Capítulo 12

Ela aprendeu tantas coisas com a decepção, que hoje não acredita mais. Apenas vive a intensidade de cada momento.

Autor desconhecido

Alguns meses depois...

Kate

Acordo em um sobressalto devido a uma cólica muito forte. Não fazia muito tempo que eu tinha conseguido pegar no sono, visto que tem sido difícil encontrar uma posição confortável para isso. Movo meu corpo para o lado tentando me acomodar melhor e quem sabe assim voltar a dormir, ao fazer isso, sinto uma humidade entre os lençóis e na cama, quando levanto para ver do que se trata, meu pijama está todo molhado, parece até que fiz xixi.

Imaginando que seria a bolsa que estourou, pois, a médica me advertiu sobre isso na última consulta, eu olho o relógio na mesinha de cabeceira, três e meia da madrugada.

"- Ah neném, você não poderia ter escolhido outro horário para isso?" - aliso meu ventre protuberante e um sorriso terno se instala em meus lábios. "- Vamos ter que acordar o vovô e a vovó."

O sorriso logo se desfez com uma nova onda de dor que se espalhava das minhas costas para o meu ventre. Tentei manter-me calma para chamar os meus pais e irmos para a maternidade.

Meu pai tentou em todo o tempo me tranquilizar, mas era visível o quanto estava nervoso e emocionado. Minha mãe, mais prática, porém igualmente emocionada, me ajudou a tomar um banho e trocar de roupa, enquanto meu pai colocava as bolsas no carro.

Momentos depois, já no hospital e acompanhada de minha mãe, que não saiu de junto de mim em nenhum momento, e das enfermeiras que acompanhavam a cronometragem de cada contração, eu já não aguentava mais tanta dor, até que uma hora depois, a médica chegou e após me examinar anunciou que era chegado o momento. Finalmente eu iria ver o seu rostinho.

Em meio ao pânico e a emoção, fomos para a sala de parto. Em todo o tempo, mamãe segurava minha mão e dizia palavras de incentivo. Em uma última contração, a médica disse que eu empurrasse, e assim eu fiz com tudo de mim, e quando pensei que não teria mais forças, Liam Jacob Welsh, chegava ao mundo, anunciando em alto e bom som o quanto estava insatisfeito por ter sido retirado do seu casulo. Exausta, fechei os meus olhos por um momento para reprimir as lágrimas e a imagem de Josh se formou em minha mente.

Minha mãe beijou minha testa, chorando tanto quanto eu e repetindo o quanto estava orgulhosa de mim e o quanto o meu bebê era lindo e perfeito. Eu não cabia em mim de tanta emoção.

Mais tarde, estávamos envoltos em mais emoções com os meus pais e irmãos saudando o novo membro da família. Nick ligou dizendo que era a tia mais orgulhosa do mundo e que chegaria no final da tarde.

Josh

Acordo agitado e inquieto, com o corpo banhado de suor. Levanto-me indo até a sacada do meu quarto, o clima está agradável, uma brisa leve sopra trazendo refrigério ao meu corpo febril. Forço minha mente para lembrar o que me despertou, parecia que eu estava tendo um sonho ou pesadelo, não sei ao certo, não consigo lembrar o que foi, alguém parecia me chamar.

Meu coração está apertado e eu cogito em ligar para os meus pais para saber se estão bem, entro e vou até a mesinha verificar as horas, pego meu relógio e vejo que são quase cinco horas da manhã, ainda é muito cedo para ligar lá, e caso tivesse acontecido algo, meu pai ou minha mãe me ligariam imediatamente.

Meus pensamentos se voltam para Kate, tenho pensado muito nela ultimamente. Uma sensação de vazio e de saudade por algo que nem chegamos a viver tem se intensificado dentro de mim.

"Não, nada haver."

Sem que eu consiga evitar, lembranças de nosso último encontro surgem em minha mente, e suas palavras me causaram uma emoção até então nunca sentida por mim.

