Capítulo 19
Diego: Bom. – suspirou, coçando a nuca. – Não é uma noticia muito agradável. – sorriu, ainda incrédulo. – Afinal não é nem um pouco agradável, mas eu vou fazer o possível para suportá-lo. – tentando disfarçar sua insatisfação.
Alejandro: Não sabe o alivio que me dá ouvir isso. – levantou-se. – Então me acompanhe, vou mostrar o seu escritório. – Diego assentiu e os dois saíram da sala presidencial. Logo chegaram a uma sala muito ampla e muito bem decorada, além de muito confortável. – Espero que tenha gostado. – disse olhando ao redor.
Diego: Está ótima Ale! – sorriu, observando. – Gostei muito dela.
Alejandro: Que bom, vou apresentar sua nova secretária. – piscou e saiu da sala.
Diego: Espero que seja uma gostosa! – pensou com os olhinhos brilhando, mas acordou de seus devaneios quando viu uma mulher baixinha, gordinha e de óculos, entrando junto com seu padrasto. – Xiii, prefiro a bruxa do setenta e um. – repensou, broxado.
Alejandro: Senhorita Kate, senhor Bustamante. – apresentou-os.
Diego: Prazer! – cumprimentando gentilmente a mulher, que aparentava ter uns quarenta anos.
Kate: Prazer em conhecê-lo senhor Bustamante! – apertando a mão dele.
Diego: Pode me chamar apenas de Diego. – a mulher assentiu sorrindo.
Alejandro: Bom Diego, vamos que eu vou te apresentar os outros setores.
Diego: Certo. – colocou as mãos nos bolsos. – Até mais Kate.
Kate: Até mais senhor... – ele a olhou com careta. – Diego. – corrigiu, sorrindo simpática.
Diego: É assim que eu gosto! – saindo com Alejandro. Agora ele era o novo diretor administrativo da Maremis.
Marina estava arrumando suas malas, afinal já iria voltar para Acapulco com Martin.
Mia: Posso mãe? – perguntou, colocando a cara na porta.
Marina: Claro filha! – disse sorrindo.
Mia: Nem curti você nessas duas semanas mommy. – abraçando a mãe, dengosa. – Trabalhei muito.
Marina: Mia largue de besteira. – achando graça dos exageros da filha. – Sabe que sempre venho aqui e você sempre vai à minha casa.
Mia: Tem razão mãe! – suspirou e ficou triste.
Marina: Mia... – a repreendendo.
Mia: Não mãe, não estou triste por isso não. – falou logo. Marina estranhou.
Marina: Então o que houve filha? – tocou os cabelos dela.
Mia: O Miguel está bravo comigo. – de cabeça baixa.
Marina: Ai filha! – a abraçando, carinhosamente. – Porque ele está chateado com você meu amor?
Mia: Porque me viu abraçando um amigo. – fungou chorosa.
Marina: Que amigo? – quis saber.
Mia: O Romeu. – respondeu, colocando o cabelo atrás da orelha.
Marina: O amigo do sobrinho do Ale? – Mia assentiu. – Ai filha, vai ver ele só está com ciúmes, já isso passa! – piscou.
Mia: Você acha mãe? – mordeu o lábio.
Marina: Claro que sim meu amor!
Mia: Eu tenho muito medo do Miguel se cansar de esperar e me trocar por outra. – falou choramingando.
Marina: Claro que não minha vida, se ele te ama ele vai te esperar. – sorrindo e secando as lagrimas da filha.
Mia: Te amo mãe! – abraçando Marina.
Marina: Eu também te amo minha filha! – retribuindo o abraço. – Agora vem, ajuda a mamãe a fazer essas malas. – piscou e Mia assentiu, guardando as roupas da mãe na mala.
De noite, na casa dos meninos.
Giovanni: Ai como é bom dormir! – deitando no sofá, sonolento.
Miguel: Nota-se como você gosta de dormir. – disse obvio. – Faz isso praticamente o dia inteiro. – Giovanni deu de ombros e fechou os olhos. – E ai Diego? Como foi lá na Maremis? – curioso.
Diego: Foi ótimo, exceto uma coisinha... – suspirou e Miguel o olhou curioso. – Felipe é o fotógrafo. – Giovanni abriu os olhos e arregalou-os e Miguel não ficou atrás. Diego por sua vez fez uma caretinha. – Não sei como vou aturar ele... – a campainha toca, o interrompendo. – Só um minuto, eu vou atender. – se levantando e abrindo a porta.
Tomás: Fala cara! – entrando e abraçando Diego.
Diego: Tomás? – confuso, porém feliz. – O que está fazendo aqui cara, não ia voltar só amanhã?
Tomás: É, mas achei melhor vir logo, briguei com a Pilar e o clima pesou. – suspirou. – E aí gente? – falou para os outros, jogando sua mala no sofá.
