XII. Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite
~Samuel~
O que aconteceu hoje? Que tipo de feitiço Alice tinha lançado em mim?
Eu realmente estava pronto para enfim perder a minha virgindade? Ali, no meu carro, da maneira mais desconfortável possível?
Não seria daquele jeito.
Tanto Alice, como eu merecemos mais.
Não está acontecendo rápido demais? Às vezes eu penso que sim, mas logo a ideia é descartada. Afinal, eu esperei muito tempo. Tempo até demais. Eu já não consigo pensar em outra coisa que não seja Alice.
Ela já habitava meus pensamentos somente com sua doçura e beleza, agora que eu sei o sabor daquele corpo não vou conseguir dormir direito por várias noites, tenho certeza.
Quando cheguei em casa me aliviei no melhor estilo adolescente no chuveiro e enfiei minha cabeça no travesseiro, tentando pegar no sono, mas foi tudo em vão. Não consegui dormir nada, e fiquei bolando de um lado para o outro da cama pensando na Alice.
Vi o Sol nascer e só assim eu consegui dormir um pouco.
O barulho do meu celular vibrando me despertou de um sonho molhado com a Alice. Meu pau estava tão duro que doeu quando ele bateu de leve no meu travesseiro. Tive que engolir a sensação e fui ver quem era que me ligava.
Abri um sorriso ao ver que era o número da Alice.
- Bom dia meu amor - falo tentando esconder minha voz rouca.
- Huuum, bom dia Sam.
- A que devo a alegria da sua ligação? - sento na cama e minha ereção não dá sinais de que vai diminuir nada.
- Bem, eu gostaria de saber se você quer vir amanhã almoçar aqui em casa...
- Adoraria...
- Você tem alergia à alguma coisa, ou não gosta de alguma coisa?
- Não tenho problema com nada, e como até jiló Alice.
- Muito bom saber disso, vou fazer um almoço aqui. Não espera muita coisa, afinal eu não sou a melhor cozinheira do mundo, mas dá pro gasto...
- Isso é o que eu vou ver amanhã.
- E teria como você trazer a Carol amanhã quando você vier?
- Sem problemas...
- Obrigada namorado, mais tarde eu ligo pra você, mas agora eu tenho que preparar o almoço de hoje, então só vou conseguir falar com você mais tarde.
- Mais tarde eu te ligo, quem sabe nós ainda saímos para algum lugar...
- Tudo bem, beijo Sam.
- Beijos Alice.
Desligamos e eu me ponho de pé. Fico espantado ao ver a hora. E ainda bem que a Alice me ligou, assim eu não perdi a hora para almoçar com a minha avó. Por falar em vó, pensamento suficiente para me acalmar. Resolvo ligar pra minha avó somente para confirmar o nosso compromisso.
- Bom dia dona Rita! - falo todo animado.
- Samuel meu neto querido, bom dia para você também.
- Tudo combinado para mais tarde não é?
- Sim. Você irá passar aqui que horas?
- Não tenho certeza ainda, acabei de acordar, e ainda vou me aprontar aqui...
- Mas ainda está cedo querido, não precisa fazer nada com pressa não.
- Pode deixar dona Rita, mas eu não irei demorar muito, me conhecendo do jeito que eu me conheço, vou estar morrendo de fome em questão de um hora, no máximo, então quanto mais cedo chegarmos no restaurante, melhor.
- Pois vamos fazer melhor do que isso. Que tal se eu fizer um almoço especial para você, não acha melhor?
- Melhor com certeza eu acho vó, mas não quero dar trabalho à senhora, sei que a senhora tem coisas melhores para fazer do que...
- Melhor do que fazer comida pro meu neto? Que tipo de avó você pensa que eu sou? Nem mais um pio. Já vou fazer o seu almoço e já sei o que você vai gostar.
- Quem sou eu pra discutir com você dona Rita?
- Muito bem, então você vem almoçar aqui e podemos passar a tarde juntos. Faz muito tempo que não fazemos isso.
- Com certeza vó. Antes de sair de casa eu ligo.
- Certo. Até mais tarde.
- Até.
Desligo o telefone e vou para o pequeno escritório que eu tenho. Passo vinte minutos organizando algumas coisas do prédio. Já não aguento mais ver autorizações para usar o salão de festas, já vejo tudo rodando quando resolvo ir me aprontar para ir para a casa da minha avó.