Quando saí do Loft, puxando Cassandra pela mão, logo estava no estacionamento e algumas quadras depois eu parei o carro.

- Desce! - falei num tom rude.

- Está louco, vai me deixar na rua?

- Desce, Porra! - gritei já sem paciência.

Quando desceu, ela fechou a porta num estrondo tamanha a sua raiva e eu não estava nem aí. Dei meia volta e assim que entrei na rua do prédio eu a vi, Kate parecia desolada. Eu não poderia deixá-la na rua daquele jeito. Parei o carro ao seu lado, ela estava encharcada de chuva, desci e tentei fazer com que entrasse no carro, percebi que todo o seu corpo tremia, e mesmo agindo como se estive no automático, ela relutou, mas acabou entrando quando eu falei que poderia ficar doente como da outra vez por conta da chuva.

Depois que entrou no carro, ela não pronunciou uma única palavra, era como se eu estivesse sozinho ali, nem ao menos me dirigiu o olhar. Quando chegamos em frente a sua casa, antes mesmo que eu tivesse qualquer reação ela falou.

- Faça um favor a mim, esqueça que eu existo e que um dia passei por sua vida. Por que hoje eu enterrei tudo relacionado a você.

Eu não estava preparado para o que senti com suas palavras, e pela segunda vez naquele dia, uma mulher bateu a porta do meu carro, revoltada comigo.

De volta ao momento presente, totalmente desperto e sabendo que não mais voltaria a dormir, sigo para o banheiro sem nenhum entusiasmo, a fim de me organizar para mais um dia de trabalho.

Dois anos e alguns meses depois...

Kate

Hoje, uma linda manhã de sábado, eu finalmente teria o dia inteiro para cuidar e curtir o meu filhote, que a cada dia que passa está mais lindo e sapeca. Poderia também organizar algumas coisas que venho protelando devido à rotina puxada.

Espreguiço-me na cama, sentindo os músculos alongarem-se, o Lian não me dá trégua, tem uma energia que misericórdia, Deus é mais... Olho para o lado e vejo seu berço vazio, esse menino só pode ser sobrinho da Nicole, gosta de acordar cedo igual à tia.

Pensando nela, lembro-me da noite anterior: ela entrou que nem um furacão no meu quarto, dizendo que precisava falar comigo, nem sabia que ela estaria aqui na cidade.

Um tempo depois, sentadas na varanda de trás, permanecíamos em silencio olhando o Lian, em um cochilo tranquilo no seu carrinho de bebê, enquanto esperava que ela tomasse a palavra e dissesse o que veio falar, nós ficamos observando o tom vibrante de vermelho e laranja do céu ao entardecer e o sol a se pôr por entre umas colinas ao longe, fazendo o dia dar lugar à noite e com ela os sons característicos dos animais noturnos, que saiam para apreciar o ar mais úmido.

No exato momento em que uma rã coaxou, ela quebrou o silêncio.

- Ele está cada dia mais parecido com o pai.

Meu coração deu um salto no peito. Eu não costumava comentar com minha família a semelhança entre eles, mas internamente eu sabia dessa evidência. Sim, visto de vários ângulos diferentes, ainda assim, ele era a cópia fiel do pai. E por mais que eu tentasse esquecê-lo, era uma tarefa difícil, com uma miniatura sua andando pela casa.

- Sim, é verdade. Mas você não veio aqui para falar sobre isso. O que tinha para me contar?

- Eu estou grávida - disse em fio de voz.

- Nick, que notícia maravilhosa. O Matt deve estar muito feliz - falei a abraçando. Quando me afastei, ela disse.

- Ele ainda não sabe, está em treinamento interno na academia, só volta na segunda para casa. Eu estava desconfiada, mas só hoje fiz o exame e confirmei.

- E por que não ligou para ele, para contar? Amiga, volte e vá até onde ele estiver e conte a ele. Tenho certeza que vai explodir de alegria.

- Você tem razão, por um momento eu fiquei apavorada. Não sabia o que fazer e quis compartilhar com... Minha irmã... Primeiro - gagueja.

