Capítulo 1
Capítulo 1
O despertador toca me dizendo que é hora de começar tudo de novo e a vontade que eu tenho é de tacar ele na parede! Amo o fato de ser uma mulher independente, mas ter que acordar tão cedo pra trabalhar ainda faz de mim uma mulher menos gentil do que eu poderia ser! Pego minha indignação por já ter que estar de pé às seis da manhã, guardo ela no bolso do meu pijama e arranco ele do meu corpo, jogando-o em cima da minha cama. Entro no chuveiro tentando ver se a água quente que desce da ducha faz meus olhos abrirem, mas como sempre ela me dá ainda mais vontade de voltar pra cama, me forçando a trocar de temperatura e pular no box com o choque da água fria.
Depois de vencer a minha guerra contra meu próprio sono, escolho minha roupa, subo nos meus saltos e desço as escadas para comer alguma coisa antes de sair. Assim que chego na cozinha tomo um susto quando me deparo com a Cíntia passando um café e preparando uma tapioca.
— Posso saber o que você faz na minha cozinha às seis e meia da manhã?
Ela me olha como se não entendesse a minha indignação e responde:
— Hoje você tem uma reunião importantíssima com o desembargador Torres e você mesma me pediu que eu viesse te arrancar da cama a força! Não está vendo eu fazer isso?
Além de ser a minha assistente, Cíntia é minha melhor amiga, sinceramente não sei o que faria sem ela.
— Eu tenho que parar de sair com você! Isso te transforma em uma mulher muito mais debochada do que eu consigo aguentar! — digo enquanto pego uma xícara pra tomar o café.
— Eu também te amo demais! Agora senta aí que a sua tapioca já está pronta!
Ela me serve um prato bem bonito com uma tapioca recheada com queijo branco, peito de peru e orégano. Provo um pedaço e digo:
— Perfeito! Já pode casar!
— Deus que me defenda! Da próxima vez eu queimo a tapioca e passo um café fraco.
— Você poderia perder a sua carteira da OAB só em pensar em oferecer um café fraco para uma juíza! — dou um gole no café — Brincadeiras à parte, obrigada Cíntia.
— Não precisa agradecer, adoro a sua cozinha! Quero ver se venho aqui no sábado pra brincar com suas panelas e comermos um bobó de camarão, o que você acha?
— Você é muito mais do que eu mereço mulher! Depois me passa a lista dos ingredientes que eu compro. Agora vamos lá, esse bendito desse desembargador precisa sentir o cheiro do meu perfume francês quando subir as escadas daquele fórum hoje!
— É assim que se fala!
Assim que chego na porta do fórum e encaro aquela enorme construção exageradamente moderna, não canso de me perguntar o porquê esses arquitetos gostam tanto desse efeito espelhado nos prédios do Rio de Janeiro. Sou muito mais as construções antigas que temos espalhadas pela cidade. Subo as escadas e assim que passamos na porta, somos recebidas pelo gentil porteiro que nos cumprimenta com um enorme sorriso no rosto:
— Bom dia dona Dandara! Bom dia dona Cíntia!
— Bom dia senhor Geraldo. — eu e Cíntia respondemos em uníssono.
— Como vai a sua esposa? Melhorou da pressão alta? — pergunto preocupada.
— Melhorou sim. A médica mandou ela repousar e tomar os remédios direitinho. Minha filha está lá em casa cuidando dela.
— A que bom então! Espero que ela se recupere completamente logo. Se precisar de alguma coisa, pode contar comigo, viu? — seguro em sua mão e lhe dou um sorriso.
— Muito obrigado! Só Deus sabe o quanto lhe sou grato! A médica que a senhora chamou naquele dia nos atendeu prontamente e tratou a minha esposa muito bem! Se não fosse a senhora, nem sei o que seria.
— Eu é que agradeço por ter alguém tão bom trabalhando aqui comigo. Dê um beijo na esposa e na sua filha! Melhoras para ela! Diga que ela precisa ficar boa para me fazer mais um daqueles bolos de café maravilhosos!