Miguel: E aí Tommy? – cumprimentando o amigo. – Como vai?
Tomás: Eu vou muito bem, tirando os problemas com minha gata. – rolou os olhos. – E ai cabeça de beterraba? – disse a Giovanni que já estava de olhos fechados novamente. – Não vai me cumprimentar não? – o cutucou. – Giovanni?
Miguel: Shii, ele está nanando. – debochou.
Diego: Mas agorinha ele estava acordado. – disse confuso e do nada Giovanni dá um salto do sofá, assustando os outros. – Caralho! – pôs a mão no peito.
Giovanni: BÚÚÚ! – rindo dos amigos. – Fala cara? – deu um pedala em Tomás.
Tomás: Ai Giovanni. – com a mão na cabeça. – Você quer nos matar é?
Giovanni: Não deu nem tempo de sentir saudades suas. – o roxinho falou com um leve sorriso. – Você voltou muito rápido! As boates gays não fazem sucesso lá, ou o que? – Tomás lhe deu o dedo do meio e ele devolveu.
Tomás: Não sou você. – disse e se virou para Diego. – E você Diego, pode contar tudinho.
Diego: Tudinho o que? – confuso.
Tomás: A gravidez da Roberta! – disse obvio. – Eu quero saber como aconteceu.
Giovanni: Quer que o Diego diga exatamente o que passou? – perguntou, traumatizado. – Já basta no dia do jardim, lá na casa... – foi interrompido por Diego, que lhe tapou a boca.
Diego: Cala a boca Giovanni. – envergonhado.
Tomás: Fala logo Diego! – rolou os olhos, sem paciência.
Diego: Ok, você lembra daquele tempo que eu e a Roberta estávamos sem transar? – Tomás assentiu. – Então, a Roberta estava daquele jeito, porque já estava sentindo os sintomas da gravidez durante todo esse tempo. Três meses.
Tomás: Nossa cara! – suspirou. – Descobrir uma coisa dessas depois do que você fez, não deve ter sido fácil não é? – tocou a costa dele.
Diego: Não foi mesmo. – de cabeça baixa.
Tomás: E a surra?
Diego: A Erica me agarrou desprevenido na casa dos Colucci, e a Roberta viu! O resto você já sabe não é?
Miguel: A Roberta acabou com a raça dela! – rindo divertido.
Tomás: Pelas fotos que eu vi, ela vai ficar um tempo sem sair de casa. – deu um risinho, lembrando-se da cara da garota. Giovanni negou com a cabeça e com os dedos. – Por quê?
Miguel: Ela vai sair com o Diego.
Tomás: E você ainda vai sair com ela cara? – perguntou em choque.
Diego: Vou, a Roberta vai ficar com o Felipe mesmo! – dando de ombros.
Tomás: E quem vem a ser Felipe? – boiando.
Miguel: O sobrinho do Ale que está de quatro pela Roberta. – explicou.
Tomás: Nossa, eu estou vendo que perdi muita coisa! – falou bolado.
Giovanni: Pois é gorila. – bateu nos ombros dele. – E não tem nenhuma farra maneira para desestressar!
Tomás: Ei. – tendo uma ideia. – O que acham de fazermos uma festa daquelas?
Giovanni: Eu estou dentro! – concordou de pronto.
Diego: Eu também! – assentiu com um sorriso malicioso.
Miguel: Idem. – todos riram.
Uma semana passou, Erica estava saltitante ao desligar o telefone onde falava com Diego, segundos atrás.
Erica: Ai, eu não acredito! – feliz da vida.
Michelle: O que foi Erica? – entrando. – Seus gritos histéricos dão de ser ouvidos de lá do corredor! – fechando a porta.
Erica: Ai Mi, ele ligou! – dizia dando pulinhos.
Michelle: Ele quem Erica? – cruzou os braços.
Erica: O Diego! – disse obvia. – Ele marcou comigo hoje à noite!
Michelle: Uau! – sorriu. – Que bom, meus parabéns! – Erica sorria convencida. – E com que roupa vai?
Erica: Tenho que ver ainda, me ajuda? – perguntou, animada.
Michelle: Claro que sim amiga! – a abraçou de lado e foi em direção ao quarto.
¨¨¨¨
Roberta: Felipe! – falou, ao ver o rapaz parado na sala de estar.
Felipe: Como vai Roberta? – ele foi até ela e lhe deu um demorado beijo no rosto.
Roberta: Ótima e você? – deu um leve sorriso.
Felipe: Bem, mas posso ficar melhor, dependendo do que vai falar! – sorriu abertamente.
Roberta: Bem Felipe! – ela pôs o cabelo atrás da orelha. – Eu pensei bem e cheguei a uma conclusão.
