Coisas acumuladas
Pensei em colocar a boneca Annabelle, mas depois lembrei que o môzinho Gabriel_Sant vai querer dormir de luz acesa e me sentirei culpado, kkkkk
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Nunca comi tanta carne na minha vida em tão poucos dias. Não que seja algo ruim, mas é um exagero. Voltando pra casa, só queria comer o feijãozinho, arroz, "charutinho" frito e um pirão d'agua da mãe, coisa mais básica.
Chegamos em casa na segunda-feira quase meia noite e mesmo assim recebi uma ligação do Abi que estava louco pra tagarelar com o Davi arrebentado de cansado, com sono e sem qualquer energia pra contar sobre o Adriano.
- Mana, o que é aquele médico?
- Ele disse que te seguiu pra conseguir meu telefone novo...me diz que ele é o "poder" e que o Davizinho tem bom gosto.
- Ah seu cagalhão... e?
- Abi... – eu não parava de sorrir, que até doía a bochecha. Só que eu tava com medo de ouvir sermão e acabarem com minha alegria. – o que tu achas?
- Davi, só uma coisa, amado... vai com calma... é sério. De verdade, eu fiquei feliz por ti. Deixa pra contar pro Cleyton só quando casares porque ele vai emputecer contigo, "ti alembra" que ele disse que até uma macumba ia fazer pra ti voltar com o Charles.
Eu ria com os olhos molhados, pelo menos o Abi ficou feliz. Cley era uma bicha ruim, mas ia me perdoar. Fiz um relatório pra ele entre bocejos e apaguei.
Terça!
Quando tomei café com a mãe já avisei que ia dormir fora a noite... Jesus me abana, que ansiedade! Só faltava acontecer alguma coisa séria ou me dar uma dor de barriga e eu reinar absoluto no trono de porcelana. Já que sou ansioso, nem almocei direito, a tarde não consegui estudar e a noite senti que cada minuto demorava horas pra passar. Mal chegou a segunda aula e meu celular que ficava no silencioso piscou, o professor explicando algo e a besta aqui interrompe.
- Antônio, desculpa, mas posso sair? – um pirralho que nem eu ainda acha que está na quinta série pra pedir.
Ele olhou no relógio com cara séria e disse.
- Sem problemas. – assim sem muita delonga.
Fora da sala, atendi.
- Oi meu universitário, qual bloco estudas?
- Eu já estou saindo, nem precisa entrar no campus... vou te esperar perto do Mac.
Quando entrei no seu carro, ele me olhou rindo, sabe aquele tipo de sorriso safado que dá vontade de socar o macho? Sempre barbado como eu gosto e todo cheiroso.
- Fome? – ele veio com essa pergunta.
- De você sim.
- Já acordei assim, seu pestinha. – ele deu uma risada, pegou no pau dele e disse – vamos sair daqui senão vão chamar a polícia pra prender dois viados cometendo atentado ao pudor.
- Não me leva no motel... – falei triste.
Ele me olhou e franziu a sobrancelha.
- Não gostas?
- Tenho trauma da última vez.
- Ah... – foi o melhor argumento que ele achou. – só te levei aquela vez que achei que ficaríamos mais a vontade...
Eu não curto dar detalhes de uma transa minha com ele, nem sou muito bom pra explicitar, mas essa merece e mesmo vermelho vou narrar...
Chegamos no seu apartamento onde eu só tinha ido uma vez e mal entramos, começamos a tirar a roupa um do outro com ele me direcionando para o seu quarto. Até lá eu já tava pelado e ele ainda estava de cueca.
Adriano me suspendeu pela bunda, enquanto a gente se beijava com um tesão animal e me jogou na cama, tirou sua cueca, depois subiu, mordeu meu dedinho sacudindo meu pé como um bicho raivoso e sorrindo avançou pela minha canela passando a língua até chegar nas minhas coxa que ele afastou bem.
