[6 + CHAT - FINAL]
Eles, praticamente, estavam namorando à distância. O que Bianca não achava nada mal, tendo em vista o fato de que, outrora, nem se falavam.
Hangyul estava fazendo três bicos. Saía do apartamento minúsculo às cinco da manhã e voltava tarde da noite, com os músculos doendo e a cabeça latejando. Pela manhã, era estoquista em um mercado. À tarde, trabalhava em um pet shop, dando banho em cachorrinhos de mulheres ricas e, de noite, conseguia dinheiro como motorista de aplicativo. Com o carro de Eunwoo emprestado.
Tanto Lucas quanto Eunwoo também não ficaram na Desert. Porém, ao contrário de Hangyul, eles conseguiram entrar em outra empresa e debutar em um grupo rookie que tinha recebido boas respostas do público. As brasileiras mesmo os apoiavam muito, justamente por eles terem vindo de lá.
Chegaram a oferecer uma oportunidade para Hangyul lá. Mas ele deixou bem claro que já havia feito sua escolha e sua escolha era voltar.
Naquela noite, ele e Bianca já estavam há boas duas horas em vídeo chamada.
"E aí eu falei, eu sei que sou gato, mas já tenho namorada e ela falou 'Ya Hangyul Oppa!", ele fez uma voz fininha.
Bianca riu, com os pés para cima, de bruços na cama, com a cara bem em cima do celular. Se fosse outra pessoa, se sentira mal por deixar as suas narinas tão evidentes assim. Mas Bia mandava fotos ainda piores para ele há anos, com caretas de todas as formas. Não entendia como, mandando fotos assim feias e completamente descabelada, fizera ele se apaixonar por ela.
"Vou ter que ir ai mesmo dar uma paulada nessa fulana?", Bianca ficou vermelha.
Hangyul riu, com a cabeça enrolada em um edredom azul. Ela sentiu uma súbita vontade de apertá-lo e o coração doeu por ele estar longe.
"Não. Porque eu já tô indo aí abraçar meu bebezinho.", ele fez uma voz ainda mais fina.
"Eco! Você tá gay assim."
"Você me deixa boiola, minha dama."
Bianca riu e se sentou na cama.
"Tô com saudade.", ela suspirou.
"Eu também."
Eles ficaram um pouco em silêncio.
"Bia… você sabe, que eu me inscrevi pra letras no semestre que vem né?"
"É e eu ia até te perguntar… por que letras?"
"Ah sei lá.", ele coçou a cabeça. "Você sabe que gosto de ensinar línguas pra pirralho.", ele deu um sorriso sem graça. "Mas esse não é o ponto. O ponto é que eu tô meio falido. E não tenho lugar pra ficar."
"E…", ela engoliu em seco.
"E você tem um apêzinho legal, ue."
"Como assim, amado?"
"Tô me convidando pra morar com você!", ele deu um sorriso desesperado. Dava para ver ele ruborizando do outro lado da tela.
Bianca arregalou os olhos e engasgou com a própria saliva. Hangyul começou a rir.
"Tá doido? A gente nem começou a namorar de verdade!"
"Bia a gente se conhece há 6 anos. Seis F*CKING anos e eu gosto de você desde o primeiro dia."
Bianca gaguejou e ele murchou os ombros.
"Ok, ok! Não vou te forçar. Só achei que seria legal, porque…"
"Tudo bem!", ela concordou olhando para os próprios pés. "Pode vir morar comigo."
"YEEEEESSS!", ele deu um grito tão alto que ela quase caiu da cama de susto.
"MAS, a gente vai dividir as despesas de aluguel, luz, água e vamos dividir limpeza também e nem ouse tentar nenhuma gracinha."
Ele deu um sorrisinho malicioso e piscou.
"Serei um santo."
***
Não seria uma fase fácil. Já não estava sendo.
Se Hangyul pudesse dividir suas duas décadas de vida em três partes seria: o momento em que ele sonhava em ser famoso, o momento que ele quase conquistou isso e o momento que entendeu que nem mesmo ele entendia os seus próprios sonhos e caiu na real. Agora, ele estava bem próximo de ser adulto. O que mais o deixava apavorado era que Bia seria o ponto chave dessa transição.
