16. Bate-papo com um demônio
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Jimin e Jungkook se afastaram de uma maneira não muito legal. Vamos ver se JM vai mesmo atrás de Tae e como será as coisas de agora em diante...
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— Eu nunca fui de deixar alguém afogar suas mágoas no álcool, mas acho que você tem uma boa razão para isso. — Diz Taehyung, juntando-se a Jimin em sua cama.
Jimin parece estar em um universo paralelo. Desde quando ele olhou para Taehyung como alguém para se apoiar em busca de conforto? Mas ele acha que teria levado qualquer um neste momento. Hoseok, mesmo que o homem fosse duro com ele no estúdio. Namjoon, mesmo sendo seu advogado. Yoongi, mesmo que eles não sejam mais amigos. Hayoon, mesmo que eles tenham brigado. Até Seokjin, mesmo sendo seu chefe, oh Deus, ele (JM) tinha assinado um contrato.
Jimin percebe de repente que sua bolha cresceu nos poucos meses em que esteve fora de Hadong, e ele deveria estar orgulhoso de seu crescimento, mas não está com nenhuma dessas pessoas agora. Ele está com Taehyung e honestamente não sabe o que sente pelo diabo. Ele não está com medo dele? Desconfiado dele? Com raiva dele?
Jimin fecha os olhos, descansando a cabeça na cabeceira enquanto equilibra uma mini garrafa de vinho entre as coxas.
— O que você está fazendo aqui?
— Você me mandou uma mensagem pedindo para eu vir. — Diz Taehyung.
Jimin franze a testa, abrindo os olhos para olhar para o telefone.
— Não, eu... Oh, eu fiz.
— Sim.
— Bem, eu realmente não quero você aqui. — Diz Jimin. — Convidar você foi um lapso de julgamento da minha parte. Você pode ir agora.
— Jimin, não. — Taehyung pega a garrafa de vinho, cheira-a e faz uma careta. E então ele olha para a mesa de cabeceira, onde duas garrafas idênticas estão abertas e vazias. — Aconteceu alguma coisa, hein. Por favor, não me diga que você foi estúpido o suficiente para confessar seus sentimentos.
— Isso, — Jimin diz, acenando com a mão dramaticamente enquanto seus olhos ardem, — é exatamente por isso que eu não queria você aqui. Tudo o que você faz é zombar de mim. Estou cansado disso.
Taehyung coloca a garrafa de volta entre as coxas de Jimin.
— Quer falar sobre isso?
— Não.
— Legal. Podemos fazer outra coisa, se você quiser. Não acho que você deva sair do jeito que está, mas podemos assistir a um filme.
— Eu quero sair. — Jimin diz, embora ele realmente não queira. Ele só quer contradizer Taehyung de todas as maneiras que puder. Quando Taehyung diz 'ok' e o força a se mexer, Jimin concorda, fingindo que é exatamente isso que ele quer.
— Onde você quer ir? — Taehyung pergunta.
Jimin dá de ombros. Ele ainda está vestindo a roupa que Taehyung havia colocado nele, então ele tira a camisa e a substitui por um moletom enorme antes de tropeçar em sua carteira porque não bebe muito há algum tempo, e talvez sua tolerância tenha diminuído. Ou talvez seja porque ele não comeu desde o café da manhã. Que horas são afinal? Ainda é dia, já que o sol saiu.
— Que tal jantar?
Jimin está prestes a assentir, comida parece bom agora, mas então ele se lembra de seu objetivo anterior de contrariar as sugestões do diabo, então balança a cabeça.
— Não estou com fome. Vamos a um parque.
— Um parque. — Taehyung repete.
— Sim.
— Tudo bem.
Jimin está abrindo a porta quando Taehyung limpa a garganta atrás dele.
— O que? — Jimin pergunta, virando-se.
— Acho que você está esquecendo alguma coisa.
Taehyung está segurando seu chapéu na ponta de dois dedos, mas Jimin não o pega. Ele se recusa a colocar algo que o lembre de Jungkook, então enfia a mão no armário e tira um boné de beisebol, pressionando-o na cabeça.
