8. O Diabo Compra Flores para Ele
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No capítulo anterior após Jimin sair correndo de uma conversa tensa com Yoongi, Jungkook o alcança e decide passar um tempo juntos. Vamos acompanhar...
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Jimin nunca dirá isso em voz alta, mas ele é um romântico incurável que frequentemente sonha com histórias de amor épicas, beijos de fogos de artifício e sexo íntimo lento. Então, quando Jungkook bate em sua porta no final da noite de uma quinta-feira, segurando um buquê de flores, Jimin quase desmaia.
— Eu não coloquei flores na minha lista. — Ele diz, cheirando-as com um largo sorriso. Ele não consegue se lembrar da última vez que alguém lhe deu flores, e este buquê é lindo, uma variedade de rosas coloridas que Jimin acha que incorporam as cores do amor. E embora o amor obviamente não seja o que Jungkook está procurando aqui, Jimin finge por um momento que são duas pessoas normais prestes a sair, e Jungkook comprou flores para ele sob o pretexto de que gosta dele.
Jungkook não oferece uma explicação para a declaração de Jimin, apenas pergunta:
— Você gosta delas?
— Eu gosto. Embora eu duvide um pouco de minhas habilidades para mantê-las vivas.
— Eu devia ter pego um vaso para você colocá-las. — Jungkook diz.
— Vou pedir para Hayoon me comprar um.
— Hayoon?
— Ah, minha… — Jimin quase diz 'babá'. Era assim que ela costumava ser, muito tempo atrás, quando ele era criança. Altamente inapropriado, para não dizer embaraçoso, ter uma babá aos 26 anos. — Governanta. — Concluí.
Os lábios de Jungkook tremem.
— Sua governanta está em Seul?
— Sim.
— Você trouxe sua governanta para Seul?
Essa é a mesma porra de pergunta. Jimin estreita os olhos, porque Jungkook parece muito entretido, mas não há nada para se divertir.
— Ela queria vir. Não é como se eu a tivesse forçado. Eu ficaria bem sozinho.
— Eu nunca disse que você não ficaria. — Jungkook diz, e seu sorriso aumenta o suficiente para fazer seu nariz torcer e seus olhos enrugar. Se ele não parece tão fofo, Jimin ficaria com raiva. Se Jimin não tivesse acabado de receber flores, ele ficaria furioso com a insinuação de que ele é uma criança que não consegue viajar para Seul sem uma babá.
Não importa que seja verdade.
Em vez disso, ele está apenas levemente irritado.
— Eu não atendi a porta para ser julgado. — Diz ele. — Eu poderia fechar a porta na sua cara agora e ficar no meu quarto de hotel com minhas flores o resto da noite.
— Mas então você perderia todas as coisas divertidas que planejei para nós, incluindo, se posso acrescentar, KBBQ. Mas acho que posso ir sozinho. — Jungkook deixa cair as mãos nos bolsos, olhando Jimin bem nos olhos. — Ou eu poderia encontrar alguém para ir comigo. Você decide.
— Porra, não. — Jimin diz, ciente de que estava caindo no anzol, na linha e na chumbada pela ameaça infundada de Jungkook. — Eu vou, quer você goste ou não.
Jungkook sorri.
— Ótimo. Você está pronto?
Jimin olha para baixo. Ele não está de pijama pela primeira vez, mas com um conjunto de moletom e moletom não é apropriado para um encontro, então ele pede para Jungkook esperar dez minutos para ele se trocar antes de fechar a porta para fazer exatamente isso. Ele escolhe seu jeans mais bonito, aquele que abraça sua bunda, e veste uma camiseta preta de gola alta, uma jaqueta jeans e seu chapéu de balde.
Depois de passar um pouco de maquiagem e colocar brincos nas orelhas, Jimin fica pronto. Ele abre a porta e as palavras ficam presas em sua língua quando ver uma visão inesperada.
Hayoon está lá, e Jimin percebe imediatamente do que ela está falando quando a ouve mencionar uma bola de vôlei, um castelo inflável e a piscina. Oh não, não, não, Jungkook não precisa saber sobre a embaraçosa festa de oito anos dele.
— Hayoon-ssi! — Ele interrompe, sem sucesso.
— ... e então ele tentou agarrar a bola. — Hayoon está dizendo, mal sufocando seu sorriso enquanto ignora os apelos evidentemente inúteis de Jimin.
— Não me diga que ele acabou na água. — Jungkook excclama.
— O que você acha? — Hayoon pergunta.
Jungkook ri, batendo palmas de alegria.
— Não posso dizer que estou surpreso que Jimin tenha sido um desajeitado desde tão jovem.
— Tenho muitas outras histórias de onde essa veio. — Diz Hayoon com um sorriso.
Jimin se irrita.
