XXII. Uma hora eu tinha que a deixar ir
- Mamãe, eu tenho uma coisa pra te pedir... - Manu entra na cozinha enquanto eu terminava de lavar a louça do jantar.
- Pode pedir meu amor.
- Papai Rico me chamou pra passar um final de semana com ele no sitio dele. Ele disse que tinha pedido para a senhora e a senhora disse que ia pensar...
Golpe baixo Ricardo! Ele realmente tinha me pedido já para que a Manu passasse um final de semana com ele, mas eu não sei se daria certo... Uma coisa é a Manu passar o final de semana na casa dos meus pais, outra é ir com o meu ex sumido.
Morria de medo dele resolver levar a minha filha para longe de mim. Ele sumiu uma vez e pode fazer de novo, e dessa vez pode ser bem pior, já que ele poderia levar a pessoa mais importante na minha vida.
Olhei para minha filha e estava com as palavras presas na minha garganta. Não sabia o que responder para a minha filha, ela me olhava com seus grandes olhos azuis e me implorava baixinho.
- A senhora vai deixar não vai mamãe? O papai Rico disse que lá tem alguns animais e que eu poderia brincar com eles. Vai ser tão legal mamãe!
- Hum, não sei filha... Deixa eu ligar pro seu pai e conversar com ele... - falo e Manu abaixa o rosto, droga! Meu bebê ia ficar muito triste se eu não deixasse, mas eu tenho que falar mais uma vez com o Ricardo.
- Mas a senhora promete pensar com carinho.
- Claro que sim princesa... - enxugo minhas mãos e me abaixo para poder olhá-la nos olhos. - E porque você não vai assistir um pouco de televisão enquanto eu falo com o seu pai?
- Tá certo - ela me dá um sorrisinho triste e vai para a sala e escuto o barulho da televisão ligando. Pego o meu celular e ligo pro Ricardo. Ele não demora muito para atender.
- Oi Alice - ele fala feliz.
- Poxa Ricardo, custava não falar com a Manu? - falo chateada com ele.
- Como?
- Você contou pra ela do sítio, poxa Ricardo, custava esperar a minha resposta? - solto um suspiro frustrada.
- Alice, desculpa, mas ela acabou escutando sobre o sítio, não foi minha culpa, mas o que eu ia fazer? Mentir pra ela?
- Não é isso Ricardo, mas agora ela veio me pedir pra ir com você...
- E isso é tão ruim assim?
- Não é assim Ricardo, mas eu não sou acostumada a ficar muito tempo longe dela...
- Talvez esteja na hora de começar a fazer isso. Mas a Manu me disse que ela viaja as vezes com os seus pais... Então pensei que não seria um problema muito grande...
- Não é a mesma coisa Ricardo...
- E porque não?
- Você sabe muito bem porque Ricardo... Poxa, é totalmente diferente uma viagem com os avós e outra com o pai. E ainda mais dada a nossa situação.
- Alice, eu pensava que a nossa situação tinha ficado para trás.
- Ricardo, nossa situação vai demorar ainda muito mais para um dia ficar para trás, nem sei se isso um dia será possível... Uma coisa é eu aceitar ela te ver e você passarem um tempo juntos. Mas isso...
- Mas você deveria tentar...
- Ricardo e você acha que eu não estou tentando? É que é bem diferente... Não consigo tirar da minha cabeça que alguma coisa poderia acontecer com ela... E eu não estaria ao lado dela, e eu sempre estou ao lado dela.
- Se você está com medo que ela goste tanto da fazenda que não queira volta, pode ficar tranquila - ele fala rindo.
- Não é isso Ricardo, e você pode guardar as suas brincadeiras, não estou com muito humor pra isso...
- Desculpa Alice, só queria te distrair um pouco... Mas não se preocupe Alice, eu te dou o endereço de lá, todos os telefones da casa, você tem o meu, e se quiser te dou o telefone de todo mundo que trabalha lá... E se isso não for o suficiente para você, você ainda pode ir conosco...
