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Depois que passamos quase o dia inteiro no evento de games, ela me obrigou a voltar para a casa no meio de uma apresentação -- o concurso de cosplay que começou às 19:00.
— Lalisa, amanhã eu vou te levar para viver a minha vida — ela disse enquanto andávamos em direção ao meu carro.
— Eu devo me preocupar em viver a sua vida?
Ela franziu a testa.
— Deve. Deve e muito, viu?
Depois de um tempo jogando conversa a fora enquanto voltávamos para a sua casa, finalmente chegamos. Ela saiu do carro e subiu para a casa dela.
***
Na frente do apartamento em que ela mora, sentada no meio-fio; sem companhia; olhando a rua movimentada; vendo os carros; escutando os passarinhos cantarolando, o céu azul e sem sinais de chuva, esperando a minha namorada falsa chegar.
— Bom dia! — Virei a cabeça e olhei para cima. — Você parece um bêbado sentada aí.
— Você me fez esperar aqui fora, quer o quê?
— Você não tem carro?
Eu não consigo pensar em nada, só estou admirando profundamente a sua beleza. Seu corpo está vestindo um vestido amarelo de alcinha que está amarrada, por cima tem uma jaqueta jeans na cor azul-clara, e nós pés tem um tênis amarelo e branco. Seu cabelo está preso em tranças, com um lenço amarelo, branco e azul-claro.
— Fecha a boca pra não entrar mosca — ela disse, fazendo com que eu despertarse dos meus pensamentos.
A quanto tempo eu estou com a boca entreaberta?
Ela riu de mim enquanto negava com a cabeça.
— Vamos? — a garota perguntou.
— Vamos.
Fui em direção ao meu carro, porém ela continuou parada onde a mesma estava.
— Aonde você vai?
Virei-me para trás e encarei a garota.
— Pro carro!?
— A gente vai de ônibus — ela sorriu enquanto me encarava.
Não acredito nisso.
Eu não acredito que estou fazendo isso. Eu não vou andar de ônibus. Eu estou fazendo tanta coisa que eu não gosto. Por exemplo: vestir roupa combinando com ela.
Estou vestindo uma bermuda Cargo bege, uma camisa de botão com o mesmo tom de amarelo do vestido dela e um tênis igual aos dela. Pelo menos eu estou com o cabelo do jeito que eu gosto: solto e de boné... amarelo bebê.
Fomos em direção ao ponto de ônibus e ficamos esperando o veículo chegar.
Muitos fãs vieram tirar foto com a gente, alguns até pediram para gravar um vídeo cantando comigo.
O ônibus finalmente chegou. Isso que eu vou falar vai ser ridículo, mas eu nunca andei de ônibus.
— Já que hoje você vai fazer o que eu quiser — ela colocou a mão na bolsinha de alça dela super cafona e bonita ao mesmo tempo, e me entregou um lado do seu fone Bluetooth branco —, a gente vai escutar o que eu quiser também.
Hesitei em pegar o fone, mas ela colocou um no meu ouvido direito e o outro ela colocou no ouvido esquerdo dela — ela estava sentada na janela.
Adivinhem o que ela colocou.
Taylor Swift!!
Todas as músicas dela são boas, mas,essa... trás uma vibe tão perfeita. Não sei se é porque eu tenho uma pessoa dividindo o fone comigo, mas é tão... confortante.
A música é: Style.
Foi seguindo uma sequência de: Style, Enchanted, This Love, You Belong With Me e mais algumas músicas romântica da Taylor
Ela fica tão linda quando está escutando Taylor Swift...
***
Chegamos em um parque muito bonito. Acho que é o primeiro parque que vejo tão limpo assim.
Enquanto caminhávamos para algum lugar que eu não sei aonde é, ela dizia tudo que eu precisava saber sobre ela... sem uma pausa para respirar.
— Eu amo flores, a minha flor preferida é a Dália. Nossa!! Aquela flor me dá uma sensação tão boa. — Ela parou para fazer carinho em um cachorrinho que estava passeando com seus donos. Eu fiquei parada observando ela conversar com os donos do cachorro. — Eu também amo vim aqui fazer piquenique, ler um livro ao ar livre, fotografar essa linda paisagem! — Ela girou com uma Câmera Instantânea Fujifilm Instax Mini 11, lilás na mão.
Após mais alguns minutos andando, ela parou para pegar um pano de dentro de sua bolsa.
Ela estendeu a toalha no chão e colocou os lanches que preparou para gente.
— Você vem aqui sempre?
— Quando eu tenho tempo, sim. Eu não curto muito esse lance de rede social, sabe? Ficar se cobrando em ser alguém que você não é, é chato — ela se sentou na toalha e eu fiz o mesmo.
— Eu também me sinto assim. Principalmente em saber que agora tenho que entrar em um relacionamento falso pra ganhar fama de novo. É como se os meus seguidores não se importassem comigo, e sim com os meus relacionamentos.
Ela ficou em silêncio olhando para a grama esverdeada.
Ela apontou para os morangos do meu lado e disse:
— Me dá um morango.
Peguei e estendi a mão para dar para ela, mas ela se inclinou para mais perto e abriu a boca, indicando para que eu colocasse a fruta na boca dela.
Reparei que tinha algumas pessoas filmando a gente... de novo. É sempre a mesma coisa.
Dei o morango na boca dela enquanto sorria encarando a garota.
E eu aqui pensando que ela realmente queria que eu fizesse aquilo, mas era só por causa da fama mesmo.
