Lívia Fontes

A brisa suave do fim de tarde acariciava meu rosto enquanto eu caminhava pelo parque. O sol estava começando a se esconder no horizonte, tingindo o céu com uma paleta de laranjas e rosas que só a natureza sabe criar. Era o tipo de tarde que, por si só, já parecia um presente. Mas, hoje, ela tinha um brilho especial, porque Otávio estava ao meu lado.

— Este lugar é lindo, não é? — ele comentou, olhando ao redor com aquele sorriso charmoso que sempre me faz derreter.

— Sim, é realmente incrível. — respondi, puxando o ar fresco e sentindo a energia positiva que ele emana.

Sentamos em um banco perto do lago, onde o som das águas se misturava ao canto dos pássaros. Otávio retirou um pequeno cesto de piquenique da mochila, e eu o ajudei a desarrumar a toalha xadrez que havíamos levado. Ele tinha uma maneira especial de fazer até o mais simples dos momentos parecer extraordinário.

— Eu trouxe uma surpresa para você. — ele disse, com um brilho travesso nos olhos.

Apertei os olhos, curiosa.

— Ah, é? E o que é?

— Só vou mostrar depois de você experimentar algo. — ele respondeu, pegando uma pequena caixa debaixo da toalha.

Com um gesto dramático, ele me entregou a caixa. Abri lentamente, revelando um par de brincos de prata, delicados e sofisticados, com pequenos detalhes que capturavam a luz de forma encantadora.

— Eu me lembrei que você mencionou que estava procurando algo assim. — explicou, a voz cheia de um orgulho carinhoso.

Fiquei sem palavras por um momento, admirando o presente. O gesto foi tão inesperado e atencioso que senti um aperto no peito.

— São perfeitos, Otávio. Muito obrigada. — disse, os olhos começando a brilhar com um misto de emoção e felicidade.

Ele sorriu e me puxou para um abraço. Estávamos envoltos pelo cheiro das flores ao redor e pelo calor do carinho que emanava de cada gesto. A sensação de estar tão próximo dele era indescritível. Em seu abraço, eu encontrava um refúgio.

— Eu queria te fazer feliz. — ele murmurou contra meu ouvido, sua voz suave e reconfortante.

Senti meu coração bater mais rápido, como se a simples presença dele fosse suficiente para me fazer sentir completa. Seus braços em torno de mim eram um lembrete constante de que eu nunca estaria sozinha. Era como se todas as preocupações do mundo se dissolvessem quando estávamos juntos.

Após um tempo, ele se afastou um pouco, mas ainda segurando minhas mãos.

— Vamos fazer algo diferente hoje? — ele perguntou.

— O que você tem em mente? — indaguei, curiosa e animada.

— Vamos assistir ao pôr do sol no topo daquela colina ali. — ele sugeriu, apontando para uma elevação distante que oferecia uma vista panorâmica do parque.

Concordei com entusiasmo, e começamos a caminhada em direção à colina. O terreno era um pouco íngreme, mas a companhia dele tornava a subida mais agradável. Durante o caminho, conversamos sobre tudo e nada, rindo e compartilhando histórias.

Quando chegamos ao topo, o cenário era de tirar o fôlego. O sol estava quase tocando o horizonte, espalhando uma luz dourada que fazia o mundo parecer ainda mais mágico. Otávio estendeu uma manta sobre a grama, e nós nos sentamos para observar o espetáculo natural.

— Aqui é perfeito. — disse ele, olhando para o horizonte e depois para mim com um sorriso satisfeito.

— Realmente é. — concordei, me deitando ao seu lado e repousando a cabeça em seu ombro.

O silêncio que seguiu foi confortável, recheado apenas pelo som do vento e das folhas se movendo. O calor do sol no nosso rosto, o frescor do ar, e a proximidade de Otávio criavam um ambiente quase etéreo. A sensação de estar tão conectada a ele e à natureza ao nosso redor era indescritível.

— Lívia — ele começou, a voz carregada de um tom mais sério —, você sabe que eu realmente aprecio cada momento que passamos juntos, não sabe?

Levantei um pouco a cabeça para olhar para ele, e o vi com uma expressão intensa. Não era uma surpresa ouvir isso, mas sempre fazia meu coração acelerar. Seu olhar penetrante e a sinceridade em suas palavras eram o que me atraía tanto.

— Eu sei. — respondi, tocando seu rosto com a ponta dos dedos. — E eu também valorizo muito tudo isso.

Ele sorriu e inclinou a cabeça para me dar um beijo suave. Era um beijo que parecia durar uma eternidade, cheio de carinho e ternura. Quando nos afastamos, o sol havia se posto, e o céu estava agora salpicado de estrelas.

— Eu gostaria que todos os momentos fossem assim. — Otávio murmurou.

— Eu também. — admiti, me aconchegando mais perto dele.

Ficamos ali, abraçados, enquanto as estrelas começavam a brilhar mais intensamente. Era uma noite mágica, um desses momentos que ficam gravados na memória como um sonho. Em seus braços, sentia que estava exatamente onde deveria estar, com alguém que fazia cada segundo parecer especial.

A tranquilidade daquela noite, misturada com o amor e a cumplicidade que sentia, fazia com que qualquer desafio que enfrentássemos parecesse pequeno. 

O tempo passou sem que percebêssemos, e o frescor da noite começou a se instalar ao nosso redor. A brisa suave fazia as estrelas parecerem ainda mais brilhantes, e o céu se transformava em uma tela de infinitas possibilidades. Estávamos ali, cercados pela beleza da noite e pela presença um do outro, em um estado de pura felicidade.

— Você já pensou como será nossa vida daqui a alguns anos? — Otávio perguntou, rompendo o silêncio com uma curiosidade que eu também carregava.

Olhei para ele, curiosa com a pergunta, e me estiquei para ajustar a manta ao nosso redor.

— Às vezes, penso. Sei que é cedo para pensar nessas coisas, porém, imagino como será passar o resto da vida ao seu lado. E você? — respondi, com um sorriso sonhador.

Ele riu baixinho, o som sendo uma mistura de encanto e pensamento profundo.

— Eu também imagino. Não é segredo que te quero para sempre do meu lado! E sim, sou um emocionado e foi você que me deixou assim! — disse, com os olhos brilhando ao pensar no futuro.

A imagem era tão clara e vívida que parecia quase real. Ver Otávio compartilhando esses pensamentos me fazia sentir que poderíamos ter realmente um futuro juntos. O sonho de um futuro com ele se entrelaçava com a realidade do momento presente, criando uma sensação de continuidade e promessa.