XI. Uma noite de ópera
Sexta feira.
Passei a semana inteira pensando no meu paciente de segunda. Não gosto de admitir, mas o Ricardo ainda mexe comigo. É uma merda eu sei, pensar nele depois de tudo o que aconteceu. Ricardo foi um marco na minha vida e sempre vai ser assim, tenho que aprender a conviver.
Mas de uma coisa eu tinha certeza, não voltaria com o Ricardo.
Quanto a questão dele conhecer a minha filha, eu estava realmente na dúvida. Afinal, não poderia ser tão ruim não era? O aniversário de oito anos dela está se aproximando, e será que seria um bom presente para ela um pai?
Não que eu fosse embrulhar o Ricardo num papel de presente e dar pra ela, mas quem sabe se eles começarem a se aproximar, se conhecerem... Tenho que sondar a minha filha, pra ver o que ela acha de ter um pai...
Tenho que ir com todo cuidado, afinal uma coisa dessa não se fala como se dá um bom dia. Mas não quero ocupar a minha cabeça com isso hoje.
Hoje é o dia que eu vou para a ópera com o Samuel, e eu estou bastante animada com isso. O meu último paciente acabou de sair do meu consultório e agora eu vu pro salão de beleza.
Carol que insistiu que eu fosse... Ela disse que eu estava precisando de uma repaginada no visual. Eu concordei somente com ir no salão, mas pintar meu cabelo de uma cor esquisita, não vou fazer!
Depilação completa, unhas com um tom vinho lindíssimo, sobrancelha feita e um penteado bem bonito no cabelo. Só não fiz a maquiagem pois a Carol me assassina se não for ela a me maquiar. Falando nela, ela já deve estar na minha casa há um bom tempo com a minha filha.
Ela fez questão de ir buscar a Manu na escola, para economizar o meu tempo. No começo da noite, chego em casa e vejo as duas brincando na sala.
Desmontaram o meu sofá inteiro e fizeram um forte, ou castelo, sei lá o quê, com as almofadas. Estavam com coroas feitas de papel e todas pintadas com lápis de cor. Quando me viu Manu deu um pulo e veio correndo na minha direção. Eu apoio meu joelho no chão para ficar da sua altura.
– Mamãe! – ela passa os braços pelo meu pescoço.
– Manu! Cuidado com o cabelo da sua mãe! Deve ter dado um trabalho monstruoso pra fazer esse penteado.
– Ai é, desculpa mamãe. Essa trança tá linda – ela passa os dedos de leve na trança que eu tenho lateralmente na minha cabeça.
– Obrigada meu amor.
– E quando eu for do tamanho da senhora e da tia Carol eu quero ter poder pintar a unha dessa cor bonita.
– Quando você for do nosso tamanho sei que você vai ser a mocinha mais linda desse mundo – falo dando um beijo em sua testa.
– Obrigada mamãe. A senhora tem tempo de brincar com a gente de princesa?
– Desculpa meu amor, mas a mamãe já vai ter que começar a se aprontar... – falo passando a mão pelo seu pequeno rosto.
– Tudo bem, a tia Carol continua a brincadeira, não é tia Carol? – ela pergunta olhando para a minha amiga.
– Claro princesa meleca! – Carol brinca com a minha filha.
– Mãe a tia Carol fica me chamando de princesa meleca, mas eu sou a princesa arco Iris! – ela faz birra e eu tenho que rir das duas.
– Carol, que vergonha! Implicar com uma mocinha indefesa de sete anos... – dou língua pra Carol.
– Eu sei que ela é a princesa arco-íris, mas eu só estou brincando, o que é uma brincadeirinha de leve entre princesas, não é? – Carol puxa Manu para suas pernas e começa a fazer cócegas nela.
– Vocês duas fiquem por aí, que eu vou comer alguma coisa, e já eu volto.
Abro a geladeira, procurando alguma coisa para comer, e opto por um iogurte natural com granola e pego duas frutas. Não estava com muita fome, mas precisava comer algo. Sento na bancada da cozinha e fico observando minha filha e Carol brincarem. Amiga para todas as horas...
– Vou pro banho. Beijos.
