Capítulo 8

Marco

    Respondi a ela carregado de milésimas intenções e logo vejo seu semblante mudar. Aquela pose séria de juíza caiu por terra, me dando a brecha que precisava para mostrar o quanto eu a queria. Mas antes, deixei que ela reagisse ao meu comentário.

— Bem, já que se encontrou, sou obrigada a perguntar: o que pretende fazer aqui, detetive?

Chego perto do seu rosto, louco para lhe roubar um beijo, mas me vejo obrigado a atiçá-la mais um pouco. Assim que estou próximo da sua boca, desvio e falo ao pé do seu ouvido:

— Pretendo escoltar a senhorita até onde desejar, enquanto eu controlo a cada segundo o meu desejo de colocar em prática tudo o que imaginei enquanto… me tocava pensando na mulher que me tira o fôlego só em pronunciar seu nome. E a propósito o seu discurso me deixou ainda mais impressionado por você!

Ela respira fundo e vejo ela morder o lábio. Ela puxa meu queixo pra perto e diz de forma sexy:

— Então… o que estamos fazendo aqui ainda?

Ela pega sua bolsa e se põe a andar na minha frente. Meu olhar é atraído imediatamente pelo jeito que sua calça social se molda em seu corpo perfeito. Começo a andar atrás dela feito um adolescente bobo, só que com muito mais sorte do que a maioria deles.

    Chegamos no estacionamento e antes de entrar no carro ela diz:

— Será que o detetive poderia me escoltar até algum lugar que venda pizzas? Estou com uma fome daquelas!

No instante em que ela disse "pizzas” foi inevitável não lembrar do restaurante do meu pai, mas queria que fosse um lugar mais próximo e sem que ninguém conhecido ficasse nos observando.

— Que tal no shopping aqui perto? — sugiro.

— Perfeito.

— Vamos no meu carro então? — pego as chaves no bolso.

— Vish, fiquei de dar carona pra Cíntia. Espera só um minuto.

— Mas quem é Cíntia?

— Minha amiga/secretária pessoal.

Ela pega o celular na bolsa entra em contato com ela:

— Cíntia, me encontra aqui no estacionamento. Beijo! — ela guarda o celular — Prontinho, agora é só esperar.

— Enquanto esperamos, posso matar um pouquinho da minha vontade?

Me aproximo dela como um lobo e logo tenho o que desejo. Enquanto me aproximo, sou embriagado pelo perfume dos seus cabelos e obviamente enfeitiçado pelo seu jeito de me olhar. Beijo sua boca com vontade, com saudade e louco pra poder estender aquele beijo pro resto do seu corpo. Em instantes somos interrompidos por:

— Valha-me Deus! Eu não tava preparada pra essa cena!

Dandara solta uma risada e diz:

— Bem, Cíntia este é o Marco.

Cíntia me avalia de cima abaixo sem cerimônia e logo diz:

— Muito prazer! — ela estende a mão e nos cumprimentamos — Sou a “personal” amiga/assistente/cão de guarda dela! Cuidado comigo, eu conheço pessoas importantes e perigosas!

— Anotado! Muito prazer em conhecê-la também. — disse prestando uma continência forçada.

— Precisa mesmo disso tudo? — Dandara riu.

— Depois você me diz! — ela pisca o olho.

Dandara tira as chaves do carro da sua bolsa e entrega nas mãos da Cíntia dizendo:

— Por hoje ele é todinho seu! Amanhã combinamos como vai ser.

— Sim senhora! — ela pega as chaves — Bem, foi um prazer conhecê-lo Marco!

Ela aperta o botão automático na chave e destranca as portas. Entra no carro e acena da janela dizendo:

— Não tenham juízo! Beijos!

Acenamos de volta enquanto caímos na risada.

— Eu adorei ela! — disse com sinceridade.

— Eu também, essa foi a minha ruína!