Tomo um banho tranquilo, coloco uma bermuda e uma camiseta e depois de me calçar vou para a casa da minha avó. Não sem antes ligar para a dona Rita e informar que eu já estava à caminho.
Minha avó faz comida para alimentar o meu prédio inteiro completamente, e eu como de tudo um pouco para agradá-la, não que tivesse ruim, ela cozinha como ninguém, mas era porque era comida demais.
- Então meu neto, o que você conta de novo para sua avó? - ela nunca me deixava falar enquanto estava comendo, ela dizia que fazia com que perdêssemos o apetite.
- Vó, eu arrumei uma namorada.
- Namorada? - ela repete não conseguindo esconder a surpresa em sua voz.
- Sim, o nome dela é Alice e...
- E porque você não a trouxe aqui em casa para eu conhecer logo a moça? Tenho que saber se ela é boa o suficiente para fazer você feliz...
- Ela faz vó, nem se preocupe, e eu não a trouxe aqui porque começamos o nosso relacionamento ontem e ainda estamos nos conhecendo...
- Me conte mais sobre ela... O que ela faz, quantos anos tem...
- Ah vó, ela é incrível, o nome dela é Alice, ela tem 26 anos, formada, tem seu emprego direitinho, e é muito decidida e forte.
- Me parece que você já está caidinho por ela Samuca.
- Ela mexe comigo, mas ainda é cedo para dar nome aos bois... E tem outra coisa sobre ela... Ela tem uma filha.
- Uma filha, já tão nova assim? A filha é nova?
- Não tanto. Ela vai fazer oito anos em poucos meses...
- Quem sou eu pra dizer quando uma mulher deve ter filhos não é? - minha avó fala de maneira calma.
- Sabia que a senhora ia entender.
- E porque não entenderia, eu tive sua mãe com dezesseis anos. Não me arrependo por meio segundo das escolhas que eu fiz, e eu tenho certeza que ela também não.
- Eu sei vó, mas ela me disse que muitas pessoas ainda julgam.
- Julgar, elas sempre vão, vão sempre falar coisas sobre você. Filho, mas agora é você quem decide quem você vai escutar...
- Eu sei. Espero estar sempre fazendo as escolhas certas para quem eu dou ouvidos...
- Você está no caminho certo meu filho.
- E quando eu sair do caminho certo, sei que você ter a senhora para me colocar nos trilhos novamente...
- Sempre. Enquanto eu tiver aqui - ela fala com um sorriso e eu vou ao seu encontro para abraçá-la.
- Obrigada vó. A senhora é a melhor.
- Eu sei, eu sei - ela fala rindo e afrouxa o abraço. - Mas então, quando é que eu vou conhecer a moça tão especial?
- Vamos dar um tempo vó, para nos conhecermos melhor, ainda está tão no começo, vou devagar com esse relacionamento, não quero antecipar as coisas e acabar me precipitando e estragando tudo...
- Faz bem meu filho, se você quer que dê certo com essa moça, vá com calma, no seu tempo, e devagar você vai conquistando o coração dela. Mas cuidado para não ir devagar demais e vocês pararem no tempo.
- Assim espero... - falo, colocando a última garfada do almoço dentro da boca.
- Tenho uma coisa para te falar também Samuel.
- Pode falar vó - falo assim que eu engulo o último pedaço de carne. - Mas se for pra me dizer que eu vou ter um novo avô, eu vou sair correndo - tento me manter sério na brincadeira.
- Não é nada disso Samuel... Mas o que você tem contra em eu arrumar uma nova pessoa? Não que eu esteja procurando, mas...
- Estou brincando dona Rita! - pensei que ela não ia levar à sério minha brincadeira, mas resolvo logo falar. - A senhora já é bem grandinha para fazer o que quiser da sua vida...
- Oh! - ela fala meio que sem jeito e abre um sorriso ao perceber que eu estava só brincando.
Eu levanto da mesa e vou pegando as louças sujas que estavam em cima da mesa. Ajeito tudo em minhas mãos e vou para a pia. Não sei arrumar a casa, lavar roupa ou banheiro, mas louça é comigo mesmo!
