Capítulo 36 - Miller
Avisos da Autora:
Esse capítulo pode ser sensível para algumas pessoas.
Contém sangue e abuso.
Caso decida continuar mesmo assim, boa leitura:)
★★★★★★
O rei está com Rachel, provavelmente fazendo as mesmas perguntas "onde está minha filha", "de onde você veio". Ele quer a todo custo saber onde está Keyse, mas nenhum de nós mente quando diz que não sabemos, eu espero que ela tenha conseguido achar o navio de Rachel e essas horas esteja em segurança, em algum lugar bem longe daqui.
Rachel volta para a sua cela, acompanhada pelo guarda, ela não parece mal fisicamente, mas está com uma cara péssima, ela caminha até o cantinho escuro de sua cela e se senta lá, consigo escutar ela suspirar tentando segurar o choro.
- Rachel, está tudo bem ? - Essa pergunta é idiota, eu sei, mas eu precisava saber
- Ele me traiu ... - Sua voz falha
Essas três palavras acertam Robert em cheio, sinto-o murchar ao meu lado.
Robert havia nos traído na cara dura, era ele quem estava no escritório do meu tio aquele dia depois de uma das invasões, ele viera fazer um acordo com o rei, mas a pergunta era, o que quis em troca dessas informações?
- Eu... eu sinto.... - Gagueja Robert
- Você o que?! Você sente muito?! - Grita Rachel se levantando e indo até a grade, consigo ver seu rosto agora, seus olhos estão inchados e a bochecha está molhada - Você foi um idiota babaca!
- Eu tive meus motivos! - Grita Robert de volta caminhando com dificuldade até a grade
- ... ela ainda está aqui - Diz Rachel a voz baixa
- Mas ...
- Você acreditou mesmo que ele libertaria sua mãe? - Pergunta Rachel
Tento segurar, mas não consigo, solto uma risada de desdém
- Você queria negociar a liberdade de alguém com aquele... monstro? - Pergunto atônito - É muita burrice
- Você me traiu Robert, traiu seu povo, traiu sua família! Agora estamos todos aqui, e você está longe da Alice e de seu filho
Rachel pegou pesado soltando essa notícia, mas no fundo, Robert mereceu
- Alice... ela está grávida? - Pergunta Robert
- Sim
As pernas do meu companheiro de cela falham e ele cai ao meu lado.
Ficamos em silêncio, esse silêncio é carregado de ódio, tristeza, medo, arrependimento, dor.
Os soldados pararam em frente a minha cela.
- Vossa alteza - Zomba um deles abrindo minha prisão - Venha conosco
Me arrasto até eles e depois com eles, vou para o escritório da tortura de meu tio. Ele estava sentado em sua cadeira, os pés apoiados na mesa e um sorriso presunçoso e vitorioso no rosto.
Eu odeio esse cara.
- Sobrinho, querido - Diz ele em um tom tão alegre que me dá ânsia, não lhe respondo, os soldados fecham a porta e param na frente dela olhando para o além
- Como você está? - O ignoro, de novo - Bom, parece que você não está para papo hoje. Talvez eu deva chamar a Rachel para assistir dessa vez
Sinto vontade de correr até ele e lhe dar um soco, desde que ele descobriu que sinto algo por Rachel, ele a usa para me chantagear.
- Tragam-na aqui - Ordena o rei aos soldados
Engulo em seco
- Deixe ela em paz - Esbravejo
- Olha, ele fala - O sorriso psicopata do rei se alarga - É uma pena que foi tarde de mais, já mandei buscá-la
Olhei para trás, os guardas não estavam mais lá, eles saíram sem fazer nenhum barulho se quer.
- Ela não precisa ver isso
- Tem razão, mas eu quero que veja
- Você é um monstro - Afirmo cuspindo em sua cara
A porta se abre novamente, os soldados entram trazendo Rachel consigo.
- Miller ? - Pergunta ela confusa, Rachel se aproxima cautelosamente de mim
- É tão fofo ver os dois aqui, juntinhos, um casal feliz - o rei se levanta e dá alguns passos em nossa direção, por instinto vou para a frente de Rachel, mantendo ela atrás de mim - Qual dos dois vai me dar a informação que desejo ?
- Não sabemos onde ela está - Digo de
imediato
- Resposta errada! - Grita o rei se aproximando
Nós o encaramos conforme ele caminhava em nossa direção
- Talvez vocês precisem de um incentivo
O rei perversa-mente caminha até nós e agarra o braço de Rachel puxando-a para o canto da sala, onde ficava pendurado ao teto duas correntes
- Não! - Grito. Antes que eu pudesse me
mover, os guardas já agarravam meu braço - Não faça isso com ela! Por favor, eu imploro
Lachlan parece não me ouvir, ele solta as correntes do pulso dela e prende suas mãos ao teto, por ser um pouco baixa,Rachel fica com os braços bem estendidos
- Por favor - Peço mais uma vez
- Eu avisei.. - Ele puxa as costas do vestido de Rachel a deixando com as costas de fora - Que você ia pagar caro pela traição
O rei toca as costas dela com a mão livre, desce a mão até o cós da calça e depois sobe de novo até o seu pescoço.
Ele não ia se contentar somente em machucá-la, não, isso era pouco para ele, ele precisava acabar com ela e comigo ao mesmo tempo.
Ele ameaça enfiar a mão pela lateral de seu vestido rasgado
- Não! - Grito em protesto, a mão dele entra ali, provavelmente chegando ao seu seio direito - Eu faço o que você quiser, por favor! Só para com isso! Me fale, o que você quer, eu te do, não me importo, bata em mim, faça o que quiser comigo, só não encosta nela
O rei se afasta abruptamente, da um paço para trás e chacoalha o chicote, fazendo-o arranhar a pele macia de Rachel
- Aai - Um pequeno grito sai de sua boca, sinto como se uma faca estivesse atravessando meu estômago aos poucos
O rei se aproxima de mim, me encarando nos olhos
- Se ajoelhe - Pede ele e eu o faço, dobro um joelho de cada vez sem tirar os olhos dos dele - Beije meus pés - Novamente, eu obedeço, me inclino sobre seus pés, o orgulho desce seco pela garganta e então beijo seus sapatos, antes que eu pudesse levantar, o rei ergue o pé com força acertando meu nariz em cheio - Bom garoto, agora me diga, onde está sua irmã?
Ergo a cabeça, o sangue escorre do meu nariz
- Solte ela primeiro - Peço
- Troque-os de lugar - Ordena
Um dos soldados me arrasta até às correntes, enquanto o outro solta Rachel, nossos olhares se cruzam por um minuto, vejo o medo e a dor fluindo dela. Quando já estou acorrentado, o rei estrala o chicote e acerta minhas costas, reprimo um grito de dor quando as feridas ainda recentes voltam a sangrar.
- Onde ela está? - Pergunta ele
- Eu não sei - Repito, então o chicote estrala, mais uma, duas, cinco, dez, vinte vezes, minhas pernas já falharam, estou pendurado ali naquelas correntes, a consciência ameaçando me deixar, o sangue escorrendo pelas minhas costas e pernas, as roupas já todas rasgadas
- Por favor, para ... - Escuto a voz do meu anjo
- Onde... - chicote estrala - Ela...- mais uma vez - Está - mais uma vez
A porta faz um barulho alto como se estivesse sendo arrebentada
- Estou aqui, papai!
Tento virar a cabeça para ver quem está falando, mas a dor é insuportável, pontos pretos aparecem na minha visão e então a consciência me abandona.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top