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Aviso aqui pro cês:

Nesse capítulo vai ter referências a cantores e músicas brasileiras, não liguem e finjam que elas são fluentes em português.

Fiquei com preguiça de mudar isso, então aproveita as Jenlisa meio brasileira 😊

A Somi está me lingando. Acho que é para falar sobre o quão rápido os meus seguidores voltaram a ser meus.

Brigar em inglês ainda continua sendo estranho para mim.

Ela perguntou quem era a garota da foto — aquela foto que eu e Jennie tiramos no restaurante — respondi que é a minha namorada.

Ela ficou furiosa.

Mas, bom, o problema não é mais meu.

Quando eu cheguei em casa ontem à noite, Jisoo estava quase tendo um infarto para saber o que tinha acontecido no parque. Ela limpou a casa que alugamos e tirou o pó de todos os móveis. Isto é uma novidade, normalmente, ela paga pessoas para fazerem as tarefas domésticas.

Assim que pude respirar dentro de casa, minha irmã veio correndo que nem o flash. Nunca a vi correr tão rápido.

Expliquei tudo o que aconteceu. Não deixei passar nenhum detalhe. Talvez eu tenha deixado escapar que estou apaixonada pela a Jennie.

Aí.

Meu.

Deus.

Estou apaixonada de novo. Prometi nunca mais me apaixonar. Da última vez, eu só sofri. Não quero passar por tudo aquilo de novo.

Descobri que Somi me traía há anos com um cara desprovido da beleza. Ela terminou comigo porque, segundo a ela, a mesma não queria me machucar. Mal sabe ela que me machucou no momento em que assumiu o namoro com o seu novo namorado, um dia depois do nosso término.

O namoro assumido, a química deles, a relação entre eles, tudo só deixou mais claro que ela estava me traindo.

***

São dez horas da manhã e a Jennie me acordou mandando uma mensagem dizendo que precisávamos conversar.

Apressei-me para me arrumar. Coloquei uma camiseta branca e lisa, um short moletom preto, um chinelo Havaianas que eu ganhei dos meus fãs na turnê que fiz no Brasil e, por fim, o que não pode faltar em nenhum look meu: o meu boné.

Avisei para Jisoo não me esperar para o almoço, pois, provavelmente, almoçarei com a Jennie. Peguei as chaves do meu carro e me direcionei até ele, para assim, sair da minha casa e dirigir por, mais ou menos, 30 minutos até o apartamento da Jennie.

Assim que cheguei no apartamento dela, fui até o porteiro e esperei até que Jennie autorizasse a minha entrada. Após seu consentimento, peguei o elevador e me direcionei até seu apê.

Quando cheguei, toquei a campainha e ela não demorou muito para ir abrir a porta. Nos cumprimentamos e a garota me guiou até o seu quarto.

— Você é realmente muito viciada na Taylor, né? — admirei a parede branca com posters e fotos da Taylor Swift.

— Se vai namorar comigo, precisa saber o mínimo, não é mesmo? — olhei para ela e assenti enquanto dava de ombros.

Me aproximei de um porta-retrato que havia na sua mesa de cabeceira. Era uma foto dela com mais duas pessoas. Receio que ele sejam os pais dela.

— Lalisa...

— Eu — peguei outro porta-retrato que era uma foto dela sozinha.

Na foto, a garota estava com um vestido busto franzido com acabamento de babados de renda, todo na cor branca; seus cabelos estavam com tranças amarradas uma nas outras em volta da sua nuca; no seu rosto, havia uma maquiagem bem básica e um batom rosa-claro que se destacava em seus lábios. Ela estava com aquele sorriso gengival, fazendo carinho em um cachorro marrom e peludo.

— Talvez eu tenha marcado um encontro pra gente encontrar os meus pais no sábado — ela disse meio insegura e com medo da minha reação.

Larguei o porta-retrato na mesa escrivaninha branca e, encarei a garota que estava escondendo seus lábios e olhando para a janela enquanto mantinha suas mãos agarradas atrás de seu corpo, balançando o mesmo de um lado para o outro, lentamente.

— Como é que é?

— Você consegue dirigir até Busan?

Como assim conhecer os pais dela? A gente nem namora de verdade.

— Você não era hétero? Por que seus pais sabem de nós? É um namoro falso.

— É culpa da Rosé. Eu juro que não fiz nada — ela levantou suas mãos na altura da cabeça, com as palmas viradas para mim. — A Rosé que quis me arrancar do armário. Eu nem queria que eles soubessem — ela se jogou na cama.

— Olha, eu posso fingir ser uma pessoa super fiel perto deles.

Deite-me ao lado de Jennie. Ela virou-se para mim e me olhou com o cenho franzido.

— Você não é fiel?

— Eu só tô brincando, doida! — me virei para ela e comecei a admirar seus lindos lábios que tinham uma coloração rosa-claro.

Aproximei-me de sua linda boca e intercalei meu olhar de seus olhos para os seus lábios.

— Lisa, por que você tá me olhando assim? — ela perguntou quase num sussurro.

— Xiu! — levei meu dedo indicador para frente de seus lábios, indicando para que a mesma fizesse silêncio. — Aproveita o momento.

