21. Oh, você, JK, você

╴╴╴╴╴╴╴╴╴╴ 
Jimin foi descoberto por alguém do hotel e desesperado resolveu ligar pro motorista  de Jungkook, mas a ligação foi errada, e acabou ligando para Jungkook, que resolveu ir até ele para ajudar.
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶

Jimin está sentado no chão perto da porta de seu quarto quando ouve alguém bater timidamente. Ele não se trocou, não tirou o chapéu de balde, não colocou suas coisas de volta na mesa, como se ainda estivesse planejando fugir.

Deve ser por algum milagre que ele conseguiu se forçar a ficar.

Com um suspiro, Jimin abre a porta, dando alguns passos para trás enquanto olha para Jungkook, vestido confortavelmente com um moletom. Ele continua a recuar enquanto Jungkook caminha para frente, e pretende se esquivar do caminho um momento depois, quando de repente aqueles braços o envolvem, segurando-o parado.

— Sinto muito. — Jungkook diz, surpreendendo-o. — Você está bem?

Jimin acha que é idiotice mentir. Toda aquela conversa sobre ser verdadeiro, e seu primeiro instinto é mentir. Então ele morde o lábio e balança a cabeça negando.

— É porque… — Jungkook não termina a pergunta, saindo do abraço e ficando em silêncio, os olhos parecendo maiores que o normal, talvez até incerto.

— Quer sentar e conversar? — Jimin pergunta hesitante, sua voz soando estranhamente tensa, mesmo para seus próprios ouvidos. Ele não sabe o que quer disso, mas sabe que quer isso. Então ele se sente aliviado quando Jungkook assente. Jimin senta-se contra a cabeceira da cama, dando um tapinha no local ao lado dele antes que Jungkook tenha a chance de tomar sua própria decisão sobre onde se sentar.

Eles estão ombro a ombro agora, Jimin tentando não brincar com o material de suas mangas.

Jungkook não fala. Jimin não sabe se é porque está esperando que ele assuma a liderança, ou se é porque simplesmente não sabe o que dizer.

— Nós deveríamos escrever uma música juntos. — Jimin murmura, sem saber por que ele diz isso. Ele não tem pensado muito sobre isso nas últimas semanas, mas agora sua própria decepção está tomando conta dele. Sua voz baixa e ele olha para suas mãos, para a tatuagem visível em seu pulso. — Você não deveria estar tão longe quando tudo isso começou.

— Eu pensei... que seria mais fácil.

— Bem, meus sentimentos não estão indo embora, se é isso que você queria.

Merda. Jimin não tinha a intenção de dizer isso. Ele odeia ser tão amargo, mas a verdade está fora, e não há como voltar atrás.

— Tem sido difícil para mim também. — Jungkook diz, soando pequeno. Jimin apenas zomba em resposta. Ele não vai levar a culpa por isso. — Não foi assim que planejei as coisas. Eu não deveria estar tão ocupado. E você…

Você não foi feito para captar sentimentos.

— Às vezes não podemos evitar as coisas que acontecem. — Jimin rebate. — Você não pode planejar tudo, pode? Você não pode se forçar a não se sentir de uma certa maneira.

— Por que não? — Jungkook está carrancudo, pela primeira vez soando jovem e, Jimin ousa dizer, ingênuo. — Os sentimentos das pessoas mudam o tempo todo. Não precisa ser permanente.

— Então você quer que eu mude à força meus sentimentos por você?

— Não é isso que estou dizendo.

— Então o que você está dizendo?

A boca de Jungkook teimosamente permanece fechada, em uma linha dura que diz que ele não quer mais explorar esse tópico. Que baita começo. Jimin quer revidar com algo sarcástico, mas com muito esforço consegue segurar.

— Tanto faz. — Diz ele. — Não precisamos falar sobre isso.

— OK.

— Obrigado por ter vindo... eu acho. — Jimin está brincando com suas mangas, e assim que percebe, acalma as mãos, engolindo o nervosismo. A maneira como ele quase desmoronou antes parece tão estúpido agora. Ele sabe que precisa falar sobre isso. Ele simplesmente não sabe por onde começar.

— Sobre o que você disse ao telefone. — Jungkook diz, olhando para ele agora. — Você quer voltar para Hadong?

Jimin respira fundo.

— Não. Na verdade não.

— Então por que…

— Hoje foi difícil.

— Por que?