Felipe: Qual? – perguntou ansioso e Roberta deu um leve sorriso.
Roberta: Eu aceito ficar com você! – mordeu o lábio.
Felipe: É sério? – perguntou, sem acreditar. Roberta assentiu. – Não vai se arrepender ruiva! – a beijou nos lábios, Roberta não sentia nada com os beijos dele. – O que acha de sair para passear?
Roberta: Eu acho uma ótima ideia! – sorriu sem graça e ele a beijou de novo.
É claro que Felipe não chegava a sujeira da unha do dedão do pé de Diego. Mas ela precisava esquecer o ex-namorado de alguma forma. Qualquer forma.
À noite, Erica estava toda produzida à espera de Diego, as marcas dos hematomas já tinham desaparecido consideravelmente com a ajuda dos cosméticos.
Erica: Ai será que ele não vai vir? – falando sozinha enquanto andava pela sala, relaxou quando ouviu a campainha tocar, ela foi atender com tanta pressa que quase cai, foi abrir e sorriu abertamente ao vê-lo. Ele estava tão lindo e cheiroso que ela se segurou muito pra não tirar suas roupas e fazer sexo com ele ali mesmo. – Oi meu amor? – falou sensual.
Diego: Oi Erica? Como vai? – beijando-a no rosto demoradamente.
Erica: Melhor agora! – dizia com a voz mais sensual possível.
Diego: Que bom. – ele pôs as mãos nos bolsos. – Vamos?
Erica: Claro! – entrelaçou seus braços no dele e saíram.
Diego a levou para um dos restaurantes mais caros do México, só não a levou para o mais caro porque era onde sempre levava Roberta na intenção de impressionar, o que nem sempre funcionava, pois a ruiva odiava esses lugares aos quais julgava frescos. Contudo considerava um lugar sagrado e jamais levaria Erica até lá.
Erica: Nossa, além de lindo, gostoso e famoso, ainda é podre de rico! – pensava entusiasmada, enquanto sentavam e o mitre os atendia.
Enquanto conversavam, Erica se jogava para cima de Diego e ele estava achando cada vez mais grotesco o oferecimento dela. Como uma moça tão bonita como ela não se dava ao respeito? Era essa a pergunta que ele se fazia sempre que ela se oferecia com tanta vulgaridade. Mas precisava dela pra provocar Roberta, então tinha que suportá-la.
Roberta estava em seu quarto ouvindo seu ipod, quando Jose entra como um furacão no lugar.
Jose: Roberta! – disse alvoroçada, tirando os fones da amiga.
Roberta: O que foi Jose? – assustada. – Você está maluca é?
Jose: Roberta, você não sabe da última! – sentou-se ao lado da ruiva.
Roberta: E qual é a última?
Jose: O Diego está jantando com a Erica nesse exato momento! – dizia perplexa.
Roberta: O QUE? – arregalou os olhos e formou um bico. – E como você sabe disso Jose?
Jose: Eu ouvi o Miguel falando com a Mia. – suspirou e viu Roberta se entristecer.
Roberta: Então ele está saindo com ela? – mordeu o lábio com vontade de chorar, com vontade de matar Diego e Erica de forma lenta e dolorosa, com vontade de gritar que os odiava.
Jose: Sim gatinha. – assentiu, receosa. – Parece que ele ficou sabendo do seu lance com o Felipe e pelo jeito não quis deixar barato. – Roberta dessa vez, sorriu satisfeita.
Roberta: É sério? – Jose assentiu e a ruiva pegou seu celular e começou a discar os números.
Jose: Roberta está ligando pra quem? – curiosa com o que a ruiva aprontaria dessa vez.
Roberta: Para o meu ex-namoradinho, pai do meu filhotinho. – disse com um risinho divertido.
Jose: Está ligando para o Diego pra quê? – cruzou os braços. – Roberta, eu acabei de dizer que ele está jantando com a Erica, você não ouviu?
Roberta: E porque acha que estou ligando? – ergueu a sobrancelha, maliciosa. – Eu vou arruinar a felicidade dela, tadinha. – com sorrisinho perverso. Jose gargalhou. – Shiu, silêncio! – pôs o indicador nos lábios. – Diego? – falou, com a voz manhosa.
Diego: Roberta, o que foi? – ele perguntou confuso.
Roberta: Ai Diego. – fungou. – É assim que você trata a mãe do seu filho? – se fingindo de magoada e dando a entender que estava prestes a chorar.
Diego: Não Roberta, não chora! – ele pediu, com o coração apertado. Roberta sorriu vitoriosa. – O que foi? Por que ligou?
Roberta: Eu estou com desejo, Diego. – falou, olhando as unhas.
Diego: Desejo Roberta? – ergueu a sobrancelha. – Você só pode estar brincando.
