XXIV. Uma tempestade

Manu dorme calmamente e espaçosamente do meu lado. A cubro com o meu edredom para que ela não sinta frio.

Me levanto tentando não mexer muito a cama. O quarto está quente, então resolvo desligar o aquecedor e logo o clima começa a ficar mais agradável. O céu ainda tinha algumas nuvens, resquícios da noite anterior.

O sol ameaçava sair detrás das nuvens e pela janela vi quando Maria já se aproximava da casa. Ela tinha que descansar mais, com certeza. Eu já estava completamente desperta e não tive coragem de acordar minha filha.

Minhas pernas estão bem quentes, então resolvo tirar a calça grossa do moletom de algodão que vestia e colocar uma calça de malha de academia e só por precaução resolvi por um sutiã. Depois de pegar um casaco fino eu abro a porta do meu quarto.

A casa está bem silenciosa, mas sei que Maria já deve ter chegado. Então desço e confirmo o que já sei. Maria já está na cozinha e o cheiro que já começa a sair de lá é divino.

- Bom dia Maria - ela se assusta comigo.

- Oh, bom dia dona Alice. Desculpe, é que não esperava a senhora por aqui tão cedo assim.

- Também tenho uma filha Maria, acordo super cedo, mesmo que seja para não fazer nada. Mania irritante e que sonho que um dia eu perderei.

- Também sonho com isso - ela ri. - Quer alguma coisa?

- Sem pressa Maria, eu aceito um gole de café quando tiver pronto.

- Certo.

- Maria, você tem que me ensinar como é que você faz aquele chocolate quente, meu Deus, se o Ricardo não tivesse aparecido ontem, tinha tomado aquela garrafa toda sozinha...

- A receita é simples, acho que o que faz diferença é o leite que eu isso aqui, acho que pode ser por isso.

- Deve ter alguma coisa especial.

- Acredito que não, mas fico feliz em compartilhar a receita. A senhorita quer fazer para o seu Ricardo é?

- Ah não, Maria, nós não estamos juntos... Eu e o Ricardo não somos um casal...

- Mil perdões Alice, é que eu pensei que por ele ser o pai da Manu e vocês vieram aqui sozinhos, eu pensei que... Ai que vergonha!

- Não Maria, está tudo bem. Não foi nada demais, erro compreensível.

- Mas eu coloquei as coisas de vocês no mesmo quarto!

- Foi?

- Ele não dormiu com você?

- Não Maria, eu não dormi com ele e nem vi as coisas dele no quarto que eu dormi. Ele deve ter tirado Maria.

- Não acredito que fiz isso sem ao menos perguntar.

- Tá tudo bem Maria. Todo mundo dormiu bem, tá tudo bem.

- Seu Ricardo vai ficar chateado comigo...

- Claro que não Maria, deixa de bobeira, Ricardo não é assim...

- Assim como? - Ricardo fala entrando na cozinha, secando seus cabelos com uma toalha. Ele tem um sorriso nos lábios e é assim que eu tenho a certeza que ele não está chateado com a Maria. Nem eu estou chateada com ela.

Ricardo está muito bem sem camisa e com o cabelo pingando. Seus pés descalços e um ar de homem do campo. Seu calção preto colado as pernas me fizeram querer corar e antes que eu o fizesse virei o rosto para longe da cena.

- Assim para acordar cedo - emendo logo isso para que não fique muito óbvio.

- Ah, é que eu esqueci de ligar o aquecedor e acordei hoje batendo os dentes, então resolvi dar uma volta no lago.

- No lago que eu aposto de deve estar mais do que congelante.

- E estava mesmo, pensei que tivesse entrado dentro de um cubo de gelo, mas quando fui nadando fui me adaptando...

- Mas não se deixe enganar seu Ricardo, é melhor o senhor trocar essa roupa molhada e tomar um banho quente. Senão vai ficar doente - Maria fala preocupada.