— Hayoon-ssi, por que você está aqui? Você pode ir me comprar um vaso? Jungkook e eu temos um lugar para estar. — Ele diz severamente. Ou, bem, ele tenta ser severo, mas Hayoon é todo sorrisos e gargalhadas, acotovelando-o como uma garotinha.
— Por que você não me disse que conhecia Jeon Jungkook? — Ela pergunta meio sussurrando como se Jungkook não fosse capaz de ouvi-la. — Sou uma grande fã dele.
— Eu não sabia disso. — Jimin diz simplesmente. — Você vai me comprar o vaso?
— Vaso? Por que? — Seus olhos se arregalam e ela olha entre Jimin e Jungkook, observando suas roupas, o fato de que Jimin está vestido para sair. E então ela pergunta a Jungkook: — Você comprou flores para ele?
— Eu achei que ele iria gostar delas. — Jungkook explica.
— Claro que sim. Mas você sabe que não vão durar muito nas mãos dele.
Jimin faz uma careta.
— Eu posso cuidar de flores muito bem.
— Não se preocupe. — Hayoon diz a Jungkook. — Vou mantê-las vivas para ele.
Jungkook inclina a cabeça ligeiramente.
— Eu apreciaria isso.
— Tudo bem. — Jimin agarra o braço de Jungkook, puxando-o com força para que ele comece a andar. — Hayoon-ssi, estamos saindo. Vejo você mais tarde. Me cobre pelo vaso.
Enquanto caminham pelo corredor do hotel, Jungkook diz:
— Ela é legal.
— Ela estava zombando de mim, e você acha que ela é legal?
Quando Jungkook não responde, Jimin sabe que o diabo estava zombando dele também. Ele solta um suspiro frustrado, cruzando os braços assim que entram no elevador em direção ao estacionamento. Jungkook continua olhando para ele, olhando-o de cima a baixo, a diversão clara em seus olhos. Jimin muda de posição, desconfortável. Eles estão em um pequeno espaço fechado e ocorre a ele que Jungkook está parado muito perto.
— Você tem algum problema com a minha roupa? — Jimin pergunta.
— Não. Eu gosto da sua roupa. Jeans combina com você.
— Oh. — Elogios são bons. Devolvê-los também é bom. Então, com os olhos fixos nas portas do elevador, ele diz: — Você também está bem, Jungkook.
E ele está. Jeans pretos justos, botas Timberland bege, um suéter azul escuro com botões nas mangas e um boné para esconder o rosto. Por um segundo, Jimin esquece que Jungkook não é humano. Mas olhar para a tatuagem em seu pulso o lembra rapidamente de que não é esse o caso.
Donghae não está à vista quando eles chegam ao carro, e Jimin logo descobre que Jungkook estará no volante, então ele pula no banco da frente, comandando o sistema de áudio. Quando ouve música sozinho, geralmente evita as coisas recentes, mas agora busca um álbum que pretende ouvir. Jungkook não diz uma única palavra sobre isso, até que a música começa a tocar.
O diabo ri.
— Jimin, o que...
— Shh. — Jimin diz, recostando-se em seu assento e fechando os olhos. — Estou ouvindo.
Quando Jungkook sai do estacionamento, Jimin percebe duas coisas: uma, que ouvir a voz de Jungkook pelos alto-falantes é como se suas orelhas estivessem sendo beijadas por um anjo e, duas, que ele deveria ter ouvido suas músicas há muito tempo. Ele não pode fazer nada sobre o último, então se permite ouvir pela primeira vez, calando Jungkook toda vez que esse tenta falar.
Eles estão apenas na metade do álbum quando chegam ao restaurante. Quando a música para Jimin diz:
— Não quero mais ser um ídolo.
A cabeça de Jungkook estala para olhar para ele em alarme.
— O que?
— Não posso. Não posso competir com gente como você. Eu deveria voltar para Hadong. Não. — Jimin diz, olhando dramaticamente pela janela como se tivesse acabado de encontrar a resposta que estava procurando. — Eu deveria encontrar uma pedra para viver embaixo.
— Jimin...
Jimin chama a atenção de Jungkook, dizendo sinceramente:
— Você é muito bom. Mais do que bom. O melhor, até.
O carro está escuro com o motor desligado, mas a luz das lâmpadas da rua deixa claro que Jungkook está corando.
— Você acha?
Jimin assente.
— Ajuda ser um demônio? Você já... usou isso para progredir?
Jimin não está tentando acusá-lo. Ele está genuinamente curioso para saber como tudo funciona. Mas Jungkook diz:
— Não. Nunca. Não é nada diferente do que seria para um ser humano.
— Isso parece crível. — Diz Jimin. — Quero dizer, você parece o tipo de pessoa que não usaria truques baratos para progredir, mesmo que os tivesse à sua disposição.
