24. O Diabo Pode Se Importar
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No capítulo anterior vimos que Jimin e Jungkook estão ótimos. E que Jimin ainda não contou a Yoongi. Vamos ver como as coisas estão....
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Há muitas coisas que Jimin descreve como distintamente novas sobre sua vida no caminho para se tornar um ídolo. Talvez não tão novo no sentido de que ele nunca havia experimentado antes do escândalo, mas faz tanto tempo que parece novidade. Parece tingido com essa excitação, um zumbido que se estaciona logo abaixo de sua pele, de modo que todas as manhãs, quando ele acorda, sente que tem algo pelo que esperar.
Sexo. Porra, sim, o sexo. Isso é novo e provavelmente um grande motivo para a melhora em sua atitude.
Mas a outra novidade é inesperada e, talvez, mais significativa: a inspiração. E vem na forma de Jeon Jungkook.
Escrever sobre moralidade e sobre viver a mentira de outra pessoa é muito bom, mas esses são pensamentos e visões que Yejun, seu parceiro de composição designado, ajuda a transformar em música e letras. Na verdade, Jimin não inventa nada sozinho até que baixa um arquivo mp3 que Jungkook mandou uma mensagem para ele, sem nenhuma explicação, e aperta o play.
A música começa com a chuva e a voz de Jungkook, uma combinação inesperada, mas bonita, que deixa Jimin imediatamente intrigado. Quando um piano e um trompete deslizam com uma melodia jazzística, Jimin fecha os olhos, deixando-se levar pela música enquanto ela beija seus ouvidos. Cada nota parece proposital, cada palavra e frase tão distintamente Jungkook.
Isso é... seu rastro escondido? Jimin sorri inadvertidamente, sabendo que Jungkook estava querendo compartilhar isso com ele, só que eles se desviaram, por seu relacionamento, por suas vidas ocupadas, pelo sexo alucinante. Agora Jungkook está a uma semana do lançamento de seu álbum, e Jimin está tendo uma prévia.
Quando a música acaba, Jimin ouve uma melodia. Um diferente. Uma nova. Isso envia uma emoção correndo por ele, uma que ele não sentia há muito tempo. Ele cantarola baixinho. Ele testa algumas palavras aleatórias que lhe vem à mente, reunindo-as em uma frase e adicionando mais palavras até que se tornem duas.
Ele canta novamente, desta vez com mais confiança. É diferente da música de Jungkook, mas é semelhante no sentido de que parece para ele... uma resposta.
Seu coração bate forte no peito. Até seus dedos tremem, de nervosismo? Excitação?, enquanto ele digita no aplicativo de gravação em seu telefone. Isso é estúpido, tão estúpido, mas é algo que ele quer desesperadamente fazer, algo que ele quer se agarrar porque, quando foi a última vez que ele se sentiu inspirado?
E então, decidindo não pensar demais, ele aperta o botão de gravar e canta. Ele pensa na música de Jungkook, nas palavras que parecem falar com ele, e canta uma resposta. É curta, apenas um único verso, mas quando termina, ele toca de novo e não consegue evitar o sorriso que cruza seu rosto.
— Oh meu Deus. — Ele sussurra para si mesmo, tocando mais uma vez.
Ele volta para seu aplicativo de mensagens, olhando para o texto de Jungkook com o arquivo mp3. Se o diabo consegue compartilhar algo com ele, talvez...
Jimin não quer deixar esse momento passar, não quer ignorar a onda de coragem que o percorre, então ele rapidamente anexa a gravação que fez e envia com uma mensagem:
📩Jimin
Eu ouvi sua música e ela fez eu inventar isso.
Ele devia dizer outra coisa. Algo mais. Elogiar a música de Jungkook. Ele não quer desviar a atenção disso, mas sua excitação é avassaladora. Será que... será que Jungkook irá gostar disso?
Jimin morde o lábio enquanto espera por uma resposta. Talvez ele não devesse ter sido tão apressado. Ele não precisava apressar essas coisas. Jungkook não está indo a lugar nenhum.