Engraçado ela parecer a mesma idade que o Ricardo, mas agir como a mãe dele, e o mais legal é ver ele ainda obedecer. Ele passa por nós e vai tomar banho.

- Tá vendo? - falo assim que tenho certeza que ele não pode mais nos escutar. - Ele nem falou nada, nem se importou. Você pensou demais...

- De menos a senhora quer dizer...

- Besteira Maria, deixa de pensar besteiras. Já passou, tá tudo bem...

Sorrio e tento passar confiança para ela. Coitada estava toda nervosa por conta disso. Ela só pareceu se acalmar um pouco mais quando o marido dela chegou. Mas nem sei porque ela se acalmou, ele estava com um semblante tão aflito que me deixou nervosa.

- O senhor Ricardo já acordou? - ele perguntou.

- Já sim Beto, ele foi tomar banho, mas acho que já deve estar de volta para tomar o seu café da manhã.

- Ótimo, preciso falar com ele - ele fala com um sorriso amarelo e sai da cozinha, m deixando com curiosidade, mas logo a tiro da cabeça, qualquer que seja o assunto, deve ser alguma coisa relacionada com o sítio.

Já como Maria não me deixou ajudá-la com o café da manhã, então eu só ajudei a por a mesa. E sem ter muito mais o que fazer, volto pro meu quarto para acordar a minha filha. Mas para a minha surpresa quando eu abro a porta ela já está acordada.

Ela está enrolada com o edredom e está sentada no chão, olhando pela janela. Quando me vê, ela vira e sorri.

- Bom dia mamãe.

- Bom dia minha filha.

- A senhora já viu os patos nadando hoje de manhã no lago? É tão legal...

- Você não quer ver mais de perto? Quem sabe se você tomar um banho e tomar café da manhã, eu não consiga arrumar um pedaço de pão e poderemos ir ao lago alimentá-los. O que você acha?

- Adorei! - ela fica rapidamente de pé e me pede sua roupa. Ela vai ao banheiro se trocar e fazer a sua higiene matinal.

Fomos tomar o café da manhã e depois fui com a Manu, Ricardo e Maria para alimentar os patos. Manu se divertiu muito e Ricardo me puxa pelo braço e fala um pouco mais baixo.

- Posso falar um momento com você?

- Claro Ricardo - ele estava bem sério e alguma coisa me dizia que eu não ia curtir muito essa conversa.

Quando nos afastamos o suficiente dos dois que alimentavam empolgados os patos ele me fala um só fôlego.

- Não poderemos ir embora hoje.

- Como?

- A chuva de ontem derrubou algumas árvores no caminho. Humberto me disse que todas as estradas estão fechadas por conta dos destroços. Ainda estamos dependendo da limpeza das estradas, mas isso deve acontecer até quarta-feira.

- Quarta feira? Isso é sério Ricardo?

- Infelizmente sim Alice.

- Poxa, isso é uma sacanagem...

- Desculpa Alice, mas não há muito o que podemos fazer agora.

- Eu sei. Sei que não culpa sua. Estou chateada por que a Manu vai perder aula amanhã, terça e quarta, eu vou ter que remarcar um monte de consulta.

- Desculpe Alice, mas se isso te faz sentir um pouco melhor eu vou perder uma reunião importantíssima amanhã. Pode custar até um contrato novo.

- Sinto muito Ricardo, e não tem como remarcar isso?

- Infelizmente não dá. Esse grupo de investidores são à moda antiga e querem falar somente comigo. E eles não vão ficar muito tempo na cidade.

- Parece que vamos passar um tempinho a mais aqui...

- Se vocês precisarem de alguma coisa, a estrada até a cidade ainda está boa, podemos ir lá se você quiser.

- Ah, está tudo bem Ricardo, não acredito que precise de nada...

- Que alívio, pensava que você ia ficar chateada comigo...

- Chateada por conta da tempestade Ricardo? E o que tem haver com você? Nada haver Ricardo...