Falo depois de colocar a colher na pia. Tomo um banho prático. Tomo muito cuidado para não molhar o meu cabelo. Me lavo bem e passo hidratante por todo meu corpo. Estou limpa e perfumada quando saio do banheiro.
Carol e Manu estão empoleiradas em cima da minha cama e riem de alguma coisa.
– Destruíram a sala e o objetivo agora é o meu quarto? – falo brincando.
– Não mamãe. É que a tia Carol disse que ia te ajudar a se arrumar e eu quis vim ver também...
– Ah tudo bem filha, eu estava só brincando...
– Pois menos brincadeira e mais colocação de vestido Alice, que eu quero ter meu tempo para fazer sua maquiagem bem bonita – Carol fala rindo.
– Sim senhora.
Vou para o meu guarda roupa e retiro de lá o vestido que iria usar hoje. Um longo tomara que caia, vesde-escuro, todo de cetim e com aplicação de pedras perto do decote do tomara que caia, as pedras eram postas de um jeito que afinavam a minha cintura e davam um ar chique ao vestido. Ele coube em mim como uma luva e eu me sentia bem nele.
Já com o vestido, sento na cadeira da minha penteadeira e espero que a Carol realize sua mágica em mim. Se ela quisesse um emprego como maquiadora profissional em qualquer salão renomado, era dela na hora o emprego.
Ela faz um olho esfumaçado bem escuro, e o resto do meu rosto era como se ela não tivesse passado maquiagem alguma. Uma perfeição só tingida em photoshop. Um batom rosa bem clarinho, que destacou minha boca e eu estava linda.
Uma pequena bolsa de mão e um sapato lindo creme e eu estava pronta.
– Mamãe, a senhora está linda demais... Parece até uma rainha de tão linda...
– Pra ter uma filha princesa como você, tinha que ser uma rainha, não acha? – Pisco o olho para ela. – Obrigada Carol, está incrível.
– Disponha Alice, você quase nunca sai, e quando sai, eu quer que você se sinta bem, e uma maquiagem bem feita ajuda e muito.
– Eu que o diga...
– Mamãe, a senhora vai sair com o Samuel é? – me pegou de surpresa a minha filha ainda lembrar do Samuel. Eles só tinham se falado uma vez, e pelo o que me parecia muito tempo.
– Não é que ela é uma detetive Alice? – Carol brinca.
– Com certeza, estou impressionada... – me viro para minha filha e falo. – Sim meu amor, eu vou sair com ele sim...
– A senhora tá namorando ele?
– Essa daí eu gostaria de saber... – Carol tenta segurar um riso, mas falha. Eu olho para ela e ela coloca a mão na boca.
– Filha eu não sei, nós ainda somos amigos e vamos sair como amigos...
– Eu posso conhecer ele mamãe? – troco um olhar com a minha amiga, e não sei o que lhe responder... – Posso mamãe, por favor, quero conhecer o amigo da senhora...
– Manu eu...
– Deixa mamãe. Por favor...
– Tá certo Manu, vou pedir pra ele vir aqui te conhecer... – não entendi o interesse da minha filha em conhecer o Samuel, mas eu ainda tenho que falar com ele. Tomara que ele não fuja. Deixei as duas n meu quarto e fui para a cozinha, para poder ligar com mais tranquilidade.
– Oba! – olho para Carol e ela levanta os dois polegares. É, pelo menos Carol está segura disso.
Ligo para o Samuel, ela atende depois de cinco toques.
– Olá Alice.
– Oi Sam, como vai?
– Bem e você?
– Vou bem obrigada... Bem Sam, eu te liguei pra te pedir uma coisa...
– Só espero que não seja pra remarcar o nosso encontro, já estou quase na esquina do seu prédio... – ele dá um riso meio nervoso.
– Não Sam! Não é nada disso...
– Me deixa bem mais tranquilo... Mas pode pedir, em que posso ajudar?
– É que a Manu quer te conhecer... Será que quando você chegasse aqui poderia subir e falar com ela, é rápido prometo...
– Sem problemas Alice, na verdade, eu já estava querendo conhecê-la há um tempo... Será uma honra... – fiquei aliviada. Ele não correu.
