Capítulo 6
Kate
Vai ser uma noite difícil de pegar no sono.
Fecho meus olhos e tudo que senti instantes antes, com o meu primeiro beijo vem a tona.
Meu subconsciente projeta em minha mente a imagem dele, lindo, com os cabelos claros em completo desalinho, seus olhos num tom de azul profundo, encarando-me com um sorriso preguiçoso puxado para o lado direito.
Um arrepio percorre meu corpo, minhas mãos tremem, fico com falta de ar e o coração dispara. Parece que vou ter um infarto, mas é apenas a lembrança do melhor momento da minha vida.
Tomada pela euforia e ainda em volta em minhas lembranças, recordo de seu pedido:
— "Shhhiii!!! Não diga nada. Só diga que podemos nos ver amanhã."
Não tinha outra coisa a ser feita, a não ser concordar e foi exatamente o que eu fiz.
"Eu vou ter um encontro com o Josh" — faço a dancinha da vitória, rindo como uma boba.
Esse é o efeito que o Josh causa em mim... assim que o vi ali, tudo em mim alertou-me de que deveria evitá-lo, de que ele era um perigo.
Mas, tal qual uma mariposa, atraída pela luz, assim sou eu por ele. Não resisti a excitação e ao perigo e ignorando todos os meus instintos, deixei que se aproximasse de mim, e mais, aceitei um encontro e o melhor de tudo... o beijo...
E aqui estou eu... boba, rendida. Totalmente entregue depois de um simples beijo. E que beijo...
Constato que estou completamente apaixonada e que esse sentimento entorpece os sentidos, é assim que me sinto, entorpecida. Agora não tem mais volta.
"Quando Nick souber que dei meu primeiro beijo" — penso.
Eu estava muito aliviada de ter tido aquela conversa com meu pai, penso enquanto me organizo para deitar, não gosto de sentir que estou escondendo algo deles.
Deito-me ciente de que mesmo aliviada, eu também estava muito agitada pela expectativa do que viria no dia seguinte, o meu encontro com o Josh.
Estou muito ansiosa. Sento-me, pego a garrafa que mantenho com água na mesinha ao lado da minha cama e constato que está cheia, Sara deve ter enchido. Despejo um pouco de água no copo, vou sorvendo o líquido em pequenos goles, tento controlar a frequência cardíaca e a ansiedade, deito novamente.
Fico rolando na cama, sem conseguir conciliar o sono, nesse momento ouço o bip do celular indicando uma mensagem, olho e é a Nick.
Enquanto conversamos, o cansaço misturado às emoções do dia, se fazem presente e o sono vai chegando. Em determinado momento despeço-me e viro de lado para dormir. Deixei uma Nicole louca do outro lado com minha ultima mensagem, acabo sorrindo...
Ouço o celular tocar, mas minhas pálpebras já estão pesadas e depois de poucos minutos, finalmente adormeço, mas meu sono não é nada tranquilo. Tive vários sonhos desconexos, não lembro com clareza de nenhum deles.
Acordo mais tarde do que o habitual e depois de fazer minha higiene, vou para a cozinha. Apenas Sara está lá, mexendo em suas panelas como de costume.
— Bom dia Sarinha, onde está todo mundo?
— Bom dia, menina Kate — vira-se sorrindo para mim. — Seu Mike, foi trabalhar logo cedo, disse alguma coisa sobre um cliente que só podia atender ele hoje. Não entendi muito bem, sua mãe, saiu com o menino Jeffrey, disse que não demora. A menina Clhoe, subiu agora pouco para o quarto dela — ela fala, enquanto vai colocando algumas coisas gostosas na mesa. Antes de sentar-me a ajudo pegando pães e bolo.
— Mamãe não disse aonde iria? Por milagre não foi acordar-me hoje.
— Ela disse para deixá-la dormir porque você chegou cansada do passeio — coloca um suco na mesa. — E não falou onde ia não — vira-se, voltando a mexer uma panela e pergunta.
— Quer que frite ovos para você?
— Sim Sarinha, por favor — respondo, amo ovos fritos no café da manhã.
Depois que tomo meu café, resolvo subir para meu quarto, vejo a porta de Clhoe entreaberta e resolvo dar um susto nela que está entretida no celular.
Abro a porta bem devagar e na ponta dos pés vou chegando perto dela...
— Baaaaahh — grito, e desprevenida, Clhoe dá um berro soltando o celular que vai ao chão, eu não me aguento e gargalho de sua cara, por sorte, a queda foi amortizada pelo tapete que é bem felpudo e nada aconteceu.
— Kate, está ficando louca. Olha só o que você fez — eu fico rindo de seu alvoroço, ela abaixa-se para pegar o celular.
