Casos

Inspirado um pouco em "Casa com meu cadáver" ou, na tradução direta, "Um romance do além"
ƥƥƥƥƥƥƥƥƥƥƥƥƥƥƥƥƥƥ

            Ele andava sorrateiramente pelo lugar, como quem não quer nada no lugar. Alguém comum que passa despercebido durante o dia a dia. Só que Franz era tudo, menos alguém comum. Franz era nada mais nada menos que um detetive profissional que estava seguindo um marido infiel. Infelizmente, esses eram os serviços que os detetives, até os profissionais como ele, eram convocados para fazer. Os que envolviam criminosos sempre ficava para os policiais ou as inteligências, deixando os detetives particulares com esses casinhos fúteis.
             Isso incomodava muito Franz. Ele queria algo diferente, algo que não fosse seguir um cara para ver se ele estava transando com outra pessoa. Quando criança, Franz achou que suas aventuras seriam iguais ao do famoso detetive Sherlock Holmes, mas cresceu e aprendeu que a vida real podia ser mais chata e complicada do que ele imaginava. Todos os casos que há ia recebido até agora envolviam maridos infiéis e objetos perdidos com valores sentimentais. Uma vez, ele lembrava bem, estava seguindo um marido supostamente infiel, mas na verdade a mulher só tinha um transtorno de personalidade, o marido não lhe era diretamente infiel, ele apenas transava com a sua segunda personalidade. Uma história muito doida que Franz nunca conseguiu esquecer.
             Voltando ao foco de sua missão e saindo dos seus pensamentos deprimentes sobre a vida de um cara de 24 anos. Franz estava com roupas casuais e fingiu parar em uma barraca para comprar.....seja la que espécie de comida aquele rapaz estava vendendo na barraca, ele não estava prestando muita atenção nisso. Viu o homem entrar em um prédio comum como todos os outros, nada na porta escrito "Sozinho?Venha curtir a noite no motel sei-lá-o-quê!". Depois que comprou a comida, ele foi até o prédio e entrou, vendo a cada subida um pouco do braço do seu alvo subindo também, mas manteve distância para o outro não o notar. Ouviu um barulho de uma porta abrindo, indo e ao olhar viu o seu alvo com.....um cara? Bem, talvez ele tivesse outros gostos. Nada contra. Franz mesmo não curtia mulheres no sentido de relacionamentos (seja eles românticos ou apenas uma transa). Infelizmente, ele não podia simplesmente acusar o cara de traição só por ver duas pessoas entrando em um apartamento sem qualquer índice de algo que estivesse rolando entre elas (um beijo ou algo assim). Muitos casamentos eram desfeitos por esses enganos.
            Cansado, ele subiu mais um andar e se apoiou no parapeito para poder colocar seu robô espião em ação. O incrível é que ele se parecia com uma barata, o que seria perfeito naquele ambiente em que estava e não seria suspeito.....no máximo assustador para aqueles que temem os insetos.
            Quando o espião adentrou o lugar (graças a janela aberta), Franz começou a usar seu celular para controlar o robô. Quanto mais ele se aproximava dos alvos, mais nítido o som ficava em seu fone.

?????????:Sua remessa veio com defeito, Mr. Watson.
?????????:Desculpe-me, Mr. Lestrade.

               Franz ficou meio surpreso com os nomes, ele os conhecia bem, não podia ser coincidência que aqueles nomes fossem justamente dos personagens do seu livro favorito. Aquilo parecia ser mais que um casinho de adultério.

Mr. Lestrade:E o garoto que vc atropelou?
Mr. Watson:Está em coma, mas os médicos não tem esperança de que ele sobreviva, então não há com o que se preocupar.
Mr. Lestrade:Muito bom.-assentiu.-Aquele dia foi uma dor de cabeça terrível para mim, ainda mais porque estava chovendo e eu detesto chuva. Estragam meus sapatos.
Mr. Watson:Mas a droga não ficou prejudicada.

Droga?-Franz pensou.-Eu vim investigar um caso de adultério e esbarrei com traficantes?