- Mostra essa coisa dura pra mim, levanta o quadril e abre as pernas, safadinho... – Obedeci e levei uma lambida que foi do meu saco até a cabecinha do meu pau fazendo-me segurar a respiração, depois enfiou o nariz no meu saco, não entendo até hoje que tipo de tesão ele sente fazendo isso, mas sempre diz. – caralho, esse teu cheiro... – depois cansa de brincar com ele revezando minhas bolas que ficam inchadas, rindo quando diz que tá cheio de leite... desgraçado me deixa sem fôlego...
- ........ - Só posso suspirar pesadamente.
- Faz muita manha pra mim... me deixa cheio de tesão, baixinho... - Ele me pede e involuntariamente dou uma gemida dengosa que tem o tom de um pedido desesperado. A pontinha de sua língua "agride" meu frênulo até eu me contorcer com a "tortura"... Aí seus lábios sugam o "mel" transparente que brota em forma de uma gotícula e depois outras...
Minhas pernas são erguidas por suas mãos e por segundos eu quase derreto, quando a língua quente dele acerta meu cuzinho e o circula "impiedosa" e furiosamente. Com seu costume de mudar tudo de repente, Adri interrompe e me vira de bruços tão rápido que levo um susto e outro em seguida quando ganho um tapinha sonoro... Depois, recebo beijos "românticos" no meu buraquinho, lambidas na minha bunda empinada e assopradinhas na minha pele pra ver eu me arrepiando e eu me arrepio, mas o corpo todo.
– Oh bundinha dura... puta merda... - Com esse romantismo, Adriano sobe beijando minhas costas inteiras, meus ombros e meu pescoço onde ele dá uma cheiradinha, esfrega a barba e enche de "chupadinhas".
- Adriano... – ele ama quando reclamo assim...
- Quer que eu goze, falando assim... – ele me diz deitando na cama permitindo que eu deite ao comprido sobre seu corpo e me beija – me chupa, bem gostoso...
Tentando devolver o prazer, descubro que ele tem mamilos sensíveis, porque quando chupo um bico arrepiado, percebo que ele se contorce.
- Ah, Davi... – ele geme afastando as coxas grossas revestidas de pelos enroladinhos.
Vou beijando o resto do corpo dele e "pulo" seu pau, indo pras coxas, ele (tadinho) segura aquele caralho rosado em pé e diz:
- Chupa gostoso...
Demoro um pouco a acatar a ordem de seu corpo, devolvendo da mesma forma que ele, a doce tortura.
- Hummm, gostoso... – eu digo tendo certeza que ele ama quando faço dengo. Ele aperta a glande pra expelir mais daquele líquido clarinho... Isso pede uma mamada sem frescura e o macho se aproveita pra entrar cada vez mais fundo na minha boca e bater na minha úvula. Quando paro pra me recompor e recuperar o fôlego, vejo as bolas dele subindo e descendo me chamando para um carinho por ali... eu mal passo a língua no seu saco, o escuto gemer alto.
- Chega... cara não dá...
Numa nova invertida, nos encaixamos na posição papai e mamãe, quando trepam ao modo conservador... e fica cutucando com seu pau na minha entrada, enquanto mete a "capa".
– O que eu faço com essa bunda, humm? – ele fala beijando e chupando meu pescoço...
- Adri, para de me judiar...
- Pede que eu faço...
- Meu cuzinho tá ardendo, quer esse pau todo enterrado...
Sem um preparo antes, só com o lubrificante do preservativo, dói mais que o necessário e ele preocupado pede se deve parar...
- Não... mete, mete e me come gostoso.
Puta merda! O pau dele inteiro dentro do meu corpo, tão duro... a voz muito máscula que eu amo, pertinho da minha orelha, sua boca na minha me enchendo de beijos e mordidas, era quase perfeito. Se tornou perfeito quando ele olhou dentro dos meus olhos e ali aportou...
Entre as estocadas, senti meu orgasmo pronto pra simplesmente acontecer.... mal peguei no meu pau, veio forte... Assim percebi que dentro de mim ele explodiu, cravando os dentes no meu ombro.