Ao contrário de si mesmo, Jimin supõe um pouco amargamente, mas diz a si mesmo que isso é diferente. E de qualquer maneira, Jungkook está fazendo ele fazer todo o trabalho duro, então não é como se ele não estivesse tentando.
— Por que você faz isso? — Ele pergunta, novamente apenas curioso.
— Eu gosto de atuar.
A resposta é tão simples, tão inocente, que Jimin de repente se vê cativado.
— Eu também. — Ele diz suavemente.
O restaurante fica em uma rua tranquila e já é tarde, quase 22h, então não há muita gente por perto. Jungkook abre a porta, gritando para o espaço vazio:
— Yejun-ssi? Jieun-noona?
Todas as mesas estão vazias, os fogões desligados, mas uma jovem de repente aparece na esquina, uma carranca no rosto até Jungkook tirar o chapéu, acenando. Ele dá um sorriso atrevido, como se soubesse que não devia estar aqui, mas a mulher corresponde, fechando a distância entre eles em três passos curtos para lhe dar um abraço.
Jimin arrasta os pés. Está meio quente aqui, não está?
— Jeon Jungkook! — Ela exclama, agarrando os ombros dele com uma confortável familiaridade. — O que você está fazendo aqui? Você sabe que estamos prestes a fechar, não é?
— Eu estava esperando que você pudesse nos encaixar? Eu dou uma boa gorjeta. — Diz Jungkook.
— Você sempre dá boas gorjetas. Estou fechando hoje à noite, então o serviço pode ser um pouco lento. O que será? O de sempre?
— Sim. Oh, Jieun, este é meu amigo, Chim. — Diz Jungkook, apontando para Jimin. — E Chim, esta é Lee Jieun. — Jimin apenas abaixa a cabeça, recusando-se a falar, recusando-se a fazer qualquer coisa. Ele não entende por que eles estão aqui, quem é essa garota e por que eles não poderiam ter ido para um lugar normal.
— Prazer em conhecê-lo. — Diz Jieun alegremente, inclinando-se ligeiramente como se para dar uma boa olhada em seu rosto. — Chim é um nome incomum. É estrangeiro?
Jimin dá de ombros quando Jungkook responde:
— Apelido.
Jieun os leva a uma mesa no centro da sala, trazendo água e acompanhamentos enquanto pergunta a Jungkook como ele está, como sua música está indo e se ele lançará algum álbum.
— Posso estar trabalhando em algumas músicas, mas nada por alguns meses. Você sabe que sou perfeccionista.
— Eu sei disso. — Jieun sorri.
— De qualquer maneira, mesmo que eu tenha um álbum em andamento, você sabe que não posso lhe dar detalhes até divulgarmos as informações publicamente.
— Sim, sim. — Diz Jieun, acenando com a mão. — E então, alguns dias antes, você vem aqui, fica bêbado e me dá todos os spoilers que eu quero. Já sei como funciona.
— Não dessa vez!
— Vamos ver isso. — Jieun bate palmas quando o último prato está na mesa, olhando para os dois. — Bem, vou sair um pouco do seu pé e preparar a carne. Espero que vocês dois estejam com fome.
Jimin pega um pouco de kimchi, mordiscando mais do que realmente comendo. Ele está carrancudo. Ele não deveria estar carrancudo. Mas há algo mexendo em sua barriga e definitivamente não é fome. Ele se sente... enganado de alguma maneira. Aquela garota é muito amigável para o gosto dele, muito amigável com Jungkook.
— A comida aqui é muito boa. — Diz Jungkook.
— Legal.
— E Jieun-noona e sua família sempre cuidam bem de mim quando venho. Eles sabem que não gosto de chamar muita atenção para mim quando estou em público, então sempre me deixam vim em horários estranhos. Jieun é legal, não é?
— Eu realmente não a conheço. — Jimin diz friamente. Ele não ousou olhar para cima, seu chapéu de balde mantinha sua visão um pouco obscurecida.
— Você vai ver. Você pode dizer a ela quem você é. Quero dizer, se você se sentir pronto. Eu não vou forçar você. Mas ela nunca dirá nada a ninguém. Na verdade, ela também é sua fã.
Jimin estala os dentes.
— É por isso que você me trouxe aqui?
— O que?
É como se um punho tivesse agarrado seu coração. Não faz sentido, mas Jimin está com muita raiva.
— Você queria me mostrar para sua namorada? Queria que eu assinasse alguns guardanapos ou algo assim? O que estou fazendo aqui, JK?
Jimin pode ver quando levanta a cabeça que Jungkook parece magoado, as sobrancelhas unidas em confusão.
— Eu... eu... o quê? Ela não é minha namorada.
— Mas você quer que ela seja?
— Não. Jimin, eu sou...