Mr. Lestrade:E minhas outras mercadorias?
Mr. Watson:Também não foram prejudicadas.

O que são essas outras mercadorias? Armas? Jóias? Dinheiro de lavagem?-um arrepio lhe percorreu o corpo.-Ou pessoas?

Mr. Lestrade:Que bom, agora estou de bom-humor.
Mr. Watson:Mr. Lestrade, o chefe Sherlock quer lhe pedir mais uma coisa.
Mr. Lestrade:Então diga logo. Preciso voltar rápido para casa, não quero que minha esposa contrate um detetive particular para ver se estou a traindo, isso seria incômodo para os negócios.
Mr. Watson:O garoto atropelado era um repórter até onde se sabe, o chefe quer saber se ele estava investigando a nossa máfia ou só foi um infeliz que teve a má sorte de ser atropelado naquele dia.
Mr. Lestrade:Compreendo, o chefe é muito cuidadoso.-assentiu.-Farei isso, Mr. Watson.
Mr. Watson: Agradeço a ajuda.
Mr. Lestrade: Então nossa reunião está acabada.

               Ouve palavras de despedida casuais, depois o som da porta se abrindo e logo se fechando. Franz tratou de se esconder e trazer o seu robô de volta a si. Não se arriscou a dar uma olhada e nem de seguir seu alvo novamente, aqueles caras eram da máfia. Ele precisava ir a polícia e.....

Não. Caras da máfia geralmente tem contatos por todo o mundo, igualmente vale para alguns polícias corruptos. Preciso investigar isso mandar para a Cris, ela pode me ajudar.-Franz pensou.

             De certa forma, ele não conseguia esconder a animação que aquele caso do destino lhe trouxe. Até então, ele só era um detetive que recebia casos de supostos adultérios, mas agora ele estava lidando com casos de tráfico de drogas! Isso sim, era um caso de um verdadeiro detetive.

  [Uma caminhada depois]. 

Franz:É isso, Cris.
Cristiane:Caramba Franz, vc se meteu com gente dá pesada agora.
Franz:Eu sei!-exclamou animado enquanto digitava no computador.
Cristiane:Vc não me parece está nem um assustado.
Franz:É o primeiro caso de verdade que eu consegui, dá um desconto.
Cristiane:Só toma cuidado, ok? Com essa gente não se brinca, Franz. Eles podem te embrulhar pro além em um piscar de olhos!
Franz:Tô sabendo.-assentiu.-Mas vai guardando essa informação, procure alguém que seja 100% confiável para averiguar isso, eu estou vendo outra coisa.
Cristiane:Puerno gay?
Franz:Credo, Cris! Eu sou gay, mas não sou assim.-suspirou.-Na conversa eles dizem algo sobre uma suposta testemunha, quero falar com a família sobre isso e tentar acessar o computador dele, parece que ele era repórter, mas não sei se ele estava investigando algo.
Cristiane:Ok. Boa sorte então, detetive.
Franz:Valeu.

             Franz desligou a chamada, vendo as casos de atropelamento que aconteceram naquele mês, ele tinha que agradecer Ivan por isso depois. Eram muitos! Era inacreditável quantas pessoas podiam sofrer um acidente nesse nível.

Franz:Vou reduzir para aquelas que estão em coma.

                O número reduziu, mas ainda era um número muito vasto de casos. Ele tinha que se lembrar mais detalhes sobre o caso que aqueles caras deixaram passar.

Franz:Vou reduzir para casos onde as vítimas eram do sexo masculino.


           Outra redução de casos, mas ainda não dava pra ter uma noção básica de quem seria a vítima que ele estava procurando. Mais detalhes.

Franz:Casos que aconteceram em dia de chuva.

              Agora só tinham 8 casos na tela. Franz não sabia mais o que acrescentar na busca, o que mais ele sabia sobre o garoto de quem os homens estavam falando? O que mais?

Jornalista.-Franz lembrou.-Eles disseram que ele era jornalista.

            Ele digitou no computador e agora somente um caso aparecia em sua tela. Franz sorriu vitorioso e bebeu seu refrigerante com satisfação.

Franz:Te achei, Leon.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top