Minha avó levanta e vem atrás de mim. Coloco tudo em cima da pia e procuro a bucha para começar a lavar. Dona Rita tenta me tirar de lá, mas ela não tem força pra me afastar de lá.
- Não precisa disso filho, eu lavo tudo depois...
- Nada disso. A senhora fez o almoço e nada mais justo do que eu lavar... E outro coisa, não me importo em fazer isso.
- Se a Alice visse esse seu lado eu tenho certeza que ela não vai querer mais te largar Samuel...
- Não vejo nada demais nisso vó - falo ensaboando um prato. - Mas não pense que eu me esqueci dona Rita. A senhora queria me falar alguma coisa, o que foi?
- Ah sim! As minhas amigas do bingo estão querendo organizar uma viagem. Vamos conhecer a Argentina, passear e conhecer as belezas de lá. E eu vou. Sempre tive vontade de conhecer, e eu ia com o seu avô, mas então ele faleceu e...
- Tudo bem vó, espero que a senhora se divirta por lá - fico feliz por ela sair de casa, viajar um pouco é bom, sair da rotina, esquecer algumas coisas...
- Vamos seguir viagem daqui a duas semanas.
- Já? Não está um pouco em cima da hora?
- Na realidade não, a viagem está combinada há muito tempo, mas eu decidi a poucos dias que iria. Sorte a minha que consegui um voo com as meninas, e não tive problema com o hotel também.
- Que maravilha vó. Mas porque a senhora demorou tanto tempo para se decidir vó? A senhora estava receosa com a viagem?
- Um pouco. Não queria ir porque tinha prometido pro seu avô que iríamos juntos, mas agora sei que ele ficaria feliz em me ver realizando os nossos sonhos...
- Assim que se fala dona Rita! Muito feliz pela senhora.
- Obrigada filho, imaginei que você iria ficar animado. Mas eu tenho um favor para lhe pedir.
- Claro dona Rita, o que a senhora está precisando?
- Preciso que você fique com o Rufus nesse tempo que eu estou fora. - Rufus era o labrador que a minha avó tinha. - Não confio deixar ele aqui sozinho.
- Tudo bem. Mas ele vai ficar no prédio comigo, sua casa fica um pouco distante do prédio, e gosto da minha proximidade com os moradores de lá.
- Levando ele para passear, ele não é nenhum problema. Super calmo.
- Certo vó.
- Estava pensando em levar ele um dia ants de eu ir viajar, só para ver se ele se adapta o ambiente.
- Então, no dia antes da sua viagem, eu passo aqui e pego todas as coisas dele. Meu carro é grande, tenho como levar melhor.
- Então ficamos combinados assim.
- Claro vó - falo já terminando de tirar o sabão do último prato e o colocando no escorredor.
Enxugo minhas mãos num pequeno pano que tinha lá e vou sentar no sofá com a minha avó. Ela me conta diversas outras coisas, pequenos acontecimentos de sua vida e eu escuto tudo com muita atenção.
- Vó, amanhã eu vou almoçar na casa dela. Algum conselho?
- Só seja você mesmo Sam. As coisas virão...
Cinco horas da tarde eu resolvo ir para casa. Não pego trânsito na volta e em menos de meia hora já estou no meu apartamento, de bermuda e organizando algumas papeladas do hotel e do restaurante do hotel.
Em meio a tantos papéis Alice vem na minha mente e a saudade aperta, então eu resolvo ligar pra ela.
- Boa noite minha linda - falo assim que ela atende.
- Boa noite lindo. Como vai?
- Bem, e você?
- Também estou bem...
- Liguei para saber se você quer sair comigo daqui a pouco, jantarzinho simples, caminhar um pouco, quem sabe...
- Bem que eu gostaria Sam, mas a Manu está aqui em casa e não posso deixá-la sozinha... Eu posso tentar ligar pra Carol e... - ela fala, mas a interrompo carinhosamente.
- Nem precisa amor, tenho uma ideia melhor ainda... Que tal se saíssemos todos juntos? Assim você nãos e preocupa com ela e eu ainda posso conhecer a pequena melhor... Boliche e pizza, coisa rápida, sei que crianças não devem ficar acordadas até tarde...
- Acho que a Manu vai adorar a ideia... - escuto gritinhos de felicidade. - Quer dizer, ela já adorou a ideia...