Um segundo depois, ele ver que sua mensagem foi lida. Oh Deus. Jungkook está ouvindo ele cantar agora. Porra. Cancelar envio. Jimin quer cancelar o envio da mensagem. É tarde demais? Ele coloca o telefone na mesa, fechando os olhos e esfregando-os. Ele está muito nervoso para essa merda.
Como diabos ele irá escrever álbuns inteiros se não consegue nem compartilhar algo com alguém de quem é próximo?
Quando seu telefone toca um minuto depois, os olhos de Jimin se abrem. Ele olha para a tela e ver que Jungkook está ligando para ele. Ele deve responder, não deve? Porra, porra, porra, o que Jungkook vai dizer?
Jimin engole seus nervos e atende a chamada, levando-a ao ouvido.
— Oi, Jimin-hyung. — Diz Jungkook. É um sorriso que Jimin consegue ouvir em sua voz?
— Oi.
— Aquilo foi...
— Eu queria dizer que sua música é boa. — Jimin deixa escapar, o telefone pressionado com muita força em seu ouvido. — É incrível. Você… Você é incrível. Não sei como você consegue.
— Sério? Não é muito extravagante?
— Não. — Diz Jimin, feliz por ter a atenção fora de si mesmo por um momento. Elogiar Jungkook, isso é algo que ele consegue fazer. — Eu amei. Tudo foi incrível. Sua voz. E os instrumentos. E a chuva... E...
— Sua gravação é muito boa, hyung. — Diz Jungkook.
Jimin descobre que não consegue responder. É... bom... ouvir isso, mas ele ainda se sente apreensivo, com medo de que talvez Jungkook esteja apenas dizendo isso para ser gentil.
— Isso me faz querer sobrepô-lo em cima dos meus vocais. Pode ser, tipo, uma chamada e resposta, sabe?
— Jeon Jungkook
— O que você está fazendo agora?
— Nada além de...
— Vamos para o meu estúdio. — Jungkook diz e Jimin ouve o som do movimento do outro lado, a emoção na voz de Jungkook. — Vou buscar você. Soaria muito melhor com a sua voz na minha música.
Jimin está sorrindo, mas a razão está tentando esmagá-lo.
— Não é... Nem brinque com isso, Jungkook. É apenas algo que eu inventei em, tipo, cinco minutos. Não é mesmo...
— Você é um compositor natural. — Jungkook diz suavemente. Ele ri. — Estou com inveja.
— Para.
— Aceite o elogio.
— Tudo bem, mas...
— Estarei aí em vinte minutos.
Jungkook desliga, e Jimin sente seus olhos arderem com lágrimas, seu coração fazendo essa coisa estranha de inchaço e, porra, Jeon Jungkook é um homem fácil de se apaixonar. Por mais que Jimin saiba que deve se proteger, para evitar desgosto, ele simplesmente não quer.
É com esse pensamento que ele sai de seu quarto, apenas para ser saudado por um rosto familiar, seu punho levantado para bater em sua porta. Jimin olha surpreso para Hayoon por um momento. Ele a viu passando algumas vezes, mas não quis falar sobre o que aconteceu, então ele fez o possível para ignorá-la, e ela fez o mesmo.
— Jimin-ssi, devemos conversar. — Diz ela.
Jimin faz menção de passar por ela.
— Estou ocupado.
— Seus pais estão aqui.
Ele congela.
— O que?
— Eles estão vindo para o hotel em algumas horas para levar você para jantar.
— Você... você disse a eles que eu estava aqui?
— Eu não podia mentir para eles. — Diz Hayoon. Ela está carrancuda, mas há uma súplica em seus olhos. — Eu deixei você evitá-los por três anos, mas não há mais razão para isso. Não agora que você está...
Não agora que você não é mais patético. Jimin preenche as palavras, seu comportamento auto-depreciativo empurrando uma narrativa que provavelmente é muito diferente do que Hayoon quer dizer. Seu fogo anterior foi apagado, sua excitação despedaçada.
— É só um jantar. — Hayoon diz. — Eles só querem ver que você está vivo e bem. Eles amam você, Jimin.
Era isso que era o amor? Nunca passar mais de uma ou duas noites por semana em casa. Mandá-lo embora para aulas de dança para que não tivessem que lidar com ele. Dizendo a ele que não conseguiria ser um ídolo, e depois dizendo que não duraria mais de um ano depois que debutasse.