— Pode deixar que vou falar com ela! Que Deus te abençoe dona Dandara! Um bom dia pra senhora!
— Tenha um bom dia e um bom trabalho, senhor Geraldo!
Pegamos o elevador e em poucos instantes chegamos no meu gabinete. Cíntia apoia sua bolsa na cadeira e já vai organizando tudo para a minha reunião, enquanto isso eu aproveito o tempo para revisar alguns papéis das audiências que tenho mais tarde.
Como um perfeito britânico, Torres entra pelo gabinete pontualmente às oito horas, horário marcado por nós.
— Bom dia.
— Bom dia, vossa excelência! Deseja um café? — diz Cíntia.
— Não, muito obrigado.
— Ok, qualquer coisa é só chamar.
Cíntia pega sua pasta em cima da mesa e se retira fechando a porta. Ele se vira na minha direção e diz:
— Muito bom dia, Dandara! Vossa excelência está lindíssima hoje!
Ele sempre com o mesmo cavalheirismo bajulador e forçado de sempre… haja paciência!
— Bom dia, senhor desembargador. Obrigada. — me estico e damos um aperto de mão — Sente-se, fique à vontade.
Ele passa o olho por toda a minha sala e antes de sentar na cadeira diz:
— Até que para um gabinete simples, este está muito bem organizado e decorado. Devo lhe parabenizar pelo bom gosto dos quadros e por toda essa organização.
— Obrigada, eu e minha assistente somos realmente muito rígidas na organização dos processos e dos documentos.
Me sento em minha cadeira, respiro fundo e digo:
— Mas, o desembargador não saiu do seu lar para estar aqui às oito da manhã e falar sobre a minha organização. Afinal, a que devo a honra de sua visita?
Ele finalmente se senta e diz:
— Acredito que a juíza já saiba que eu sou palestrante na Escola Nacional de Magistratura Federal.
— Sim, eu sei. Inclusive o senhor estava lá quando fui assistir o meu primeiro dia de palestras.
— Muito bom saber disso. Me orgulho muito de poder compartilhar meu conhecimento com os nossos novos colegas de profissão. — ele faz uma pausa e logo continua — Bem, na semana que vem eu estarei falando com uma nova turma, mas eu já estou sentindo que apesar do respeito que eles têm por mim, falta identificação. Eu já estou perto da minha aposentadoria, querendo ou não eu sei que não falo mais a mesma linguagem deles. Pensei em convidá-la a ir comigo, falar um pouco da sua experiência, acho que seria muito bom para eles. Pra mim seria de grande valia e acredito que também será uma boa experiência para você. O que me diz?
Pela primeira vez em anos eu vejo o juiz Torres ser gentil e desejar dividir os holofotes com outra pessoa. Confesso que estou impressionada. O que a chegada da idade não faz!
— Seria uma honra. Finalmente eu poderia passar para os novos juízes o que sinto que precisava ter ouvido quando cheguei por aqui.
— Fico feliz em ouvir isso! Mandarei o meu assistente lhe passar o conteúdo das minhas palestras e você vê o que pode ser acrescentado. A palestra será na quinta-feira que vem, às 17:00h no próprio auditório da escola.
— Perfeito, ficarei no aguardo do arquivo e assim que fizer os meus rascunhos, encaminho para o senhor.
— Perfeito. Obrigada pelo seu tempo.
— Foi um prazer. Obrigada pelo convite.
Levantamos, apertamos as mãos e ele se retira.
Poucos segundos depois da saída dele, Cíntia abre a minha porta e pergunta:
— E aí? O que esse homem queria com você?
— Me tornar uma palestrante da Escola Nacional de Magistratura Federal.
Ela arregala os olhos e começa a pular como uma criança:
— Meus parabéns! — ela me abraça — Finalmente você está tendo o destaque que merece! Vamos sair hoje para comemorar!
