9. O Diabo Cheira a Flores

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Jimin e Jungkook foram comer churrasco e ambos embebedaram. Eles voltaram para casa e jm dormiu no quarto de JK, que por sua vez dormiu no sofá.
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A cama afunda quando alguém se junta a ele, e os olhos de Jimin imediatamente se abrem. Ele se vira de lado, observando o torso bem esculpido de Jungkook, nu e pronto para ser festejado pelos olhos dele.

— O que você está fazendo? — Jimin pergunta.

Jungkook não responde, apenas coloca a mão atrás da cabeça e o puxa para perto, tão perto que a frequência cardíaca de Jimin aumenta rapidamente, as palmas das mãos ficando suadas, a boca secando em antecipação não adulterada. Os olhos do diabo ardem em um vermelho escuro, pequenas manchas flutuando através do marrom. Jimin respira fundo enquanto olha.

Ele sente o perfume floral que sempre permanece no corpo de Jungkook, em seus lençóis, suas roupas, e é delicioso. Isso mexe com algo quente na barriga de Jimin e sua mão se move por conta própria, arrastando-se pelo lado de Jungkook, descendo até chegar ao quadril, antes de deslizar para segurar sua bunda.

O diabo ri, inclinando-se para beijar a bochecha de Jimin, seu nariz, seu queixo com lábios macios. Cada beijo faz Jimin estremecer de prazer, uma sensação que corre para sua virilha tão rápido que seu pênis logo fica duro dentro de sua cueca, implorando por fricção. Ele se contorce na cama, aproximando-se de Jungkook, querendo saber como será se seus corpos estiverem encostados um no outro.

A mão de Jungkook desliza para descansar no ombro de Jimin, impedindo-o de se mover. Aqueles olhos ainda estão vermelhos, olhando para ele com uma fome que faz Jimin choramingar, suas palavras morrendo em sua garganta enquanto ele luta para se mover.

— Você quer alguma coisa, Jimin? — Jungkook pergunta, a voz tão baixa que quase soa como um rosnado.

— Você. Quero você.

Quando Jungkook espalma seu pênis, Jimin xingou em voz alta, apertando a bunda do diabo necessariamente. Ele sente como se estivesse esperando por isso por muito tempo. Três anos é muito tempo para passar sem o toque de outra pessoa, mas o toque de Jungkook mais do que compensa. Jimin sente como se estivesse suspenso nesse olhar, ele sente como se estivesse prestes a sufocar em seu desejo.

E ele precisa de ar, mas não quer, porque se afogar no toque de Jungkook parece um ótimo caminho a percorrer.

— Jimin?

Demora um segundo para Jimin processar que, embora seja a voz de Jungkook que ele está ouvindo, o demônio na frente dele não abre a boca. E então a voz soa novamente, e de repente ele está sendo sacudido para acordar, arrancado rudemente do sonho assustadoramente sensual para ver Jungkook, o verdadeiro Jungkook, olhando para ele com diversão.

— Bom dia. — Diz o diabo. Ele já está vestido, vestindo uma camiseta preta, jeans largos e uma flanela. É, novamente, diferente do estilo que Jimin está acostumado, mas de alguma maneira Jungkook consegue. Jimin percebe que o diabo pode fazer qualquer coisa, mas esse pensamento é passageiro e rapidamente substituído por uma pergunta muito importante, há quanto tempo Jungkook está nessa sala?

Jimin geme, sua ressaca batendo nele tão fortemente que ele quase esquece sobre o sonho, até que se vira e percebe que está duro como uma pedra, seu pau fazendo uma tenda em sua boxer.

Com os olhos arregalados e envergonhado, Jimin agarra o cobertor de Jungkook, cobrindo-se e esperando que o outro não tenha visto, rezando para que não tenha dito nada em voz alta como havia sonhado. Porque, Deus, ele não está prestes a deixar Jungkook descobrir que está duro por causa dele.

— Porra. — Diz Jimin, fechando os olhos. — Minha cabeça dói pra caralho. Quero voltar a dormir.

