Eu, Davi na farra

Cacetada!  Ganhei 600 conto, meeeu Jesus querido. Pensei em comprar uns viagra para comer o camarada na próxima, mas nunca tive coragem para a próxima.

Eu não nasci para esse tipo de coisa, queria namorar e curtir gostoso, era só pintar um bofe gostoso que piscava o negócio. Sempre tinha um namorinho aqui e ali, mas não duravam muito tempo.

Os 18 chegaram e eu disse que ia curtir feito louco. A boate Heaven era babado, mas só entrava bacana cheio de dinheiro e detalhe importante, tinha que ser maior de idade porque lá o "pau comia" literalmente.

Eu tava uma delicinha, vestido para matar. Comprei uma calça jeans linda pretinha bem colada, uma bota de cano curto, cueca jock, porque a noite tava só começando e eu ia abalar, regatinha branca e jaqueta de couro (falso, claro), além de lindo, confiante eu tava cheiroso que deu vontade de beijar o espelho.

De chegada me joguei na pista e logo ganhei de uma caipira de morango, porque o que mais tem nesses lugares, são os tios abonados que só vão pra pegar menino.

Pra ganhar uma rodada de ice para eu e os guris, tinha que dançar no pole. Ah eu fui, já tava meio bebinho mesmo. Tirei a jaqueta e abri meu jeans, a calça deixava ver uma parte da minha bunda que ficou uma delícia com aquela cueca e dancei para três machos muito tesudos. Quando desci me propuseram uma nova rodada do que eu quisesse, mas tinha que sair com dois caras e tinha que escolher.

Oba, imagina que ó, ia rolar uma DP. Eu nunca tinha feito isso, será que eu teria coragem? Nossa como eu tava bêbado! Um deles me passava bebida boca a boca, hum Amarulla... acho que era, nem sabia diferenciar de tão bebaço. Então um daqueles caras me levou meio de arrasto para o banheiro, ele tinha me passado algo que parecia uma balinha no boca a boca. Não sei se cheguei ao banheiro e as últimas coisas que eu me lembro foram luzes coloridas, Bad Romance da Gaga e aquela fumacinha de gelo seco...

Silencio. Parede branca. Frio. Será que fiz a passagem?

Conforme ia despertando começava a entender que estava num hospital, não conseguia levantar nem a cabeça de tão enjoado. Ia vomitar.

- Acordou? Como você tá? – Era uma enfermeira morena de óculos.

- Quero vomitar..

Ela me deu uma tigelinha pra segurar que não ia adiantar nada, mas pôs algo na sonda que fez passar a ânsia. Fiquei ali de olhos fechados e quietinho tomando sei lá o que na veia, ouvi uma voz masculina e abri os olhos, era outro enfermeiro.

- O doutor fica puto quando chegam pessoas nesse estado – Ele falou de um jeito bem arrogante.

- Quem não fica? Ele podia estar atendendo um paciente cardíaco, com crise renal, acidentado e chega um garoto drogado que colocam na frente porque é cacho de alguém.

Euzinho, cacho de alguém? De onde tiraram essa besteira? Que vergonha ouvir isso, agora que a razão me voltava.

Então uma voz bem grossa fala entrando no quarto.

-Teve algum episódio de vomito? Dá pra liberar, acordou?

Abri os olhos e vi a enfermeira toda atrapalhada. Que sapão! Um baita gostoso e pelo jeito era o doutor. Estava de jaleco branco, calça jeans desbotada, tênis da Nike. Tinha cabelo bem cortado, barba sem fazer há pelo menos um mês, um pouco de olheiras e aquela típica arrogância que têm alguns médicos e esse conjunto da obra o tornava irresistível.

- Acordou, heim. – Nossa como ele falava alto! – Que foi, tava afogando as mágoas? Tá muito novo para isso, senhor ... – ele leu no prontuário – Davi Luiz.

Eu tava muito sem graça agora. Ele era um homão daqueles que a gente tem certeza que nunca vai pegar, se era entendido, disfarçava legal. Vai saber.

- Vamo pra casa, guri? – Claro que não era um convite e sim a alta. – Levanta, mas devagar... 

Ele tinha um timbre alto de voz que me deixava muito tenso. Acho até que me apaixonei ali mesmo. 

O doutor, que eu não que sabia o nome ainda, me ajudou levantar e disse que não queria me ver tão cedo no P.A.. Então o jeito era ir embora humilhado. Incrível, onde estavam os amigos nessa hora? Mas tinham dois lá o Abi e o Cley, amigos de verdade que cuidaram de mim com ressaca. Eu cai no choro depois, oh minha vida é uma bosta! Quero morrer, sou um fracassado! Ahahaha que exagero, tinha feito dezoito ontem e hoje já estava me sentindo um caso perdido.

Eu passei por aquilo e não consigo comer morango até hoje. Sei que beber daquele jeito outra vez, nem pensar. Foquei no trabalho e fui fazer o terceiro ano no supletivo, porque tinha largado na metade do ano e não adiantava ficar se lamentando, comecei a olhar para o futuro e não ver nada se ficasse de zoeira, enquanto ex-colegas estavam na faculdade.