Os amigos de Hangyul diziam que ele era praticamente um bebezão brutamontes, porque era inocente demais. Demorava para entender as piadas de duplo sentido, não sabia lidar com garotas e era o único que não tinha os pés no chão ao decidir o que fazer quando terminasse a faculdade. Eram essas características que o intimidavam quando ele batia de frente com a perspectiva de sua nova vida: namorar, morar sozinho com essa namorada, estudar, trabalhar e fazer tudo isso numa cidade que nunca ficou.mais que uma semana.
Só de pensar isso lhe dava vertigens.
No entanto, quando ele viu Bianca no aeroporto, segurando uma plaquinha escrito "HANGYUL OPPA", ele soube que valeria a pena tentar.
Ele correu até ela e a tirou do chão, com um abraço apertado. Enterrando as mãos nos cabelos dela, a puxou para um beijo, que ele mal conseguia orquestrar, já que não conseguia parar de sorrir.
Ele parou de beijá-la, para poder encarar os seus olhos. Sorriu, fazendo pequenos círculos em suas bochechas coradas. Ela mal conseguia conter o sorriso também.
"Vem. Vou te comprar uma aliança de chiclé.."
"Que?"
***
O apartamento dela era modesto, mas bem sofisticado. Apesar dos poucos metros quadrados, os móveis eram bem novos e as paredes pareciam recém pintadas. Bia disse que alugou mais barato por ser um condomínio novo e, agora com ele lá, seria mais fácil pagar.
Ele estava desfazendo a mala com Bia, enquanto falavam sobre o futuro. Futuro esse que tanto o assombrava.
"E as aulas começam logo, você precisa comprar as coisas.", ela declarou, enquanto colocava as camisetas dele numa gaveta vazia que havia separado. "Quer que eu te dê um dinheirinho.",
Ela sacou uma nota de cinquenta de uma bolsinha preta e Hangyul caiu na gargalhada.
"Ue amado tá rindo por quê?"
"Tá parecendo a minha vó, cara. 'dinheiro, pa compra binquedô.'", ele imitou o sotaque da avó.
Bianca deu um soquinho nele e ele riu mais.
"Pois você que lute então, mal agradecido."
Ele rastejou até ela e a colocou em seu colo, dando um beijo em sua testa.
"Você é tão lindinha quando fica brava sabia!"
"Eu sei…", ela deu um risinho. "Mas é sério. Compra as coisas. Não vai que nem um mal trapilho pra facul né?"
"Eu vou, amor. Mas agora preciso mesmo de um emprego. Nem que seja um bico."
"Não se preocupe com isso agora. Eu tô ganhando bem."
"Pare de ser gada, mulher! Eu sou o macho alfa da casa."
Ela deu uma gargalhada tão grande que o deixou vermelho. Vendo o quão sem graça ele ficou, ela segurou suas bochechas e deu um selinho rápido.
"Vem, vou arrumar sua cama."
"Ah a gente tem que comprar uma cama de casal né?"
"Como assim?", ela se voltou para ele.
"Como assim, como assim? Pra gente oras."
"Quem disse que a gente vai dormir na mesma cama?"
"Sei lá, achei que eu podia já que a gente NAMORA."
"Mas você é muito avançadinho. Vai dormir no chão da sala, tá ok?"
Hangyul fez um bico, enquanto Bia puxava um colchão debaixo da cama e arrastava, com dificuldade até a sala.
Ele foi logo atrás dela, resmungando.
"Mas a sala é muito fria e estamos em junho."
"Você que lute e usa uns edredons.", ela urrou e puxou o colchão.
Sem olhar para trás, esbarrou no sofá e caiu em cima do colchão, puxando Hangyul, que acabou caindo em cima dela e batendo sua testa sem seus dentes.
"AAAI!", ele gritou, esfregando a testa.
"Ai Meu Deus, desculpa!", ela colocou o dedo no vermelhão embaixo da testa dele. "Machucou?"