— Eu? — finjo demência. — Entrei só para dar um beijo em minha irmã preferida, ela que vive no mundo da lua e assusta-se com tudo.
— Sou sua única irmã, e não vou cair nessa conversa sua — diz fazendo uma careta e conferindo o celular por todos os ângulos.
— Deixe-me olhar isso para você — pego o aparelho da mão dela ainda sorrindo. — Foi realmente uma brincadeira, Clhoe — digo, meio que me desculpando. Ela cruza os braços e faz uma cara de brava.
Vejo que está tudo ok, devolvo-lhe a abraçando, desculpo-me mais uma vez, despeço-me e vou para meu quarto.
Fico um tempo organizando minhas coisas, e separando as roupas sujas que vieram da viagem.
Olho o relógio a cada cinco minutos, as horas não passam. Depois de tudo organizado, resolvo pegar meu Kindle e ler um pouco, procuro o e-book que comecei semanas atrás, estou muito interessada numa história da autora Biandra Anderson, acho que isso vai me distrair um pouco.
Por volta do meio dia, resolvo jogar uma água no rosto e desço para o almoço.
Mike, fiquei sabendo quando desci, avisou que não viria almoçar. Então seremos só nós mesmo.
Durante o almoço, o assunto foi o passeio da turma do colégio, todos estavam curiosos para saber como foi, principalmente Clhoe, que fazia uma pergunta atras da outra. Eu respondia tudo que meus dois tagarelas perguntavam e até Sara estava curiosa. Só mamãe que permanecia calada, apenas observando tudo. Vez ou outra flagrei ela a me observar.
Já em meu quarto, ouço uma batida na porta.
— Oi, mamãe... — digo assim que vejo seu rosto pela fresta da porta.
— Kate, conversei com seu pai ontem — ela fala, já dentro do quarto e eu fico tensa na mesma hora. — Pode trazer seu amigo aqui em casa. Tem a nossa permissão.
— Obrigada, mamãe — digo, e trato logo de explicar. — É exatamente isso que ele é, um amigo.
— Não por muito tempo, suponho — diz, olhando diretamente em meus olhos, sorrir me tranquilizando, meio sem jeito, sorrio também.
— Quero que saiba que além de sua mãe, sou sua amiga — fala.
— Eu sei, mamãe — vou até ela e abraço-a. — Vamos conversar hoje, na praça — ela arqueia uma sobrancelha, como não falo mais nada, ela pergunta.
— De que horas você vai?
— Daqui a pouco, vou me arrumar para ir.
— Tudo bem, só não chegue muito tarde, sabe que não gosto de atrasos para o jantar — beija minha testa e vira-se para sair, mas, para e pergunta. — O que sente por esse rapaz?
— Eu... Eu... não sei — gaguejo. Ela acabou de aceitar que eu vá ao encontro dele, como vou admitir de primeira que estou apaixonada?
— Logo saberá, querida... logo saberá. — dizendo isso, ela sai fechando a porta atrás de si.
Fico um pouco pensativa, não esperava uma aceitação tão imediata por parte dela, afasto esse pensamento e trato de tomar banho para me arrumar.
Escolho um vestido leve na cor vermelha, com com algumas folhas e flores em sua estampa, como está um clima agradável, resolvo deixar o cabelo solto. Não sou adepta de maquiagens, coloco apenas um gloss nos lábios, calço uma rasteirinha, borrifo um pouco do meu perfume e estou pronta.
Olho-me no espelho conferindo o resultado final, identifico um brilho incomum em meus olhos e sei bem o motivo.
Estou muito ansiosa, saio um pouco antes do horário, não quero me atrasar, como não era tão longe de minha casa, vou caminhando, assim espero acalmar-me um pouco.
Caminho devagar pelas ruas, cumprimentado um e outro conhecido pelo caminho.
Vou encontrar com Josh, no local que chamamos de praça por seu tamanho não muito grande, mas que na verdade é uma área verde onde muitas famílias, amigos e adolescentes frequentam.
Uma espécie de parque ao ar livre. Além da ciclovia que contorna todo local, ainda tem uma mine quadra esportiva, mas o que é bem atrativo para a criançada é a área onde, nos dias de calor, é possível tomar banho, como se fosse uma piscina com uma cascata no meio.
Na área verde, perto do lago, onde o campo é mais aberto, tem um local bem arborizado, onde é permitido fazer piqueniques, fomos muitas vezes lá nos dias de sábados à tarde.
Um tempo depois, estou sentada em um banco de frente ao lago, um pouco afastada da parte mais agitada.