— Tanto faz. Eu vou para casa. É muito tarde para uma refeição de qualquer maneira.
Jimin arrasta sua cadeira para trás, parando quando Jungkook se move para detê-lo.
— Não vá, Jimin. Não é o que você pensa. Jieun é uma amiga e nada mais. E você não jantou, eu sei que não jantou porque você come tarde demais para o seu próprio bem, então, por favor, sente-se para que eu possa explicar?
Eles estão parados, Jimin fora de sua cadeira, Jungkook parado com um braço estendido na frente dele, bloqueando seu corpo da saída.
— Por favor, Jimin? — Jungkook pede novamente, e embora as palavras faça o coração de Jimin vacilar, é a falha em sua voz que o faz ceder, sentando a bunda na cadeira com um grunhido.
— Tudo bem aqui? — Jieun volta com um prato de carne e um par de pinças de prata, colocando os dois na mesa. Seus olhos piscam para Jimin por um momento antes de pousar em Jungkook interrogativamente. Ela deve ser uma boa amiga se está tão preocupada.
— Estamos bem. — Jungkook diz, e soa muito sincero. Então ela sai. Jungkook pega as pinças e começa a cozinhar, e enquanto faz isso, também começa a falar. — Os demônios não podem vir para o reino humano até que tenhamos dezoito anos. — Ele diz. Jimin pisca, as palavras completamente inesperadas. — É mais ou menos como as pessoas que não podem beber até os vinte anos. De qualquer maneira, alguns dos demônios mais velhos não achavam que eu me sairia bem aqui, e muitos deles foram contra a minha vinda, mas eu os convenci a me dar uma chance. E quando saí do portal, acabei do lado de fora deste restaurante.
— Portal? — Jimin pergunta suavemente, um pouco de sua raiva diminuindo, descamando como pétalas moribundas.
— Sim. Não posso usá-lo sozinho, então não posso mostrar a você, mas é como... teletransporte?
— Eu entendo. — Ele realmente não entende, mas fica intrigado, então espera que Jungkook continue falando.
— Eu não sabia onde estava, e Jieun estava levando o lixo para fora. Eu estava com meu manto do diabo e descalço, então acho que parecia um sem-teto. Ela me ofereceu comida.
— Parece o começo de uma história de amor. — Diz Jimin, pegando o kimchi que havia abandonado antes.
Jungkook ri.
— Talvez, exceto que eu sou muito gay.
Jimin quase engasga, tossindo quando o kimchi desliza para o lado errado. Ele pega seu copo de água enquanto Jungkook observa com preocupação, o corpo pronto para ficar de pé e fazer algo se ele não conseguir engolir sozinho.
— Sério? — Jimin guincha quando consegue falar novamente.
— Demônios também podem ser gays. — Diz Jungkook, soando um pouco na defensiva.
— Desculpe, eu só... — O coração de Jimin está batendo muito rápido. — Não, sim, tudo bem. Continue.
— Eu sabia o básico sobre o reino humano, mas não sabia sobre churrasco coreano e certamente não sabia sobre kpop. Essas foram as duas primeiras coisas que aprendi aqui e me apaixonei por ambas.
— Daí toda essa coisa de ídolo.
— Sim. Sempre gostei de cantar. Eu disse isso a Jieun, e ela disse que uma pequena empresa sobre a qual ela ouviu falar de um amigo de um amigo estava tendo audições abertas em algumas semanas. Ela me fisgou. Ela me colocou dentro. Eu não estaria onde estou se não fosse por ela, então ela é uma ótima amiga, mas isso é tudo o que ela é.
E o problema, Jimin percebe um segundo depois, é que Jungkook não deveria ter que explicar quem Jieun é para ele. Não deveria importar, porque eles não estão namorando, não é um encontro real e Jungkook nem é humano. E, no entanto, o diabo parece determinado a provar esse ponto, e de alguma maneira Jimin acha isso muito notável.
Mas ele mantém isso para si mesmo.
— A carne vai queimar se você deixar por mais tempo. — Diz Jimin.
— Ah Merda! — Jungkook divide e grita para Jieun trazer tigelas de arroz e soju. Jimin levanta uma sobrancelha para o último.
— Soju?
— Os demônios também podem ficar bêbados.
Os demônios estão parecendo cada vez mais com os humanos. Os lábios de Jimin se contrai com o pensamento, descobrindo de repente que ele está realmente se divertindo.
Enquanto comem, Jungkook compartilha pequenas piadas e histórias de sua vida no reino humano. Ele ficou sem-teto por dois dias até encontrar Kim Taehyung, que ele conhecia no submundo. Eles se tornaram bons amigos, se a amizade pudesse ser definida por piadas zombeteiras sobre as capacidades diabólicas de Jungkook e a tolerância mal administrada pela atitude travessa de Taehyung em relação a ele.