– Pois então vou liberar a sua entrada Sam.
– Tudo bem, nos vemos em breve.
Desligamos e eu pego logo o interfone para liberar a entrada do Samuel. Só deu tempo de pegar um copo de água, e o interfone toca novamente. O porteiro me avisou que o Samuel já estava subindo.
– Manu filha, o Samuel tá chegando já... Vem cá pra falar com ele...
– Já mamãe? – escuto os passinhos dela correndo pelo corredor. Ela aparece na sala. Carol vem logo após ela. Ela parece animada com tudo aquilo, já eu, não poderia estar mais nervosa com aquela situação.
Dois minutos pareceram uma eternidade. Até que a campainha tocou. Carol tentava segurar o riso e a minha filha sorria de um canto a outro dos lábios. Abro a porta e vejo um Samuel lindo e extremamente sexy vestindo um smoking preto.
Seu cheiro vem junto com a porta e é um cheiro de alguma coisa masculina muito boa. Não sei dizer o que é, mas é incrível. Ele tem a barba bem feita e tem a mão dentro dos bolsos. Abre um enorme sorriso.
– Alice, você está belíssima – ele fala, me puxando para um abraço. Com todo respeito e cuidado para não amassar meu vestido.
– Você também está muito bonito – mesmo não querendo eu desfaço aquele abraço . – Tem uma mocinha muito especial que quer te conhecer...
Seguro sua mão e o conduzo até onde a minha filha está de pé. Ela o analisa da cabeça aos pés e eu tento conter uma risada. Nesses momentos ela parece uma mocinha.
– Você que é o tio Samuel?
– Sim, sou eu mesmo. E você deve ser a Manu – Samuel se agacha para ficar no mesmo nível da minha filha. Ele estende uma mão pra ela. – Finalmente te conheci não foi pequena?
– Finalmente?
– Sim, sua mãe já me contou sobre você, ela fala muitas coisas boas de você...
– Eu escutei uma vez a mamãe falar do senhor com a tia Carol, e ela disse que o senhor era muito legal e bonito – opa filha! Sem me entregar!
– Ela disse? – Samuel olha pra mim sorrindo e eu devo ter corado muito. Onde estão os buracos quando você quer se esconder?
– Disse sim, e também disse que... – Carol interrompe a minha filha antes que ela fale mais alguma coisa, e eu fico aliviada por ela ter parado.
– Tá bom Katrininha, vamos deixar a sua mãe e o Samuel irem logo, senão eles podem se atrasar, não é?
– Tá bom – Manu faz bico, mas sei que ela não está chateada.
– Olá Carol – Samuel cumprimenta a minha amiga. – Quanto tempo...
– Olá Samuel – Carol o cumprimenta. – Não é mesmo? Mesmo somente a uma parede de distância... – os dois começam a rir.
– Tirou as palavras da minha boca.
– Pois vocês dois vão indo logo, que eu não quero que vocês se atrasem por causa dessa conversinha fiada que estamos aqui – Carol praticamente vai nos empurrando pra fora de casa.
– Tchau tio Sam – ele dá um aceno para o Samuel e me chama para um abraço. Consigo ver pelo canto do meu olho Samuel se despedir dela. Quando eu abaixo o suficiente para ela ficar na altura do meu ouvido ela diz. – Mamãe, ele é muito bonito. A senhora deveria pedir pra namorar com ele...
– Vou pensar no caso – pisco o olho para ela. Mas onde foi que ela aprendeu essas coisas?
– Tchau mamãe – ela fala quando eu a coloco no chão.
– Tchau Carol, tchau Manu, olhem o horário vocês duas...
– Tio Sam? – Manu pergunta e Samuel olha para ela. – Você quer vir na minha festa de aniversário?
Samuel olha para mim como uma interrogação, e eu só balbucio um ‘você que sabe’ pra ele. Ele então olha pra minha filha e fala.
– Adoraria ir na sua festa de aniversário Manu.
– Oba! E eu gosto de unicórnios.
– Bom saber... – Samuel sorri uma última vez para ela e nós então descemos.
– Acho que a Manu gostou de você... – falo, quebrando o silêncio do elevador.