- Se quiser que a Maria lave alguma roupa sua, por conta do tempo...

- Não precisa, sou mãe, coloquei alguns pares de roupas a mais, para qualquer eventualidade. E adivinhe só, a eventualidade aconteceu!

- Eu também tenho algumas roupas minhas por aqui. Mas se precisar de qualquer coisa, é só me falar que eu tento dar um jeito de conseguir.

- Não precisa se preocupar Ricardo. Vamos ficar bem... Só tenho que ligar pra casa e tomar algumas providências do trabalho.

- Claro, aqui sempre teve um sinal bom, você não deve ter dificuldades de contatar ninguém.

- Certo. Você pode ficar de olho na Manu? Enquanto eu resolvo isso?

- Sem problemas Alice - ele sorri e vai brincar ao lado da minha filha.

Volto para o quarto e pego o meu telefone. Dou um suspiro frustrada. Sei que as consultas vão ficar mais apertadas do que nunca. Vou precisar de ajuda, e de muita dela. Sento na cama e faço todas as ligações para meus pacientes, explicando a situação. Ligo também para o Fabrício, e peço para pegar o dever de casa da Manu depois com ele. Deixo para ligar para o Samuel por último.

- Bom dia meu amor - ele fala animado.

- Bom dia lindo. Acordou bem hoje?

- Sim. Os exames da minha avó normalizaram e ela já está liberada para ir para casa, e outra, estou falando com a minha linda agora...

- Como você é um amor...

- Como vão as coisas por aí linda?

- Está tudo quase bem... A Manu está se divertindo muito e quase não parou quieta desde que chegamos, fez até amizade com uma menininha que mora aqui...

- Que maravilha meu amor... Mas peraí, quase tudo bem? O que aconteceu?

- Uma chuva aqui nos arredores amor, os ventos foram tão fortes que derrubaram algumas árvores pela estrada, impossibilitando a nossa volta hoje...

- Oh! - ele fica calado por alguns segundos, mas logo volta a falar. - Isso é um saco amor... Mas coisas assim acontecem... Fazer o que não é?

- Exato... Mas assim que as estradas forem liberadas, voltaremos para casa. Não quero que a Manu perca aula assim...

- Não é bom mesmo... - um zumbido baixo me chama atenção e eu vejo que a bateria do meu celular está baixa.

- Meu lindo, o celular está com a bateria baixa... Posso ligar para você mais tarde?

- Claro linda, sempre que quiser, mas se eu não atender, é porque estou na estrada tá certo? Mas te aviso antes de botar o pé na estrada.

- Certo Sam. Mais tarde nos falamos então.

- Te amo linda.

- Te amo.

Desligamos e ponho o celular para carregar. Depois disso volto para a lagoa, onde eles ainda alimentavam os patos. Passamos uma boa are daquela manhã fria ali e eu me diverti mais do que eu imaginava. Depois a Maria foi preparar o almoço, Ricardo foi da alguns telefonemas e eu fiquei encarregada de olhar as crianças enquanto elas brincavam com as suas bonecas.

Não vi o Ricardo pelo resto do dia, nem no almoço ele apareceu, mas mandou avisar que poderíamos comer sem ele sem problemas. Eu e Manu então aproveitamos para depois do almoço ir explorar um pouco o sítio e olhar as árvores e flores que tinham ali por perto. Depois de andar até as minhas pernas estarem doídas, voltamos para a casa principal e consegui fazer com que a Manu tirasse um cochilo.

Fui para o mesmo banco de ontem do alpendre e fiquei por lá, somente aproveitando a brisa e vendo o por de sol. Ricardo aparece pouco antes do sol começar a sumir.

- Desculpe a minha ausência hoje o dia inteiro, é que esses problemas, não pude deixar para lá...

- Tudo bem Ricardo, sem problemas, você ainda vai ter um dia inteiro com a Manu, então não vejo nada demais... Sei que o seu trabalho pode ser às vezes um verdadeiro sugador de almas.