Felizmente, depois de passar nas audições para a JinHit Entertainment, Jungkook mudou-se para os dormitórios como estagiário, embora Taehyung o visitasse várias vezes por mês, principalmente para perguntar se ele havia fechado algum contrato.
Jieun trás mais carne, bem como o pedido de arroz e soju, deixando-os conversando sobre o sobrenatural.
— Taehyung disse algo para mim sobre demônios que precisam fechar acordos para permanecer no reino humano. — Diz Jimin.
— Claro que sim.
— Ele disse que você estava desesperado quando me encontrou.
— Eu acredito que você era o desesperado. — Jungkook diz com um sorriso brincalhão.
Jimin sente-se ficar vermelho, lembrando-se da tontura, do vômito, dos pés descalços, de toda a confusão em que esteve naquela noite.
— Deus, eu não posso acreditar que você me viu assim.
— Acho que você não quer repetir isso esta noite. — Jungkook diz enquanto serve o soju em dois copos.
— Esta noite, pretendo beber com moderação.
— Entendi. Saúde.
Eles bebem juntos, Jimin limpando a boca com um sorriso.
— Então espere um segundo, você não estava desesperado para fechar um negócio quando me encontrou?
— Eu estava. Não há limite de tempo exato sobre quanto tempo os demônios podem ficar aqui sem fechar acordos e comer almas, e acho que provavelmente tive sorte de escapar com seis anos, mas não acho que teria muito mais tempo.
— Entendo. — Desta vez, Jimin realmente entende. Ele entende Jungkook um pouco mais, embora o diabo ainda tenha algumas esquisitices sobre ele que Jimin não consegue entender. Como brincar com as mãos quando não está fazendo nada, ou se distrair com um pequeno rasgo na camisa, ou falar com objetos inanimados.
Como Jungkook esta fazendo agora, resmungando para sua carne que comerá bem.
Meia hora depois, Jieun faz sua primeira tentativa de expulsá-los.
— Vocês dois percebem que estão aqui depois do expediente, não é? Está chegando perto da minha hora de dormir e não quero ficar exausta amanhã.
— Mas eu dou boas gorjetas. — Jungkook reclama.
Jieun suspira, olhando para o relógio na parede.
— Tudo bem. Mas também quero o furo desse álbum antes de qualquer outra pessoa. Faça-me sentir especial, Jungkook.
Jimin ri enquanto ela se afasta, enchendo seu copo com mais soju. Ele não contou o quanto está bebendo, mas suas bochechas estão quentes e ele definitivamente terá que ir ao banheiro em breve.
— Ela sabe que você é gay, certo? — Ele pergunta.
— Ela sabe. — Jungkook diz.
— Os demônios se reproduzem?
Jungkook pisca rapidamente como se não tivesse entendido a pergunta.
— O que?
— Você sabe. Fazer sexo, ter filhos, reproduzir-se.
— Oh. Sim. Mas não estarei, se é isso que você está perguntando.
— Não era isso que eu estava perguntando. — Jimin diz, incapaz de deixar de sorrir quando Jungkook esfrega os olhos sonolento. — Em uma escala de um a dez, quão bêbado você está?
— Sete.
— Portanto, não estou bêbado o suficiente.
Jimin serve outra bebida para os dois, joga as costas para trás e pede licença para ir ao banheiro. Ele tira o chapéu depois de aliviar a bexiga, passando a mão nos cabelos algumas vezes para afofar um pouco. Não que precise, já que vai colocar o chapéu de volta.
A menos que ele não o coloque.
Ele simplesmente não pode. Ele poderia sair dali com a cabeça erguida e o corpo cheio de coragem líquida e fingir que não está com medo pela primeira vez. E talvez se ele fingir o suficiente, não será mais tão assustador. Além disso, Jieun parece uma pessoa legal o suficiente, e ela é a razão pela qual o mundo ouve a bela voz de Jungkook, então de certa forma ele sente que deve a ela.
É um raciocínio estúpido, mas é o suficiente para ele neste estado.
Jimin não fica surpreso ao ver Jieun sentada em uma cadeira sobressalente à mesa, rindo de algo que Jungkook acabara de dizer, quando Jimin sai do banheiro. Seu estômago se contorce em nervos repentinos, mas é apenas uma agitação, nada que ele não possa controlar.
Jungkook o vê primeiro, as mãos imediatamente subindo para tocar seu próprio cabelo, ao que Jimin apenas mostra a ele que está segurando o chapéu na mão, sinalizando que está sem chapéu de propósito.
Um segundo depois, Jieun se vira para ele. Seu queixo cai, as mãos chegando à boca enquanto ela gagueja e tenta falar.
— Antes que você diga qualquer coisa, — Jimin diz, sentando-se. — eu só quero dizer que muitas pessoas não sabem que estou de volta a Seul, e prefiro que ninguém mais descubra.