"Não, só vou ter que fazer uns trinta pontos.", ele suspirou. Ela se ergueu levantou e continuou a arrumar. Fazer coisas geralmente a distraía dos pensamentos que a machucavam ou a incomodavam.
Naquele momento, o fato de estar oficialmente morando com o garoto que gostava há seis anos era o ponto que não conseguia lidar. Era o momento da vida adulta que, na teoria, sempre imaginou. Mas, na prática, era aterrorizante.
***
Ele começou a faculdade e conseguiu um emprego de recepcionista em um Office Center de um shopping perto do condomínio. Ele e Bianca mal se viam durante o dia. Contudo, durante a noite, tiravam um tempo para ficarem juntos, jantando, vendo filmes ou jogando ps4.
Bianca pensou, por um tempo, que eles não entrariam naquele impasse que Luizinho e Anny entraram. Sobre aquele famigerado tema que todo casal tinha que pôr às claras, mais cedo ou mais tarde. Não que ela fosse ingênua de pensar que nunca aconteceria. Mas Hangyul era tão calmo e as coisas estavam tão rotineiras, que ela pensou que demoraria um bom tempo até que pensassem naquilo.
E eles estavam morando juntos.
Bianca acusou a si mesma de ter mexido em um ninho de vespas. Eles estavam vendo O Incrível mundo de Gumball. Ela estava ridiculamente carente aquele dia e, desde que chegara, não parava de encarar Hangyul. Estudava a linha do seu maxilar, a forma como o pomo de Adão mexia quando ele engolia as batatinhas e como a blusa de lã dele estava larga demais nos ombros.
Ela mordeu os lábios e tentou focar em Gumball. Mas acabou voltando o olhar a ele, desta vez em seus lábios, ligeiramente úmidos pela coca-cola que bebia.
"Queria beijar você.", ela disse, instantaneamente.
"Que?", ele perguntou rindo, distraído com o desenho.
"Eu disse que queria beijar você."
Ele assentiu, com o sorriso distraído, demonstrando claramente não ter ouvido nada.
Impaciente, Bianca o puxou pelas bochechas e deu um selinho. Ele se sobressaltou, deixando o pacote de batatas cair.
"Que isso!"
"Eu disse que queria te beijar. A gente não se beija há milhares de anos."
"A gente se beijou hoje de manhã, xuxu.", ele riu.
"Não tô falando de beijo normal. Tô falando daqueles especiais. Como o primeiro que a gente deu, ou aqueles que a gente dá no cinema."
Eram momentos raros. Momentos em que a situação os deixava vulneráveis a si mesmos. Hangyul engoliu em seco, completamente corado.
"P-por que isso agora?"
"Porque você é muito lindo, tá ok? Só não se ache tanto."
Ele riu e segurou a mão dela.
"Você que é."
Ele cerrou os olhos, deixando-os abertos apenas o suficiente para enxergá-la à meia luz. Segurou-a pela nuca e a puxou para si, colando os lábios aos dela.
Não esperou muito para mudar aquele beijo. Ela pediu aquele tipo de beijo diferente e foi o que ele deu, lentamente aumentando o ritmo até que nem percebesse o quão ofegantes estavam.
Bianca parecia estar em frenesi. O rosto todo formigava e queimava, corado. Hangyul acariciava a sua nuca e o toque lhe disparava arrepios pelo corpo todo. Ela colocou os dedos na garganta dele, sentindo a pele dele se arrepiar também. Aquela sensação… a deixou desesperada, como um vício que poderia ser alimentado com mais da droga.
Ela deixou os lábios dele sem o calor dos seus lábios e o depositou, na garganta dele, quadriplicando aqueles arrepios. Hangyul deu um pulo, enquanto ela ainda atacava o seu pescoço.
"Mano, não faz isso não…"
"Por quê?", ela perguntou, com um risinho, contra a sua pele.
"Por que me dá gatilhos."
Ela riu, e abriu a gola da blusa dele, beijando sua clavícula. A pele era macia, apesar de firme e ela queria viver ali, se pudesse.