- Você está falando sério? - me espantei com a proposta dele. Poxa ele realmente queria ir com a minha filha, a ponto de me levar com ele... Mas eu não posso ir com os dois.
- Claro que sim Alice, se você está preocupado com a Manu, eu posso te oferecer um quarto para ficar lá conosco...
- Não é necessário Ricardo.
- Se o problema for o seu namorado, ele também pode ir, desde que ele não me atrapalhe com a Manu, tenho tão poucos momentos com ela, não queria ter dividir ela lá também...
- Você levaria o Samuel também? E minha filha não é um objeto para que possa ser dividida Ricardo.
- Eu sei Alice, desculpe, foi a maneira errada de me expressar. Mas pra você deixar Alice eu levo quem ou o que você quiser, faço até uma festa se te agradar...
- Você realmente quer isso não quer?
- Eu estou falando sério quando digo que vou cuidar bem dela Alice, só queria que você...
- Tá certo - o interrompo.
- Tá certo? Quer dizer que você vai deixar a Manu ir comigo?
- Vou. Mas cuide muito bem da minha filha Ricardo.
- Você não vai se arrepender disso Alice.
- Eu meio que já estou me arrependendo, mas você não viu a carinha dela quando me pediu pra ir com você, então eu não posso fazer muita coisa.
- Reservo o seu quarto?
- Posso te dar a resposta depois? Tenho que ver se vou ter tempo...
- Certo, quando você se decidir eu organizo tudo no sítio... Acho que você vai gostar de lá Alice, e eu tenho certeza que a Manu também vai gostar...
- Mas eu nem confirmei se vou...
- De qualquer jeito...
- Mas agora me tira só uma dúvida Ricardo... Eu nunca pensei que você fosse um cara de ter um sítio, que história foi essa?
- Eu mudei um pouco no tempo que passei fora Alice, passei a gostar muito de natureza nesse meio tempo, e uma das primeiras coisas que eu fiz quando cheguei aqui foi comprar um sítio pra mim. No meu tempo livre gosto de passar um tempo na natureza.
- Quem te viu, quem te vê Ricardo...
- É, até eu tenho dificuldades em ver essas mudanças, mas elas estão aqui. Mas obrigado por me dar essa chance Alice.
- Não desperdiça Ricardo, agora deixa eu indo aqui que eu tenho algumas coisas pra fazer...
- Certo, não quero atrapalhar. Beijo Alice. Até breve.
- Até.
Desligo a ligação e dou um suspiro frustrada. Mas afinal o que tão de errado poderia acontecer nessa viagem? Nada demais, eu que estou com o pé atrás. Manu estava tão animada, e eu vou tentar ir com os dois. E até o Samuel poderia ir também, então não teria motivos para ele ficar com ciúmes nem nada.
Minha filha estava assistindo televisão na sala e eu me sento ao lado dela e assim que faço isso, ela apoia a cabeça no meu colo e eu me ponho a acariciar o cabelo dela. Ela fica passando os dedos de leve na minha perna.
- Então mamãe? - ela pergunta sem olhar para mim.
- Falei com o seu pai minha pequena, e eu resolvi que não era nada demais você ir para essa viagem com ele... - ela se senta rápido, e antes que ela possa falar alguma coisa, eu continuo. - Mas você tem que me prometer se comportar durante toda a viagem. E não estou fazendo nenhuma promessa, mas talvez eu também vá com vocês... - resolvi não falar nada sobre uma possível ida do Samuel porque nem tinha falado com ele para saber a sua posição...
- Eu prometo mãe, vou ser boazinha! - ela passa os braços pelo meu pescoço e me dá um abraço. - Obrigada mãe. E vamos comigo também, acho que a senhora vai gostar do sítio. O papai me mostrou algumas fotos, e lá é lindo.
- Eu imagino que seja também... Mas eu tenho que ver se eu posso faltar o trabalho, certo? Vou fazer o possível para ir minha flor.
- A senhora é a melhor mãe do mundo sabia?
- Você já me falou isso, mas eu não me canso de escutar - dou um beijo em sua testa. - Então, o que estamos assistindo?