- Pois está marcado então. Vou me aprontar e em no máximo quinze minutos to saindo de casa.
- Te espero. Beijo lindo. Até daqui a pouco...
- Até linda.
Tomo uma ducha rápida e me troco. Boto uma bermuda qualquer, uma camisa polo e um tênis. Pego as chaves do carro e vou para o apartamento dela. Quando chego lá embaixo, ligo para ela e Alice me disse que já está descendo.
Dois minutos depois elas já estão no meu carro. Alice está linda com um short jeans, uma camiseta floral e uma sapatilha negra. Seus cabelos soltos a deixam ainda mais bela.
Manu estava com um vestidinho comprido e amarelo. Uma tiara na cabeça e uma sandália amarrada no pé. Ela é uma menininha fofa.
- Oi lindo - Alice fala me dando um selinho rápido.
- Oi linda. Você está linda demais... - sorrio para ela e me abaixo para falar com a pequena. - Olá Manu, como vai?
- Bem, melhor agora que eu vou jogar boliche! - ela fala dando pulinhos.
Demoramos um pouco para sair pois tivemos que ajustar a Manu na sua cadeirinha no banco detrás. Ajustamos tudo e eu entrei no carro.
- Tio Samuel, a mamãe me disse que o senhor e ela estão namorando... Isso quer dizer que eu vou te ver mais não é? - Manu fala.
- Sim, acho que sim Manu. Sempre que possível vamos nos ver... - Alice entra ao meu lado e coloca o seu cinto de segurança.
- Tio Samuel, a mamãe também me disse que vamos para o boliche, o senhor sabe jogar? - Manu pergunta. Eu ligo o carro e vou em direção ao boliche.
- Não tenho muito o costume de jogar, mas quando jogo eu acho que eu não passo vergonha... - falo, sem olhar para trás pois estou dirigindo.
- A mamãe sabe jogar... Ela sempre ganha da tia Carol e do Tio Cauê... - Cauê, esse nome não me é estranho, acho que esse deve ser o nome do amigo dela, o que a ajudou...
- Mas isso nem vale, eles não são bem uma concorrência... - Alice fala, rindo de leve.
- Veremos isso mais tarde - falo brincando e olhando rapidamente para o lado, pisco o olho.
O boliche estava até que vazio para uma noite de sábado. Conseguimos uma pista sem precisar esperar nada. Pedi algumas bolas especiais para criança. A nossa pista ficava colada com uma parede.
Colocamos os nossos nomes e começamos a jogar. Alice realmente era muito boa, mas ainda não era uma ameaça pra mim. E ela ficou tão feliz por estar ganhando de mim que eu errei de propósito algumas jogadas.
Ela venceu as rodadas que jogamos e estava sorrindo de uma orelha à outra. Eu e Manu fingíamos que estávamos chateados por ela estar ganhando, mas torcíamos toda vez que ela ia jogar a bola.
Depois de três rodadas, resolvemos pedir uma pizza e encerrar a noite. Manu já dava os primeiros sinais que estava cansada e eu não queria que ficasse muito tarde para ela.
- Perdedores pagam o jantar - falo sento na cadeira e já chamando o garçom dali.
- Não Sam, não precisa...
- Eu insisto. Amanhã você já vai fazer o almoço. Não quero abusar de você, e outra, é só uma pizza, nada demais...
- Obrigada - ela me dá um selinho e é todo o pagamento que eu preciso.
Ver aquelas duas sentadas nos bancos, rindo e contando piadas sobre o dia a dia. Me senti em paz. Senti vontade de começar a minha própria família. E o que eu pensava era que eu gostaria de aumentar a família da Alice.
- Tio Sam? - Manu fala comigo, me despertando dos meus devaneios. - O senhor tá calado, e nem comeu direito a sua pizza, o senhor está triste porque o senhor perdeu a partida? - ela pergunta segurando meu antebraço.
- Ah não Manu. Eu só estava pensando em uma coisa aqui, mas não fique chateado não. Vamos fazer o seguinte - falo me aproximando mais dela. - Vamos vir aqui no boliche mais vezes, e vamos treinar. Sua mãe não vai vir e vamos ficar tão bons que em questão de alguns jogos, não vamos mais perder. O que acha?