- Ah minha amiga, minha irmã. Estou muito feliz por você e tenho certeza que será uma mãe maravilhosa - eu a abraço novamente e ali ficamos por alguns minutos.

Um tempo depois, despedimo-nos com ela dizendo que passaria a noite na casa dos pais e que no dia seguinte iria direto ao departamento fazer uma visita surpresa ao Matt e contar a novidade.

Quarenta minutos depois de ter despertado, levantei e fui para o banheiro fazer minha higiene, entro em meu closet escolhendo o que vestir, opto por uma blusinha de alça e um short, ambos brancos e um casaquinho azul, já pronta, vou em direção as escadas que dá acesso ao andar inferior, ao passar em frente à porta da minha mãe, vejo meu toquinho de gente correndo em volta de Clhoe, que estava sentada no tapete e minha mãe os olhando com um olhar tão apaixonado como se não os visse há meses. Assim que me vê, ele vem em minha direção.

- Mama...

Ouvir esse sonzinho é música para os meus ouvidos. Não vou dizer que é fácil estudar, trabalhar e ser mãe, mas tudo vale apena quando estou diante do meu pinguinho, quando o tenho em meus braços.

Entro no quanto e agacho-me pegando meu bebê nos braços, mamãe avisa que já deu seu banho com a ajuda de Clhoe, e o seu café da manhã, mas que já era hora de lhe oferecer um lanche.

- Farei isso agora - digo beijando a bochecha gorducha do meu pinguinho.

- Também precisamos comprar roupas novas, ele está crescendo muito rápido, separei várias peças para doação, que já estão perdidas.

- Eu também preciso de roupas novas - Clhoe fala.

- Podemos ir amanhã ao shopping, o que acham? - eu digo indo para porta.

- Combinado, faremos o dia das meninas - minha mãe anuncia.

- E do bebê - Clhoe completa, sorrimos todas juntas.

Com cuidado, vou até a cozinha e encontro a mesa posta, deve ter sido minha mãe que arrumou, já que Sarinha está de férias e só volta daqui a duas semanas.

Coloco Lian no cadeirão, servindo em seguida o seu iogurte preferido, que foi feito por minha mãe, com pedacinhos de morango dentro. Tomo meu lugar à mesa para tomar o meu desjejum e penso o quanto foi difícil chegar até aqui.

Durante a gestação, por algum tempo eu estive muito sensível e acabava chorando por tudo. A presença dos meus pais foi determinante, sempre me apoiando e dando a força que eu precisava. E uma dessas, foi me incentivando a dar inicio a minha graduação, ocupando minha mente e buscando por um objetivo.

Por opção dos meus pais, acabei cursando aqui mesmo em Calgary, para que eles pudessem estar por perto quando eu precisasse, o que eu concordei, pois era o melhor a ser feito, e que me ajudou muito quando o Lian nasceu. Com a ajuda do Matt, que falou com o seu pai, que também era reitor da universidade ao lado do meu antigo colégio, eu pude fazer dois períodos em modo EAD, devido à amamentação, e só ia para fazer as provas finais.

Lembrando-me de tudo, hoje parecem dias tão distantes, mas o inicio, a adaptação foi bem complicado. Tinha dias que eu estava tão cansada, meu corpo só pedia cama.

As noites em claros, as cólicas intermináveis, onde chorava ele e chorava eu, as refeições que eram sempre corridas, os banhos interrompidos e as muitas vezes que eu percebia que ainda nem tinha escovado os dentes ou penteado os cabelos, desde que tinha acordado, tudo para atender primeiramente as necessidades dele, do meu bebê.

Quase desisti do curso, do estagio e pior, até mesmo da efetivação do trabalho que veio logo depois que me formei no mês passado, quando o Lian ficou doentinho.

A rotina era massacrante e enlouquecedora e se hoje eu estou aqui, formada e realizada, devo aos meus pais, que foram minha base e minha mola impulsionadora toda vez que precisava.