Acho graça da piada, entramos no meu carro e seguimos para o shopping.

    O shopping era próximo, então o caminho seria rápido, mas nos poucos instantes que ficamos no carro, um advogado de “sei lá aonde” prende ela no celular durante um bom tempo. Acho tão sexy ver ela séria no telefone, falando de forma formal e profissional. E de pensar que eu conheço a outra versão dela… ver aquele mulherão se desmanchar em prazer nas minhas mãos é tudo o que eu mais quero hoje!

    A umas duas quadras do shopping paramos em um sinal vermelho, avisto a poucos metros dali uma placa em neon escrito “motel”. Aponto para a placa e brinco:

— A pizza daquele lugar também é ótima! — uso um tom de brincadeira.

Ela encara a placa e logo diz:

— Que tal mudarmos o destino então? — ela sugere em tom malicioso — Não gosto muito da praça de alimentação daquele shopping, geralmente é muito cheia.

Piso no acelerador e digo:

— Deus nos livre! Vamos comer em um local bem mais reservado!

    Assim que chego na recepção recebo um:

— Boa noite! Sejam muito bem vindos. Aqui está a tabela com as suítes — ela aponta para um cartaz ao lado — qual delas vocês vão querer?

Conheço muito bem as suítes daquele lugar, mas só tem uma que está à altura de Dandara Ibrahim.

— Suíte presidencial, por favor. — digo com convicção.

Ela pega as chaves e me entrega dizendo:

— Qual será a forma de pagamento do depósito?

— Débito.

— Ok.

Faço o pagamento e ela me orienta:

— Siga em frente e só vire a última direita.

— Perfeito. Muito obrigado e tenha um bom trabalho!

— Obrigada!

Ela destrava o portão e assim sigo na direção indicada.

    Após estacionar o carro, seguro a mão dela e subimos as escadas. Passo as chaves na porta e assim que abro, a cena que nos deparamos é impactante. A suíte estava um pouco escurecida com apenas luzes em tons vermelhos iluminando. Damos de cara com uma imensa cama queen com lençois de seda branco e almofadas vermelhas. Uma imagem bem explícita de um casal se beijando compõe a parede de fundo da cama. Espelhos no teto e nas laterais fazem minha mente ir longe idealizando algumas fantasias pessoais. Chicotes, máscaras, algemas e camisinhas, ficam em uma estante de vidro na lateral do quarto, junto a um catálogo com outras opções de produtos de sexy shop, deixando o ambiente com uma dose carregada de erotismo! E como cortesia do motel, tinha um balde com gelo, champanhe e um par de taças bem na mesa de cabeceira. Dandara me encara surpresa e está nítido que gosta do que viu.

— Bem, esses caras entendem das coisas! — ela diz apoiando sua bolsa no divã em frente a cama.

— Sim, eles entendem!

Olho para a garrafa e sugiro:

— Champanhe?

— Depois que você pedir minha pizza!

— Qual sabor?

— Calabresa tá bom.

Pego o telefone do quarto e peço a pizza para a atendente. Assim que desligo, abro a garrafa e nos sirvo o champanhe. Tintilamos as taças e enquanto eu dou um pequeno gole para provar, Dandara vira a sua de uma vez só! Apoia a taça na mesa e vem em minha direção me comunicando:

— Esse é o momento em que você para de controlar seus desejos e os coloca em prática…

Ela me puxa pelo pescoço e começamos um beijo.

    Minhas mãos correm pelas suas costas, parando com firmeza na sua cintura. Desço minha boca pelo seu pescoço, deixando ali uma mordida leve que acende ela do jeito que eu quero. Ela mesmo abre os botões da sua blusa social, deixando-a cair no chão, me revelando um sutiã branco que contrasta lindamente com o tom da sua pele negra. Ela puxa meu rosto na direção dos seus seios, então passo minha língua pelo seu decote que ainda emana o cheiro do seu perfume cítrico. Abro o fecho do seu sutiã com pressa e empurro um dos seus seios na minha boca, dando a ela o prazer solicitado. Passo minha língua pelo bico do peito e começo a dar chupadas fortes, arrancando dela alguns gemidos, que me mostram estar no caminho certo. Minha mão desce em direção a sua calça, seguro sua bunda com firmeza e logo escuto:

— Isso!