— S-sim. — Diz Jieun. Ela parece um pouco sem fôlego. — Eu achei que sua mandíbula parecia um pouco familiar, mas caramba, é realmente... você é realmente Park Jimin.
Ouvir seu nome sair da boca de um estranho é um pouco perturbador, e ele sente um breve momento de arrependimento, um lampejo de nervosismo, até que seus olhos encontram os de Jungkook novamente e Jimin diz a si mesmo que tudo ficaria bem. Jieun não está enlouquecendo ou trazendo à tona seu passado. Ela parece mais impressionada do que qualquer outra coisa.
— Por que você está de volta a Seul? — Ela pergunta.
— Eu estou, uh, talvez pensando em tentar ser um ídolo novamente.
A maneira como o rosto de Jieun se abre em um sorriso aquece Jimin de uma maneira que ele não sentia há muito tempo.
— Sem chance.
Jimin ri.
— Sim, verdade.
— Isso significa... nova música? Novas apresentações? Oh meu Deus, este ano ficou muito mais emocionante.
Jimin olha para Jungkook.
— Ok, uau, você não estava mentindo. Ela realmente é uma fã.
— Você não tem ideia. — Diz Jieun. — Fui eu quem te apresentei a Jungkook, muito obrigado.
— De nada?
— Durante o horário de trabalho, gostamos de deixar a televisão ligada com videoclipes e apresentações ao vivo de grupos ídolos e solistas, e estávamos tocando uma de suas músicas quando trouxe Jungkook para uma refeição. — Explica Jieun. — Eu contei a ele tudo sobre você, e ele disse que queria ser como você algum dia.
— Sério?
— Sim. Parece difícil de acreditar?
— Um pouco. — Jimin está olhando para Jungkook, tentando ler aquela expressão. O diabo parece envergonhado, nem confirmando nem negando. A história ensina Jimin a não presumir nada sobre alguém até que eles mesmos digam, então ele decide aceitar as palavras de Jieun com um pouco de sal, mas estará mentindo se disser que não aumenta um pouco seu ego.
— Falando em vídeos. — Diz Jieun. — Vou colocar alguma coisa.
Jimin não tenta impedi-la, mesmo que antes ele pudesse ter feito isso. O soju está se estabelecendo em seu sistema agora, e ele não está com humor para ser uma cadela.
Quando um dos videoclipes de Jimin aparece na tela, ele cerra o maxilar, ao mesmo tempo sentindo falta daquela pessoa que costumava ser, por ser bonito, talentoso, ambicioso e magro, e odiando-o ao mesmo tempo, por ser tão sem noção, tão desesperado, tão tolo por se apaixonar por um homem que acabou por esmagá-lo.
no entanto, trinta segundos depois da música esses pensamentos desaparecem e ele começa a ouvir com novos ouvidos.
Talvez seja porque ele está um pouco bêbado. Talvez seja porque a obsessão inocente de Jieun por sua música e o amor óbvio de Jungkook por ela (música) lhe dão mais confiança. Ou talvez seja simplesmente porque ele está derrubando algumas das paredes que havia erguido ao longo dos anos. Seja o que for, Jimin se vê gostando da música.
Gostando. Amando, mesmo.
— Esta é a minha parte favorita. — Diz Jungkook. — Aqui, como você gira o ombro e sua jaqueta sai. Deus, sua expressão é tão sexy.
Jimin afasta os olhos da tela, seus olhos pousando em um anjo, ok, um demônio angelical em vez disso. Jungkook assiste ao vídeo maravilhado, a boca entreaberta, os olhos arregalados, o corpo imóvel.
— Não, espere, esta é a minha parte favorita. Você parece uma marionete quando faz esse movimento. Eu não entendo como seu corpo se contorce assim.
— Novas músicas em breve. — Diz Jieun animadamente, seu significado claro.
— Mal posso esperar.
No momento em que limpam a mesa de cada grama de comida, eles tem seis garrafas de soju e dividem a sétima.
— Porra. — Jimin diz, apoiando-se em sua mão enquanto observa o cabelo bagunçado de Jungkook, bochechas vermelhas e comportamento excessivamente quieto. Uma música de Velvet Love toca suavemente na televisão, mas Jimin não está mais ouvindo. — Eu deveria beber com moderação.
Jungkook não responde, apenas coloca outra dose de soju, derramando a maior parte sobre a mesa. Jimin ri, observando Jungkook erguer a garrafa enquanto ele não faz nada para ajudar. O diabo tenta mais uma vez, desta vez acertando o copo.
E então ele começa a beber direto da garrafa, aparentemente decidindo que servir outro copo de soju não vale o esforço.