- Enrolados! - ela volta a por a cabeça no meu cabelo e eu fico assistindo o filme com ela.
Logo Manu não consegue assistir o filme calmamente e ela já está de pé na frente do sofá animada demais com a trama do filme para ficar sentada. Não sei se pelo filme ou pela sua viagem. Acho que é um pouco dos dois. Olho para o horário e chamo a atenção dela.
- Manu, eu sei que você gosta do filme, mas já está passando da sua hora de dormir. Amanhã você tem que acordar cedo, porque seus avós vão chegar aqui cedo para irem para a praia.
- Mas mãe, deixa só acabar o filme, tá no finalzinho já... - ela pede.
- Certo, mas assim que acabar o filme, a senhorita vai direto para o banheiro escovar os dentes e depois cama!
- Certo! - ela se volta para a televisão e termina de assistir o filme.
Depois faz exatamente o que eu pedi. Depois de dar um beijo na minha filha de boa noite, eu ligo o abajur e vou para o meu quarto, onde me troco e ponho meu pijama confortável. Procuro o meu celular para falar com o Samuel. Ligo para ele e ele atende com uma voz sonolenta.
- Oi meu amor, te acordei?
- Não minha linda, estava só cochilando um pouco, estava com dor de cabeça, mas nada demais...
- Você está melhor, quer que eu te ligue amanhã? Não quero atrapalhar você.
- Deixa de besteira Alice, você não atrapalha, e eu estou melhor. Senti sua falta hoje linda. Ainda bem que vamos nos ver amanhã.
- Obrigada por vir e me fazer companhia.
- Vou adorar passar o dia e a noite com você Alice. E você sabe que eu amo sua companhia, então realmente não é nada demais.
- Não gosto de ficar sozinha. Ainda bem que agora eu posso convencê-lo a ficar comigo.
- Como se isso fosse um trabalho difícil minha linda...
- Mesmo assim...
- Eu me convidaria para ficar aí com você se você não tivesse me perguntado. Como foi o seu dia meu amor?
- Cheio de pacientes. Nossa pensei que hoje não teria fim... Foi uma sexta feira como eu não tinha há muito tempo...
- Eu pensei em ir um monte de vezes no seu escritório só pra te dar um beijo, mas não quis atrapalhar...
- Esse beijo seria muito bem vindo.
- Posso passar aí se você quiser.
- Não precisa meu amor, sua voz ainda está meio grogue e não quero te tirar da sua cama só pra me dar um beijo.
- Não é só pra te dar um beijo. É pra te dar um beijo, e eles são importantes para mim.
- Você é um amor de namorado sabia?
- Você merece minha Alice - ele dá uma pausa e consigo escutar seu bocejo do outro lado da linha.
- Sam, você ainda está cansado, vou te deixar voltar a dormir... Amanhã você vai me ver tanto que vai enjoar da minha cara.
- Impossível.
- Sam eu... - pensei em falar com ele sobre a proposta da viagem do Ricardo, mas é melhor ter essa conversa ao vivo. Então me calo que é melhor.
- Oi minha linda.
- Nada não, nos vemos amanhã meu amor.
- Até amanhã. Durma bem minha linda.
Coloco o meu celular na cabeceira da minha cama e embarco num sono sem sonhos e sem pesadelos, somente para revigorar a alma.
Muito cedo já estou de pé e preparo um monte de coisas para o café da manhã, tinha chamado meus pais para tomar café aqui e eles já devem estar bem perto de chegar. Ponho tudo em cima da mesa e vou pro quarto me trocar e aproveito para acordar a Manu.
Ela não dá trabalho para acordar e logo está de pé, animada com a sua viagem. A ajudo a se aprontar e logo que termino, a campainha toca. Hum, deve ser os meus pais.
Olho pelo pequeno olho mágico e abro a porta para o casal na minha frente. Dou um abraço na minha mãe e sou surpreendida quando o meu pai me puxa para um abraço. Mesmo surpresa, eu o abraço. Ele me solta e ele abre para mim um meio sorriso. É mais do que eu já recebi em anos. Estou com um sorriso nos lábios. Os dois entram.