– Ela é uma menininha linda. Parece com você... E parece ser bem esperta também. Gostei muito de tê-la conhecido... E parece que ela escuta muitas coisas não é? – ele brinca.
– Ela com certeza escuta... – escondo meu rosto entre as mãos e rio.
– Pensei que ela não soubesse da festa dela de aniversário...
– E não era para ela saber mesmo, mas ela acabou que viu o castelo e deduziu, como você mesmo disse, menina esperta...
– Entendo...
– Mas pelo menos agora não tenho mais que me esconder para resolver as coisas do aniversário dela. E se você for mesmo... Assim sem pressão, sei que você pode ter concordado em ir somente para fazê-la feliz...
– Eu aceitei de coração Alice, vou adorar ir para o aniversário dela...
– Tem certeza? Aniversário de criança nunca tem muita coisa pra fazer... E outra é à fantasia...
– Tenho certeza que podemos encontrar alguma coisa para fazermos lá... – Samuel me olha com olhos escuros quando paramos em frente ao seu carro e eu sinto a sua promessa. – E outra, se for à fantasia, com certeza irei... – ele deixa alguma coisa no ar. E eu gostei.
Nem preciso dizer que a ópera foi linda. Os cantores cantavam de um jeito que me deixaram super emocionada, e os lugares que o Samuel tinha conseguido eram ótimos, bem no centro do anfiteatro e tudo e todos ali naquele ambiente estavam bem vestidos e se comportavam perfeitamente.
Samuel mais me olhava do que para os atores e cantores da ópera, mas ele parecia estar se divertindo. Quando acabou, todos aplaudiram de pé.
Foi um espetáculo à parte.
Ficamos no anfiteatro para tomarmos um vinho. Samuel começa a me mostrar diversos detalhes do teatro. Coisas que eu nunca iria perceber, mas que são incríveis, as texturas, o formato das coisas. Conversávamos enquanto caminhávamos.
– Você é bem entendido de arquitetura não é Sam?
– Bem que eu gostaria, quando eu era mais novo eu queria trabalhar com isso...
– E porque nunca se formou em arquitetura?
– Quando meu avô adoeceu, eu quis ajudar minha vó da melhor maneira que pude. Administrar o hotel foi a maneira que eu encontrei. Mas quando comecei a cursar, fui me apaixonando pela profissão, tanto que sou satisfeito com o meu trabalho. Não sinto falta de ter feito arquitetura.
– Incrível Sam. Quando eu era pequena, eu sonhava em ser cantora. Mas minha mãe disse que era melhor eu ter uma profissão certa, uma coisa que pudesse me dar sustento sem ter que fazer shows a noite e esse tipo de coisa... Foi quando eu comecei a pesquisar sobre profissões e me apaixonei por psicologia...
– Sua mãe que me perdoe, mas eu acho que você seria uma cantora famosa, sua voz é muito boa...
– É, mas eu também acabei me apaixonando pelas minhas profissões, então acho que não tenho do que reclamar...
– Minhas profissões?
– Sim, não te falei? Também tenho uma graduação em fisioterapia... Não trabalho no meu dia-a-dia com isso, mas sempre que posso, gosto de praticar um pouco...
– Nossa Alice, que incrível... E tudo isso carregando a Manu com você. Você é uma mulher forte – Samuel parou numa pequena bancada do anfiteatro. Ela dava direto para a cidade, e daqui eu podia ver todas as estrelas brilhando no céu. As estrelas se misturavam com o brilho das luzes dos prédios.
– Acho que ela foi quem me deu mais força para continuar... – olho aquele céu estrelado e não posso deixar de pensar em como aquilo tudo era romântico.
Acho que o Samuel leu meus pensamentos, pois ele segurou meu queixo com sua mão e virou meu rosto para ele. Passou os dedos pelo meu rosto e desceram para o meu pescoço, foram parar na minha nuca e sua outra mão serpenteou pela minha cintura.
Os cheiros dos nossos hálitos se misturaram e eu que fechei a distância entre nós e assim que nossos lábios se encostaram ele me segura próxima dele que quase que deixo escapar um gemido de aprovação pelos meus lábios.