— Ah lá vem você Cíntia! Sabe perfeitamente que eu não suporto sair de casa!
— Você precisa sair desse casulo! Seu apartamento é lindíssimo, mas ficar trancada lá dentro o tempo todo faz você parecer uma prisioneira de luxo! Está decidido, vamos sair daqui e ir direto pra aquele pub que abriu no centro. Vou ligar pras meninas!
Cíntia me dá um beijo no rosto e fecha a porta tirando completamente o meu poder de escolha. Bem, já que minha noite está decidida por ela, vou pelo menos fazer o que eu previ para o meu dia!
Depois de cumprir a minha agenda de audiências e reuniões, chego no final do dia querendo a minha cama mais do que eu consigo expressar! Sei bem que a Cíntia vai insistir na saída de hoje, principalmente pelo fato de ser sexta-feira, então vou até a máquina de café expresso e pego logo um duplo!
— Ah, você está aí!
Não, ela já me encontrou!
— Não sabia que iria me encontrar tão rápido!
— Se eu der mole, você entra naquele carro e foge! — ela pega a minha bolsa da minha mão — Vamos, eu dirijo!
— Eeeei! Larga a minha bolsa! Parece até um assaltante!
— Estou sim roubando o seu direito de fugir de uma noitada! Como sua amiga é claro, não quero perder meu emprego!
— Posso pelo menos terminar meu café?
— Faz isso no caminho do estacionamento!
Céus, pra que eu fui contratar esse furacão?
Entramos no meu carro e obviamente eu não deixei ela dirigir. Apesar dela ser uma boa motorista, eu já estou fazendo muito deixando ela controlar o destino das minhas próximas horas. Chego rápido no tal do pub, mas não me sinto nada confortável em deixar meu carro no meio da rua.
— Vai entrando que eu vou deixar o carro no estacionamento aqui do lado.
— Tá bom, pelo visto as meninas já chegaram e separaram uma mesa.
Ela desce do carro e bate a porta com a força de Hércules!
— Puta que pariu hein!
— Desculpa! — ela faz cara de desespero — É que esse carro nunca fecha direito quando eu não coloco força.
— Desse jeito ele não vai mais abrir!
Deixo o carro no estacionamento e me encaminho para a porta do pub. Antes de entrar, observo o jeito das pessoas que estavam por ali. Todos super jovens, vestindo roupas despojadas e uma felicidade que não consigo nem imitar. Levo minha vida tão a sério que acho que esqueci como isso é possível. Sem falar que é bem provável que eu seja barrada de entrar aqui com minhas roupas formais.
Entro no pub e as luzes baixas me causam estranheza. O ambiente todo cheira a álcool, cigarro e perfume barato. Olho para a imensa bancada do bar que está com pelo menos uns cincos caras me encarando e um cheiro de testosterona misturado com vodka quase insuportável! Céus, quanto tempo eu vou ter que ficar aqui?
— Dandara! — escuto me chamarem.
Olho pra trás e consigo identificar as meninas reunidas em uma mesa na varanda do pub. Pelo menos conseguirei respirar ar fresco! Ando na direção delas tentando não pisar nas latas, copos ou qualquer outro obstáculo espalhado no chão.
— Finalmente você chegou! Quanto tempo leva pra estacionar um carro? — diz Cíntia.
— Quando você não quer ir para algum lugar, uns trinta minutos! — respondo com uma falta de educação que não é minha. — Mas que lugar estranho!
— Ah, fala sério Dandara! Música boa e bebida barata é a melhor pedida do mundo!
— Não quando vem acompanhadas de tudo isso. — olho em direção ao bar com desdém.
— Que saudade eu tava de você! — Luciana diz, vindo me abraçar.
— Também estava com saudades Lu. Você está linda!
Me admiro ao vê-la vestida em um macacão longo com salto alto. Estava muito elegante! Isso sem falar nos lindos cachos na altura dos ombros. Adoro o seu cabelo!
— E a nossa juíza também não está nada mal hein! — ela exclama.