— Vamos. — Diz Jimin.
Jimin não sabe por que está deixando Taehyung segui-lo. Talvez uma parte dele simplesmente não queira ficar sozinho. Qualquer que seja. Ele não precisa se explicar ao diabo. Ele não precisa se explicar para si mesmo. Ele só quer continuar se movendo, para se distrair de alguma forma.
Por que isso parece tanto com um coração partido quando ele nem teve a chance de se apaixonar?
— Sabe, — Taehyung diz assim que eles estão no elevador, — nem toda a esperança está perdida. Estou apenas supondo aqui, mas Jungkook rejeitou você, não foi?
Jimin não responde.
— Isso não significa que ele não goste de você.
— Cale a boca. — Jimin diz. — Você realmente não dá a mínima, não é? Estou chateado. Não quero falar sobre ele agora, então cale a boca.
— Só estou tentando ajudar.
— Não, você não está. Você está gostando disso, não está? Isso tudo é um jogo para você. Você está secretamente rindo de nós.
— Eu gosto de jogos, mas sei quando recuar. Eu não sou insensível. — Taehyung diz.
— Eu não acredito em você.
— Acho que sim, já que você me chamou. Você não tem outros amigos?
— Cale-se.
— Ou não? — Taehyung pergunta, inclinando a cabeça para o lado. — Olha, eu só estou tentando te conhecer. Não estou tentando ser cruel.
— Com quem eu vou falar sobre isso? — Jimin odeia que sua voz esteja tremendo. Ele está bêbado e mal consegue formar um pensamento coerente, mas não para de falar mesmo assim. — Não é como se mais alguém soubesse sobre essa paixão estúpida. Você não foi a melhor opção. Você era a única opção.
— Ai.
— Então não... não pense que você é tão alto e poderoso. Na verdade, não quero você aqui.
— Certo... ok.
Taehyung cala a boca depois disso por alguns minutos, até que eles saia do hotel e Jimin os conduz por uma calçada cheia de pessoas saindo do trabalho. Não ajuda que o hotel esteja em um distrito comercial, e Jimin tem que lutar contra a ansiedade rastejando por sua pele. Ele não quer estar aqui. Está muito claro. Há muito barulho. Há muitos olhos e muitas vozes.
— Você sabe para onde está indo? — Taehyung pergunta.
Jimin balança a cabeça. Ele se sente desorientado. Ele quer estar em qualquer lugar menos aqui, mas não quer admitir. Ele está preso.
Ele está sempre preso.
— Vamos. — Diz Taehyung, agarrando seu braço e guiando-o pela rua. Jimin mantém os olhos baixos, focando no chão porque todo o resto é muito assustador, muito imprevisível. Ele não ergue os olhos até que o barulho ao seu redor diminua um pouco e ele nota trechos de grama ao redor do caminho por onde eles andam.
Ele respira fundo, tentando limpar a cabeça de pensamentos intrusos, bem como do álcool que havia consumido nas últimas horas.
— Não é fácil para você, não é? — Taehyung pergunta, parecendo estranhamente estranho.
Jimin olha ao seu redor, observando o espaço aberto, a grama plana bem aparada, os bancos ao longo dos caminhos fechados com tábuas, as árvores proporcionando um pequeno grau de sombra. Há pessoas aqui também, algumas passeando com roupas casuais, outras com agasalhos ou roupas de ginástica enquanto correm, fones de ouvido, olhares para a frente.
— Não. — Jimin diz suavemente, olhando para seus pés novamente.
— Eu sei que você não quer falar sobre ele, mas Jungkook me contou um pouco. Ele ficou com raiva por eu ter deixado você sozinho no bar de gelo raspado. E para que conste... sinto muito por isso.
— É, tanto faz.
— Eu não sabia.
— Tudo bem.
— Eu deveria ter notado.
Jimin lembra que Jungkook havia notado. Ele notou imediatamente. Jimin empurra esse pensamento para o fundo de sua mente.