Que delícia! A voz dela me deixa ainda mais excitado! Minhas mãos apressadas correm pelo seu corpo, chegando até a fivela do seu cinto. Tiro ele com destreza e logo me livro da calça. Me ajoelho na sua frente e antes de atacá-la, paro por um instante pra admirar aquele espetáculo de mulher que estava na minha frente.

— Lindíssima! — digo deslumbrado.

— Pra você! — ela responde.

Aquilo mexe comigo, o que me leva a querer beijá-la novamente. Colo nossos lábios e entre um beijo e outro digo:

— Se isso tudo é pra mim, vou apreciar seu corpo com a devida atenção a cada detalhe!

    Deito ela sobre a cama, arranco minha camisa e volto meus lábios para os dela. Minha língua passeia devagar sobre sua pele quente, me deixando louco a cada instante. Boca… pescoço… seios… barriga… ventre… coxas… virilha… vulva! Puxo a calcinha de renda de lado e começo a apreciá-la como se deve… sem pressa, com vontade, intensidade e com muito tesão! Minha boca preenche todo espaço, sugando a parte de fora e aos poucos minha língua vai se espalhando por dentro. Ela está encharcada de prazer, o que me faz querer vê-la gozar na minha boca. Foco os movimentos da língua em seu clitóris enquanto apalpo os seus seios com uma das mãos. Seus gemidos ficam mais altos e em instantes sua perna começa a tremer e ela contorce seu corpo… voilá! Ela goza de forma intensa, me dando o prazer de me deliciar do seu mel.

    Me afasto por um instante, me livro do meu jeans e da minha cueca box. Peso meu corpo sobre o dela, mas me lembro da camisinha e me afasto para pegá-la. Ela me segura pelo pescoço e ordena:

— Vem! Agora!

— Preciso colocar a camisinha.

Ela pega em meu membro e coloca ele dentro de si cheia de vontade! Puxa meu quadril e geme assim que ela sente deslizar. A sensação de pele com pele é deliciosa! Ela estava fervendo por dentro! Sinto meu pau latejar quando ela se contrai e digo:

— Gostosa! — aperto forte sua bunda.

Seguro sua anca e começo a me movimentar dentro dela. O prazer carnal é incrível, mas olhar o rosto dela se transformando a cada sensação, com seu corpo ali inteiro para que eu o explore… é o ápice do meu tesão!

    Seus gemidos tomam conta do quarto enquanto minhas mãos e boca exploram seus seios e pescoço, sem que eu parasse com as estocadas. Ela segura meu braço enquanto me espreme dentro dela e grita:

— Isso! Assim! Vai gostoso… vai!

Aumento a pressão e sinto ela trancar os movimentos, encharcando meu pau com seu orgasmo. Céus, que delícia de mulher! A sensação do meu orgasmo fica próxima, mas diminuo um pouco a intensidade para me controlar. Não quero nem pensar em acabar com isso aqui agora.

    Assim que sinto ela relaxar, começo a me movimentar de novo, mas ela me empurra e fica em quatro apoios de frente pra mim. Que visão! Me abaixo e caio de boca nela! Impossível não querer me lambuzar naquilo tudo! Passo a língua desde o clitóris até atrás e vejo que ela gosta. Exploro mais um pouco e resolvo caprichar num beijo grego, fazendo ela gozar sem que eu precisasse encostar na vulva novamente. Essa mulher é uma verdadeira caixinha de surpresas! Me coloco de joelhos, seguro ela pela cintura e coloco meu pau na entrada da sua vagina, mas ela me empurra pra trás e esfrega a bunda em mim. Recado dado! Acomodo meu pau devagar e assim que sinto ela relaxar empurro com mais força.