Roberta: Diego isso é sério, nem dormir eu estou conseguindo de vontade! – suspirou.
Diego: E porque não pede ao seu namoradinho Felipe? – ele alfinetou.
Roberta: Porque o pai do meu bebê é você! – enfatizou. – Mas se não se importa comigo e nem com ele e prefere ficar se esfregando com essa vadia magricela, eu não vou mais me meter na sua vida e se eu vier a perder meu filho a culpa é sua! – acusou, imitando o choro.
Diego: Não Roberta, não chora, por favor. – ele disse aperreado. – Tudo bem, o que quer? – disse vencido.
Roberta: Sorvete de jaca! – se segurando para não rir.
Diego: Como é que é? – arregalou os olhos. – Como quer que eu encontre sorvete de jaca, ainda por cima a essa hora Roberta?
Roberta: Isso eu não sei Dieguinho. – deu de ombros. – Por favor, você não quer que o seu filhinho nasça parecendo uma jaca ou quer?
Diego: Não! – ele fechou os olhos. – Tudo bem, eu vou ver o que consigo.
Roberta: Mas eu quero AGORA Diego! – enfatizou. – E logo! Agora eu tenho que desligar, beijinhos! – desligando e começando a rir descontroladamente.
Jose: Não Roberta! – disse também rindo aos montes. – Eu não acredito que você fez isso. – se recompondo
Roberta: Fiz, e fiz para aquela múmia aprender que é só eu chamar que o Diego vem correndo me atender. – se gabou.
Jose: O que vai fazer com o sorvete?
Roberta: Eu nem sei se o Diego vai conseguir esse sorvete! – rindo debochada. – Mas se ele conseguir é claro que eu vou tomar.
Jose: Você vai mesmo tomar sorvete de jaca gatinha? – perguntou com careta. – Que nojo.
Roberta: Ai Jose, eu estava com vontade de comer sorvete de jaca mesmo! – rolou os olhos. – Daí eu juntei a fome com a vontade de comer.
Jose: Ai Roberta, você só pode ser louca. – as duas se olharam e riram.
No restaurante, Erica sorriu ao ver Diego voltar, com o celular na mão.
Erica: Nossa Diego! – ela sorriu enquanto ele sentava de volta. – Você tem muito dinheiro não é? – ele sorriu de maneira falsa. – O que acha de depois daqui, irmos a um local mais reservado? – disse evidenciando seu decote.
Diego: Erica... – a morena o interrompeu.
Erica: Podemos repetir a dose. – tocando o braço dele com bastante intimidade.
Diego: Erica, eu preciso ir! – falou, por fim.
Erica: O QUE? – ela gritou chocada. – Acabamos de chegar Diego! – falou com raiva.
Diego: Bem, surgiu um imprevisto. – deu um sorriso amarelo.
Erica: É ela não é? – cruzou os braços, furiosa.
Diego: Erica eu não posso deixar a Roberta na mão. – coçou a nuca. – Tenho responsabilidades sérias com ela e com o meu filho. – Erica começa a chorar, dramaticamente. Diego suspirou, sem conseguir sentir pena, sabia que ela estava fingindo aquele choro. – Bom eu vou indo. – levantou-se. – Eu sinto muito que não tenha sido o que você esperava.
Erica: Diego? – arregalou os olhos. – Eu vou ficar aqui sozinha?
Diego: Ah foi mal. – assentiu, tirando a carteira do bolso. – Aqui está para pagar os aperitivos e as bebidas que pedimos. – tirando algumas notas altas da carteira. – E aqui é para que possa pegar um táxi. – entregando uma nota de cem.
Erica: Diego eu não vou voltar pra casa de táxi! – falou em um grunhido.
Diego: Não? – confuso. – E como vai voltar?
Erica: Eu vou com você, é claro! – disse obvia.
Diego: Eu não posso te deixar em casa. – negando com a cabeça.
Erica: Diego, eu não vou voltar pra casa de táxi! – se levantou, berrando na frente de todos.
Diego: Então vai de ônibus, aproveita que é mais barato. – piscou e se afastou apressado. Erica ficou fulminando de raiva, logo Diego volta. – Erica?
Erica: Ah já se arrependeu? – disse dando um sorriso cínico. – Fique sabendo que eu não vou mais! – enfatizou.
Diego: Bom, eu não vim dizer isso.
Erica: Então o que? – desfez o sorriso.
Diego: Quero saber se sabe onde vende sorvete de jaca? – deu um largo sorriso.
Erica: NÃO! – respondeu grossa. Ele assentiu, a observando estranhamente e em seguida saiu, indo embora. – Ah que ódio! – bufou, observando ele sair. – Eu tenho que agir, eu preciso agir antes que fique tarde demais! – pensativa. – E o Felipe vai me ajudar. – pagou a conta e saiu do restaurante.
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