— Eu tenho aspirina. Vamos, levante-se, é quase meio-dia. Acho que você dormiu bastante. — Jungkook até dá um tapinha em seu ombro para garantir, fazendo Jimin quase pular porque é o mesmo ombro que Jungkook havia tocado, e ele realmente precisa parar de pensar nisso se quiser lidar com seu problema no sul.

— Eu tenho que levantar? — Jimin pergunta.

— Quero ir ao shopping antes que fique lotado e, depois disso, tenho a academia do prédio reservada por algumas horas. Então, sim, você tem.

Jimin abre os olhos, apenas o suficiente para dar a Jungkook um olhar fulminante.

— Você está brincando comigo. Estamos malhando depois de uma noite como a noite passada? Exercício nem está na minha lista!

— Mas ficar em forma está, e a única maneira de fazer isso é se exercitar.

Jimin odeia que Jungkook tenha razão. Ainda assim…

— Eu gostaria que você pudesse apenas estalar os dedos para este. Eu realmente não estou com vontade.

— Azar seu. Deixei roupas extras para você no banheiro. Vou fazer café e algo para você comer, então levante-se.

Jungkook sai sem dizer mas nenhuma palavra, deixando Jimin desanimado em mais de uma maneira, olhando para o teto enquanto amaldiçoa seu eu passado por ser muito ambicioso. Mas então, talvez comprar roupas novas para seu guarda-roupa (ou, bem, sua mala) e ver Jungkook flexionar esses músculos no final do dia não será tão ruim. E honestamente, se ele quer uma chance com o diabo, talvez trabalhar para tonificar seu corpo não seja uma má ideia.

Tudo bem. Jimin se decide.

Ele toma um banho quente, cobrindo seu corpo com o sabonete com cheiro de rosa de Jungkook, e depois se veste com as roupas ligeiramente grandes do diabo que cheiram a lavanda. Talvez ele tenha demorado um segundo a mais para levar a camisa ao nariz e cheirar.

Quando sai do quarto, ele cheira a jardim.

— Você parece menos cansado. — Jungkook fala. Ele está sentado em um banquinho na ilha da cozinha, segurando uma xícara com alguma coisa na mão, um prato de comida à sua frente. Ele arrasta uma cadeira para Jimin enquanto se aproxima, e Jimin senta nela.

— O banho quente e suas flores me curaram. — Diz Jimin.

— Minhas flores?

— Me cheire.

Jungkook funga, inclinando-se para mais perto, e só então que Jimin tem o bom senso de se sentir envergonhado. Não que ele possa fazer algo sobre isso agora, exceto esperar que a vermelhidão de suas orelhas e bochechas não seja óbvia.

— Você cheira... como eu. — Diz Jungkook.

Jimin está se interessando muito rapidamente. Oh Deus. Ele pode ver a maneira como os lábios de Jungkook se apertam com força, a maneira como suas sobrancelhas se contraem como se ele quisesse franzir a testa, a maneira como ele olha para Jimin de cima a baixo quando percebe que Jimin está vestido da cabeça aos pés com suas roupas. Nas roupas dele.

Para ser justo, Jimin está chegando a essa conclusão também. Retroceder. Ele deveria voltar atrás.

Os demônios também podem ser gays.

Porra. Por que ele está se lembrando disso agora, de todos os tempos? Só porque Jungkook é gay não significa que ele está interessado. E de qualquer maneira, os demônios podem ficar com os humanos? Deve haver alguma regra sobre isso. E mesmo que não haja, Jungkook é muito superior, inalcançável. Jimin se sente estúpido. Ele deveria ter mantido a boca fechada. Pelo menos então...

— Eu gosto disso. — Diz Jungkook, virando-se e dando uma mordida em sua comida.

— Desculpa, o que?

— O que?

Jimin abre a boca para explicar, mas rapidamente conclui que explicar só irá piorar as coisas, então fecha a boca novamente.

— Nada.

— Eu fiz ovos e torradas. — Jungkook fiz um segundo depois, deslizando o prato de Jimin para mais perto. — Espero que você não se importe.

— Eu não.

— E café. — Jungkook empurra para mais perto também, como se estivesse com medo que Jimin não beba de outra forma.

— Obrigado.