Quando a notícia sobre Byungho saiu, ele esperava outra rodada de comentários desapontados, mas em vez disso eles o ignoraram. A mídia bateu em sua porta e tudo o que disseram foi: Não temos comentários.
— É melhor ficarmos fora da vida um do outro. — Diz Jimin, porque ele havia superado isso. Ele quer superar isso.
— Por que?
— Você sabe porque.
— Eu entendi quando vocês dois decidiram deixar as coisas como estavam, mas agora eles estão pedindo para ver você. Você realmente quer ignorar a possibilidade de consertar um relacionamento que está quebrado há tanto tempo?
Jimin faz uma careta.
— Por que você está do lado deles?
— Eu não estou. Estou do seu lado, Jimin-ssi.
— Não parece. — Jimin murmura.
— Me desculpe se ultrapassei meus limites, mas eu me preocupo com você e odeio ver as pessoas que me importam machucadas.
Machucadas? Jimin não sabe como dizer a ela que está bem, animado, até mesmo em êxtase momentos antes. Ele não sabe como deixá-la saber que encontrar seus pais é o que o está machucando.
Jimin fecha a porta do quarto, desviando de Hayoon.
— Eu tenho que ir. — Diz ele. — Vou chegar tarde, então se meus pais vierem... não estarei aqui de qualquer maneira.
Ele ouve um suspiro, mas ignora e enfia as mãos nos bolsos, descendo para o estacionamento onde Jungkook está esperando.
O diabo está encostado do lado de fora de seu carro, um pé apoiado na borda inferior da porta. Ele olha para cima quando Jimin se aproxima, dando-lhe um sorriso e um aceno. Jimin sente seu coração derreter, e ele é capaz de deixar seus sentimentos negativos de lado momentaneamente para jogar os braços em volta do pescoço de Jungkook.
Antes que Jungkook possa dizer qualquer coisa, os lábios de Jimin estão nos dele. Jimin se inclina para o beijo, pressionando todo o seu corpo contra Jungkook. O estacionamento está vazio, mas agora ele não se importaria que alguém visse. Ele só precisa sentir o diabo. Ele precisa saber que ele está aqui.
Jungkook o beija com a mesma intensidade, segurando os lados de seu rosto, e Jimin, por um momento, sente que não precisa de mais nada.
Quando eles se separam, Jungkook dá a ele um olhar estranho, seus dedos roçando a pele logo abaixo de seus olhos.
— Você está bem?
Porra, ele está chorando? Ele está, ele está, porra, e ele não sabe como pará-lo. Então ele funga e acena com a cabeça, deixando cair o topo de sua cabeça no peito de Jungkook e segurando-o pelos lados de sua camisa.
— Sim. — Diz ele. — Apenas feliz por você estar aqui.
— Você sabe que pode me dizer se algo estiver errado.
Jimin assente.
— Eu sei. Obrigado.
Jungkook não o pressiona e eles entram no carro segundos depois. Jimin passa os primeiros minutos da viagem tentando se acalmar. É a decepção óbvia de seus pais e de Hayoon, mas também é a ferocidade de seus sentimentos crescentes por Jungkook, e o medo que vem com isso.
— Hum… — Jimin puxa os pés para a cadeira, percebendo a maneira como os olhos de Jungkook piscam para olhá-lo brevemente antes de voltar para a estrada. — Você tem pais, certo?
— Sim. Eu tenho.
— Eles são, hum...
— Eles nunca chegaram ao reino humano. Eles sempre viveram no submundo. Eles cuidam das almas perdidas.
— Oh. — Jimin não tem certeza se entende completamente, mas continua independentemente. — Você é... próximo deles?
Jungkook inclina a cabeça para o lado por um momento.
— Sim e não. Não há como manter contato com eles quando estou aqui, então não os vejo há muito tempo, mas eles sempre me apoiaram.
— Você sente falta deles?
— Às vezes. — Jungkook diz. — Mas a vida é diferente no submundo. Sinceramente, acho que não tinha muita vida até chegar aqui. É por isso... É por isso que os demônios que vêm aqui geralmente lutam para ficar aqui. E para fazer isso… eles precisam encontrar almas.