Aquele choque gostoso percorre todo o meu corpo enquanto nossas línguas se mexem numa bagunça organizada. Sua mão está tão na base da minha coluna. Tudo o que ele tinha que fazer é descer sua mão uns dois centímetros...
Mas ele não baixou a mão e eu fiquei contente por isso. Várias pessoas surgiram ali naquele ambiente, e poderia pegar mal para nós... Ali era um ambiente tão refinado e estávamos nos beijando como dois adolescentes apaixonados.
– Alice? – só pode estar de brincadeira comigo. Escuto uma voz atrás de mim.
– Olá Ricardo – me viro para encará-lo. Tento me manter calma.
– Olá, você é o rapaz do restaurante, você é o... – Ricardo estende a mão para o Samuel.
– Samuel. Sou o novo namorado da Alice, você é o Ricardo não é? – Samuel fala bem sério, mas consigo perceber um tom de humor na sua voz. Não entendi com o que ele estava se divertindo...
– Sim, sou eu – ele abre a boca para falar alguma coisa, mas nenhum som sai de seus lábios. Ai como eu gostaria de ter uma câmera nesse momento... Ricardo sem saber o que falar? Momento que eu gostaria ter guardado.
– Prazer em conhecê-lo – Samuel fala. – Não tivemos a chance de nos conhecermos no dia do restaurante, desculpe, mas não estava em um dos meus melhores dias. E ainda com tudo o que aconteceu...
– Tudo bem, também é bom te conhecer Samuel... – os dois finalmente largam as mãos. Não sei o porque disso. – Mas eu passei mesmo só para dar um oi. Foi bom ver vocês. Até qualquer dia.
– Até... – eu falo e Ricardo vai se afastando. Quando ele não pode mais nos ouvir eu falo. – Obrigada Sam.
– Pelo quê?
– Por ser tão paciente comigo, por suportar coisas que caras normalmente não suportam...
– Você vale à pena Alice... Eu até que me divirto com tudo isso... E outra, eu estava falando sério quando disse aquilo para o seu ex...
– Aquilo o quê?
– Sobre a gente namorar... Sei que só fomos a dois encontros, contando com esse, mas eu me sinto bem ao seu lado. Sei também que não é a melhor maneira de te pedir em namoro, mas...
– É, com certeza pedir em namoro na presença do ex namorado é meio esquisito... – brinco.
– Mas eu estava pensando sobre nós... E eu gostaria de dar esse passo com você Alice, o que você acha? Você aceita namorar comigo?
– Hum, deixa eu pensar... – tento fazer um pouco de suspense, mas pelo sorriso que eu já tinha em meus lábios, era mais do que clara a resposta. – Mas é lógico que eu aceito Sam.
Ele sorri e me dá um beijo quente.
Ficamos ainda um tempo analisando todos os detalhes do lugar e eventualmente ele me puxava para um beijo. Andamos o tempo inteiro de mãos dadas. E eu estou adorando a ideia de ter um namorado. Principalmente por esse namorado ser o Samuel.
– Alice, sei que isso é meio corta-clima, mas eu estou morrendo de fome. Você não está?
– Agora que você mencionou... Acho que eu comeria sim...
– Ótimo, tem um restaurante mexicano a menos de dois quarteirões daqui que tem uns tacos de lamber os lábios.
– O que estamos fazendo aqui então namorado?
– Vamos namorada – ele estende sua mão para mim.
De mãos dadas vamos para o restaurante. E o Sam tinha razão. Os tacos eram deliciosos. Tão bons que eu comprei uns pra viagem. Tenho certeza que a Carol ainda está acordada, me esperando chegar para que eu conte a minha noite.
Satisfeita, voltamos para o carro, e Sam foi me deixar em casa. Ele estaciona o carro um pouco afastado do meu prédio. A frente dele estava abarrotada de carros e não tinha como parar o carro ali.
– Obrigada pela noite Sam, eu me diverti muito, namorado.
– Eu também minha linda Alice. Vou te acompanhar até a porta, está um pouco tarde e pode ser perigoso.
– Não precisa Sam, é bem pertinho...