"Bia namoral… você me fala pra eu não ser a-avançadinho… Mas v-você faz umas coisas dessas e…", ele soltou um som estranho e deu um pulo, saindo debaixo da garota e puxando consigo uma almofada.
"Ai, o que foi?!", ela resmungou impaciente.
Ele estava vermelho, segurando uma almofada entre as pernas. Então ela entendeu o olhar sugestivo dele e começou a rir. Gargalhar.
"Não tem graça, saco.", ele cerrou os olhos.
"Tem sim.", ela secou as lágrimas.
"A gente não vai mais fazer isso."
"E por que não?"
"Sei lá, por motivos óbvios?!!!"
"Uma hora a gente vai…", ela hesitou, arrumando o cabelo. "Você sabe…", e olhou para baixo.
"Ué não era VOCÊ que me enxotou há uns dois meses do seu quarto?"
"Ah… mas…", ela coçou a cabeça. "Mas eu acho que eu tô pronta!", e sorriu.
"Mas eu não."
"Que?"
Ele, finalmente, soltou a almofada e saiu correndo para o quarto.
"Vou dormir. Como a Anny diz, você que lute pra dormir na sala."
"Amor!", ela foi logo atrás.
"Bia!", ele se voltou. "É sério… Eu… só me dá um tempo tá? Prometo que a gente vai falar disso.", e fechou a porta atrás de si, deixando Bianca totalmente sem respostas.
×××
×××
Hangyul treinou cinquenta vezes o que falaria para Bianca quando ela chegasse mas, quando ela apareceu, ficou totalmente sem o que falar.
Ela fechou a porta do apartamento e ele a pegou pelas mãos, puxando-a até o sofá.
Ela se sentou, com um olhar confuso.
"Olha eu vou ser bem sincero… eu tô apavorado."
Ela inclinou a cabeça.
"Como assim?"
As mãos dele suavam e ele se sentia quente demais para o frio de onze graus lá fora.
"Eu tô com medo de muita coisa. Tô com medo de não conseguir aguentar todas as vezes que minhas pernas ficam bambas no serviço de ansiedade por andar de metrô. Medo do salário não te ajudar no final do mês. Medo das provas que não são nem de perto o que eram na escola e medo de não ser homem suficiente pra você."
Ela entreabriu a boca, um pouco desconcertada.
"Eu te amo, Bia. E quero sim ficar com você de todas as formas possíveis. Mas eu sou um lerdo. Com certeza vou fazer tudo errado e não só no que você tá pensando. Na vida em geral."
"Para!", ela colocou o dedo indicador na boca dele. "Não quero mais um piu."
Ele assentiu, calado e obediente, com o olhar infantil.
"Você é muito inseguro, sabia? E uma verdadeira fraude, porque lá na frente das armys loucas você se fazia de gostosão."
Ele deu um sorrisinho triste.
"Você é incrível, Hangyul. É um garoto bondoso e determinado. Um amigo incomparável, doce e putz, muito lindo. O único defeito é me deixar doida, porque não te entendo nunca! Mas foi tudo isso que fez me apaixonar por você."
Ele sorriu e segurou a mão dela.
"Não ligo se você não aguentar a ansiedade e desmaiar no metrô. Também não ligo se não tiver grana e não ligo se você não for o rei da cama. Porque eu não aceitei namorar com você por pensar que você fosse perfeito. Aceitei namorar com você porque sua imperfeição combina com a minha."
Ele sorriu, com os olhos marejados e deu uma gargalhada.
"Meu manager ia me expulsar depois de perguntar a esposa do deputado o que ela achou da minha performance."
"O que?", Bia perguntou.
"História pra outro dia.", ele apertou a mão dele. "Então…", deu um beijo nos nós dos dedos dela. "Não liga mesmo se eu for um fracasso?"
"Não."
"E se… A gente tentasse? Tipo agora?"
"AhhhhHh.", Bianca gaguejou e começou a rir, nervosa. "M-me pegou de surpresa."
"Brincadeira, amor. Quando quiser."
"Ah mas talvez eu não esteja tão surpresa assim.", ela levantou, puxando ele para o quarto, pela mão.
"O que, mas a gente já vai pra lá?"