— Eu me senti preso novamente. — Jimin pode estar progredindo fisicamente, mas mentalmente não está chegando a lugar nenhum. — Eu só... Tudo era demais. Não sei. Eu não conseguia parar de pensar. Apenas... um daqueles dias, eu acho.

— Eu entendo.

— Eu tinha esquecido o quanto gosto de enterrar meus problemas sob distrações. — Jimin admite.

— Você precisa parar de fazer isso.

— Eu sei.

— Quando parecer demais, você pode falar comigo, sabe. Ou Yoongi ou Hoseok. Eu sei que eles não se importariam.

— Deus. — Diz Jimin, inclinando a cabeça para trás. — Eu odeio sobrecarregar todos vocês com meus malditos problemas. Você não tem poderes especiais que podem simplesmente eliminá-los, não é?

— Infelizmente não.

— Talvez eu devesse perguntar a Tae.

Jungkook faz uma careta.

— Seu demônio favorito, hein.

— Você está salgado sobre isso?

— Não.

— Você está. — Jimin diz com um meio sorriso, de repente divertido. — Bem, ele não é meu demônio favorito, se você quer saber. Eu estava com raiva outro dia. E Tae realmente colocou seu número no meu telefone sem minha permissão, então… — Ele olha para Jungkook por um momento, observando sua rigidez e o olhar azedo em seu rosto. — Por que você o odeia tanto?

— Eu não o odeio.

— Então qual é o seu problema com ele?

— Ele só... Ele não consegue me deixar em paz. Ele está sempre me atormentando para fazer mais. Depois de seis anos, fica um pouco cansativo.

— Eu acho que ele só está preocupado com você.

— Eu consegui um acordo, não é?

— E está demorando muito para ser concluído. — Jimin diz com falsa exasperação. — Não que eu esteja reclamando. Se isso for mais rápido, acho que minha alma irá se quebrar e você ficará preso com a porra de um cachorro inútil.

Jungkook solta uma risada, um lindo som que faz o coração de Jimin palpitar.

— Que bom que você não está reclamando, porque na verdade tenho trabalhado muito. Mas Tae não se importa com nada disso. O fim é muito mais importante para ele do que os meios.

— Então ele tem uma visão estranha da vida. Isso não significa que ele não se importe.

— Desde quando você apoia o Tae?

— Eu... eu não estou. Porra, não. Nunca.

— Você com certeza soa como um para mim. — Diz Jungkook, com os olhos divertidos.

— Isso porque... Bem, depois daquele dia no seu apartamento... — Jimin não elabora; Jungkook sabe de que dia ele estava falando. — Você não queria que eu ficasse sozinho, e Tae me fez companhia. Ele me levou a um parque.

— Ele levou você a um parque?

— Sim. — Jimin se sente bobo pensando nisso, dizendo isso em voz alta. — Na verdade, foi bem legal.

— Bem... eu acho que não posso ditar de quem você pode ser amigo. Mas só para você saber, ele é mau. Ele finge que não é, mas é. Ele vai tentar mexer com a sua cabeça só porque é divertido. E...

— Ele já fez isso. — Diz Jimin, tremendo com a maneira como ele seguiu seu plano. — Eu meio que descobri isso sozinho.

— Oh. Bom.

— Acho que não sou completamente inútil, estou certo?

Jungkook está fazendo beicinho.

— Eu odeio quando você faz isso.

— Faço o que?

— Se coloca para baixo.

— Relaxa. Era só uma piada. — Jimin tenta rir disso, mas ele sabe que há uma ponta sensível em sua voz quando ele disse isso, e Jungkook percebe. Então ele acrescenta: — Desculpe. Vou tentar ser melhor sobre isso.

— Bom.

Ambos estão sorrindo esses sorrisos bobos e patetas, sua conversa fluindo com tanta facilidade que Jimin acha que se ele tivesse que definir como se sente, ele usaria a palavra bem. Ele deveria estar chateado por Jungkook estar ao lado dele, sentando tão perto e fazendo seu coração pular, mas ele não está. Ele quer que seu coração continue pulando. Ele quer que Jungkook fique.

— Ah, porra. — Diz Jimin. Jungkook olha para ele interrogativamente. — Acho que engasguei nas últimas semanas.

— Você se sente melhor agora?

— Sim. As coisas estão se movendo tão rápido. Acho que só estou estressado. Eu não tive uma pausa.