Entre banhos e tosas e bicos de garçom num restaurante que servia a la carte, estava comportado como nunca fui.

No inverno o pai ficou doente e fui vê-lo no hospital. Minha mãe disse que era bom eu tentar me reconciliar com ele e pedir perdão. O que eu fiz de errado? Mas fui só pra ele me mandar sair do quarto porque tinha vergonha que algum parente me visse. Tinha vindo muita gente visitar porque ele que teve um tumor maligno na próstata e da família, a maioria torcia o nariz pra mim.

Como sequela baixou minha imunidade e ganhei uma bela cistite, noooossa, sei lá como é um parto, mas acho que meu pinto ia parir de tanta dor cada vez que eu mijava. É eu sou baita exagerado.

Fui na farmácia e me deram um monte de analgésico o que fez minha febre melhorar um pouco, mas do outro problema eu não melhorava. Então precisei ir ao urologista (do SUS claro) e fui todo amoadinho para a consulta.

Esperei quase duas horas pela ficha, porque era por ordem de chegada e quando finalmente, glória ao Senhor, chegou minha vez eu quase sai correndo. Não!

- Então Davi - O médico leu meu nome na ficha com aquela voz grossa e alta. – que aconteceu contigo?

Ele ainda estava barbudo, mas um pouco mais caprichado que naquela madrugada no P.A., mas era ele.

- Ah, é que eu tô umas duas semanas com uma dor forte quando faço xixi. Parece que quando termino vai sair mais um monte. A dor é insuportável. Na farmácia me deram...

- Tem médico lá?

- Onde?

- Na farmácia.

- Não.

- Então como foi lá primeiro?

- Ah doutor, é costume.

- Costume uma bosta. - Uau que grosso! – Tem sangramento?

- Não senhor. – Respondi envergonhado.

- Então deixa eu te dar uma olhada - Ele levantou e me disse: - ali atrás do biombo tira a calça e a cueca, põe o jaleco verde e senta ali.

Tinha uma cadeira com dois suportes dos ladinhos. Eu fiz o que ele pediu e sentei. Ele veio me consultar, enfiou o termômetro debaixo do meu braço encostando a mão gelada no meu peito, já que colocou a mãozona dentro do meu suéter, então sorriu.

- Esses caras com a mão gelada, né. – ele levantou o jaleco até no meu umbigo e disse sem cerimônia. – afasta as pernas e apoia aqui. 

Apoiei naqueles dois suportes laterais e já vermelho de vergonha (nem sabia que ainda tinha isso), vi ele sentando num banquinho na minha frente e pondo as luvas.

Pegou no meu saco e ergueu, apertou e perguntou se tinha algo que doía, tipo aqui, dói aqui e ali. E disse:

- Já ouviu falar em clamídia? Uretrite?

- Não. É grave?

- Bastante. Faz sexo sem preservativo?

- Não, nunca.

- É, acho bom mesmo, tem histórico de câncer na família?

Contei para ele sobre o caso pai e ele ficou mais sério.

- No seu caso vou passar uma requisição para fazer uns exames inclusive uma cistoscopia, assim a gente descarta essa possibilidade.

Então vi ele descer meu prepúcio e abriu o buraquinho da glande com os polegares e disse que estava meio inchado.

- Tem pus quando vai urinar? – Ele passou um tipo de cotonete no buraquinho e meu pinto ficou um pouco duro.

-Não, não percebi.

- Tá certo, guri. Pode pôr a roupa, tá roxo de frio.

Deus, eu estava roxo de vergonha.

Saí da consulta de cabeça baixa e apavorado, ele disse que eu podia ter contraído uma DST com a maior calma do mundo. Que uretrite e cistite tem sintomas parecido e blá... mas pelo menos descobri o nome do Poderoso: Doutor Adriano.

Eu fiz os benditos exames pelo SUS que demorou alguns meses pra ter. A cistite já tinha sarado e eu tinha retorno com o gostoso, digo o doutor, para levar o resultado da tal de cistoscopia que é um exame desconfortável pra cacete.

- Opa, olha o Davi aqui de novo. – Ele leu meu nome nos exames e sorriu quando eu funguei. – Que é, contraiu um resfriado?

- Acho que é a imunidade baixa.

- Pode apostar que você acerta. Bem isso, sua cistite melhorou? Tá perfeito seus exames todos bons, menos esse, tem um pouco de anemia.

Lá se foi a consulta com ele, ahhh não, eu nunca mais ia ver esse homem...

Será?

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Será? Que o sabiá sabia assobiar? 

Uix nego, tás tolo visse? Cês viram que o Davi, esse papa-siri, era um estepô, ficou todo escangalhado, tadinho. Todo rengo, esse curisco foi pra consulta onde conhece o boy...

Oh estimadinhos, eu tirei um bucado dessas expressões pra postar, mas alguma vão escapar, afinal o Amor aqui é bem peixeiro.

Tudo de lindo, em especial pras Mamis lindas e poderosas! Amo vocês!!!



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