— Como eu.
Jungkook não responde por um minuto, aparentemente perdido em pensamentos. E então.
— Sim. Eu acho.
— O que? Tendo dúvidas sobre o nosso acordo?
Essa tatuagem, qualquer que seja a mágica que os une, é reconfortante, de certa maneira. Como o contrato que ele assinou com a JinHit Entertainment. Isso o prende a algo. Isso o faz se sentir seguro. Se Jungkook decidir retirar o acordo... ele não terá mais motivos para ficar por aqui, certo?
— Eu só estou com medo. — Jungkook diz.
Jimin levanta uma sobrancelha.
— Você? Assustado?
— Não quero comer sua alma e mudar as coisas entre nós.
— Relaxe. — Diz Jimin, estendendo a mão para apertar o ombro do diabo. — Não é como se eu fosse morrer. Eu ainda estarei aqui. Vou ter que... seguir algumas ordens, certo? Que você pode escolher se quer ou não me dar. Não vejo como será diferente do que é agora, honestamente. — Ele está sorrindo, tentando animar Jungkook. — Você sabe, porque você me dá ordens o tempo todo de qualquer maneira.
Jungkook revira os olhos.
— Eu não.
— Oh, por favor. — Jimin baixa a mão, rindo. — Todas aquelas chamadas para acordar cedo. Me forçando a ir ao karaokê...
— Isso estava na sua lista. — Rebate Jungkook.
— Semântica. — Jimin diz com um aceno de mão. — Falando nisso, quando vamos riscar outro da lista?
— Oh. Hum... em breve. Eu tenho um plano.
— Sim?
— Sim.
Quando chegam ao estúdio, Jimin está se sentindo um pouco melhor, e os pensamentos de seus pais estão enterrados no fundo de sua mente. Ele quase esqueceu o que eles veio fazer aqui, isto é, até eles entrarem no estúdio de Jungkook e ele sentir seus joelhos cederem em um súbito nervosismo.
— Isso não vai soar bem. — Jimin diz, as desculpas já na ponta da língua. — Eu acho que é uma má ideia.
— Você está dizendo que eu não tenho um bom ouvido para música?
— O que?
— Esta foi a minha ideia. — Jungkook está sorrindo, obviamente armando para ele, porque é claro que Jimin não irá simplesmente concordar. Então, em vez disso, Jimin aperta os lábios e cruza os braços. Jungkook começa a ligar seu equipamento. — Pensei isso. Agora, vamos percorrer a música.
Eles tocam a música e Jimin percebe que a ideia de Jungkook é boa. Jimin virá no final, seu pequeno verso sobreposto como um eco da melodia de Jungkook. Eles tiveram que ajustar o ritmo, algumas notas aqui e ali para evitar muita dissonância, mas quando Jungkook coloca Jimin para gravar, fica quase perfeito.
— Apenas... faça o que parece certo. — Diz Jungkook.
— Nada parece certo. — Jimin reclama.
— Você consegue, Jimin.
— Vou estragar sua música.
— Você disse há poucos minutos que parecia bom.
— Isso foi antes de eu estar na frente de um microfone. — Jimin murmura, batendo levemente na lateral do filtro pop. Ele ajusta os fones de ouvido, empurrando um lado da orelha e olhando para Jungkook através do vidro.
O diabo parece interpretar isso como um sinal de que está pronto e dá um sinal de positivo para Jimin.
— Vamos tentar.
A barriga de Jimin está revirando horrivelmente. Deus, ele não foi feito para isso. Ele não se grava adequadamente há anos. Todos aqueles dias e noites passados em seu próprio estúdio parecem um sonho. Mesmo seu tempo com Yejun escrevendo e discutindo músicas não o preparou para isso.
Jimin olha para cima, chamando a atenção de Jungkook assim que chegam à seção que haviam ensaiado. E então ele não está mais pensando. A verdade é que ele adora. Ele ama a pequena melodia que criou, ama como Jungkook a insere em sua música, ama a adrenalina que sente quando tudo simplesmente… se encaixa no lugar.