- Meu gostosinho...
Nossos corpos começavam a se acalmar e meu coração voltava a bater no ritmo normal. Ele continuava dentro do meu corpo se movendo ainda bem de levinho como se não tivesse intenção de me soltar nunca mais.
– Davi... – ele falou comigo. – Não tá chorando né?
- Ah, Adriano, não quero sair daqui de pertinho de ti... – desandei.
Virei de frente e o abracei pelo pescoço, puxando-o bem perto e ficamos naqueles beijos que levantam a "moral"... ele riu de repente e eu já fiquei sério...
- Tá me devendo uma resposta. – ele beliscou minha bunda.
- Aiiiee...
- Tá, para de me enrolar, menino. Já é né?– ele disse rindo. - Sem ficar enrolando.
Belisquei ele também e perguntei:
- Tá falando sério? Sou o namorado oficial?
- É né... Caralho, que belisco forte. - Ele reclamou e depois de uns minutos no maior amasso, transamos outra vez, mas depois banho e dormir, afinal tenho que respeitar o descanso dele.
De manhã, nem sei que horas ele saiu da cama, tava com muito sono. Só depois senti seu perfume, quando veio bem pertinho, beijou minha bochecha e disse cochichando:
- Anjo, já to saindo e vou deixar minha chave pra ti... a Neide (diarista) chegou e avisei ela pra te deixar dormindo e ajeitar aqui depois...
- Tá...
Ele deu mais uns beijinho no rosto e saiu pro trabalho.
Aquilo era a maior das maiores loucuras, melhor sonho!
Nessas horas é incrível como a gente teme que algo pode dar errado, talvez porque quando estamos no ápice a queda é maior, dói mais. Eu queria parar de sentir esse medo, mas não conseguia. Depois que ele foi, levantei-me, me arrumei pra ir embora e quando fui, levei comigo sua chave, numa atitude infantil pra que viesse atrás de mim buscá-la.
Eu tive que criar responsabilidade cedo e já estava me sentindo mal por não estar empregado. O pai disse: "ah ah nego, tás passando fome? Pega serviço só em janeiro." Mas a realidade é que a mãe ficava me olhando torto como se eu fosse um vagabundo. Eu pensei bem durante as longas horas de viagem de ida e volta do oeste, em arrumar logo um emprego e sair da casa deles o quanto antes. Sentia que ali dentro não ia dar certo.
O que foi que eu disse? Foi só chegar em casa que senti o clima.
A mãe tava com a "tica", meu Deus! Nem olhou na minha cara quando cheguei. Pendurava a roupa apressada, tirava o lixo, corria pra fazer o almoço, quase me atropelava e não foi capaz de dizer um "oi". O pai tava quieto na sala e só disse um "opa", de cabeça baixa.
Depois no almoço eu achei que tinha que conversar de uma vez, não era pelo Adriano, nem pela ideia de me mudar da casa deles e sim pelos tantos anos daquela intolerância. Eu estava cansado.
Cabe um pequeno resumo...
Eu tinha uns onze ou doze anos quando meu pai começou a pegar no pé. Se eu estava de perna cruzada ele me dava um chutão na canela e dizia "senta direito", implicava com meu cabelo "cabelo de puto é esse rapaz", com a roupa, "tira essa calça do rego" e a medida que eu crescia ele tratava de me ofender mesmo: "anda que nem homem, Davi", "para de desmunhecar, parece que é viado". Tudo isso doeu, mas a dor mais insuportável foi no dia que um amigo dele falou "com esse teu menino, tu vai arrumar dois genros, Manéu" e eu mandei o cara a merda na frente do pai e tomei uma bofetada e alguns chutes pra sair da garagem onde eles conversaram na hora que eu cheguei da escola. Poucos meses depois, aos meus quinze anos, no meio de uma discussão, ele falou: "prefiro que a Ana vire puta, do que eu ter um filho viado", eu poderia ter calado, mas não consegui mais e gritei "acabou de salvar a Ana, porque já tens um filho viado". Nossa! Ele voou pra cima de mim e me bateu de mão fechada, me chutou até que eu caí e depois (até hoje acho que não foi por querer) mas um chute que levei pegou na testa, levei ponto e fiquei com uma falha na sobrancelha.