"Ahaaaam!", ela riu, com a vozinha que fazia quando mandava áudios para ele, se jogando na cama e puxando ele sobre ela.
"Ai meu Deus, eu tô nervoso.", ele coçou a cabeça. "Não tinha que ter uma preparação?"
"Ue, isso é parte sua."
"Mas eu não sei fazer isso, Jesus!"
"Me beija."
Ele deu um selinho rápido nela.
"Não assim, sua besta!"
"CALMA É MUITA PRESSÃO.", ele olhou para os lados, tentando não ficar nervoso com a forma que eles estavam. Ele, quase sentado nas coxas dela, tentando jogar o peso dos joelhos no colchão para não machucá-la.
Então, do nada, ele tirou a jaqueta e a camiseta. Bianca sentiu o rosto esquentar na hora que viu os músculos dos braços e abdômen dele. Tentando esquecer a vergonha, ela tateou, sem jeito, do peito até o quadril dele.
"Hum, acho que vou gostar disso.", ela riu, fazendo biquinho. "Vai, me beija!""
"Ai Bia, eu tô com frio."
Ela revirou os olhos e puxou a coberta em cima deles.
"Pronto tá melhor?"
"Tá sim!"
Ela fez um bico de novo e ele, desta vez, beijou ela, com um sorriso que não conseguia conter. Aos poucos, deixou levar-se pela sensação de ter Bia aos seus braços. Sua melhor amiga, aquela garota que, por tantos anos amou em segredo e que, agora, podia deixar ver esse amor que escondeu. Deixou transbordar aquele sentimento cada vez que a tocava, então, seus movimentos começaram a se tornar naturais. Ele beijou o seu nariz, a pele fofa da orelha, onde um brinco pequeno estava, o seu pescoço que ficava cada vez mais quente… seu ombro direito, que tinha um vergão de uma pancada que levou de um bêbado correndo na estação.
Ele beijou suavemente o machucado dela e tocou a bainha de sua blusa. Quando levantou, acabou enroscando na cabeça dela e demorou pelo menos um minuto pra conseguir tirar.
"Tá quebrando o clima!", ela reclamou.
"Então tira você, sua chata."
Ela terminou de tirar e voltaram a se beijar.
Nos momentos em que se despiam mais, paravam por alguns segundos para tentar superar a vergonha mútua. Mas, de alguma forma, o olhar que trocavam, proporcionavam a eles uma coragem mútua. O mais próximo daquele sentimento foi o dia que tiveram que upar um vídeo no YouTube reproduzindo uma cena de boys over flowers toda em coreano.
Até que, em certo momento, a vergonha toda desapareceu. E só ficou ali aquele amor secreto, transbordando e inundando aquele quarto, com suspiros e sons que, outrora, jamais ouviram um do outro.
***
O quarto escuro, invadido pelas luzes de outros prédios, estava silencioso. Mas nenhum deles estavam dormindo. A cama era curta. As vezes, Bianca sentia que poderia cair dela, então se agarrava mais a Hangyl, que usava o próprio braço de apoio. Ainda não tinham se vestido e ambos estavam com preguiça de sair dali.
Talvez não fosse exatamente preguiça.
"Ficou com medo a toa. Eu curti.", ela bagunçou o cabelo dele.
"É. Você foi paciente.", ele deu um beijo na testa dela. "E eu acho que eu tô muito muito feliz mesmo. Por ter feito a escolha certa."
"É, tem que estar mesmo. Sou maravilhosa."
"Não é só por isso, tonta.", ele deu um peteleco nas costas dela. "É que… teve um momento lá na Coreia em que eu fiquei entre meus sonhos e meus princípios. E aí eu acabei entendendo que eu estava sonhando errado."
"Sério. O que houve?"
"Outro dia eu te conto. Não quero estragar nosso momento."
Ela assentiu e se aninhou mais a ele.
"Mas, se te servir de consolo, eu ainda sou sua maior fã.", ela falou, contra o peito dele, depois de uns minutos.
Ele sorriu e fechou os olhos.
"É. Até que não é tão ruim crescer…"
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