Aquela história que vemos na mídia da mãe perfeita e o bebê perfeito logo após o parto, pura enrolação. A realidade é bem outra.

Mas quer saber... Nós amamos enquanto sofremos e é um amor tão grande, tão puro, tão incondicional, que eu jamais me imagino sem ele hoje.

Durante muito tempo, eu senti muita raiva do Josh, não por ter me engravidado, mas por ter agido da forma que fez. Eu sei que eu era muito bobinha e ingênua, mas hoje eu mudei, sou outra Ketellyn, muito diferente da que ele conheceu anos atrás.

Sinto orgulho de olhar no espelho e ver no que aquela menina sonhadora se transformou. Não sou hipócrita de dizer que o esqueci, eu ainda o amo e sei que vou amar para sempre. Mas eu procuro sufocar esse amor dentro de mim e viver exclusivamente para o meu filho.

Não que não tenha aparecido ninguém. O filho do meu antigo chefe, que assumiu no lugar do pai, já me convidou duas vezes para jantar, o que eu acabei recusando. Não pretendo me envolver com ninguém no momento.

- Mama... - saio dos meus devaneios ao sonzinho de sua voz me chamando e vejo que ele está todo lambuzado de iogurte e que vai precisar de outro banho, tem morango até no seu cabelinho loiro, seus olhos, no mesmo tom de verde do pai, brilham com a travessura feita.

Termino meu café rapidamente e dou uma organizada na cozinha, pegando Lian e seguindo direto para o banho. Quando já estou arrumando o meu bebê, dando mordidinhas em seu pezinho rechonchudo, o que o faz soltar pequenas gargalhadas, eu ouço o celular tocar. Olho o visor e é o Sr. Martinelli, mas o que será que ele quer?

- Kate! - ele me chama assim quando estamos a sós ou fora do ambiente de trabalho, já que o acompanho em algumas reuniões e almoços de negócios.

- Pois não? - digo, enquanto puxo Lian pela perna, que já ia escapulindo da cama.

- Desculpe atrapalhar seu dia, sei que aproveita os fins de semana em família, mas é muito importante e eu preciso da sua ajuda.

- Do que se trata? - pergunto de má vontade, sabendo que não irei me negar a ajudá-lo no que precisar.

- Preciso que vá até a empresa e pegue dois contratos dos quais irei precisar, um para hoje à tarde e o outro para revisar para a reunião de segunda pela manhã, acabei me esquecendo de trazê-los. Eu ainda estou em Boston, o voo atrasou, chegarei em cima da hora da reunião, você pode deixar os dois na portaria do empresarial que vou lhe passar o endereço - ele faz uma pausa e continua. - Não precisará subir, só deixar na recepção. È muito importante, irei do aeroporto direto para lá.

- Tudo bem. Passe-me o endereço e o mais importante, onde estão? - coloco Lian no chão e vou até a mesinha pegar uma agenda para anotar o endereço. Depois de anotado, ele informa quais são os documentos e que eu não preciso ir agora, já que ele deve demorar umas sete horas ainda para chegar aqui no Canadá. Depois de encerrada a ligação, eu vou aproveitar as horas seguintes com o meu bebê, já que não iria arrumar mais nada hoje mesmo. Resolvo que só irei depois do almoço, na hora do cochilo do Lian.

Josh

Um som estridente penetra em meus ouvidos e por um segundo penso que está dentro da minha cabeça. Estico o braço na intenção de alcançar o aparelho que está histérico e acabo derrubando-o no chão.

Quando vou me levantar, percebo que tem uma garota enroscada em mim e logo me lembro da cantora do bar. Ontem à noite, eu segui o impulso de sair e afogar as frustações que nos últimos tempos eu vinha afogando no trabalho, na noite, e acabei bebendo um pouco além da conta e só por isso apaguei aqui nesse quarto de hotel, já que não tenho o hábito de dormir com nenhuma mulher depois do sexo.