– Nada disso, eu insisto – ele fala já retirando o seu cinto de segurança.
– Tudo bem, mas eu não acho que seja necessário... – falo, retirando o meu.
– Mas antes, uma coisa.
– O q... – e os lábios deles se juntam os meus e eu não penso mais em nada. Esse beijo foi diferente de todos que ele já tinha me dado.
Foi um beijo mais doce, mas mesmo assim fiquei com um gostinho de quero mais, e por reflexo, tomei seu lábio inferior entre meus dentes.
Samuel mudou da água pro vinho. Ele deu um gemido baixo e avançou pra cima de mim com tudo. Seu beijo ficou quente, sua língua mais urgente, suas mãos mais fortes. Acho que ele gosta de umas mordidinhas. Para comprovar, mordi novamente sua boca e ele me puxou para seu colo.
Não foi uma tarefa fácil por causa do vestido e do espaço limitado, mas quando consegui passar minhas pernas por ele foi maravilhoso. Consegui sentir toda a extensão de seu peito forte subindo e descendo de forma irregular. Consegui sentir o começo de uma ereção no meio das minhas pernas. E que ereção. UAU.
O que era aquilo? Sentia seu comprimento até o meu umbigo! Minha nossa senhora, aquilo era real?
Nem percebi que o clima do carro estava tão carregado de desejo. Eu já tinha retirado uma parte do seu smoking e já estava abrindo os primeiros botões da sua camisa.
Samuel me apertava e beijava toda a região do meu pescoço e colo dos seios. Ele segurou o zíper do meu vestido e foi descendo devagar, aumentando o meu tesão em níveis preocupantes. Todo o percurso do zíper ele ficou me olhando profundamente.
Não sei se foi para pedir permissão ou alguma coisa, mas não consegui pensar em mais nada enquanto aqueles olhos negros me devoravam e me despiam lentamente.
O vestido se abriu em duas partes, me liberando na parte superior, me deixando apenas de bustiê. A sensação do vestido saindo do meu corpo foi tão boa que eu quis que ele saísse por completo. Ele subiu suas mãos por minha cintura e apertou meus dois seios com suas mãos.
A cada nova mordida, Sam ficava mais selvagem, e eu me perguntei até onde ele iria somente com aquelas mordidas.
Os vidros do carro ficaram embaçados e não tinha ar-condicionado que desse jeito na nossa situação. Samuel já estava a todo sangue com sua ereção. Eu estava molhada tanto de suor quanto de desejo. E eu estava pronta para fazer sexo ali naquele carro.
Samuel agarrou a minha bunda e dividia a atenção das suas mãos entre minhas coxas abertas entre ele e a minha bunda. Sua boca agora passeava pelos meus seios, por cima do sutiã, minha boca. Eu estava to envolvida com suas carícias que tinha me esquecido que estávamos dentro um carro, no meio da rua, alguém poderia nos ver.
– Samuel e se alguém nos ver? – pergunto com a voz meio rouca. A ideia era absurda! Ser pega fazendo sexo no carro em frente ao prédio? E se os meus vizinhos descobrissem? Não quero que eles falem coisas erradas na frente da minha filha.
– É mesmo – ele segura os meus ombros quase como se tivesse acordando de um transe. Ele fica uns bons momentos, olhando meus seios com quase mamilos expostos no sutiã. – Você é linda. Não devíamos estar fazendo isso assim tão exposto...
– Você que é – falo dando uma olhada descarada para o seu peitoral grande. Passo meus dedos de leve na sua pele exposta, o que faz com que ele se arrepie. – Você acha? – mordo o meu lábio inferior.
– Não começa de novo Alice, não sei onde vou parar...
– Eu não comecei nada... – falo fingindo inocência. Sei muito bem que eu que tinha provocado ele. Mas valeu a pena.
– Não estou reclamando, pode começar quantas vocês você quiser... – ele fala, dando um beijo no topo de cada seio meu.
Ele com o mesmo carinho que desceu o meu zíper, subiu ele. Me colocou de volta sentada no banco e foi abotoar a sua camisa. Seu cabelo estava uma bagunça linda e eu nem queria olhar o estado do meu.
