capítulo 22
Pierre Ferrari
A casa de Modric havia sido preparada para a sua chegada. Modric quebrou três costelas e o braço esquerdo na briga com os jovens no mercado, além de apresentar alguns hematomas espalhados pelo corpo e uma forte pancada na cabeça.
Naquela manhã, o amigo foi trazido para sua casa para finalizar sua recuperação das costelas e do braço quebrado, entre outros ferimentos. Mas já passou da hora de conversar com ele.
Entro na sala e vejo alguém deitado no sofá.
— Modric? — Pergunto, sem perceber que era Elsa, a mulher do amigo. — Onde ele está?
— Ele está no nosso quarto, pode ir lá — ela diz claramente cansada, entregando o sofá.
— Na verdade, quero falar com você — digo, trazendo uma cadeira da mesa ao lado e a colocando próxima da amiga, que apenas assente.
Ela estava claramente cansada, com olheiras e olhos vermelhos, denunciando que ela havia chorado mais do que dormido. Elsa tratava Nancy como uma filha e era a única mãe que Nancy conheceu após a morte precoce da mãe ao dar à luz.
— Sabia que foi graças a mim que o Modric te conquistou? — digo, tirando um fraco sorriso da amiga, que se levanta.
— Ele me disse, mas nunca falou como? — ela diz, parecendo aliviada por ter algum assunto feliz para poder conversar.
— Enquanto estive hospedado na casa de vocês em Budapeste, pude perceber a conexão especial entre você e Modric enquanto você trabalhava de babá da Nancy. Questionei-o sobre por que ele não te convidava para sair, e ele explicou que sentia receio por você ser tão linda e determinada, alguém que corre atrás de seus sonhos para construir uma vida melhor. Ele sabia que você não ficaria lá para sempre e, quando você mencionou a seletiva e pediu minha ajuda para apoiá-la, ele ficou preocupado com sua segurança. Foi nesse momento que aconselhei-o a convidá-la para sair sem hesitar, pois você era a pessoa que faria parte de sua família, e ele seguiu meu conselho. Você se tornou a mulher da vida dele, e isso foi graças à sua força e determinação.
— Por que está me contando isso? — ela diz, pensativa.
— E estou dizendo isso porque irei descobrir quem é o verdadeiro responsável pela morte de Nancy.
— Do que está falando? — Ela diz, confusa.
— Investiguei e descobri que tem alguém por trás do assalto
— Mas o Modric nunca fez nada contra ninguém.
— Existem coisas maiores por trás disso tudo. Por isso é importantíssimo que vocês saiam daqui, porque eu vou destruí-los.
— Isso é suicídio.
— Nada que eu já não tenha feito antes.
— Eu vou com você. — A voz de Roger entra na sala. O jovem adentrava o ambiente, não possuindo mais muitas marcas da surra que levou de Mike e dos seus amigos.
— Nem pensar. — Diz Elsa, perplexa. — Eu não quero mais ninguém dessa família morta.
— Ela tem razão, Roger.
— Eu também não quero que você vá. — Ela diz, se virando para mim.
— É necessário, por Nancy.
— Ele tem razão. Não posso deixar que os desgraçados que destruíram nossas vidas fiquem impunes. Nancy será vingada.
— Vocês não farão isso apenas por Nancy. Farão por vocês. Tenham decência de assumirem isso. — Elsa diz, prepotente.
— Eles acabaram com o meu pai e mataram a minha irmã. Não me venha com esse tom de superioridade para tentar me convencer que estou errado.
— Você não vai a lugar nenhum, Roger.—Digo firme.
— Pierre, por favor, eu posso te ajudar.
— Você vai me ajudar, cuidará do seu pai e de sua madrasta até os dois se restabelecerem.
— Eu não serei babá de ninguém. Eu vou matar o Baggio com ou sem a sua ajuda.
— Faça isso, e todos que um dia você se importou serão mortos na sua frente, e você será torturado até a morte. — Digo com uma frieza que não esperava. — Existe um sistema. Se você matar o Baggio, até seus inimigos irão querer vingá-los, e outra pessoa entrará no lugar dele. Por isso é fundamental que vocês estejam longe daqui para que eu possa fazer qualquer coisa.
— Vamos fazer isso juntos. — Implora Roger.
— Eu tenho algo para você. Se quiser, pode exercer a lei do sangue. Estava guardando para quando o Modric melhorasse, mas acredito que você mereça isso tanto quanto ele.
— Mas você já matou o Bryan, não?
— Sim, mas você pode matar os cúmplices. Eles estão presos.
— Todos?
— Escolha um. Se você for esperto, consegue matar outro, e eu limpo a sua barra.
— Mas os outros ficarão impunes.
— Claro que não, irmão. Já matei metade deles. — Digo, lembrando das manipulações que fiz para burlar o acordo com os Baggios, que obviamente não estavam se importando muito com reféns. E isso me intrigava, o que eles realmente queriam.
— Eu aceito.
— Roger, você não é um assassino. — Diz Elsa.
— Mas eles são. — Cuspo as palavras com ódio. —Isso é suficiente, mas eu quero uma condição, Roger?
— Qual?
— Você vai convencer o seu pai a sair da cidade.
— Está bem.
— Na sexta, na praça da catedral, você executará um deles. — Digo, aliviado. Finalmente, darei um rumo para os reféns. Na próxima sexta, Thiago, Diego, Adam ou Lara, um deles será morto, e os que sobrarem, darei um jeito de matá-los.
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