Quando eu estava quase encostando meus lábios nos dela, quando eu já estava conseguindo sentir a sua respiração de perto, ela me empurrou fortemente, se levantou da cama e gritou:

— Eu sou hétero, Lisa! Desculpa! — ela pediu com a voz calma e triste.

— Eu pensei que... Foi mal! Eu não devia ter feito isso. Eu vou embora — me levantei rapidamente.

— Lalisa, a gente precisa ir pra Busan.

— É verdade. Sexta-feira eu passo aqui. — Me virei para ela — 15:00 horas, pode ser?

— Pode.

***

Depois do dia em que tentei beijá-la, eu e ela não nos falamos mais. O clima está meio estranho.

Agora estamos dentro do carro, nos preparando para a viagem. Vão ser 4 horas dentro desse veículo com esse silêncio constrangedor.

Coloquei a chave na ignição e liguei o carro, preparando-me para sair com o mesmo.

Comecei a dirigir, sem conversar, sem ouvir música, sem nada. Estamos quietas há 10 minutos.

— Posso colocar uma música? — ela perguntou, cortando o silêncio.

— Pode. Só não coloca Taylor Swift.

A garota cruzou seus braços e me olhou com a cara emburrada.

— Não quero mais! — seu olhar mirou o trânsito de Seul pela janela que estava fechada por conta do ar condicionado.

— Credo, sua mimada! Puta merda — ela me encarou com um olhar raivoso. Com certeza aquele olhar tem haver com o palavrão.

Liguei o som e coloquei uma playlist só de músicas da Taylor Swift que eu fiz para ela...

Sim.

Eu fiz uma playlist para ela como uma louca apaixonada.

O mais chocantes disso, é que foi com as músicas da Taylor Swift quando os meus cantores preferidos são: Henrique e Juliano, Jorge e Mateus, Matheus e Kauan e todos os outros que cantam sertanejo.

Ela deu um sorriso e me deu um beijo na bochecha, fazendo-me corar no mesmo momento. Jennie riu percebendo que me causou isso.

***

Algumas horas depois, o pôr-do-sol começou a ir embora. Jennie estava com os pés no painel — seu corpo está vestindo uma calça cinza-claro larga e uma camiseta branca e larga. Seu cabelo está solto e um pouco bagunçado —, observando a paisagem esverdeada, com a chuva leve que cai do lado de fora, deixando o vidro do carro todo embaçado. Ela estava enrolada em seu cobertor felpudo na cor rosa-bebê.

— "To kiss in cars and downtown bars. Was all we needed. You drew stars around my scars. But now i'm bleedin" — ela cantarolou calmante e um pouco baixo, com a sua voz fofa e linda e, com o seu olhar mirado à janela.

— Não sabia que você cantava.

— Ninguém sabe... tirando o meu chuveiro.

Sorri disfarçadamente e dei seta para parar numa parada, e assim, passarmos à noite, em quartos separados, é claro.

Logo pela manhã, fomos para estrada novamente.

***

Estamos chegando em Busan.

— Eu posso colocar a minha playlist agora? — ela assentiu.

Coloquei a playlist de músicas da Marília Mendonça. Começando com Leão.

— Ah, não, Lalisa!

— O quê? Agora é minha vez — ela riu para mim e ficou com um sorriso de orelha a orelha.

— "Sei que cê me quer também — a garota apontou o dedo indicador para mim —, Marília leoa gostosa. Posso te ligar meu bem? Que que cê tá fazendo agora?"

— Olha só, a fã da Taylor Swift conhece a rainha da sofrência.

— Mais é claro. Quem não conhece a Marília? Eu mesma, sou a maior fã dela.

— Essa é nova — ela mostrou língua e eu ri.

O pais da Jennie moram um pouco distante do centro de Busan, ou seja, ainda vai demorar um pouco para chegar na casa deles.

O sol estava brilhando, o céu estava azul e cheio de nuvens. O relógio marcava meio-dia.

A sensação que estou sentindo é muito boa.

Tipo: está calor, estou indo conhecer os pais da minha namorada... falsa... infelizmente. Mas, pensando positivo, ela está falando comigo de novo.

Desliguei o ar e abri a janela.

O seu grande cabelo preto começou a voar lentamente. Ela deu um sorriso, sentindo o ar fresco bater em sua pele ao som de Te Amo Demais.

Como pode uma pessoa ser tão linda assim? Esta garota é uma deusa, só pode.

Enquanto eu dirigia pela as ruas de Busan, Jennie apontou para um parque que passamos e disse:

— Aquele parque é famoso por ter bastante capivara.

— Sério?

— Uhum.

Pegamos uma BR para chegar na casa dos pais dela.

— "Você tá aí, vestindo orgulho, gastando o que não pode.
Vivendo uma vida que já não é sua.
E nada disso cura a tua insônia.
É que você me procura embaixo do seu cobertor.
E se desespera quando vê que eu não tô.
E o nome disso é saudade, se você não reparou... — olhei para o lado e vi que ela me observava, então parei de cantar, pois fiquei um pouco tímida.

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