Jimin está livre. Ele poderia dar um tapinha nas próprias costas. Ele poderia fazer uma dança comemorativa. Em vez disso, ele sorri para o café e toma um grande gole, nem mesmo se importando quando queima sua língua. Quando terminam de comer, a tensão no ar se dissipou completamente e Jimin voltou ao normal.

— Donghae trouxe meu carro de volta esta manhã, então estou dirigindo. — Jungkook fiz, sacudindo as chaves.

Quando eles estão no elevador descendo, Jimin diz casualmente:

— Você deve ganhar muito dinheiro para ter e fazer tudo isso.

— Sou um poupador muito ávido. Mas também ganho muito dinheiro.

— Pensei isso. — O lábio de Jimin se contrai. — Isso significa que você está pagando?

— Sim. — Jungkook diz quando as portas se abrem. — Mas só porque fazer compras está na sua lista, então me sinto obrigado. Tenho certeza de que você tem mais do que eu, se o que li sobre a família Park nos jornais for verdade.

Os passos de Jimin diminuem com isso. Não sobre a família Park. Isso é notícia velha, ele superou toda a narrativa de chaebol que virou ídolo. E ele nem é próximo de sua família de qualquer maneira. Não, o que o faz parar é uma única palavra: obrigado.

Por um tempo, Jimin esqueceu como tudo começou. Ele puxa a manga, olhando para o número 1 tatuado ali, o roteiro bonito, mas o significado abafando o que quer que Jimin tenha começado a sentir pelo diabo. O que ele sente afinal? Nada mais do que luxúria, provavelmente, se ele psicanalisar seus sonhos.

Enquanto Jimin pula no banco da frente, ele não consegue parar o ciúme que o percorre. Jungkook é um self-made man*. Apesar dele não ser um homem humano, mas esse não é o ponto. Jungkook fez o teste e conseguiu pelo talento puro. Ele trabalhou duro. Ele é um ídolo por apenas três anos e já vive em um lugar como este, tem um carro, um motorista e sabe-se lá o que mais.
(*self-made man: homem feito por si mesmo. Alguém que se fez por si próprio, com seu esforço, por suas boas qualidades.)

Jimin, por outro lado, sempre teve sorte. O dinheiro que seus pais lhe deram foi como um cobertor de segurança, dizendo que ele poderia fugir da responsabilidade porque, bem, ele podia. Ele às vezes se perguntava o quão mais trabalhador ele teria sido sem isso, se ele estaria desesperado o suficiente para continuar sendo um ídolo muitos anos atrás.

Ele está tão perdido em seus pensamentos que quando uma de suas antigas canções começa a tocar nos alto-falantes, ele só percebe quando sua voz surge. E então ele instintivamente alcança o botão de volume, silenciando-o.

Jungkook ainda não havia colocado o carro em movimento, então ele se vira para Jimin, obviamente confuso.

— Você... não quer ouvir isso?

— Hum, eu... vamos terminar de ouvir seu álbum.

— OK.

Jimin agradece que o outro não o questiona. Ele rapidamente desliga o telefone de Jungkook, colocando o seu próprio e tocando em seu aplicativo de música, onde eles haviam parado no dia anterior. E então ele se acomoda em seu assento, fechando os olhos para não ter que ver o julgamento nos olhos do diabo.

Depois de alguns segundos tensos, Jungkook começa a dirigir, a luz do sol entrando pelas janelas enquanto eles saem do estacionamento.

— Esta me levou um ano para escrever. — Jungkook diz de repente.

Jimin olha para ele, mas os olhos do diabo estão focados na estrada atentamente.

— Por que?

— Sou perfeccionista. Eu não conseguia acertar as palavras.

— É sobre o que?

— Algo como: 'só porque você está enfrentando dificuldades agora, não significa que não vai melhorar no futuro.'

Que apropriado.

— Hum.

Quando Jungkook se vira para olhar para ele por um segundo, Jimin fecha os olhos, fingindo que nunca os havia aberto.

— As melodias geralmente vêm mais facilmente para mim. — Continua Jungkook. — Às vezes é difícil dizer a coisa certa.

A resposta de Jimin é imediata.

— Você está indo bem.