— Em uma escala de um a dez, — Jimin fala, com a voz arrastada, apontando o dedo, — quão bêbado você está?
— Cem.
Jimin levanta uma sobrancelha.
— Isso é muito bêbado, Jungkook.
Jungkook dá um sorriso, cantarolando em concordância, e é quando Jimin estende a mão para pegar a garrafa. Em vez de entrender a situação e colaborar, a mão de Jungkook aperta a garrafa e ele ergue o braço, ficando de pé para que Jimin não possa alcançá-la.
— Isso não é justo. — Jimin diz, e um segundo depois ele corre para o outro lado da mesa e sobe na cadeira de Jungkook. Ele agarra a garrafa, mas Jungkook recusando-se a soltá-la significa que suas mãos estão se tocando por alguns segundos, e Jimin percebe o quão perto suas coxas estão das costas do diabo.
Em um lampejo de inspiração, ou talvez simplesmente embriaguez, Jimin desliza a mão para baixo, deixando os dois braços cair em volta do pescoço de Jungkook para abraçá-lo. Embora o abraço seja mais como enforcamento, seu nariz está enterrado no cabelo com cheiro floral de Jungkook.
— Eu sou forte o suficiente para pegá-lo. — Jungkook diz, embora suas palavras sejam tão arrastadas que Jimin mal as entende.
De repente, Jungkook alcança a parte de trás das coxas de Jimin, e Jimin sente seu mundo virar quando é pego, Jungkook avançando com perda de equilíbrio e batendo contra a mesa. Tudo chacoalha e uma tigela na beirada da mesa está prestes a cair.
Jimin ri, os braços segurando Jungkook com mais força, mas uma voz corta a diversão um segundo depois.
— Eu sabia que aquela última garrafa de soju era uma má ideia. — Jieun repreende. A maneira como ela fica com as mãos nos quadris lembra Jimin de Hayoon. — Jungkook, coloque Jimin no chão antes de quebrar alguma coisa. E Jimin, pare de entretê-lo.
— Eu quero entretê-lo. — Diz Jimin, recusando-se a deixá-lo ir. Mas Jungkook o coloca no chão, um demônio muito obediente, então Jimin fica sem escolha.
Jieun suspira, avançando para que possa servir um copo de água para os dois.
— Vocês dois estão uma bagunça. Você deveria ir para casa.
Jungkook cantarola em concordância, as palavras obviamente falhando com ele. Mas Jimin não gosta que lhe digam o que fazer, então ele acha que o próximo passo lógico é tornar as coisas o mais difíceis possível e senta no chão, braços cruzados, rosto indignado.
— Levante-se. — Jungkook diz baixinho, cutucando-o levemente com a ponta do sapato.
— Não.
— Tenho que ir para casa.
— Você não pode dirigir.
— Vamos pegar um táxi.
Jieun fica na frente de Jimin, de joelhos, o olhar em seu rosto como o de uma mãe falando com seu filho teimoso. Ela tem uma marquinha fofa na bochecha que ele (JM) quer cutucar.
— Jimin, se você não levantar eu fecho a loja e te deixo aqui, e você vai ter que dormir no chão. Você quer isso?
Jimin pensa sobre isso.
— Não.
— Eu pensei que não. Vamos.
De alguma maneira, eles pagam e dão gorjeta a Jieun, dizem um adeus que envolve muitos abraços e o dobro de risadas e saem. Jungkook coloca o boné de volta e pega o chapéu de Jimin, colocando-o na cabeça.
— Eu gosto deste chapéu. — Diz Jimin, puxando-o para baixo em torno de suas orelhas.
— Você pode ficar com ele.
Jimin ri, e decide que não precisa explicar que já havia planejado ficar.
Eles entram no táxi desordenadamente, e Jungkook diz seu endereço, dizendo para levar seu tempo para chegar lá, eles não estão com pressa. Jimin afunda no assento, sua cabeça girando toda vez que fecha os olhos. No fundo de sua mente, ele está se culpando por beber tanto, já se arrependendo da ressaca que terá pela manhã.
E com Jungkook bêbado como está, provavelmente não será capaz de curá-lo.
— Ei. — Jimin chama. Quando não obtém uma resposta, estende a mão para socar o braço de Jungkook. O diabo acorda sobressaltado, olhando para ele. Inclinando-se mais perto, Jimin pergunta: — Por que você não quer olhar para os meus desejos?
— Não precisa. — Jungkook diz, movendo-se para fechar os olhos novamente.
Jimin o cutuca rapidamente meia dúzia de vezes até que o diabo esteja olhando para ele novamente, parecendo um pouco irritado.
— Mas por que?
— Por que eu deveria?
— Taehyung deu a entender que é algo que os demônios fazem para fechar negócios.
— Shh!
Jimin ri, aproximando-se de Jungkook em vertigem.