— Você precisa respirar quando tem tempo de inatividade. Processe tudo o que está acontecendo. Ajuda falar com outras pessoas sobre isso.

— Eu sei. Porra, eu sei disso, e eu ainda queria fugir.

— Você não devia tornar isso um hábito. — Jungkook diz, os olhos demorando-se no rosto de Jimin. — Eu... eu odiaria que você fosse embora. — Ele parece triste por um momento, mas depois sorri, se animando. — Embora eu provavelmente arrastaria você de volta. Dever do diabo. Estou concluindo este negócio, não importa o que aconteça.

— Ok, seu diabo. Eu vou cobrar isso de você.

Por alguns minutos, eles se sentam em um silêncio confortável. Jimin sentiu falta disso, provavelmente mais do que ele jamais admitiria em voz alta. E embora doa saber que Jungkook pode nunca retribuir seus sentimentos da mesma maneira, ele acha que isso é melhor do que estar separados. Mesmo que não possa beijá-lo, mesmo que não possa se apaixonar, estar perto o conforta.

Ele poderia passar o resto da noite nesse estado de espírito sereno, mas então se lembra do evento real que o fez correr e imediatamente sente tudo desmoronar. Tudo bem, tudo bem. Ele tem as coisas sob controle, certo? Ele simplesmente irá para um novo hotel. Essa noite. Já passa da meia-noite, mas ele tem certeza de que o deixarão entrar.

Mas então ele se lembra do problema do cartão de crédito, o que significa que precisará de Hayoon com ele para fazer o pagamento adiantado, apenas para evitar que alguém veja seu nome. Não. Não é uma opção. Talvez ele possa sacar algum dinheiro. Os hotéis aceitam dinheiro, certo? Ou, ele estremece, ele pode ficar em algum motel empoeirado. Ele nunca entrou em um, mas tem certeza de que aceitam dinheiro.

— ... escute minha nova música, mas só se você quiser. Eu tenho no meu telefone. Seria bom saber sua opinião... Jimin?

Jimin sai de seus pensamentos, voltando-se para Jungkook.

— Huh?

— Você foi a algum lugar.

— Não, eu não fui.

— Sem mentira.

— Certo. — Jimin suspira. — Hum, há outro problema. É meio que o que me fez querer fugir.

Jungkook está procurando seu rosto, os olhos voando para frente e para trás.

— Tudo bem. O que é?

— Alguém viu meu rosto.

— Alguém? Quem?

— Garçom. Esqueci de usar chapéu. — Falando em chapéus, Jimin ainda está usando o dele. Ele o tira para encará-lo, arrependido de tudo. — Devia ter usado esse chapéu estúpido.

— Este chapéu não é estúpido. — Jungkook fala. Jimin faz uma careta e olha para cima e ver que Jungkook está sorrindo. Malditos demônios, rindo de sua dor, mas depois diz: — Posso encontrar o garçom e garantir que ele não diga nada.

— Como?

— Eu... eu posso manipulá-lo. Eu tentei antes. Não sou ruim nisso nem nada.

— Você está na defensiva e eu nem disse nada.

Jungkook ignora o comentário.

— De qualquer forma, você quer que eu vá?

— Claro. Posso assistir?

— O que?

— Tenho certeza que Tae fez isso comigo, mas foi meio estranho e eu realmente não entendo o que ele fez, sabe? Então eu quero ver isso de uma perspectiva externa. E de qualquer maneira, tudo isso é fascinante para mim. Magia e tudo isso.

— Não é mágica. — Jungkook diz, franzindo a testa como se a palavra não se encaixasse bem com ele. — E espere um segundo, Tae manipulou você? Como? Por que? Ele…

— Vamos falar sobre isso mais tarde. — Jimin acena com a mão com desdém. — Devemos lidar com o garçom antes que ele diga ao mundo que estou aqui e mande a imprensa bater na minha porta.

— OK. Bem... você sabe o nome dele?

— Nome? — Jimin tenta se lembrar do nome que viu no uniforme do cara. Han... Han-alguma coisa. Hansol? Ele diz o nome em voz alta e Jungkook pega o telefone na mesa de cabeceira.

— Olá? — Diz Jungkook. Jimin morde o lábio, ouvindo enquanto os nervos o percorrem. — Estou ligando sobre um Hansol que trabalha aqui… Ele entregou comida neste quarto mais cedo… Oh? Hangyeol, sim, deve ser ele... Não, não é um problema. Ele deixou cair alguma coisa e eu quero devolver... Claro. Obrigado.

