diego: Martin é... – ele coçou a nuca e Roberta o interrompeu.

Roberta: Acabou pai! – ela cruzou os braços. – Diego e eu terminamos o nosso namoro.

Martin: O que?! – arregalou os olhos.

Roberta: Acabou tudo entre a gente. – deu de ombros, tentando transmitir que a aquilo não a abalava.

Marina: Mas vocês estavam tão bem. – lamentou.  

Diego: Pois é, mas eu... – tentou falar, mas Roberta novamente o interrompeu.

Roberta: Nós só nos demos conta de que não temos nada a ver. – disse fria.

O coração de Diego doeu ao ouvir isso dela, a encarou e ela virou o rosto, evitando olhá-lo.

Diego: Eu preciso ir Martin. – disse desviando o olhar de Roberta para Martin. – Foi um prazer revê-lo. – apertando a mão de Martin. – Marina. – beijou a mão da mulher. – Tchau galera, até mais Roberta. – a olhou e saiu em seguida.

Giovanni: Espera Diego, eu vou com você. – disse aos berros, para que ele ouvisse. – By gente boa! – saiu.

Miguel: É, eu também não posso perder a carona, tchau galera! – despediu-se de Mia com um selinho e saiu.

Marina: E onde estão Alma e Franco? – perguntou confusa.

Mia: O daddy  e a Alminha foram a uma viagem de negócios, mas amanhã estão de volta. – explicou, tirando a franja da cara.

Marina: Ah, que ótimo! – sorriu. – Estou com muitas saudades da Alma. – depois que as duas superaram as diferenças viraram grandes amigas, inclusive Alma serviu de cupido para que Martin e Marina se relacionassem.

Lupita: Bem gente, eu acho que eu também já vou. – disse, um pouco sem graça.

Roberta: Negativo, já são uma e meia da matina e eu não vou deixar você sair sozinha à essa hora da noite. – disse balançando o dedinho em negativa.

Mia: É Lupi, dorme aqui! – sorrindo empolgada.

Lupita: Eu não sei gente. – disse receosa. – Minha tia já deve estar preocupada.

Mia: Liga pra ela então. – deu de ombros, passando o telefone para Lupita.

Lupita: Ok, vocês venceram. – sorriu. – Eu já volto. – saindo.

Mia: Ah mamãe. – foi para o lado de Marina. – No meio dessa confusão toda me esqueci de dizer que a RBD vai dar um show em Los Angeles. – disse animada.

Marina: É serio amor? – Mia assentiu, freneticamente.

Martin: Meus parabéns filhas! – orgulhoso.

– Obrigada. – responderam.

Marina: Meus parabéns também. – beijando a testa das duas. – Estou muito orgulhosa de ver o sucesso que estão fazendo! - Mia sorriu e Lupita regressou.

Mia: E então Lupi, avisou? – observando a amiga se aproximar.

Lupita: Já sim, está tudo certo. – estalou os dedos.

Roberta: Ok, então me deixa ir dormir que eu já estou no meu limite. – levantou se sentindo exausta. – Boa noite paizinho, boa noite mãezinha de criação, boa noite irmãzinha. – ironizou, apertando as bochechas de Mia com muita força. Mia tirou suas mãos. – Boa noite Lupi. – piscou, saindo porta afora.

- Boa noite! – todos disseram e ela apenas fez "legal" de costas, sumindo em seguida.

De manhã Mia estava tomando café com Lupita, até que a campainha tocou.

Mia: Atende ai Peter, por favor? – pediu.

Peter: Sim senhorita Mia! – sorriu e saiu em direção à porta.

Lupita: Ai, o Peter é tão fofo!

Mia: É sim. – concordou com um sorriso. – Peter já está conosco há mais de trinta anos, bom com o papai, por que comigo só há vinte e dois. – riu.

Alguns minutos depois, Peter regressa acompanhado de Miguel.

Peter: Mia, o senhor Miguel Arango.

Mia: Ai meu caipira! – levantou e beijou o namorado. – Bom dia!

Miguel: Bom dia meu amor. – pincelou o nariz dela. – Desculpa vir sem avisar, mas estava com saudade de você. – Mia sorriu se achando. – Oi Lupi! – cumprimentou.

Lupita: Oi Miguel. – ela tomou um gole de suco.

Mia: Ai que nada bebê, sabe que pode vir sempre que quiser. – disse voltando a sentar. – Toma café comigo?

Miguel: Aceito. – sentou-se também.

Lupita: Bem gente. – ela levantou. – Como já terminei, eu vou deixar vocês à vontade, vou para o quarto da Jose. – Mia e Miguel sorriram e a morena saiu.

Miguel: Onde está o povo dessa casa? – olhou ao redor, confuso.

Mia: Ah a Roberta ainda está dormindo, ela anda muito mal com tudo isso do Diego. – passando geleia em sua torrada. – A Jose está no quarto, ainda não a vi hoje, a mamãe e o Martin estão dormindo também, a viagem foi cansativa.

Miguel: Então ótimo, melhor que a gente fica mais a vontade. – com um sorrisinho safado, Mia corou.

Mia: Miguel! – dando tapinhas nas costas do namorado. – Seu safado. – ele riu.

Miguel: Eu te amo sabia? – beijando de leve a namorada.

Mia: Eu também te amo caipira. – pincelou o nariz dele com geleia, ele não se importou e isso a fez rir.

Miguel: Me ama mesmo sendo um caipira? – sem tirar os olhos dela.

Mia: Te amo mesmo sendo um caipira. – assentiu se aproximando dele. Eles se beijaram lentamente, um beijo muito apaixonado.

Marina: Nossa quanta paixão. – disse adentrando a sala.

Mia: Mamãe, bom dia! – levantando e indo até a mãe.