— Mesmo debaixo de todo esse pano! — completa Jéssica.
Fito ela de cima a baixo sem entender como ela consegue respirar naquele tubinho preto minúsculo! Mas o All Star no pé e seus cabelos curtinhos com mechas cor de rosa, a deixam com um estilo que eu simplesmente amo nela!
— Quando é que você vai parar de tentar me transformar numa piriguete, Jéssi? — dou um abraço nela também.
— Só quando eu ver você entrar em um pub com uma mini saia jeans e uma blusa decotada!
— Bem, então acho que pra sempre! — Cíntia conclui.
— Vocês e suas roupas de trabalho me entediam! Apesar de estarem atraentes, elegantes e sofisticadas, vocês estão sempre iguais! Precisam deixar fluir a energia da gostosa que mora dentro de vocês!
— Quem sabe um dia quando eu tiver tempo! — diz Cíntia — Agora queremos é saber quem é a sua gostosa da vez!
— Sempre tem alguém no gatilho, mas sigo solteira como eu gosto. — ela responde depois de dar um baita gole na sua caneca de cerveja.
— Ai que saudades dessa época minha. Ser casada se tornou cômodo e entediante. — lamentou Lu.
— As coisas não eram pra ser assim, amiga. Vocês só estão juntos a 2 anos! — Cíntia observa.
— Não quero falar de coisas ruins, vamos voltar nossas atenções a quem realmente importa: DANDARA!
Luciana, filha da puta! Avisto um garçom, aceno pra ele e logo peço:
— Me vê um dry martini e uma porção de batatas fritas por favor.
Ele anota o pedido rapidamente e diz:
— Pode deixar!
Luciana diz:
— Dá pra parar de fugir do assunto?
Ela não vai desistir. Retruco:
— Porque o assunto sempre acaba em mim?
— Porquê ninguém se conforma em ver um mulherão desse sozinha por tanto tempo! O que o rolou com o Rubens já tem tanto tempo que ele já casou e se divorciou! Você precisa abrir esse coração mulher! — Cíntia derruba um balde de sinceridade em cima de mim.
— Eu já saí com outras pessoas e vocês sabem muito bem disso. Mas não adianta, meu coração tá fechado. Ninguém desperta nada em mim. Não vou ficar perdendo meu tempo.
— Não é perda de tempo amiga, é manutenção de orgasmos! Isso é saúde!
Claro que a Jéssica não ia perder a oportunidade de falar de sexo! E lá vamos nós baixar o nível da conversa!
Meu drink chega, a porção de batatas também e dou graças pois estava com fome. Olho pro lado e vejo que Jéssica dá um trago no seu cigarro, pega sua caneca de cerveja e levanta na direção de alguém. Ela dá um pulo da sua cadeira com pressa e diz:
— Co-licença, meninas. Sei que o assunto está sério, mas eu tenho uma boca pra beijar!
Ela finaliza a cerveja toda de uma vez, aperta o cigarro no cinzeiro e vai andando na direção de uma bela ruiva sentada em uma mesa lá dentro. Ficamos observando e como sempre a conversa é breve e logo a ruiva a puxa em direção ao banheiro.
— E… gol! — diz Cíntia.
— Queria conseguir fechar vendas com a mesma facilidade que a Jessi beija na boca das pessoas! Eu estaria rica! — Luciana exclama.
— Se você tivesse terminado a faculdade, não estaríamos tendo essa conversa! — digo revoltada — Não perdoo você por ter desistido de ser advogada. Você é a melhor argumentadora que eu conheço!
— Desculpe, mas nem todas temos o QI de vossa excelência! Não adianta nada eu saber argumentar algo se não conseguia nem memorizar o número da minha matrícula, dirá o que tem dentro das quatro linhas da constituição! — ela se defende.
— Eu fico tentando entender como você pode ser boa corretora com uma memória ruim. Como lembra dos clientes, dos imóveis, dos valores?