Fico perdida em meus pensamentos, observando uma família de patinhos margeando o lago, a mamãe pata bate suas asas e entra na água seguida por seus filhotes, eles começam a nadar tranquilamente nas águas mansas do lago, sem se preocupar com o que vai acontecer no minuto seguinte, a mamãe pata mergulha sua cabeça na água e nesse momento um patinho aproveita para montar em suas costas, sorrio com a cena linda à minha frente.
Quando desvio o olhar para o lado, onde tem a parte do estacionamento, eu o vejo, lindo, com uma calça e tênis pretos e uma camisa cinza. Minha pulsação dispara na mesma hora e minha boca fica seca.
Não consigo desviar o olhar de sua direção, vejo que ele olha para os lados, como se procurasse por algo, ou alguém, até que me vê, dá um sorriso de lado e vem em minha direção. Sorrindo desse jeito, sei que estou perdida, que Deus me ajude.
Josh
Chego dez minutos antes do combinado, não sei explicar o motivo, mas me sinto ansioso. Desço do carro, aciono o alarme que está em minha mão, observando atentamente o local, na busca de um local adequado para esperá-la, isso se ela vier.
Vou esquadrinhando toda área e quando olho em direção a parte do lago, lá está ela. Linda como me lembrava, o cabelo solto, balançando com a leve brisa que estava soprando vagarosa.
Vou em sua direção e vejo quando se levanta, nossos olhares se conectam enquanto vou me aproximando, ficamos presos um no outro pelo minuto seguinte...
"Foda-se."
E sem parar para pensar, aumento as passadas, reduzindo ainda mais nossa distância, sem ao menos a cumprimentar, seguro em sua cintura com uma mão e com a outra em sua nuca, ela espalma as mãos em meu peito, vai subindo devagar, espalhando calor por onde suas mãos passam, enlaça o meu pescoço, era a permissão que eu esperava.
Faço uma leve pressão em seu cabelo, puxando para trás e ataco sua boca com um beijo faminto, moldo seu corpo ao meu de tal forma que para a hora e o local, poderíamos ser acusados de atentado ao pudor. Mas não quero pensar nisso agora, quando estou com Kate, percebo que ela me desestabiliza, ajo no calor do momento.
Tudo o que quero é sentir novamente seus lábios nos meus, o que importa é sentir seu sabor adocicado assim como a fragrância que emana dela. Aperto-a em meu braços e ela solta um pequeno gemido. Afasto um pouco para buscar por ar, permanecemos com nossas testas coladas. Olhando-nos... então ela sorri... não resisto e a beijo mais uma vez, só que agora, um beijo mais leve... interrompo e digo num tom baixo.
— Tem alguma coisa acontecendo aqui, Kate, e a julgar pelo nosso beijo, é recíproco.
Ela fica corada na mesma hora, não deixamos de nós fitar nem por um minuto, me olha tão intensamente que tenho a sensação de que ela pode enxergar minha alma. Fico um pouco desconfortável e quebrando um pouco o clima, a chamo para sentar, não no banco em que estava antes, sentamos mais próximo do lago, na grama, numa área mais isolada.
Ficamos ali, abraçados durante um tempo, e sem se soltar do meu abraço, ela pergunta.
— O que está acontecendo entre a gente Josh? — enruga a testa de leve.
— Eu não sei... — respondo sincero. — Só sei que gosto de estar em sua companhia, e gostaria que pudéssemos nos ver mais vezes — não sei o por que de dizer isso, quando vi já tinha saído.
— Eu gosto disso... — responde simplesmente.
Fico em silêncio por um tempo, mas depois resolvo puxar assunto, para desfazer o clima tenso que criou com sua resposta e, para conhecer um pouco mais sobre a garota intrigante que tenho ao meu lado.
— Conte mais sobre você — peço. Ela sorrir tímida e diz...
— o que quer saber?
— Tudo sobre você me interessa, Kate.
Nesse momento ela sorrir mais uma vez e sem resistir a beijo novamente. Estou ficando viciado nos beijos dela. Isso não é bom para minha sanidade.
"Minha cabeça sabe como deve agir, mas meu corpo sempre é atraído para o dela." — penso.
Ficamos entre conversas e beijos durante boa parte da tarde. Jamais me imaginei assim com uma garota, parecendo um casal de namorados.
Foi uma tarde muito agradável, pude conhecer um Kate completamente diferente, ela falava dos seus sonhos e planos com uma paixão contagiante, seu relacionamento em família, como era a conivência com seus irmãos, seu amor por fotografia, conversamos sobre vários assuntos, inclusive sobre seus planos para faculdade.
— Fiz faculdade aqui mesmo, por que optei por trabalhar com meu pai para ir ganhando experiência.