— Suas letras, por outro lado, são lindas. — Jungkook diz sinceramente.

Os olhos de Jimin se enchem de lágrimas. Isso é desnecessário. Ele não deveria ficar triste agora, ou sentimental. E, no entanto, é muito familiar, e nada familiar. Tudo o que Jungkook fala costumava fazer parte de sua vida diária. Esse é o problema, costumava ser. Mas não é mais. Ele nem sabe se é capaz de escrever outra música.

— Suas canções de amor me fizeram acreditar no romance.

Romance. Jimin o despreza e ao mesmo tempo o deseja. Ele quer revivê-lo, embora as memórias deixem um gosto vil em sua boca. E Jungkook dá a ele um gostinho, mas Jimin não tem certeza se deve se permitir ser sugado por isso, não quando a probabilidade de que um desgosto possa acontecer novamente parece tão real.

— As músicas em que você refletiu sobre si mesmo me fizeram sentir como se estivesse vislumbrando minha própria alma.

Jungkook não terminou de falar?
Aparentemente não. Jimin se mexe um pouco, focando no barulho do carro ao invés da voz de Jungkook porque está começando a se sentir desconfortável. Elogios são bons. Eles são muitos legais. Mas apenas quando ele sente que os merece.

— Quando você cantava sobre sua infância, eu... queria ser seu amigo.

Jimin respira fundo, abrindo os olhos para que possa piscar para afastar qualquer lágrima persistente. Ele vira a cabeça e olha pela janela, imaginando se algum dia voltará àquele espaço mental onde parece que as possibilidades à sua frente são infinitas.

— Posso estar me adiantando, mas espero que possamos escrever uma música juntos algum dia. — Diz Jungkook.

Há uma resposta nos lábios de Jimin, mas ele segura. Em vez disso, ele apenas cantarola em concordância, com medo de que um pouco mais de som o faça chorar. E ele não vai chorar na frente de Jungkook novamente. Ele pode cuidar de si mesmo. Ele não é um bebê. Ele não é. O pensamento inflexível o faz querer chorar ainda mais, então ele cerra os punhos e crava as unhas nas palmas das mãos.

Ajuda um pouco.

As tentativas de conversa de Jungkook terminam aí, e eles ficam em silêncio o resto do passeio. O shopping que Jungkook os leva é bonito com todas as luzes brilhantes, pisos de mármore e lojas de grife. Jimin respira fundo, ignorando toda a negatividade por enquanto, e puxa o chapéu o mais baixo possível enquanto Jungkook lidera o caminho.

Faz muito tempo que ele não faz compras de verdade e não sabe por onde começar.

— Você gosta de Burberry? — Jungkook pergunta.

— Hum… — Jimin olha para onde ele aponta e nega balançando a cabeça com veemência. — Me lembra muito de um certo demônio.

Jungkook ri.

— Sim. Tae é um fã. Que tal Chanel?

Jimin volta sua atenção para a loja com suas vitrines exibindo manequins elegantes e fileiras de acessórios.

— Eu gosto de Chanel.

Jimin fica no centro da loja enquanto Jungkook esvoaça, segurando bolsas, chapéus, roupas e joias, esperando por um aceno de aprovação de Jimin antes de retirar os itens das respectivas prateleiras e cabides. Jimin fica surpreso com a excitação do diabo e observa por baixo da sombra de seu chapéu de balde, a cabeça ligeiramente inclinada para cima. Há um balconista pronto para ajudá-los, mas Jungkook acena com a mão e diz que eles podem fazer isso sozinhos.

— Portanto, temos dois suéteres, um par de calças e alguns colares. É tudo o que você quer? — O diabo pergunta.

— Sim, mas você sabe que este lugar é caro.

— Sim. Eu sei.

— OK.

Jimin fica em seu lugar enquanto Jungkook vai pagar. Ele está se sentindo... em conflito. Não que a empolgação do diabo seja desconcertante. Na verdade, ele gosta da atenção, mais do que deveria. Quando para pra pensar, quase pode fingir que eles estão em outro encontro. Jungkook está cuidando dele e garantindo que ele tenha tudo o que precisa. E ainda…

É como se algo tivesse aberto outros portões do pensamento de Jimin, porque apesar de tudo, ele não consegue parar de pensar. É essa maldita palavra, não é?