— Não precisa forçar a barra só porque tem pessoas filmando a gente — me estiquei para pegar um suco de caixinha que estava ao seu lado.
— Quê? Eu nem sabia que eles estavam aqui — ela disse tranquila e com sua mão na frente da boca, pois ela ainda estava mastigando o morango.
Parei no meio do caminho e arregalei os olhos, porém não olhei para a garota.
Como assim ela fez isso porque quis??
Será que ela gosta de mim? Será que ela quer ser a minha namorada de verdade?
Quando voltei a minha posição normal, eu cruzei minhas pernas formando as "pernas de borboleta", fiquei olhando para ela e percebi que ela estava com os olhos arregalados.
Sabe quando você deixa escapar alguma coisa super importante, sem querer? Então, ela está com a mesma reação.
— Você já sabe que o meu aniversário é dia 16 de janeiro — ela mudou de assunto com muito dificuldade. Eu quase ri da cara que ela tinha feito. — Quando é o seu?
— 27 de março. Sou de 2000, inclusive. — Olhei em volta e vi algumas famílias passeando e achei uma ótima pergunta que vai fazer nós nos conhecermos melhor — Qual é a sua relação com os seus pais?
Ela colocou a mão na boca, e disse:
— Muito boa! — ela fez uma pausa engraçada após terminar de mastigar o morango. — O único problema, é que eles moram em Busan, por isso eu quase não vejo eles. E você? Qual é a sua relação com seus pais?
— O meu pai foi comprar cigarro e nunca mais voltou — ela riu percebendo que eu falei na intenção de ser engraçado e não triste. — E a minha mãe... — ainda dói muito falar dela em voz alta, mas eu vou fazer esse esforço. — Minha mãe morreu quando eu tinha 12 anos.
Estremeci e arrepiei um pouco.
— Sinto muito! — Ela segurou a minha mão e começou a massagear-la com o seu. — Eu acredito que você não queira os meus pêsames, né? — assenti. — Muda essa cara. Tenho certeza que a sua mãe não iria gostar de te ver triste.
Dei um sorriso falso.
— Vem cá! Vamos tirar fotos — ela me puxou com uma certa agressividade.
— Eu não curto fotos.
— Como é que é? Vamos! Faz uma pose, Lisa.
Não vou fazer uma pose. Ela não manda em mim.
Seus olhos estão me encarando com braveza. Melhor eu obedece-la. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
— Tá linda, amor!
De novo seus olhos se arregalaram.
Ó céus!
Eu ri um pouco antes de dizer:
— Eu sei que sou linda — me inclinei até o seu ouvido e cochichei —, vida — ri quando a garota arrepiou e ficou envergonhada.
A sua face fechou e a garota evitou ao máximo olhar para mim.
— Desculpa! — pedi e logo mirei meu olhar para os meus pés.
Minutos depois, uma foto foi revelada e ela me mostrou.
— Tá linda, não tá?
— Acho que a modelo ajuda bastante! — me gabei e ela revirou os olhos com um sorriso cínico.
— Óbvio que não. — Ela me entregou a câmera — Toma! Eu vou guardar a foto.
— Não vai me entregar?
— Não. Ela vai ficar pra mim. Por quê? Algum problema? — ela quer ficar com a minha foto para ela. Isso significa que ela gosta de mim. — Claro que você não vê nenhum problema, já que eu sou a sua "namorada" — ela fez aspas.
Balancei a cabeça e ri um pouco baixo.
Agora, Jennie está distraída vendo os passarinhos voar e cantarolar por aí. Ela roubou o meu óculos-de-sol para olhar o céu azul sem muita dificuldade. O vento que bate em seu cabelo e em seu corpo, traz o cheiro do seu perfume Chanel Nº5. Um caro e chique perfume, não combina muito com o ar que ela traz.
Seu cabelo está voando, sua cabeça está meio inclinada para cima, seus lábios estão formando um lindo sorriso singelo em seu rosto perfeito, lindo e fofo. Aproveitei que ela estava distraída, e tirei uma linda foto dela.
Saiu a lagoa que estava em nossa frente. A foto ficou linda. A modelo ficou linda.
— Ei! — ela gritou baixo e sorrindo. Peguei a foto que havia sido imprimida pela a câmera, e a sacudi. — Quem te deu permissão pra tirar foto minha distraída?
— Por que seus fãs podem e eu não? — fiz beicinho e estremeci de uma forma fofa.
— Porque meus fãs são especiais e tem tratamento vip.
— Ah, é? Beleza então! Já que é assim, eu vou embora — me levantei. Antes que pudesse andar, ela puxou-me com suas mãos macias e quentes, fazendo-me cair em cima dela. Nós duas rolamos pela grama esverdeada enquanto riamos. — Você é doida, garota? Eu te machuquei? — perguntei rindo.
— Relaxa! Eu sou forte — ela mostrou seus bíceps nada definidos. — Não tanto quanto você, mas eu sou.
A foto finalmente foi revelada.
Ela a arrancou de minha mão, e disse:
— Ficou muito linda! Você tem uma ótima mão para fotos.
— Acho que a modelo ajuda.
Seu rosto iluminou-se e um sorriso brotou em seus lábios bonitos e charmosos.
— Vou colocar na minha parede onde tem fotos da Taylor.
Me apressei para roubar a fotografia e esconde-la atrás do meu corpo.
— Não vai, não!
— Por quê?
— Não é justo você ter uma foto minha e eu não poder ter uma sua — me levantei.
— Você gosta de mim por acaso?
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