Acaba muito cedo. A música é cortada e Jungkook pergunta se ele quer fazer isso mais uma vez, só porque pode. Jimin assente. Duas tomadas significam que eles têm mais por onde escolher.
Alguns minutos depois, Jimin está sentado em uma cadeira giratória ao lado de Jungkook, observando o diabo enquanto ouve a música com seus fones de ouvido. Ele brinca com os níveis, os efeitos, olhos focados na tela enquanto Jimin foca nele. Jimin se vê sorrindo, e percebe que, mesmo que Jungkook desista do acordo, eles tem uma paixão compartilhada que os une de qualquer maneira.
— E pronto. — Diz Jungkook, entregando os fones de ouvido para Jimin. — Quer ouvir?
— Eu? — Jimin pergunta precariamente.
Jungkook coloca os fones de ouvido nele sem dizer uma palavra, apertando play antes que Jimin possa protestar. Há cerca de dez segundos de canto antes da voz de Jimin entrar, e então... Porra. Jungkook sabe o que faz, evidentemente. A voz de Jimin soa como se estivesse flutuando, arejada, e é exatamente como eles imaginaram, uma resposta ao chamado de Jungkook.
— Uau. — Jimin não tem certeza se está elogiando o diabo ou a si mesmo. Talvez ambos.
— Eu sei. — Jungkook pega os fones de ouvido de volta, deixando-os de lado enquanto sua língua brinca com o interior de sua boca, cutucando sua bochecha. — Eu gostaria de usar esta versão em vez disso.
Jimin não pode evitar uma pontada de desapontamento quando as palavras afundam.
— Esta é a sua trilha oculta, não é?
— Sim. Eu o dominei semanas atrás. — Jungkook está olhando para ele, como se estivesse avaliando sua reação.
— Seu álbum sai em uma semana. — Diz Jimin. — Claro que já estaria terminado.
Jungkook brinca com as mãos, rolando um anel para cima e para baixo em seu dedo indicador. Ele parece estar distraído, olhando para o nada, e Jimin espera com a respiração suspensa porque parece que o diabo tem algo a dizer.
— Eu... tenho uma ideia. — Diz Jungkook.
— OK.
— Hum, deixe-me apenas… — Jungkook destaca uma seção da música e pega seu telefone, passando o polegar tão rapidamente pela tela que Jimin mal consegue acompanhar o que ele está fazendo. Jimin abre a boca, apenas para Jungkook silenciá-lo com um dedo. E então ele toca a música nos alto-falantes.
Jimin ouve a voz de Jungkook misturada com a sua, o coração acelerado no que parece ser uma velocidade impossível. Uma rápida olhada no telefone de Jungkook dá a ele uma ideia do que diabos está tramando, mas Jimin não o impede, não protesta. Ele... quer isso. Mesmo que ninguém saiba que é ele, a ideia de outros ouvirem sua voz é emocionante.
— Feito. — Jungkook diz, parando a música. Ele aponta o telefone para Jimin. — Vou postar isso no Twitter como uma espécie de teaser pessoal para o álbum. Se você me deixar?
— Jungkook…
— Por favor?
Jungkook raramente pede alguma coisa, apesar do fato de que Jimin quer lhe dar tudo. E, no entanto, para Jimin, isso parece um presente. Então ele acena com a cabeça, com um pequeno sorriso do qual não consegue se livrar, e observa Jungkook digitar algumas palavras em seu telefone: boa noite 👋 (*aceno de mão*)
Jungkook não hesita em postar. Jimin está congelado, olhando para o aplicativo enquanto o tweet voa para o mundo. Três anos e, em questão de segundos, as pessoas ouvirão sua voz novamente.
— Você sabe… — Jimin diz, quando Jungkook desliga o telefone antes que ele possa ser bombardeado com notificações. — Talvez você devesse esclarecer isso com seu CEO.
Jungkook sorri.
— Jin-hyung adora quando eu fico desonesto.
— Ele adora?!
Jungkook assente, deslizando para frente em sua cadeira até que um de seus joelhos esteja posicionado entre os de Jimin. Ele passa a mão pelo cabelo de Jimin, puxando-o para mais perto.