Jimin espera Jungkook desligar o telefone antes de falar.

— Você acha que isso funcionará? Você não pode, tipo, mandá-lo ficar em silêncio, certo? Não é algo que necessariamente vai ficar?

— Não. Mas, geralmente, as pessoas são receptivas quando você balança o que elas querem na frente delas. Falando nisso, você deixou Kim Taehyung ver seus desejos?

— Tudo bem, não é muito, então deixe-me esclarecer. Vamos conversar sobre isso mais tarde. — Jimin diz, mostrando a Jungkook seu sorriso mais brilhante.

— Como isso aconteceu? O que ele obrigou você a fazer?

Jimin revira os olhos, irritado que o diabo não irá deixar isso passar.

— O fato de você pensar que eu posso ser manipulado assim é assustador.

— Tudo bem. O que ele tentou obrigar você a fazer?

— Nada! Ele só queria, você sabe, olhar.

— Eu não acredito nisso. Kim Taehyung sempre tem um plano.

— Ele queria que eu mexesse com você. Eu disse não.

— Ele queria que você… — Os olhos de Jungkook se arregalam quando ele parece perceber algo. — Oh. Oh. Aquele dia foi estranho. Tae... Tae teve algo a ver com... aquele dia?

Jimin não quer pensar naquele dia. Ele não quer falar sobre isso. Ele não quer nada com isso, na verdade. Se ele pudesse apagá-lo da memória, o faria. Então ele cruza os braços e diz:

— Não vou contar. Nunca mais vamos falar sobre isso. Direi que é tudo culpa sua por tentar me fazer fazer sexo com ele.

Jungkook cora, sua boca abrindo e fechando por alguns segundos. Ele parece aliviado quando há uma batida na porta. Ignorando Jimin, ele vai abrir. Enquanto isso, Jimin arrasta-se para a frente da cama, mordendo o lábio em súbito nervosismo e curiosidade enquanto olha para a porta.

O garçom, Hangyeol, está parado ali, exatamente como antes. Ele parece surpreso ao ver Jungkook e olha para dentro da sala, chamando a atenção de Jimin antes de se voltar para o diabo, engolindo em seco.

— Você não é…

— Jeon Jungkook? Sim. Posso ver seus desejos?

Isso não justifica apenas um facepalm mental, então Jimin faz a ação também, balançando a cabeça contra a palma da mão enquanto observa Jungkook agarrar as bochechas do cara levemente. Tudo ficou parado por um momento. Hangyeol tem esse olhar vidrado em seus olhos, como se ele não estivesse aqui. Seus braços parecem flácidos ao lado do corpo, seu corpo parece ficar pesado.

E então Jungkook o solta e se apoia na porta, braços cruzados. Seu rosto é difícil de ver desse ângulo, mas Jimin acha que ele está sorrindo.

— Você tem uma filha, não tem? — Jungkook pergunta. Ele parece confiante, animado até.

— Como... como você...

— E você quer que ela goste de você. Ela não gosta de você? Por que você acha que ela não gosta de você?

— Bem, eu... — O garçom hesita apenas um momento antes de continuar. — A mãe dela e eu estamos separados. Acho que ela me culpa, então tento ficar longe.

— Isso é difícil. Tenho certeza de que ela sente falta do pai.

— O que devo fazer?

O garçom parece ansioso. Jimin se pergunta se é apenas um efeito de Jungkook ser um demônio que faz as pessoas se abrirem tão facilmente. Se fosse ele quem fizesse as perguntas, obteria o mesmo resultado?

— Você deveria vê-la. Fale com a mãe dela e marque um encontro com ela.

— Mas... não é só isso.

Jungkook está concordando com a cabeça.

— Você quer que ela goste de você. Você acha que ajudaria se você levasse algo de um ídolo famoso? Talvez um autógrafo?

Jimin quer rir. De jeito nenhum isso irá funcionar. O que diabos ele estava pensando, pedindo a Jungkook de todos os demônios para fazer isso por ele? Ele deveria ter ligado para Taehyung. Pelo menos então...

— Sim! — Hangyeol diz, para surpresa de Jimin. — Ela é uma grande fã sua. Ela tem apenas sete anos, mas sabe todas as suas músicas de cor.