— Eu sei... sempre te via com o Matt, no campus, ao lado do meu colégio — solta um riso baixo.
— Sim, também te vi algumas vezes sempre com um livro na mão ou com aquela sua amiga maluquinha, mas me diga, essa carta que você está esperando não chegou ainda?
— Não, mas acredito que não passe dessa semana. Seria um belo presente de aniversário.
— Quando é?
— O que? — pergunta.
— O seu aniversário?
— Ah, daqui a duas semanas. Finalmente 18 anos — sorri delicada. Seu cabelo desliza com o movimento de sua cabeça e cobre parcialmente uma parte do rosto dela, levo minha mão até ele, sentindo o quanto é sedoso, o colocando atras de sua orelha.
— Vai comemorar? — pergunto.
— Não sei, eu e meus pais, junto a meus irmãos, geralmente saímos para jantar, apenas isso.
— Então não vou poder te ver nesse dia, você estará em família, mas faço questão de levá-la para um jantar especial, só nosso no dia seguinte.
Ela, que estava olhando o lago a nossa frente, vira-se em minha direção e pergunta.
— Um encontro?
— Se você quiser chamar assim, mas este aqui — faço um gesto entre nós dois. — Já é um encontro — beijo a ponta do seu nariz. — E até o seu aniversário, teremos tido muitos outros.
Acabamos sorrindo e o clima leve e descontraído impera em nossa conversa.
Aproveito que ela está relaxada e a beijo mais uma vez. Faço com que desça seu tronco de encontro a grama, encerro nosso beijo e a puxo para meu abraço.
A tarde passou voando, conversamos de tudo um pouco, como já estava escurecendo, depois passearmos um pouco em torno do lago, de tomarmos sorvete e comermos pipoca. Eu levei Kate para sua casa.
Ela, não poderia ficar até muito tarde e eu não queria arrumar problemas com seu pai, que ao me encarar ontem, no restaurante, me fez senti estar diante do homem de ferro, com uma cara de mal, muito menos quero problemas com a mãe, que segundo Kate me contou, é linha dura, ainda pior que o pai.
Fizemos o curto percurso num silencio confortável. Quando chegamos eu pergunto.
— Você pode me dar o número do seu telefone... — porra! Fico sem jeito de repente. Estou parecendo um adolescente enrolado, que saco. — É para combinarmos de sair de novo.
Ela diz e eu anoto no meu aparelho, também lhe informo o meu.
— Até outro dia.
— Amanhã??? — eu digo.
— O que?
— Podemos nos ver amanhã?
— Ligue-me e eu lhe digo — fala sorrindo, fazendo menção de sair.
A puxo para um beijo e só quando estamos completamente sem fôlego é que permito que saia, fico esperando que ela atravesse o jardim que tem em frente a casa e quando já está na porta, dou partida no carro.
Dirijo rápido para casa, preciso de um banho gelado, essa tarde foi uma verdadeira prova de fogo.
Definitivamente estou ferrado.
Entro em casa e vejo meus pais conversando, sentados na sala.
— Josh, meu querido, que bom que chegou. Janta conosco? — aproxima-se me dando um beijo no rosto.
— Sim mãe, vou só tomar um banho rápido, pai — digo, e cumprimento meu pai que faz um meneio com a cabeça em minha direção.
— Matt ligou procurando por você, e aquela moça também ligou... como é mesmo o nome dela? — vinca sua testa fazendo de conta que tenta se lembrar do nome de Cassandra.
— Cassandra? — pronuncio já sabendo a resposta. As duas nunca se deram muito bem, e minha mãe nunca fez questão de esconder o fato.
— Sim, ela mesma, queria falar com você, mas não conseguiu falar em seu celular — diz, voltando a se sentar ao lado do meu pai.
— Esqueci o celular dentro do carro. Depois ligo para ela e para o Matt também — digo e sigo em direção as escadas.
— Não demore, o jantar logo será servido.
— Ok!
O que será que Matt quer comigo? E Cassandra? Não me faltava mais nada, por mais que eu fale, essa garota continua no meu pé. Terei que ser mais direto.
Enquanto subo, meus pensamentos se direcionam para Kate.
Continua...
Ah! O amor não é lindo???
Kate está completamente apaixonada por Josh 🥰
Ele não está conseguindo resistir... rsrsrsrs...
E Cassandra, não desiste não é mesmo?
Quem mais compartilha da opinião de dona Olivia? Ela pelo jeito não suporta a moça. rsrsrsrs...
Espero que vocês tenham gostado, nos vemos na próxima quinta com um capítulo, digamos... muito quente!! 🥵🔥🥵🔥🥵
Não esqueçam de votar e comentar...
Até lá. Bjs!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top