— Mesmo que ele não goste do que eu faço... ele não pode me controlar. Eu farei o que eu quiser de qualquer maneira.
— E quanto às suas regras? — Jimin desafia. Sua voz cai para um sussurro. — Você não deveria estar comigo, lembra?
— Não. — Jungkook diz, a testa caindo contra a dele. Seus olhos estão arregalados enquanto o olha, e Jimin lê o pedido de desculpas neles. — Mas então me lembrei do verdadeiro motivo pelo qual vim para o reino humano e percebi que preferia ir com tudo e enfrentar as consequências do que passar meu tempo todo aqui com medo.
— Você não precisa ter medo, você sabe. — Jimin passa os braços pelos ombros de Jungkook. É estranho como seus próprios medos não parecem mais medos agora que ele sabe que o outro está com medo também. — Vamos descobrir isso juntos, não vamos?
Jungkook assente, suas mãos segurando os braços de Jimin com força agora, esfregando sua pele. Quando ele fala algum tempo depois, sua voz é suave:
— Às vezes me pergunto por que coisas ruins acontecem com pessoas tão boas.
O significado dessas palavras não é perdido por Jimin, mas ele dá de ombros de qualquer maneira, porque agora, neste momento, não importa.
— Está tudo bem. — Diz ele.
— Não está.
— Está tudo bem porque você está aqui.
Jimin sente um arrepio percorrer Jungkook. E então o diabo diz:
— Eu não quero que você se machuque mais, Jimin.
A maneira como ele diz isso faz o coração de Jimin apertar.
— Deus, você está… — Jimin ergue o rosto de Jungkook, olhando para aqueles olhos que estão brilhando demais, captando a luz. — Não chore por minha causa.
— Desculpe.
Jimin quer sorrir. Ele quer chorar. Seu coração está uma bagunça quente e pertence a Jeon Jungkook.
— Você não precisa se desculpar.
— Eu gostaria de ter conhecido você naquela época. — Jungkook diz, fungando. — Então pelo menos você não teria se sentido tão sozinho.
— Eu não estou sozinho agora. — Jimin fala. Ele dá um beijo na boca de Jungkook, uma, duas, três vezes. Ele sorri, seus próprios olhos ardendo. — Mesmo quando você me faz querer chorar lágrimas de solidariedade, acho que nunca estive tão feliz.
— Eu quase desisti de você.
— Mas você não fez isso. — Jimin diz com firmeza. Ele passa os polegares nas bochechas de Jungkook, onde algumas lágrimas escorrem por sua pele. — E mesmo quando você tentou desistir de mim, você nunca desistiu de mim. OK? Então pare de chorar, ou você vai me fazer chorar, e eu sou feio pra caralho quando choro.
— Você fica bonito quando chora, hyung. — Jungkook solta uma risada, os lábios curvando-se levemente na aparência de um sorriso. — Não que eu queira que você chore. Eu só... você sabe o que quero dizer.
Em vez de responder, Jimin desliza da cadeira, montando nas coxas de Jungkook com os joelhos dobrados e os pés pendurados para fora da borda, as solas pressionadas contra as panturrilhas de Jungkook. E então ele o beija, querendo estar perto, querendo que seus lábios digam o que sua voz não dirá.
Eles se beijam assim por um tempo, curtindo a presença um do outro, as línguas rolando na boca um do outro. Quando Jimin se afasta, é para abraçar Jungkook e descansar a cabeça em seu ombro. Jungkook o segura com força, suas mãos quentes em suas costas.
— Acho que já passou tempo suficiente para analisarmos os comentários agora. — Diz Jimin.
Jungkook enrijece.
— Comentários… você quer ver?
— Eu quero.
— Hyung, isso é…
— Não vamos analisar demais. — Jimin diz, alcançando o telefone de Jungkook com um sorriso, ainda enrolado contra seu peito. — Agora, qual é a sua senha? Quero ver o que as pessoas pensam de mim.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Eita, espero que tenha muitos comentários positivo e bons. Tenho certeza que se tiver apenas um negativo Jimin irá se concentrar nele, quem quer apostar? Hehehe....
Ainda estão comigo. Então obrigada por apoiar minha tradução. (◍•ᴗ•◍)❤
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