Obrigado.

Não deveria significar nada. Não deveria significar tudo.

— Loja número um, confira. — Diz Jungkook, caminhando até Jimin com um sorriso. — Saint Laurent fica logo ao lado, se você quiser ir até lá.

Quatro lojas e noventa minutos depois, Jimin é o orgulhoso novo proprietário de várias cores diferentes de camisas de colarinho e suéteres, blusas enfeitadas com flores ou listras, camisetas confortáveis ​​para substituir as velhas, uma jaqueta prata, um cardigã vermelho e vários pares de jeans. Ele também tem joias novas suficientes para encher uma caixa inteira, uma caixa que Jungkook também se ofereceu para comprá-lo.

Jimin recusou.

— Eu não sei quando vou conseguir usar metade dessas coisas. — Jimin murmura enquanto caminham pelo shopping.

— Quando você estrear, haverá muitos eventos para os quais você pode se vestir.

— Se eu estrear.

Jungkook para para encará-lo.

— Você vai estrear. Eu não prometi que você se tornaria um ídolo de novo?

Jimin engole um argumento.

— Você prometeu.

— E eu vou... — Os olhos de Jungkook se voltam para algo atrás dele distraidamente, e ele ergue uma mão cheia de saco naquela direção. — Essa camisa ficaria bem em você.

Jimin se vira e ver uma camisa preto de manga comprida enfeitado com lantejoulas de uma maneira que faz parecer que está chovendo estrelas.

— Eu não preciso de outra camisa. — Jimin diz.

— Mas...

— Na verdade... — Por que os olhos de Jungkook tem que ser tão grandes? Jimin pisca algumas vezes quando o diabo o encara, esperando. — Na verdade, estou meio cansado.

O braço levantado de Jungkook cai.

— Oh.

— Posso pegar em outra hora.

— Sim. Você pode.

— Além disso, — Jimin diz, tentando aliviar o clima. — Você me comprou coisas suficientes, eu acho. Não preciso mais da sua ajuda para isso. Você pode riscar 'compras' da lista.

Jimin sabe que suas palavras tem o efeito oposto quando o rosto de Jungkook cai. É como se uma parede tivesse sido colocada entre eles, e quanto mais Jimin reconhece isso, mais consciente ele fica de que ela esteve lá o dia inteiro, desde que ele acordou. Talvez eles precisem do KBBQ para derrubá-la novamente. Talvez eles precisem de soju.

Como foi que a noite passada foi perfeita, apenas para hoje parecer estranha e rígida?

Obrigado.

Jimin está convencido de que é essa palavra. O que mais poderia ser?

— Vamos para casa. — Jimin diz, ficando vermelho quando percebe o que havia dito. — Quero dizer... Vamos voltar para o seu apartamento. E, hum, o exercicio, como você queria. OK?

— Claro.

Se a ida ao shopping foi tensa, a volta é cem vezes pior. Nenhum deles conecta seus telefones para tocar música, o simples ato esquecido enquanto eles se perdem em seus próprios pensamentos. Pelo menos, Jimin assume que as engrenagens na cabeça de Jungkook estão girando. Ele só tem o silêncio do diabo para escapar, mas parece ser a única explicação.

Eles deixam as sacolas de compras no carro, já que Jimin irá para casa à noite. Jungkook os conduz escada acima e prepara roupas extras para Jimin para que ele possa se trocar. Jimin tenta desenterrar algo, qualquer coisa, algum tipo de emoção, para a sessão de ginástica. Em vez disso, ao se olhar no espelho enquanto se troca, tudo o que sente é ressentimento.

Ele cutuca a barriga, sentindo o pneuzinho, e depois belisca as bochechas, os braços. A razão pela qual ele passou tanto tempo na frente de sua TV em Hadong era porque ele podia esquecer sua aparência. Não que ele evitasse espelhos. Alguns dias, ele até se esquecia de se importar com sua aparência. Hoje não é um desses dias.