- Como vai minha filha? - minha mãe pergunta, colocando a sua bolsa de praia em cima da mesa da sala.
- Muito bem mãe, e vocês, como estão?
- Vamos indo minha filha - minha mãe responde e olha para os lados. - E minha netinha, já está acordada?
- Estou aqui vovó - Manu fala, correndo ao encontro da minha mãe e a abraça. Depois faz a mesma coisa com o meu pai. - Oi vovô.
- Oi princesa - meu pai fala, verdadeiramente feliz e abre o seu melhor sorriso.
- Vocês dois devem estar morrendo de fome, venham, aproveitar enquanto o café está quente - falo chamando todos para se sentarem à mesa.
O café da manhã foi mais agradável do que eu imaginava, meu pai trocou algumas palavras comigo, e ele parecia quase que feliz em falar comigo. Era impressão minha ou sua raiva tinha diminuído? Não sei, deve ser somente impressão.
- Alice, o café está maravilhoso, mas acho melhor irmos logo, pegar a estrada cedo é a melhor opção - meu pai fala, se levantando.
- Você precisa de ajuda com a louça filha?
- Não precisa mãe. Eu me viro aqui. Sem problemas, podem ir logo, deixa eu só pegar a bolsa da Manu.
- Certo. Enquanto você faz isso, eu ponho pelo menos a louça na pia.
- Obrigada mãe.
Pego a mochila da minha filha e entrego nas mãos do meu pai. Ele agradece e me dá um sorriso torto. Me abaixo para ficar na mesma altura da minha filha e depois de lhe dar um longo abraço.
- Se comporta certo filha? Não dê trabalho pro seus avós.
- Ela sempre é um doce Alice - meu pai me tranquiliza.
- Qualquer problema sabe que podem me ligar não é?
- Claro que sei - ele fala e logo se cala quando minha mãe vem para perto de nós. - Vamos querida?
- Vamos - minha mãe fala animada e segura a mão da Manu. - Vamos nos divertir muito não é esse final de semana.
- Com certeza vovó! - Manu fala animada e começou a puxar a mão da minha mãe.
- Ei apressadinha! Que tal um beijo na sua mãe antes de ir.
Ela ri e me dá um beijo e um abraço antes de sair com meus pais. Fico sozinha em casa e para ocupar a minha mente, vou arrumar a cozinha. Lavo tudo o que estava sujo do café da manhã e me ocupo já em fazer o almoço. Quero fazer alguma cois boa, já que o Sam vem almoçar também.
Como ainda são nove da manhã e eu não quero que o almoço já fiquei pronto, eu aproveito o tempo que eu tenho e me cuido um pouco. Tomo um banho, retiro o excesso de pelos, passo hidratante em cada parte de mim, pinto as unhas dos pés e ainda tenho tempo para alisar o meu cabelo.
Me sinto extremamente feminina nesse momento, então coloco somente um vestido fino verde. Adoro o jeito como o tecido toca minha pele e como eu não tenho nenhum outro tecido entre nós, me sinto poderosa.
Quando termino de me arrumar, volto para a cozinha para fazer o almoço e pouco tempo depois a porta se abre e o Samuel grita da sala.
- Alice?
- Aqui na cozinha Sam.
- Nossa, como você está bonita meu amor... - ele fala se aproximando de mim.
- Impressão sua...
- E cheirosa também - ele enterra seu nariz em meu pescoço e me dá um cheiro que faz até a última célula do meu corpo se arrepiar. Seus braços descem pelos meus braços. E depois serpenteiam a minha cintura. - E macia.
- Você também está cheiroso - me viro para poder abraçá-lo. - E está um gato como sempre.
- Gostei do seu cabelo. Você fez alguma coisa diferente nele? - ele toma uma mecha dele entre seus dedos e enrola.
- Só alisei. Deu vontade.