— Bem. — Jungkook se vira por um momento, sorrindo para Jimin com orgulho. Jimin deseja não ter tesão por ele nesse momento, porque foda-se tudo, mas ele quer beijá-lo. Jungkook volta-se para Hangyeol, limpando a garganta. — Que tal isso? Volto aqui com um álbum autografado amanhã, e você entra em contato com sua esposa para marcar um encontro com sua filha esta semana. Em troca, você fica em silêncio sobre Park Jimin.

Jungkook diz esta última parte suavemente, e isso faz Jimin estremecer. Hangyeol olha para Jimin novamente, engolindo em seco.

— C-claro. Eu posso ficar quieto.

— Se a notícia se espalhar, saberei que você fez isso.

— Certo.

— E não acho que sua filha ficará feliz se eu de repente decidir tirar o álbum dela, tudo porque o pai dela não conseguia ficar calado.

— Vou ficar calado. — Hangyeol diz novamente.

— É melhor você cuidar disso.

Jungkook fecha a porta e olha para ela, sem se virar, sem fazer muita coisa. Então Jimin se levanta e caminha até chegar ao lado dele, olhando por cima de seu ombro com um sorriso.

— Isso foi legal. — Diz ele.

Jungkook pula, finalmente vendo-o.

— Você me assustou.

— Ops? — Eles estão muito perto, nenhum deles saindo do corredor estreito entre a porta e a cama. O coração de Jimin está batendo muito rápido. Talvez Jungkook ter vindo tenha sido uma má ideia. Jimin lambe os lábios, observando a maneira como os olhos de Jungkook caem neles por um momento antes de se levantar.

Oh? Talvez Jungkook não tenha superado a ideia de fazer sexo com ele.

— Eu diria que você o ameaçou mais do que o manipulou, mas de qualquer forma, acho que vai funcionar. — Diz Jimin.

Jungkook parece ofendido.

— N-não. Eu não o ameacei.

— 'Acho que sua filha não ficará feliz se eu de repente decidisse tirar o álbum dela.' Isso foi uma ameaça, Jungkook. — Jimin fala. Ele aperta o ombro de Jungkook, para oferecer sua solidariedade (ou seus elogios) e só então percebe que está tocando o diabo, e foda-se, mas se sente bem, Jungkook é musculoso. Jimin quer apertar de novo, mas invés disso o solta abruptamente. — Desculpe.

Jungkook limpa a garganta.

— Tudo bem. — Há uma fina camada de suor em sua testa. — Foi... foi realmente legal? É isso que você quer dizer?

— Porra, sim!

Jungkook sorri.

— Foi, não foi? — Ele pergunta, como se não acreditasse.

Jimin não quer que isso acabe, então diz:

— Você é muito mais legal do que imagina, eu acho.

— Você vai me fazer corar.

— Você já está corando.

— N-não, não estou.

— Por que será? — Jimin continua, como se Jungkook não tivesse falado. — Estou muito perto de você, Jungkook?

— Isso não me afeta. — Jungkook se endireita, virando-se para que seu corpo esteja voltado para Jimin agora. — Ao contrário de você, eu tenho controle sobre meus sentimentos.

— Antes de tudo, foi um golpe baixo. — Diz Jimin, levantando um dedo. — E, em segundo lugar, que sentimentos são esses que você supostamente controla? — Ele estende a mão para colocar a mão espalmada no peito de Jungkook, seu próprio rosto ficando corado quando sente o quão rápido o coração do diabo está batendo. Ele lambe os lábios. — Me parece que seus sentimentos não estão sob controle.

— Isso é... um sintoma residual do uso da minha magia diabólica.

— Pensei que não fosse mágica. — Jimin olha para cima e encontra os olhos de Jungkook. — Ou você mudou de ideia?

— É só uma palavra.

— Estou lisonjeado. — Diz Jimin, com um pequeno sorriso. — Eu não sabia que minhas palavras tinham um impacto tão grande em você.

— Elas não tem.

— Você está desconfortável?

Jungkook olha por cima da cabeça de Jimin por um segundo, soltando uma risada que denuncia qualquer mentira que ele está prestes a dizer.

— Claro que não.

— Bom. Então você não se importa com minha mão em seu peito.

— Por que eu deveria?

— Você não deveria.

Jimin passa os dentes pelo lábio inferior e, mais uma vez, os olhos de Jungkook seguem o movimento. No fundo da mente de Jimin, ele sabe que não deveria estar fazendo isso. Ele não deveria estar tentando o diabo, tentando a si mesmo. Mas há algo aqui. Ele pode sentir isso. E é óbvio que Jungkook sente isso também.