— Já ouviu falar em papel e caneta, querida? Depois que eu leio o que anoto, tudo flui! E sou ótima em improvisar!
— Foi por isso que tirou boa pontuação no ENEM! Nunca vi, você quase gabaritou aquela merda de redação! — relembra Cíntia.
— Fazer o quê? Tenho meus truques na manga. E assim eu vivo pagando minhas contas.
A noite flui super bem, conversamos e rimos muito. Conhecemos a ruiva que sequestrou temporariamente a Jéssica e pelo visto teremos novidades sobre ela no nosso próximo encontro. Dois drinks depois a minha idade começa a reclamar da falta de conforto e por tanto eu digo:
— Bom meninas, eu tô morta de cansada. Vou deixar tudo pago aqui e vou seguir.
— Poxa chefa, não são nem onze horas! — Cíntia olha no seu relógio de pulso.
— Você sabe que a minha bateria acaba rápido. Mas eu adorei sair com vocês meninas! Vamos fazer o seguinte, aumente a quantidade dos ingredientes daquele bobó de camarão Cíntia. Almoçamos todas juntas lá em casa amanhã, o que acham?
— Por mim tá ótimo! — diz Lu.
— Amo a comida da Cíntia! Tô dentro! — diz Jéssica.
— Tá combinado! Te passo a lista com tudo amanhã chefa!
Me levanto, dou um beijo nas duas e pego a comanda de cima da mesa.
— Amiga, não precisa! — Luciana protesta.
— Mas eu insisto! A bagunça que vocês fizerem de agora em diante fica por conta de vocês! Mas aqui deixa comigo! Beijo!
Chego no caixa do pub e peço para acertar o valor da conta. O rapaz me informa o preço e eu passo meu cartão na maquininha. Quando vou guardar meu cartão na bolsa alguém esbarra em mim fazendo com que eu o deixe cair no chão. Me abaixo rapidamente e assim que eu levanto um cara estranho me puxa pelo braço e tenta forçar um beijo. Empurro ele na hora!
— Me solta!
— Calma, boneca! Não precisa ficar nervosa, só me encantei quando vi essa bunda linda pra cima e não resisti.
— Com quem você pensa que está falando? Seu abusado! Se controla!
— E se eu não quiser? Você é bonita, tem pose de rica, mas em vez de estar em um restaurante fino, tá aqui enfiada num pub barato no centro da cidade! Só pode estar atrás de gente como eu!
Ele puxa meu braço de novo e eu grito:
— Tira suas mãos de mim!
Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, outro cara chega e empurra ele, o fazendo cair no chão.
— Você está surdo, seu merda?
O homem ainda desnorteado no chão, tenta se levantar, mas é empurrado de novo. O rapaz que me defendeu grita:
— Se você pensar em encostar nela de novo pode se considerar um homem morto!
O homem sai cambaleando e se afasta de nós.
Ele se volta pra mim e pergunta:
— Você está bem?
— Estou sim, obrigada.
— Está de saída?
— Sim.
— Então se permitir, eu te acompanho até lá fora.
— Ficarei grata.
Passo na frente e ele literalmente vai me escoltando até a saída do pub.
Assim que piso fora daquele lugar, meu pulmão agradece pelo ar fresco.
— Está de carro? — ele pergunta.
— Estou sim, deixei ele no estacionamento.
— Posso? — ele aponta na direção do local.
— Não precisa, você já me ajudou bastante.
— Uma juíza como você deveria andar cercada de seguranças! Não é seguro andar sozinha em um lugar como este.
— Você me conhece?
— Sua reputação lhe precede, meritíssima! Qualquer pessoa que esteja dentro do sistema policial ou judiciário do Rio de Janeiro conhece a famosa juíza Dandara Ibrahim, sou um grande admirador!
Paro pra prestar mais atenção nele e é inevitável não notar o seu porte físico e seu rosto marcante. Que homem bonito! Admirador é? Vamos ver até onde vai essa admiração…
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