— Ah! — ela geme — mete com força, safado!

Conforme eu dou as estocadas, sinto ainda mais prazer pelo fato de ser bem mais apertado. O atrito sendo mais forte me faz ter que controlar com muita dificuldade a vontade de gozar. Entro num misto de prazer extremo e autocontrole que me deixam louco! Ela começa a esfregar seu clitóris enquanto eu metia atrás e em instantes ela goza de novo, contraindo tudo! Que delícia! Pra completar, ela inclina o quadril mais pra cima, coloca as mãos na bunda e abre ainda mais pra mim dizendo:

— Vem… goza pra mim gostoso!

Me deixo levar e em poucos instantes o gozo vem me levando a ter um dos orgasmos mais intensos que me lembro! Ela aproveita e me aperta dentro dela com força pra fazer com que eu sinta ainda mais forte o atrito. Sentia pulsar cada veia do meu pau dentro dela e conforme o gozo saía, meu corpo quase que enfraquecia tamanho era o prazer!

    Assim que recobro meus sentidos, olho pra ela deitada ali me encarando enquanto eu tento manter a pose, falhando miseravelmente. Deito ao dela e sem cerimônia questiono:

— De onde surgiu essa mulher deliciosamente devassa?

— Diria que ela estava no meu passado. — ela me dá um beijo rápido — Você desperta coisas em mim que eu já havia esquecido, talvez esteja atravessando uma “zona de perigo” que nem eu sei onde vai dar.

Seguro ela pelos cabelos, mordo seu lábio e digo:

— Não sei viver de outra forma! A adrenalina de estar em perigo é viciante! — passo a mão na sua bunda — principalmente quando o perigo é você!

— Por sua conta e risco, detetive!

Ela morde meu pescoço. Puxo ela pra perto novamente e a beijo com vontade.

    Somos interrompidos pela campainha do quarto que anuncia a chegada da comida. Me levanto e trago a pizza para a cama. Dandara se enrola no roupão e se senta pegando uma fatia e colocando em um prato. Pego uma lata de refrigerante pra ela no frigobar e pra mim uma long neck de cerveja. Pego uma fatia da pizza com a mão mesmo, dou uma mordida generosa e digo:

— Não disse que a pizza era boa?

— Sem sombra de dúvida valeu a troca! — ela concorda.

Meu telefone toca e corro pra atender.

— É meu irmão! — informo a ela — Diga Giovanni!

Coloco no viva voz para que eu possa continuar comendo a pizza enquanto escuto. Ele me diz que o estado de saúde da minha irmã melhorou muito e que amanhã de manhã ela deve ter alta.

— Estarei aí para buscar ela! Sei que o médico passa às nove para a visita da manhã, então umas oito e meia já estarei aí.

Combinamos dessa maneira e assim desligo. Dandara imediatamente diz:

— Que notícia boa! Finalmente esse pesadelo acabou. Seu pai deve estar super feliz!

— Está sim. Na verdade toda nossa família está. Agora é só levá-la pra casa e cuidar das suas questões psicológicas. Apesar de ser uma Ferrara ela ainda é muito nova e passou por um pesadelo terrível!

— Não dá pra imaginar como deve ter sido difícil. Mas estou certa de que agora ela está aliviada, cercada de carinho, cuidados e o amor de vocês.

— É estranho, ela age como se estivesse cem por cento bem, se recusa a contar os detalhes sobre o que passou lá. Na minha frente e na frente dos meus irmãos ela mede as palavras e fala tudo de forma superficial. Se recusa a dizer o nome das pessoas e eu sei que ela sabe.

— Como assim você sabe?