- Você está linda - ele me beija com vontade e me leva para longe das panelas quentes, para que possa me sentar no balcão da cozinha.
- Espero que você esteja com fome. Estou fazendo macarronada suficiente para alimentar o prédio inteiro.
- Morrendo - ele fala e morde minha clavícula.
- Estou sentindo que você está com fome de outra coisa viu?
- Tenho culpe se você me recebe assim toda linda e cheirosa? Não tem pau que se aguente mole Alice!
- Samuel! - falo, fingindo que estava horrorizada.
- Só estou brincando... Em partes. Eu realmente estou com fome. Vim o caminho inteiro pensando na sua comida... E claro, na cozinheira - ele sorri.
- Pode ficar à vontade amor. Já termino de fazer o almoço.
- Posso ficar aqui te olhando? Fico quietinho aqui no canto. Ver você cozinhando é muito sexy e quando você parece uma versão pornô de cozinheira é ainda melhor...
- Versão pornô hein?
- Sim. Se você tivesse usando somente um avental...
- Vou pensar no seu caso...
- Só pense no meu caso se você estiver disposta a não fazer nada na cozinha, porque eu não vou te deixar cozinhar nada... Já está sendo bem difícil agora.
- Já que você está achando difícil, quer me ajudar a por a mesa?
- Claro meu amor.
- Você sabe onde tem os pratos e talheres aqui não sabe?
- Sim, eu sei - ele sorri e faz como prometeu, não me atrapalhou por nenhum momento e quando terminou ficou sentado na cadeira da cozinha, somente me olhando e me engolindo com o seu olhar.
Ele me ajudou a por a mesa e depois de almoçarmos e Samuel insistir em lavar a louça, fomos sentar um pouco na sala. Estava tomando coragem para falar com ele sobre o Ricardo, não era bem coragem, só queria encontrar um melhor jeito de falar isso.
Percebi que não tinha muito um jeito especial de falar. Sei que ele ia entender. Só tinha que parar de ter esse medo bobo.
- Obrigado amor, o almoço estava uma delícia - Sam fala sentando no sofá.
- De nada Sam, adoro cozinhar pra você.
- E você faz isso divinamente bem.
- Amor, quero te falar uma coisa - falo sentando ao lado dele no sofá.
- Pode falar o que quiser Alice - ele estende sua mão para pegar a minha e entrelaça os nossos dedos.
- Você lembra que o Ricardo tinha perguntado se a Manu poderia passar um final de semana com ele no sítio dele?
- Lembro... - ele me olha um pouco curioso.
- Então, eu disse que a Manu poderia ir, e ele disse que eu poderia ir se quiser, e eu acredito que eu vou, não sei se confio nos dois sozinhos ainda, por um final de semana inteiro, eu não sei se estou pronta para deixar ela ir agora...
- Você faz certo minha linda, tem que ficar ao lado da Manu.
- Então, você quer ir comigo?
- Como? - ele se afasta um pouco, acho que assustado com a minha pergunta.
- Ricardo disse que se eu fosse e se você quisesse ir também ele não iria se opor... Então, você quer ir comigo?
- Não é a minha visão de um final de semana perfeito, um final de semana com o seu ex, mas não vou ficar tranquilo sabendo que poderia ir com você e ficar de olho em alguma possível investida do seu ex...
- Ele não vai fazer nada, eu tenho certeza, mas eu ficaria bem mais feliz se você estivesse lá comigo.
- Eu vou com você. Afinal, um final de semana num sítio com você não deve ser de todo ruim - ele sorri e pisca um olho para mim.
- Manu e o Ricardo também vão estar lá.
- Eu sei. Mas acho que ele vai querer passar o tempo com a filha e eu vou poder ter um tempo com você...
- Você iria comigo?
- Dois dias na presença do seu ex vão passar rápido na sua bela presença e da Manu. Quando menos eu esperar já estaremos voltando para casa.
- Obrigada meu amor...
- Era por isso que você passou o almoço todo silenciosa? - ele pergunta se aproximando e colocando uma mecha do meu cabelo detrás da orelha. - Você estava com medo que eu fosse pirar e não deixar você ir nessa viagem?