Com uma sensação nauseante, coloco as pernas para fora da cama, me abaixando para pegar o celular que parou de tocar, me levanto indo em direção ao banheiro para uma ducha rápida e espantar os vestígios da bebedeira. Saio de lá poucos minutos depois e quando penso em verificar de quem foi a chamada, ouço a voz da mulher.

- Já está indo gatinho?

- Sim, está tudo pago, inclusive o café da manhã, também deixarei dinheiro para você pegar um taxi para sua casa, estou com pressa agora - falo enquanto vou recolhendo meu relógio e minha carteira, tirando algumas notas.

- Não vai ao menos, me dar o número do seu telefone?

- Nós dois sabemos que isso não vai rolar. Tenha um bom dia - digo, coloco o dinheiro do taxi na mesinha saindo logo em seguida. Sei que sou cínico, mas não tenho nada a oferecer a nenhuma delas.

Quando tive a chance, estraguei tudo. Ah, se o tempo voltasse, faria muita coisa diferente.

Fecho a porta atrás de mim e sigo até o elevador, já no carro, olho o celular e vejo quatro chamadas perdidas da minha mãe, quando chegar em casa eu ligo para ela.

Dou partida no carro, acionando o som na música "You Are The Reason - Calum Scott" e sigo meu caminho...

A canção que venho ouvindo ultimamente quase como uma oração preenche o ar, esse se tornou um hábito para lidar com as lembranças. Ao contrário do que ela me pediu, eu não fui capaz de esquecê-la.

Pouco mais de três anos se passou e durante, o tempo em que estou aqui, onde tanto almejei, tive a oportunidade de alcançar patamares até então não imaginados por mim, mas de alguma forma isso não me trazia e ainda não trás a satisfação plena.

À medida que os anos foram se passando e eu fui amadurecendo mais, percebi a necessidade de crescer moralmente - vale dizer, que aprendi a rever algumas coisas cruciais a respeito do mundo e de mim mesmo. Não que eu virei um santo celibatário ou coisa do tipo, eu tenho meus casos de uma noite, o que também são raros, mas tenho e procuro deixar claro que não será nada além disso.

Depois que estive com Kate, nunca mais fui o mesmo, jamais alcancei a plenitude novamente ao estar com uma mulher, era algo quase fisiológico, básico, como as necessidades inerentes de um ser humano. E muito menos, me sinto completo nos negócios. Sei que tenho levado uma vida vazia, em meio a grandes negociações com homens importantes durante o dia e um apartamento oco à noite.

Odeio lembrar de todo mal que fiz a ela, de seu olhar magoado, a sua voz chorosa. Eu estava cego, acreditando ter feito o certo, mas hoje eu vejo o quanto eu fui um idiota, e tudo por algo tão vazio quanto eu me sinto agora.

"Veja aonde chegou seu grande idiota. Rico, poderoso e oco por dentro, sem ter com quem compartilhar todo seu sucesso, ou até mesmo as coisas mais simples da visa." - meu subconsciente zomba de mim.

Seu tivesse a chance, eu tentaria consertar o que quebrei tanto nela quanto em mim. Obviamente, o mal maior foi feito a ela e eu não me perdoo por isso. Jamais esqueci as palavras do seu pai e sei que diante de tudo que fiz, ela nem mesmo olhará em meu rosto novamente. O melhor que faço a ela é manter-me afastado.

Matt perguntou, certa vez, se eu não tinha curiosidade de saber como ela estava, o que tinha feito da vida. Contou que ela não foi para a Califórnia e que optou por fazer faculdade lá, em nossa cidade. Nunca entendi o motivo de ela ter desistido e isso aguçou ainda mais meu interesse, mas por orgulho acabei dizendo que a vida dela não era da minha conta.

Meu amigo mudou diante da minha resposta, trocou o assunto. Eu não queria dar o braço a torcer, dizendo que fiz as escolhas erradas.

E isso fica muito evidente quando eu o vejo feliz em seu casamento, claro que sinto alegria com isso, em vê-lo bem, mas ao mesmo tempo, penso que poderia ser eu, feliz com Kate; ele fala daquela maluca da mulher dele, que não me suporta, isso ela deixou bem claro, com paixão e um brilho genuíno no olhar.