Ele não abotoou toda a camisa, deixou os dois primeiros botões abertos e ajustou as mangas na altura de seu cotovelo. Retirou o resto de camisa que ainda estava por dentro da calça e esconde a ereção tão deliciosa que estava querendo fugir de sua calça.
– Acho que dá pra disfarçar não acha? – ele pergunta com um sorriso de lado.
– Só um momento – eu passo meus dedos pelo cabelo dele, tentando dar uma forma. E o resultado fica bom. – Assim está bem melhor.
– Obrigado.
– Disponha.
– Agora com toda a certeza eu vou te acompanhar até a entrada do seu prédio.
Olhamos para a rua e não vimos mais nenhum carro estacionado. O tempo passa depressa quando estamos nos divertindo não? Olhamos um para o outro e começamos a rir.
– Me lembre de não fazer isso de novo, ou melhor, fazer isso muitas vezes novamente, mas num local menos suspeito... – Samuel fala ainda tentando controlar a sua risada.
– Concordo.
– Só um momento – Samuel dá a partida novamente no carro e dá a volta no quarteirão, agora parando sem problema algum na frente do meu prédio.
– Me diverti muito Sam.
– Eu também linda.
– Até mais namorado... – eu me aproximo para dar um último beijo nele e acabo dando uma outra mordida no seu lábio.
– Namorada... – ele fala com a voz rouca e aperta o volante com vontade.
– Me liga pra saber se você chegou bem em casa – sopro um beijo pra ele e saio do carro.
– Você não tá esquecendo de nada?
– Hum, acho que não...
– Tem certeza? – ele me estende o pacote de papel com a comida da minha amiga, que agora já deve estar meio fria, mas ela pode esquentar sem problemas.
– Obrigada – eu pego o pacote e dou um selinho rápido pela janela.
– Dorme bem linda.
– Você também – pisco um olho e eu vou caminhando para a portaria.
Entro na portaria e fico vendo as luzes do carro dele desaparecerem lentamente no meio da escuridão. Estou de ótimo humor. Retiro os meus sapatos e vou descalça até o elevador.
Vou saltitando de felicidade para dentro do retângilo de aço e aperto meu número. Vou cantarolando uma música qualquer durante todo o trajeto.
Não sei se a Carol ainda está acordada, então tento fazer a menor quantidade de barulho possível. Mas nem é necessário, já que a minha amiga está sentada no sofá da sala. Assistindo televisão com um volume bem baixinho.
– Olá Carol – falo com ela, sentando ao seu lado no sofá.
– Olá dona Alice – ela olha pro relógio de parede e vê que marca duas horas da manhã. – A noite foi boa não é... E nem se preocupa com a Manu, ela dormiu tão cedinho, acho que ficou cansada por causa da nossa brincadeira.
– Demais Carol... Obrigada por ter cuidado da minha filha. Sei que você poderia arrumar coisas melhores para fazer em um sábado à noite.
– Não tem problema Alice. Sempre que precisar. Mas agora... Me conta.
– Estou namorando – falo sorridente e minha amiga me dá um abraço meio que de lado.
– Estou tão feliz por você Alice... Mas agora eu quero detalhes obscuros da noite. Quer saber como ele te pediu e tudo mais.
E sem nenhuma pressa eu contei todos os eventos da noite para a minha amiga.
Boa noite amados! Já estão participando do grupo do facebook? Dá uma olhadinha no meu perfil, lá tem o grupo com todos os meus livros ^^ Gostaram da sessão amasso dentro do carro do Sam? Tenho certeza que a Alice gostou, e MUITO, hahahaha
E o Ricardo? Aparecendo em todo lugar que a Alice vai? Xô chiclete! Espero que tenham gostado do capítulo, e se gostaram, não se esqueçam de votar, e se não gostou, deixa um comentário, quem sabe não dá pra melhorar?
Esse capítulo é dedicado a querida da @francinealvespaiva leitora super querida que recheia meu livro de votos, carinho e amor :D Obrigada Fran por todo o seu carinho ^^ Você é dez ;D
Então nos vemos no próximo capítulo pessoal lindo do meu coração ;*** Próximo capítulo terá participação do Sam lindo <3
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