- Isso não me passou pela cabeça, mas era por isso que eu estava nervosa, não gosto de falar com você sobre o Ricardo.
- Eu entendo que mesmo que eu não goste dele, ele fez e faz parte da sua vida. Nunca pediria que você se desligasse dele só para que eu não ficasse com ciúmes... Isso não seria justo com você e nem com a Manu. Todos temos um passado.
- Você realmente não existe - levanto de onde estou sentada e me acomodo em seu colo e ponho minha cabeça em seu peitoral.
- Eu existo sim e você sabe que eu sou bem real...
- Ah, como eu sei - sorrio e dou um beijo em sua bochecha. Abaixo minha cabeça novamente e repouso minha orelha em seu peito, escutando os batimentos de seu coração.
- Mas que tal nós falarmos de coisas mais divertidas agora?
- E o que você sugere meu amor? - falo erguendo minha cabeça e olhando em seus olhos.
- Sugiro que já que estamos sozinhos aqui, que nos livremos dessas peças de roupas sobressalentes e ficássemos um pouco mais perto - ele abre seu sorriso pervertido que eu tanto amava.
- Huuuum, gostei muito da sua sugestão.
O ajudo a se livrar de sua camisa e a jogo longe. Ele passa o meu vestido pela minha cabeça e me olha com muito desejo quando me vê sem nada por debaixo.
- Se eu soubesse que você estava assim, juro que tinha tirado esse vestido bem mais cedo...
- Ainda bem que você não viu, senão não teríamos almoçado.
- E eu não teria direito a minha sobremesa favorita.
Ele me beija e meu mundo desacelera.
Começamos uma sessão bem quente de pegação em meu sofá. Mesmo que o nosso desejo pareça ser bem urgente, as peças vão indo embora com calma, e Sam leva seu tempo para beijar cada centímetro de mim e espera com um desejo em seu olhar enquanto eu faço a mesma coisa.
Nos amamos sem pressa, sem preocupações e sem restrições. Durante a tarde e boa parte da noite também.
Dávamos pausas para conversar. Samuel me dava massagens e eu fazia cafuné em seu cabelo. Namoramos muito e ri a tarde inteira ao seu lado. Isso quando eu não estava gritando loucamente seu nome e me derretendo sobre suas carícias.
Completamente saciada eu repousava com a cabeça em seu peito, confortavelmente deitada em minha cama. Nossas pernas emboladas e nos encaixando tão bem como uma só pessoa. Samuel acariciava meu cabelo e enrolava meus fios em seus dedos.
Fui me deixando embalar pelo sono e fechei os olhos e minha respiração foi se tornando mais lenta. Meus membros ficando mais pesados.
- Acordada ainda? - ele me pergunta baixo. Não consigo responder nada e Sam continua a falar. - Durma bem mulher da minha vida. Eu te amo.
Com um beijo em minha testa ele tenta se acomodar em cima da cama sem se mexer demais e logo ele está dormindo em meus braços, e eu nos dele, como deve ser.
Boa noite amores pacientes! Desculpem a demora em atualizar o livro. Estava na semana de prova e estava meio impossível de escrever, mas pelo menos agora eu estou de férias! AÊÊÊÊ. Vou poder escrever mais, mas isso somente quando eu melhorar da minha gripe, kkkkkk Tá difícil :P
Bem, um capítulo bem leve pra vocês, mas cheio de sentimentos ^^ Espero que tenham gostado. Um final de semana com Ricardo, Manu, Alice e Samuel num sítio... Hum, acho que vai dar o que falar não vai amores?
Este capítulo vai para uma leitora muito fofa e especial @LuanaSouza910, Lu, muiiiiito obrigada pelo carinho pelo Sam e por cada personagem aqui. Espero que você tenha gostado do seu capítulo ^^
E se vocês gostaram do capítulo não se esqueçam de deixar a estrelinha aqui antes de sair ^^ Beijos amores e até breve ;*
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