— Você gosta disso? — Jimin pergunta. Jungkook não responde. — Você me impediria, certo? Se você não gostasse. — Ele ergue a outra mão, pressionando-a no outro lado do peito de Jungkook. Ele deslisa para cima, ao redor dos ombros de Jungkook, ouvindo a maneira como o diabo prende a respiração. — Você pode me dizer para parar. — Diz Jimin. — Eu nunca forçaria isso em você, você sabe.

— Eu sei. — Jungkook sussurra. Ele não diz mais nada.

As mãos de Jimin continuam sua trilha pelos braços de Jungkook, e quando seus dedos se tocam, ele jura que é eletrizante. Ele olha para baixo, deixando seus dedos escorrerem pelos de Jungkook, roçando os nós dos dedos, as pontas, ao longo da palma da mão. Ele já está meio duro, e eles não fizeram nada.

Uma parte dele está dizendo para parar com isso. Que só irá terminar em desgosto. Jungkook havia sugerido que só podia ser uma coisa única. Não podem ir a lugar nenhum. Ele é o cliente de Jungkook acima de tudo, e se eles tentarem perseguir qualquer coisa romanticamente, Jungkook terá problemas. Ele violará alguma estranha regra do diabo e será punido.

Jimin não pode fazer isso com ele. E, para seu próprio coração, ele não pode ter apenas uma vez.

Quando ele se afasta, imagina que isso quebrará o feitiço entre eles. Ele imagina que Jungkook será o primeiro a fugir, porque é com a vida dele que eles estão mexendo. Jimin não esperava por isso, mas quando separam as mãos um do outro, o braço de Jungkook serpentea em suas costas, puxando-o para perto.

Jimin não espera que Jungkook use a outra mão para passar os dedos pelo lado do rosto dele, seus olhos inabaláveis. Ele não espera que o diabo diga, sua voz um mero sussurro:

— Eu quero você, Park Jimin. Quero você.

Como se dizer uma vez não fosse suficiente.

Parece um sonho. Em um segundo, Jimin vai  acordar com a mão na calça, e tudo isso irá desaparecer. Ele irá gozar, mas se sentirá insatisfeito, porque isso não pode ser real. Jungkook não está segurando-o com os quadris pressionados assim, e ele não está sussurrando as palavras que Jimin ecoou em seus sonhos repetidamente.

— Você não pode simplesmente dizer coisas assim. — Jimin murmura.

— Você está desconfortável?

— N-não.

— Então você não se importa que eu segure você assim.

Os papéis foram invertidos e Jimin responde com as palavras anteriores de Jungkook:

— Por que eu deveria?

— Você não deveria.

Jimin sente como se estivesse olhando para tudo através de uma névoa e, no entanto, todos os sentimentos são claros como cristal. Cada sensação é gravada em sua memória. Cada lugar onde Jungkook o toca parece quente, e o calor está crescendo.

— Eu acho que você estava certo. — Jungkook diz suavemente, sua expressão se tornando de admissão, de ceder. — Às vezes não podemos evitar o que sentimos.

— Eu... eu te disse isso.

— Você disse que seus sentimentos não vão embora.

— Nunca. Sinto muito.

Jungkook balança a cabeça, aproximando sua cabeça, sua respiração lavando o rosto de Jimin. Seu cheiro floral familiar está preenchendo seus sentidos, e Jimin não pode deixar de se aproximar, seus lábios a apenas uma ou duas polegadas de distância. Ele quer dar o salto, mas sabe que, uma vez que o fizer, não há como voltar atrás.

— Estamos realmente fazendo isso? — Jimin pergunta.

Jungkook assente contra sua cabeça. Seus olhos parecem lacrimejantes de desejo, mas há uma suavidade ali também, e está presente em todos os outros lugares, na maneira como ele o segura perto, na maneira como ele fala.

— Eu quero isso. Eu queria tanto isso que tentei te ignorar para esquecer, mas…

— Você sabe que eu não quero apenas sexo.

— Eu sei.

— Sexo é divertido, mas…

— Você quer romance.

É a vez de Jimin assentir.

— Eu posso te dar romance. Eu... eu posso te dar mais.

— E o que acontece com você depois?