— A minha família é muito conhecida na Itália, assim que os sequestradores a reconheceram, ela foi levada diretamente para os chefes desse esquema todo. Aqueles filhos da puta cresceram com a gente. Eu estudei com eles na mesma escola, vinham em todas as nossas festas de aniversário, nossas mães eram amigas.

— Vocês se tornaram inimigos? Por qual motivo eles não entraram em contato com vocês?

— Pelo o que eu soube, um dos irmãos se encantou por ela e chegou a falar em casamento. A pessoa que me contou isso, disse que minha irmã recusou e daí em diante ele começou a tentar convencê-la colocando medo, fazendo ameaças e coisas do tipo.

— Nossa, bem romântico! — ela ironizou.

— Depois de tantos “nãos” um dia ele bebeu e abusou dela, mas sendo uma Ferrara, ela o mordeu e cuspiu na cara dele! O que o deixou com raiva e a mandou para o esquema imundo de prostituição que ele tinha. Disseram que ele chegou a voltar lá para recolhê-la, mas ela disse que preferia morrer ali ao ter que viver ao lado dele. Sendo assim, ele a abandonou de vez.

— Que horror! Coitada! Esse homem tem que ir para cadeia!

— O destino dele já está traçado! É só uma questão de tempo até localizarmos ele e dar o fim que ele merece. Já temos nosso pessoal correndo atrás disso. A hora que souber o paradeiro dele, vou passar a faca naquele pescoço pessoalmente!

— Essa gente parece perigosa Marco, eu sei que você deve estar morrendo de raiva, mas isso se tornará em uma guerra sangrenta! O melhor que você tem a fazer é levá-lo a julgamento! Eu mexo os meus pauzinhos, se eu não conseguir julgar esse caso, certamente consigo colocar o caso dele com um juíz bem linha dura.

— Você sabe que não acredito na justiça desse país. Sem falar que esse seria um caso de alta exposição midiática. Minha irmã tem horror a isso.

— Mas e se você for pego?

— Morrerei defendendo a honra da minha família, como deve ser.

Ela se levanta, segura meu rosto e diz:

— Nem eu e nem sua família vamos nos conformar em perder você para uma vingança. Sei que nós fazemos justiça de forma diferente, mas estamos falando da sua vida!

Sinto um tom real de preocupação em seu discurso. Acaricio seu rosto e olho bem nos seus olhos.

— Prometo a você que vou tomar cuidado. Acredita em mim, eu quero e muito estar vivo e construir algo muito bonito com você. Sei que nos conhecemos a pouco tempo, mas já foi mais que o suficiente para me mostrar o que eu quero. E eu quero ficar com você!

Noto que minhas palavras balançaram ela.

— Promete que depois disso você vai parar de se meter em perigo dessa forma? Você pode perfeitamente voltar a trabalhar de forma independente, longe dessas operações arriscadas.

— Mas como vou despertar aquele arrepio… aquela adrenalina gostosa que você sente quando vê o seu cara “fora da lei” se aproximando de você?

Ela respira fundo e me dá um verdadeiro tapa sem mão:

— Já é tarde demais detetive, você arranca esses arrepios de mim só pelo fato de você existir… de nada vai adiantar você manter a sua pose de “fora da lei” se você não estiver mais aqui pra se fazer valer dela!

Acaricio seus cabelos, toco seu rosto de leve e a puxo para um beijo em forma de resposta. O beijo é correspondido mas de forma lenta, suave e assim se desenvolve. Não estávamos mais falando de um mero tesão, havia um sentimento forte, novo e genuíno surgindo ali. Chegava a ser assustador de tão intenso. De alguma forma ela estava usando aquele beijo para me convencer do que eu já estava convencido: precisava pisar no freio para que ela não me perdesse. Apesar de querer muito me comprometer com isso, nesse momento a minha prioridade era pegar o abusador da minha irmã. Mas estou certo que assim que isso acontecer… Dandara… eu serei todo seu!

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