Mas chega de coisa triste... aquele era o momento de conversarmos abertamente, eu acho.
Sentamos pra almoçar, passava o Jornal local, o J.A. e estávamos em silêncio, algo comum entre nós.
- Pai, mãe... – o pai olhou pra mim, ela não. – vou ver se acho um emprego e vou sair de casa. O clima não é dos melhores, desde que eu voltei. Será que um dia vocês vão me aceitar assim?Porque eu nasci assim e nunca vou mudar e nem queria que vocês sentissem culpa. Da minha parte tá tudo bem e se seu for embora o pai volta a receber os tios e os amigos, né...
Mas ninguém me dizia nada.
- Eu estou namorando o doutor Adriano.
Nisso o pai saiu da mesa e a mãe me olhou com cara feia.
- Pra que fazer uma coisa dessa? Que inferno, Davi! O pai tá doente, não tá vendo?
- Me perdoem por eu ser uma bicha. Talvez eu encontrasse mais aceitação se matasse, roubasse, estuprasse desde que fosse hétero... – sai da mesa chorando, tonto e com uma sensação de estar anestesiado.
Infelizmente eu tive que passar por isso... Adriano não me ligou durante a manhã ou a tarde e a "barata tonta" aqui não sabia pra que lado correr. Eu tinha uma chave de um apartamento e um namorado agora, precisava dele e foda-se, eu ia ficar lá hoje. O problema era caminhar até lá, eu estava meio desnorteado.
Ele com certeza ia achar que foi calculado da minha parte e talvez não permitiria que eu ficasse lá, talvez o Abi também me negasse, o Cley... Eu poderia ficar na rua, mas para dentro da casa deles não dava mais.
Peguei a bolsa de viagem que a Ana me emprestou, para colocar umas, roupas, uns itens da faculdade, meu documentos e o pouco dinheiro que eu carregava. Escutei minha mãe batendo as coisas dentro de casa, o que indicava que estava irritada e de certo não acreditava na minha ameaça de sair. Eu não dava conta de secar as lágrimas que chorava, um choro que me lavava de tudo e eu estou certo que nada ia ficar igual quando essas lágrimas parassem. Toda vez que eu olhava minha cama arrumadinha como deixei no dia anterior eu parava na porta e voltava pra sentar ali mais uns minutos. De repente, até a única boneca de pano que minha irmã deixou pra trás e que virou minha companhia, parecia triste e me pedia pra ficar. Quando enfiei ela dentro da bolsa voltei a ter coragem, levantei e finalmente saí do quarto e da casa dos meus pais. Acho que até da vida deles, se assim eles o quisessem.
No celular, enviei uma mensagem ao Adriano, tendo certeza que não seria respondida.
"Estou muito triste e perdido"
Zonzo e com a visão embaçada pelo choro, enquanto caminhava pela rua, algo me surpreende, recebo sua ligação:
- Tá onde? Davi... o que aconteceu?
- Eu tô na quadra do seu prédio.
Então ele desliga na minha cara sem me responder nada...
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Aiaiai... Nem toda família é 100% tolerante com a orientação sexual de seus filhos.
E esses filhos, deixando de ter o apoio mais importante que é o da família, podem ou não desenvolverem alguma carência ou transtorno. Davi é dependente de carinho e estabilidade e por isso se joga cegamente em quem lhe proporciona isso, é ansioso, emotivo e se acha fraco, quando ele mostra tudo que passou.
Adriano, tem aquele jeito estranho, mas acreditem, ele é muito humano... e também já sofreu rejeição dentro da família no passado.
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