Jungkook pisca lentamente, como se ainda houvesse um pequeno fio de resistência tentando segurá-lo.

— Eu não sei. — Ele admite. Eles estão tão próximos que Jimin pode ver as histórias em seus olhos, o brilho do desejo, o brilho da expectativa. — Tudo o que sei é que... eu quero você.

— Jungkook, é melhor você não ser... — Jimin nunca termina sua frase, porque Jungkook o está beijando, seus lábios quentes e pesados ​​um contra o outro enquanto cada resquício de resistência desaparece. Jimin choraminga no beijo, segurando o rosto de Jungkook para se certificar de que ele não se afastará porque... porque é melhor que sua imaginação, melhor que seus sonhos.

É fogos de artifício e eletricidade. É cor e vibração. Seu coração está pulando, sua mente incapaz de registrar qualquer outra coisa, exceto os sentimentos correndo por ele. A mão de Jungkook cai de modo que ambos os braços estão em torno de Jimin, pressionando contra a parte inferior das costas suavemente.

Jimin não se importa. Na verdade, ele ficaria feliz se Jungkook fosse mais bruto, se Jungkook o segurasse forte como se pensasse que ele poderia desaparecer. Mas porque ele não o faz, Jimin se pressiona mais perto, apagando até o menor dos espaços. Seus corações batem em conjunto. Suas línguas tremulam ao mesmo tempo. Suas respirações parecem combinar.

E Jimin está tão duro que seu pau está se forçando dentro da calça, e é por isso que ele fica grato quando Jungkook se inclina para frente, coloca as mãos na bunda dele e o levanta.

— Sempre soube que você era forte. — Comenta Jimin, enganchando as pernas ao redor do diabo com os tornozelos.

— Sempre soube que sua bunda seria muito boa.

Jimin ergue as sobrancelhas, surpreso com a resposta confiante do demônio geralmente tímido.

— É o jeans. — Diz ele.

— Eu acho que é só a sua bunda.

OK. Se Jimin morrer amanhã, ele morrerá feliz. Esse Jungkook está fazendo tantas coisas com ele. Ele nunca quis tanto transar.

Quando Jungkook o deixa cair na cama, ele (JM) se senta, tirando o moletom e a blusa embaraçosa do pijama que ele esqueceu que ainda está usando, e então tira rapidamente o jeans. Jungkook está se despindo com a mesma urgência, jogando o moletom de lado e tirando a calça e a cueca de uma só vez.

— Porra, você é lindo pra caralho. Um verdadeiro espécime. — Jimin diz enquanto Jungkook sobe em cima dele.

Jungkook está sorrindo, a pele ao redor de seus olhos enrugando graciosamente.

— Eu amo meu corpo.

Quando Jungkook se abaixa para beijá-lo, Jimin empurra seu ombro, forçando-o a ficar de costas na cama para que ele possa montar em seus quadris. Com as sobrancelhas franzidas dramaticamente, ele diz:

— Não é assim que funciona, JK, você não sabe de nada? Eu te elogio, você me elogia, nós dois ficamos felizes.

— Então você vai precisar me dar algumas horas, porque eu tenho muitas coisas boas a dizer sobre o seu corpo. — Jungkook diz, os dedos posicionados logo acima dos quadris de Jimin.

Jimin acha que irá engasgar.

— Porra, eu não esperava isso.

— Ainda há muito que você não sabe sobre mim.

— Então acho que tenho muito o que esperar.

Jimin se inclina para beijá-lo, seu pênis escorregadio com pré-sêmen se esfrega contra o corpo de Jungkook. Ele havia esquecido como é ser pressionado tão perto de alguém assim, como isso o faz se sentir quente, como suas regiões inferiores doem por qualquer tipo de fricção. Ele não quer parecer muito ansioso, mas realmente quer esmagar o corpo de Jungkook agora.

— Quero fazer algo que reaprendi nas minhas aulas de dança. — Jimin diz, sua voz soando pesada.

— Faça então. Quero ver você dançar. — Uma vermelhidão cintila nas íris de Jungkook e é cativante. Jimin sente que poderia cair nesses olhos se se permitisse.

— Sente-se. — Diz ele.

Jungkook se senta, deixando suas pernas caírem ao lado da cama. Jimin se sente embriagado de desejo, por isso nem se sente envergonhado ao dobrar os joelhos e se posicionar no colo de Jungkook. Ele se sente preso em uma teia de luxúria, preso nos olhos de Jungkook, e ele deixa esse sentimento o estimular enquanto circula seus quadris o mais lenta e sensualmente que pode.