— Eu não deveria estar falando sobre isso?
— Shh. — Os olhos de Jungkook estão vidrados, mas seu corpo está parado, os olhos inabaláveis, obviamente tentando muito parecer sóbrio. — Você não pode dizer esse tipo de coisa, ok? É um segredo.
A voz de Jimin cai para um sussurro.
— Um segredo.
Jungkook assente. Eles estão perto o suficiente para que Jimin possa sentir o cheiro de álcool no hálito de Jungkook. Suas mãos estão quase se tocando no assento, e Jimin se vê querendo diminuir a distância entre eles, sua resistência uma mera lasca, desgastada por soju e uma troca casual de palavras.
— Quer ouvir um segredo? — Jimin pergunta.
— O que?
Em vez de responder, Jimin desliza a mão sobre a de Jungkook, roçando sua pele levemente. O diabo estremece, avançando involuntariamente para que agora suas testas estejam quase se tocando. Jimin sente-se estimulado pela ação, os dedos de sua outra mão subindo para acariciar a bochecha de Jungkook.
Com o coração palpitando em uma onda repentina de desejo, Jimin encontra coragem para expressar seus pensamentos:
— Eu quero você.
Na escuridão, os olhos de Jungkook brilham em vermelho.
Jimin acorda um momento depois, a mão de Jungkook em seu ombro, sacudindo-o.
— Estamos aqui. Vamos.
O que? O que? Ele dormiu durante toda a viagem de táxi? Jimin tropeça para fora do carro atrás de Jungkook, que parece um pouco mais firme em seus pés. Jimin abaixa a cabeça quando eles estão no elevador, as luzes brilhantes muito claras para seus olhos. Ele tenta juntar suas memórias, se perguntando se o que aconteceu no táxi foi real.
Nada que Jungkook diz ou faz dá a Jimin uma pista, então ele fica sem uma resposta.
Quando chegam ao andar do apartamento de Jungkook, Jimin deixa o diabo sair primeiro, não esperando que ele tropece no ar, não consiga se segurar e acabe de quatro no chão. Jungkook solta um grunhido de surpresa, balançando a cabeça enquanto luta para se levantar. Jimin corre até ele rapidamente, agarrando seu braço para colocá-lo sobre seus ombros.
— Acho que os demônios não são muito bons em segurar o álcool. — Ele diz, ajudando Jungkook a se levantar.
Jungkook murmura concordando. Quando chegam à porta da frente, ele fica perdido por um momento, como se não tivesse certeza do que fazer agora. Jimin suspira pelo nariz, tentando ignorar sua tontura enquanto se move para dar um tapinha nos bolsos de Jungkook em busca de uma chave enquanto o diabo apenas fica parado olhando para ele. Jimin tenta fingir que suas bochechas não estão quentes.
No momento em que eles entram, Jungkook cai pesadamente em seu sofá, dizendo a Jimin:
— Você... durma no meu quarto.
— Posso ficar no sofá. — Jimin não obtém resposta. — Jungkook. Jungkook? Você está com sono?
Após uma inspeção mais detalhada, percebe que o diabo está, de fato, dormindo profundamente. Jimin se agacha, colocando a mão em cima da de Jungkook enquanto tenta se lembrar daquele sonho no táxi. Parecia tão real. Tão real quanto isso. A mão de Jungkook é macia, seu pulso firme, sua respiração parecendo se aprofundar.
Enquanto olha para a mão de Jungkook, pensando, Jimin acha que ver um flash de vermelho com o canto do olho. Mas quando olha, os olhos de Jungkook ainda estão fechados, sua boca entreaberta. Jimin percebe que provavelmente está tão bêbado que está alucinando, vendo coisas que quer ver, e é isso que finalmente o estimula a se levantar, tropeçando até o quarto de Jungkook.
Ele não consegue deixar de pensar enquanto tira a jaqueta e a calça jeans que, embora tenha sido um sonho, o que ele disse é verdade.
Quero você.
E ele quer.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Jimin é tão fofo bêbado. Kskskskskkfdkjgdaagks. Esse capítulo foi bem fofo e engraçado? Eu morri de vergonha por eles. O que vocês pensaram sobre Jieun quando ela apareceu? A verdade é que Iu, Lisa e Taemin estão na lista de vilão clichê. Então quando eles aparecem ficamos com um pé atrás. Kkkkk. Eu apenas pensei que ela seria um demônio igual JK. Hihihihi 🤭
Hoje teve att, mas amanhã não terá.
Resolvi fazer uma mudança pra ver como será. Invés de eu postar segunda, quarta e sexta (3 vezes) irei postar segunda e terça, quinta e sexta. (4 vezes) como dia de quarta geralmente posto tarde pois saiu toda noite. Achei que pular apenas as quartas seria melhor. O que acharam?
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