Tudo o que ele consegue ver é arrependimento. Tudo o que ele consegue sentir é dor. E quando ele sai do banheiro e vê aquela foto emoldurada de Jungkook na parede, tudo o que ele consegue pensar é o quão ciumento ele está por não ser ele.

Que nunca será.

Eles vão para a academia vinte minutos depois, o silêncio cobrindo-os como uma segunda camada. Jungkook não mentiu, ele reservou a academia no complexo de apartamentos apenas para eles, todos os 1.200 pés quadrados. Todas as máquinas estão impecáveis, recém-limpas, o piso de madeira brilhando. Há um espelho de corpo inteiro contra uma parede e janelas que se estendem pela outra parede, dando para a cidade.

A vista é de morrer. A imagem olhando para ele no espelho não é.

— Vamos nos aquecer primeiro com alongamentos dinâmicos. Apenas me siga. — Diz Jungkook.

Jimin observa o diabo através do espelho enquanto o imita, sentindo-se desajeitado e irremediavelmente incapaz a cada segundo que passa. Sempre que os olhos de Jungkook se movem para observá-lo, ele se vê ficando vermelho e desviando o olhar, confuso e envergonhado. Ele deveria ser melhor, muito melhor do que isso.

Talvez a academia seja uma má ideia.

— Vamos correr. — Jungkook diz uma vez que seus membros estão aquecidos.

Correr. Claro. Não há como ele estragar a corrida. Jimin se vê sendo guiado para as esteiras, seguindo as instruções de Jungkook sobre quão rápido ele deve correr e por quanto tempo, e quanto de inclinação ele deve ter.

Leva apenas dez minutos para sentir falta de sua piscina, mesmo que ela não tenha sido utilizada por um tempo. Porque isso. Isso é um inferno.

Jimin morde a língua para não reclamar novamente. Ele deve se concentrar na vista. Há uma multidão de pessoas do lado de fora da janela, cada uma cuidando de suas próprias vidas, e ele é apenas uma delas. Ele não é importante. Ele não é especial. Ele não tem o direito de reclamar.

Cinco minutos depois, quando Jungkook diz a ele para aumentar a velocidade, Jimin não consegue mais se conter:

— Jungkook-ah, vamos parar.

O suor escorre por todos os poros. Ele tenta tornar seu tom leve e fingir que está apenas sendo preguiçoso, mas a verdade é que ele está desapontado. Sua respiração está irregular. Sua garganta está seca. Seus dedos coçam para diminuir a velocidade, e seus pés estão muito perto de pisar fora. Ele não consegue se lembrar quando ficou assim, quando o menor pensamento negativo apenas o faz querer... desistir.

— Mais dez minutos. — Diz Jungkook.

— Acho que não consigo aguentar mais um minuto.

— Tente.

Tentar. Jimin quer amaldiçoar o outro, mas em vez disso ele se mantém firme em uma última tentativa de provar algo. Para Jungkook. Para ele mesmo. Ele está desesperado para ultrapassar seus limites como costumava fazer e provar que ainda está preparado para isso. Mas, apesar de seus melhores esforços, é difícil impedir que pensamentos de inutilidade o invada, batendo nele com intensidade à medida que cada respiração se torna mais difícil de tomar, especialmente sempre que ele assiste Jungkook correr.

O diabo mal ofega. Ele mantém a cabeça erguida e bombeia os braços e ergue os pés, os músculos das pernas definidos, as feições nítidas e, de repente, tudo o que Jimin consegue pensar é que ele nunca será assim. Que ele nunca irá alcançar esse nível de condicionamento físico, nunca voltará a ser quem ele costumava ser, suas habilidades se despedaçaram, não importa o quanto ele pratique com Hoseok ou por conta própria.

Quanto mais tempo ele passa aqui, cercado pelo sucesso dos outros, mais desesperado ele fica.
    
  
 
 
 
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Jimin é muito negativo... Ele precisa trabalhar em sua mente. Ele distorceu a frase de jk sobre me sinto obrigado, e acabou estragando todo o passeio. Mas.... Veremos  a continuação no próximo capítulo

E vocês, meus amados, estão gostando? Espero que sim. Logo JM sairá dessa fossa...

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