- Exatamente isso...

- A Manu está tirando um cochilo agora. Mais tarde vocês podem fazer alguma coisa juntos...

- Espero. E falando nisso, a Maria estava falando que hoje vai ter uma pequena quermesse no centro da cidade, coisa pequena mesmo, mas eu estava pensando, será que vocês não gostariam de ir?

- Quermesse? Acho que nunca fui para uma...

- Eu já vim para uma numa cidade vizinha aqui e é bem interessante... Tem uma banda local, umas barraquinhas de comida, umas com artesanato...

- Hum, parece ser interessante, quando a Manu acordar, pode perguntar se ela quer ir, se ela concordar, nós vamos...

- Maravilha - ele sorri e se vira para a casa. - Acho que eu vou comer alguma coisa agora, não almocei e estou cheio de fome...

- Claro Ricardo.

Quando a Manu acordou, ela ficou fissurada com a ideia de ir para essa quermesse, e como a Maria e a filha dela também iriam conosco aí é que ela ficou animada mesmo.

A noite caiu e fui ajudar a minha filha a se vestir para sair, como a noite estava fria, eu a agasalhei bem e a fiz colocar uma camisa de algodão bem grossa. Depois disso fui me trocar para colocar alguma coisa mais quente também. Coloco uma saia longa escura e uma camiseta bem colorida e colada, deixo meus cabelos soltos e ponho uma rasteira simples.

Fomos todos juntos no carro do Ricardo e as crianças logo se empolgaram com os poucos brinquedos que se espalhavam perto da praça da igreja. Já que elas já tinham tantos olhos sobre elas, resolvi dar uma olhadinha nas mesas recheadas de artesanato.

Acabei comprando uns brincos artesanais que achei lindo. A praça estava lotada e várias pessoas riam felizes por estar ali. Várias crianças e um clima bem legal se montou ali. Via de longe a Manu andando de mãos dadas com o Ricardo e resolvi dar um tempinho para os dois.

- Volta aqui Camila - um grito bem perto de mim e eu sinto alguém correndo perto de minhas pernas. Ela corria tão rápido que tropeçou na minha saia e se eu não seguro aquela pequena, ela iria cair de cara no chão.

- Opa pequena, cuidado por onde anda - tento falar o mais amável possível enquanto a ponho de pé.

- Desculpa moça, não vi a senhora aí...

- Obrigado por para-la senhorita - um menino, que deveria ter uns 15 anos no máximo, nos alcançou e pegou na mão da pequena. - Já te disse que não é pra fugir de mim assim Camila!

- Desculpa maninho, mas é que eu vi o carrinho da nuvenzinha doce e eu quero!

- Mas você tinha que me pedir antes... E se eu te perdesse aqui? Te deixava aqui e pedia pro nossos pais uma irmã nova, quem sabe a outra seja menos fujona.

- Você me ama Pietro! Nem adianta negar!

- Não sei dessas coisas - ele sorri e passa a mão sobre o cabelo. - Obrigado mais uma vez senhorita. Desculpe se a minha irmã lhe machucou...

- Não foi nada.

- Aí estão vocês... - um homem muito bonito fala de longe e se aproxima dos dois. - É só eu virar o rosto dois minutos e vocês já correm como se não houvesse um amanhã é?

- Desculpa pai - a pequena fala e olha para ele com os olhos arrependidos.

- Nem adianta fazer essa carinha Camila, a senhorita não pode sair correndo assim e esbarrando nas pessoas, isso é feio mocinha! - ele fala, suas palavras são duras, mas ele tem um enorme sorriso no rosto.

- Não foi nada demais... Tenho certeza que ela não fez de propósito - falo e passo a mão pela minha saia.

- Com certeza não, mas ela está elétrica demais esses dias, acho que é o ar puro demais a deixa assim - ele toma a pequena, que agora sei que se chamava Camila, em seus braços e deu um beijo em sua bochecha.