Reduzo a velocidade entrando na garagem do prédio e assim que estaciono, antes mesmo de descer o telefone volta a tocar. Desligo o som, atendendo em seguida, antes que eu diga alguma coisa, ouço a voz da minha mãe.

- Josh, meu filho. Você precisa voltar, o seu pai não está bem e insiste que vai trabalhar de todo jeito, por que tem uma reunião importante na segunda, e não confia em ninguém daqui para ir em seu lugar.

Depois de alguns minutos de conversa, onde ela me conta o que aconteceu, eu acalmo minha mãe dizendo que irei hoje mesmo até lá para resolver isso, seria só o tempo de fazer uma mala. Enquanto vou subindo, ligo para a Srta. Lin, para agilizar um voo o quanto antes e deixar as orientações que devem ser seguidas em minha ausência.

Pouco tempo se passa e ela retorna me passando as coordenadas do voo e ainda solta uma gracinha.

- Eu não ganho o suficiente para trabalhar aos sábados Sr. Ferrell - acabo rindo da sua língua afiada, agradeço e desligo.

Depois de um voo estressante com algumas turbulências, finalmente estou em terra firme, pela hora, aproveito para fazer uma refeição leve na praça de alimentação e logo em seguida vou até uma locadora de veículos, alugo uma GMC sierra, a única disponível àquela hora, minha mãe queria vir me buscar, mas recusei, prefiro que ela fique de olho no meu pai.

A caminho da casa dos meus pais, eu me perco nas lembranças que estão bem nítidas em minha memória, se antes eu pensava muito nela, agora aqui, depois de tanto tempo, é como se um gatilho tivesse sido acionado e tudo voltasse com um impacto surreal, causando sensações adversas em meu peito.

Perdido em devaneios, não percebo que o carro a minha frente dá seta para fazer uma conversão num retorno à esquerda, prevendo o que viria a seguir, eu piso fundo no freio causando um som alto devido à frenagem brusca, o que não impede a batida, mas diminui o impacto.

"Era tudo que eu precisava neste dia."

Solto o cinto de segurança e me preparo para descer e avaliar a extensão do prejuízo. Graças a Deus não foi nada sério, apenas danos materiais.

Quando desço do carro, antes mesmo que eu fechasse a porta do carro, cada músculo do meu corpo ficou rígido enquanto meus olhos ficaram fixos na mulher que desceu do outro veículo. Uma brisa soprou agitando seus cabelos e eu não tive nenhuma reação a não ser ficar encarando aquele rosto que me perseguia, estando eu, de olhos abertos ou fechados durante os últimos anos.

- Kate?!

Continua...

Quanta novidade nesse capítulo 😲

Nicole grávida... 🥰

E esse Sr. Martinelli, algo me diz que ele será uma pedra no sapato de alguém. 😎

😲 Eu não sabia que o Josh tinha voltado lá depois de tudo que fez no capítulo anterior. Bom, assim não deixou Kate desolada no meio da rua. 😐

Agora quero saber de vocês, o que acharam da conexão forte que eles tem. Ele sentiu o nascimento do filho, só não sabe disso.

E Kate, hem... Mesmo com dificuldade, deu a volta por cima e amadureceu. Foi forjada na dor e hoje é essa pérola. Que orgulho.😍

Josh pelo jeito vem sofrendo todos esses anos as consequências de sua escolha, espero que Kate aperte mais um pouco esse sofrimento e não facilite a vida dele... 😅

E esse encontro inesperado. Jesus... o que será que vai acontecer?

Quinta que vem vamos descobrir juntos. Espero que tenham gostado, um forte abraço e até lá. 😍😘🌹

Me sigam no Instagram... @juliaashleyautora

Fiz uma votação no meu IG para escolher o nome desse pinguinho que já roubou meu coração. E a escolha da maioria é este que coloquei no capítulo.👶

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