- Oba tio Sam! - ela passa os bracinhos pelo meu pescoço e eu sou surpreendido por um abraço bem carinhoso.
Meu coração se enche de carinho nesse exato momento e Alice olha pra mim com uma emoção contida. Ela morde o lábio e tenta esconder o sorriso que brota nos lábios dela.
Depois que a Manu me solta, abro um enorme sorriso e como resposta ela boceja. Coitada, deve estar cheia de sono.
- Parece que alguém já está querendo encerrar a noite... - Alice fala, brincando com a sua filha.
- Não mamãe, eu não estou com sono... - ela coço os olhos e nós começamos a rir da tentativa dela de se manter acordada.
- Vou pagar a conta, porque você duas não vão se calçar e nos encontramos na entrada? - me levanto do meu lugar e vou para o caixa, pegando a pequena comanda em cima da mesa.
Depois de tudo pago, encontro as duas perto da porta e fazemos o nosso caminho de volta para o apartamento da Alice. No caminho de volta não demorou muito para a Manu adormecer no banco detrás.
- Ela é um amor Alice - falo baixo, quebrando o silêncio confortável.
- Obrigada. Acho que ela gostou de você. Ela não costuma abraçar todo mundo assim...
- Me pegou de surpresa, mas eu gosto muito dela Alice. Espero que possa conquistar uma amizade com ela. É muito importante para mim.
- E com certeza você vai...
Chego na frente do seu apartamento e desço do carro. Alice me olha sem entender muito e eu falo.
- Deixa que eu a levo para dentro. Pra você não precisar acordá-la, tadinha está dormindo tão calma... Isso se você não se incomodar é claro...
- Seria de grande ajuda - retiro ela de cima da cadeirinha e a coloco em meus braços. Um sentimento tão paterno tomou conta de mim quando ela passou os braços pelos meus ombros... Deixa de colocar o carro na frente dos bois Samuel!
A levo para cima. Alice pega a cadeirinha e tranca o meu carro. Subimos em silêncio. Ela abre a porta do seu apartamento e vai me guiando até o quarto da Manu. A deposito em cima da cama enquanto a Alice liga o abajur ao lado da cama dela. Ela retira os seus sapatinhos e a cobre.
- Obrigada - ela fala baixo e sai de dentro do quarto. Depois que ela fecha a porta, Alice se vira para mim e fala. - Você quer alguma coisa?
- Um copo de água se não fosse muito incômodo... - falo baixo também, pois ainda estávamos muito perto do quarto da Manu.
- Vem comigo.
Ela me guia para a sua organizada cozinha. Coloca um copo cheio de água e me entrega. Bebo devagar, analisando o ambiente. Ao terminar lhe entrego o copo.
- Casa bonita Alice, não sei se te falei antes, mas...
- Obrigada, agora ela está mais organizada do que aquele dia... - Alice vem na minha direção e me dá um abraço. - Obrigada Sam.
Não entendi direito o motivo do abraço, mas a abracei com todo o carinho que tinha por ela. Alice afrouxa seu aperto em mim e me dá um beijo. Ela passa as mãos pelos meus cabelos e me puxa mais para perto dela.
Ela estava com uma urgência, e eu não demorei muito para ficar do mesmo jeito que ela.
Nossas línguas se tornam mais urgentes e por menos espaço que tinha entre nós, pareciam quilômetros. A segurava colada em meu corpo enquanto a beijava. A encostei no balcão da cozinha para que não caíssemos.
Peguei em suas coxas e fiz com que ela sentasse em cima do balcão de mármore, ela treme com o contato e passa suas mãos por debaixo do meu casaco. Me abraça bem de perto e geme ao encostar nossos sexos. O contato é muito bom, mesmo tendo algumas camadas de roupas entre nós.
Ela tinha tirado meu casaco e mordia levemente meus lábios. Acho que eu já já iria estourar a minha calça, ou então ejacular na minha calça como um adolescente excitado. Alice me deixa louco com esse cheiro dela e essas mordidas.
Seguro o final de sua camisa e antes que eu consiga passar ela por sua cabeça escutamos um choramingo baixo e distante.
- Mamãe? - a voz da Manu fica um pouco mais clara agora.
Paramos o beijo e nos olhamos de olhos arregalados. Pensei que ela ia falar alguma coisa, mas ela começa a rir, ela começa a gargalhar muito e até se deita completamente em cima do balcão para rir. Não sei se ela está rindo de nervosa, provavelmente.