- Papai, eu quero uma nuvem doce... Posso comprar uma pra mim?

- O nome disso é algodão-doce meu amor, e claro que sim... - ele devolve a menina pro chão.

- Eu vou com ela pai - o menino fala.

- Você vai pra onde filho? - uma moça muito bonita se aproxima deles e pelas semelhanças com a menininha, acho que é mãe da pequena.

- Comprar algodão doce com a Milinha.

Não sei porque eu estava olhando para aquela cena, acho que era pelo fato deles formarem uma família tão diferente, mas tão bonita, mas como eu não tinha mais nada haver com a cena, eu comecei a me afastar.

- Ei espere um pouco - a voz da mulher grita atrás de mim. - Nem te agradeci por ter parado a minha pequena, ela é cheia de vontades muitas vezes... - ela dá um suspiro fraco, mas logo um sorriso. Sei bem como os filhos são um trabalho prazeroso de se ter. - Olá, eu me chamo Sarah - a mulher bonita me estende a mão e me cumprimenta com um sorriso.

- Me chamo Alice.

- Prazer em te conhecer Alice, esse daqui é o meu marido, Bruno - o homem lindo também se apresenta e estende a mão para mim.

- Prazer em conhecê-los.

- Meu amor, vou dar uma olhadinha no Pietro e na Camila tá certo? - Bruno fala e dá um beijo no topo da cabeça da Sarah.

- Certo - ele dá um sorriso terno para ele e depois volta a olhar para mim. - Você mora aqui?

- Ah não, somos apenas visitantes, e já deveríamos ter ido embora, mas essa tempestade de ontem atrapalhou os planos...

- Você também não é? Essa tempestade pegou todo mundo de surpresa, mas como a gente tem uma casa subindo um pouco mais a serra, então não é muito problema ficarmos aqui...

- O problema é a perca das aulas...

- Com certeza, os dois vão perder as aulas... Você também tem filhos?

- Sim, tenho uma filha... - não vi muitos problemas em compartilhar isso com elas, afinal, já conhecia a família dela inteira... - Ela está logo ali - aponto para onde está o Ricardo.

- Ela é muito parecida com você, muito bonita, e aquele é o pai?

- Sim...

- Vocês dois formam um casal bonito.

- Ah, mas não somos um casal...

- Ah não são? Oh meu Deus, desculpe! Pensei que fosse, é que você está tão tranquila com ele brincando com ela ali, que eu pensei...

- Não há porque se desculpar, você não fez nada demais... Está tudo bem. Muitas pessoas pensam isso também... Acontece...

Um chorinho baixinho chamou a nossa atenção e quando olhamos para a origem do choro vi que era a filha da Sarah, nos braços do Bruno e chorava por conta do algodão que tinha caído ao chão.

- Ih, acho melhor eu ir ao resgate da minha filha... Prazer em te conhecer Alice.

- O prazer foi meu Sarah...

- Tchau!

Nos despedimos e ela foi ajudar a filha. E eu fui na direção da minha. Ela estava ao lado do Ricardo enquanto ele tentava derrubar alguns alvos com uma espingarda de pressão. Vi quando ele derrubou tudo sem problemas e ganhou um grande urso de pelúcia para a Manu, que ficou apaixonada.

Mais um ursinho, acho que daqui a uns dias eu vou ter que transformar o meu escritório em um quarto de ursinhos para a Manu.

- Mamãe! Olha aqui o que o papai ganhou! - ela me mostra o urso e ela tem dificuldades em carregá-lo, mas logo o Ricardo se encarrega disso e com uma mão ele segura o urso e na outra ele segura a mão da minha filha. - Roda gigante! - minha filha fala e aponta para a roda de metal grande e com luzes piscando.

- Você quer ir filha? - Ricardo pergunta.

- Quero! - ela fala toda animada.