Ele passa os dedos pelo cabelo de Jungkook suavemente, brincando com os fios enquanto paira logo acima do seu colo, ocasionalmente pegando a ponta do pênis de Jungkook. A cada vez, ele se perde um pouco mais, e suas mãos começam a vagar, e seus olhos ficam pesados, às vezes se fechando.

— Porra, mais. — Jungkook implora. — Por favor.

— Eu não entendo como você pode parecer tão impaciente e tão educado ao mesmo tempo.

Jungkook ri e se recosta, olhando para Jimin enquanto dança. Às vezes, seus quadris se movem para cima, mas não é de propósito. Ele não consegue se conter. Isso faz Jimin sorrir, e depois de alguns minutos, ele também não aguenta mais.

Ele agarra os lados da cabeça de Jungkook e dá-lhe um beijo de boca aberta, pressionando o pênis de Jungkook para que fique alinhado ao longo de sua bunda. Ele se inclina para frente para que possa se esfregar, e Jungkook ajuda nesse departamento, encostando-se nele enquanto acaricia suas costas, puxando-o para perto de modo que o pênis de Jimin esfregue contra a barriga dele (JK).

— É... é tão bom. — Diz Jimin. — Não é um sonho.

— Não é um sonho.

— Jungkook… — Jimin morde o lábio, olhando nos olhos de Jungkook enquanto moi e o diabo corcunda. Ele se sente perto, mas não perto o suficiente. Ele quer mais.

Ajustando-se, ele se abaixa e agarra o pênis de Jungkook, levantando-o e segurando-o com as duas mãos. Jungkook fecha os olhos, abrindo os lábios enquanto solta um gemido, como se estivesse perdido em seus sentimentos. Jimin sabe que está perdido em si mesmo. Ele não tinha feito isso com ninguém em três anos, e parece muito, mas não o suficiente.

Enquanto acaricia Jungkook, ele posiciona seu próprio pênis entre eles, até que suas mãos os esfregam para cima e para baixo, e o diabo está gemendo novamente, inclinando-se para beijá-lo. Jimin acha que poderia beijar aqueles lábios o dia todo.

— É ruim se eu estiver perto? — Jimin sussurra, pouco antes de morder o lábio superior de Jungkook e pressionar a língua em sua boca.

Jungkook balança a cabeça, os olhos olhando para Jimin com luxúria.

— Eu também estou.

Jimin goza primeiro. A sensação cresce de uma só vez e em uma corrida quente antes que ele comece a jorrar e seu esperma escorra por seus dedos. Meia dúzia de golpes depois, Jungkook goza também, e Jimin ordenha-o enquanto eles se beijam, seus lábios uma confusão de saliva e gemidos. Ele solta logo em seguida, jogando as mãos nos ombros de Jungkook com as mãos em punhos, ainda molhadas de esperma.

— Só para você saber, — Jimin diz enquanto eles descem de suas alturas, — isso não significa que você pode riscar sexo da minha lista ainda.

— Claro que não. O sexo envolve algum tipo de penetração.

— Exatamente.

— Te penetrarei alegremente.

— Ew, — Jimin diz, brincando circulando um dedo manchado de esperma nas costas de Jungkook. — Não diga isso. E quem disse que não vou penetrá-lo primeiro?

— Ah, você não sabia? — Jungkook pergunta. Jimin levanta uma sobrancelha. — Demônios não são passivos. (Bottom)

— Você está brincando comigo.

Jungkook sorri.

— Eu estou. Estou brincando.

— Foda-se.

Jungkook cai de costas na cama, abrindo as pernas o máximo que pode com Jimin ainda montado nele. Ele tem esse olhar em seu rosto, um cruzamento entre brincalhão e sedutor.

— Se você me abrir, eu ficaria feliz em deixá-lo.

O queixo de Jimin cai.

— Porra. Vou pegar o lubrificante.

     
    
   
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶

Parece que será Jungkook quem vai ser fodido primeiro. Hihihihi 🤭😈

Eu não sabia que era flex. Eu esqueci de colocar  nos avisos. Desculpa. Pra quem não gosta, não será explicitamente descritivo, nem haverá penetração anal com pau. Mas não ligo. Amo um flex. Mas pra quem não gosta peço desculpas por não ter avisado.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top