Ela desce depois, se ajeitando como pode. Manu entra na cozinha, arrastando seu lençol com ela.
- Mamãe a senhora vai... - quando me vê, para de falar e abre um meio sorriso. - Tio Sam, o senhor ainda está aqui?
- Estou sim princesa... - falo me escondendo atrás do balcão da cozinha enquanto eu ainda me acalmava.
- O senhor vai dormir aqui?
- Não Manu, ele não vai - Alice se adianta para falar. - Ele me ajudou e ate colocar na cama e depois ficou com sede, então ele estava bebendo água.
- É, mas eu já estava indo... - falo saindo detrás do balcão. Já estava recuperado.
- Tá certo tio Sam, obrigada, me diverti muito - ela abre um sorriso e me dá um tchauzinho.
- Eu também me diverti - dou um selinho rápido na minha namorada e vou na direção da porta. - Boa noite vocês duas. Até amanhã.
- Até - as duas falam ao mesmo tempo e eu me despeço e vou para casa.
O que a Alice estava fazendo comigo? Já era a segunda vez que eu me sentia daquele jeito... Ela é o meu último pensamento antes de cair num sono regado de sonhos eróticos.
Acordo cedo na madrugada e depois de uma sessão quase interminável de natação - tenho que gastar as minhas energias para não ter muita, caso a Alice queria me beijar daquele jeito novamente -, volto para o meu apartamento. Cansei-me demais, quando olho para a minha cama, ela parece tão tentadora que eu não resisto a cochilar um pouco.
Acordo dez horas da manhã e já estou tão nervoso com o almoço que eu começo a me preparar agora. Tomo um banho. Escovo os dentes, penteio o cabelo e me visto. Fico zapeando pelos canais da televisão, esperando que desse a hora para ir.
Onze e meia eu bato na porta do apartamento da minha vizinha. Ela aparece toda descabelada, ainda de pijamas e quando me vê ela arregala os olhos.
- Merda o almoço da Alice! - ela dá um tapinha leve na sua cabeça e dá um suspiro bem cansado.
- Sem pressa Carol, pode se aprontar, eu espero.
- Sam, eu estou tão cansada. Minha vontade é ficar dormindo aqui o resto do dia. Você se incomodar em ir sozinho? Deixa que com a Alice eu me entendo depois.
- Você que sabe Carol... - falo sorrindo.
- É, não vai dar pra mim hoje.
- Bom descanso então Carol. Já vou indo...
- Bom almoço Sam. Até - ela fala bocejando e fechando a porta.
Vou dirigindo calmamente o meu carro e resolvo até passar num supermercado antes, e levar um sorvete. Achei meio indelicado chegar lá sem levar nada...
E então eu já me vejo parado em frente ao apartamento dela. Ligo para avisar que já estou chegando, e o porteiro libera a minha entrada. Espero que esse almoço seja tranquilo. E que eu consiga passar por ele sem me envergonhar demais.
Não sei o porque de todo esse nervosismo. Não deveria estar assim, afinal é só um almoço na casa da minha namorada...
Antes que eu bata na porta, Manu já está abrindo.
- Tio Sam! Entra!
Faço o que ela está pedindo e já do lado de fora o cheiro da comida da Alice me abre o apetite.
Capítulo novinho e quentinho meus amores :D Emoções aguardam nesse almoço. Gostaram de mais um pouquinho da versão do Sam? Eu adoro escrever as caraminholas da cabecinha linda dele.
Vocês estão sentindo falta de alguém? Tem alguma idéia para um possível bônus? Se sim, deixe aqui nos comentários, vou adorar saber o que vocês estão achando da história. E se estão curtindo, não se esqueçam de deixar uma estrelinha, isso me motiva a escrever mais e mais. Perdoem possíveis errinhos, revisei muito rápido, então, é bem possível ter alguma coisa errada...
Esse capítulo é dedicado à @MarciaFariaFaria ^^ leitora que tanto aguardou ansiosa para o capítulo e mal sabia que já era o dela... kkkkk Espero que tenha gostado flor e obrigada por todo o seu apoio com a minha história ^^
Beijos meus amados, e até o próximo capítulo ;*
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top