- Pois podem ir os dois. Fico fora dessa - aproveito para dar mais um tempinho à sós dos dois e me sento num pequeno restaurante enquanto eles vão andar na roda gigante, eu fico aqui muito bem sentada tomando uma taça de vinho tinto.

O vinho é muito bom e o clima o fez ficar muito melhor. Senti falta do Sam, se ele estivesse aqui comigo, minha noite iria melhorar consideravelmente.

- Oi Alice! - me cumprimentam e eu vejo que é a Sarah.

- Ah, olá Sarah...

- Também se rendeu a um vinho?

- É, não tenho mais ânimo para ir nessa roda-gigante...

- Somos duas então... Posso sentar aqui?

- Claro, fica à vontade... - ela se senta na cadeira ao lado da minha e começamos a conversar sobre vários assuntos aleatórios e divertidos. Ela era uma boa companhia.

- Ah Alice, não pense que eu sou bisbilhoteira, nem nada disso, mas é que já nos cruzamos algumas vezes por aqui e eu vi como o pai da sua filha olha para você... Tem certeza que vocês não tem nada?

- Tenho sim... Já tivemos, mas faz muito tempo...

- O jeito que ele olha para você, dá para ver de longe que ele ainda gosta muito de você... Acho que vocês só não estão juntos porque você não quer...

- E é exatamente por isso - falo com um sorriso amarelo.

- Eu e minha língua grande mais uma vez, desculpe Alice, não quis te deixar desconfortável com a situação...

- Ah, mas você não me deixou desconfortável.

- Você só está sendo educada, eu sei que sim... Mas é que eu vi o jeito como ele te olhava, e pensei que talvez você pudesse não saber.

- Acho que é só impressão sua, não sei, eu já estou com outra pessoa e sei que ele não vai fazer nada para nos separar.

- Entendo...

- Sarah! - o marido dela grita. - Camila já está dormindo e o Pietro nas últimas energias dele, que tal encerrarmos a noite amor?

- Eles já dormiram? - ele concorda com a cabeça. - É, acho que então é bom irmos logo... Mais uma vez, foi ótimo conversar com você Alice...

- Eu também me diverti - sorri e me despedi dos dois.

Tomei mais uma taça, mas parei por aí, já estava querendo me soltar, e isso nunca é bom. A saudade do Samuel estava apertando e não quero nem dar chance da minha carne ser fraca.

- Olha quem adormeceu na roda gigante... - Ricardo aparece com a minha filha adormecida nos braços. - Você já quer ir?

- Sim - falo rindo. - A mais interessada de vir aqui hoje dormiu...

- Então vamos...



Boa tarde pessoal. Estou bem atrasada para colocar o capítulo, eu sei... Inspiração só veio bater hoje, aí complicou foi tudo, kkkkkkkkkk Mas espero que tenham gostado, que eu escrevi com muito amor esse capítulo, e vocês viram a participação especial de alguns personagens?

Bem, esses personagens lindos ( e que já me encheram de saudades) são do livro de uma amiga diva que também escreve aqui, né Jhes? O nome do livro é Um Ato de Amor, e está completinho aqui no wattpad, quem quiser dar uma olhadinha no livro dela enquanto eu não escrevo um capítulo novo, acho que vocês vão gostar muito dele.

O próximo capítulo é o final desse passeio e coisas acontecerão :XXX

Esse capítulo é dedicado à uma leitora super especial, @stephanieccsoares, Ste, obrigada por acompanhar o livro e sempre deixar seu voto, é muito especial para mim ^^ Espero que tenha gostado do seu capítulo. :D

E se você, que não é a Ste e mesmo assim curtiu o capítulo, deixa seu voto e comentário aqui ^^ Vou amar saber o que você está achando da história e o que vocês acham que ainda vai acontecer... Meu Wattpad não está me mostrando os comentários, então se eu demorar a responder é por conta disso tá pessoal? Beijos e até breve ;**

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top