— Realmente não é grande coisa. — Jimin diz. Ele sabe que é um problema, mas já superou, não é? Ele não é mais fraco. Veja como ele está bem. Ele não está se encolhendo de medo. Ele não está em pânico.
— Quando... quando começou a ficar difícil? — Taehyung pergunta, ignorando os comentários de Jimin. — Tipo... quando sair de casa se tornou difícil para você?
Jimin odeia a pergunta, mas odeia ainda mais por ter aberto a boca para responder.
— Eu me escondi por três anos. Quanto mais tempo eu passava dentro de casa, mais difícil era sair. Aconteceu que um dia eu não conseguia nem colocar um pé para fora da porta.
— Sinto muito.
— Por que você está se desculpando?
— Não sei. Eu realmente não sei o que dizer.
— Você poderia apenas zombar de mim de novo. — Diz Jimin.
— Eu não vou zombar de você por algo assim.
— Tanto faz. — Jimin chuta o nada, seu sapato raspando no chão. O ar frio está fazendo com que ele se sinta um pouco mais sóbrio e, enquanto melhora, os pensamentos de Jungkook tentam abrir caminho, mas ele não quer isso, de jeito nenhum, então tenta pensar em outra coisa. — Eu nem sabia que era um problema no início. — Diz ele. — E isso não acontecia o tempo todo. Eu só... não sei. Às vezes eu imaginava o que aconteceria se alguém me reconhecesse. E eu pensei que se isso acontecesse eles iriam trazer meu passado e me acusar e... então eu teria que reviver tudo de novo. EU…
Jimin ainda tem medo disso. Ele tem saído tantas vezes que parece menos possível, e ter alguém com ele é como ter um escudo, mas ainda pode acontecer. Alguém pode ver seu rosto agora. E aqui em Seul, a possibilidade de saberem quem ele é, é maior. E se isso acontecer, eles ficarão enojados, eles gritarão com ele. Julgando-o. Acusando-o.
Mas é mais do que isso. Assim que seu paradeiro for revelado, ele não terá onde se esconder. Eles virão atrás dele, repórteres, pessoas, Byungho. As coisas irão espiralar a partir daí. Os artigos voltarão a aparecer, perguntando por que ele está de volta. Byungho irá para a câmera e contará a todos o quão assustado estava, e Jimin terá que enfrentar o ataque de críticas novamente, cada palavra outra faca em seu já frágil coração.
— Podemos parar um segundo? — Jimin pergunta, ciente de quão pequena sua voz soava.
— Você quer se sentar?
Jimin assente, então Taehyung o conduz até um banco, onde ele (JM) puxa as pernas até o peito e enterra o rosto nos joelhos. Ele precisa de um momento para se recompor enquanto seu coração acelera e o suor faz suas roupas grudarem nele desconfortavelmente. Ninguém está olhando para ele agora, mas é apenas uma questão de tempo. Ele não deveria estar aqui se quiser anunciar sua presença, sua estreia, sua verdade, em seus próprios termos.
— Por que você pediu para vir a um parque se não queria que as pessoas o vissem? — Taehyung pergunta, ecoando seus pensamentos.
— Hum, eu... — A razão parece tão estúpida agora. — Eu só não queria concordar com sua sugestão.
— Sério?
— Desculpe.
— Eu vou te perdoar desta vez. — Diz Taehyung.
Jimin solta uma pequena risada, ainda escondendo o rosto, ainda protegendo os olhos. Ele respira fundo. Isso não é tão ruim. Não há muitas pessoas aqui fora, e o sol está começando a se pôr, os céus adquirindo uma sombra que ele pode lidar, então não há nada com que se preocupar. E ele não está sozinho.
Mesmo assim, ele deseja que Jungkook esteja aqui. E talvez Taehyung não seja tão ruim quanto Jimin pensou originalmente, mas ele não é Jungkook. Jimin sente seu coração acelerado dar lugar à tristeza, o fato de ter perdido o demônio antes mesmo de tê-lo. É apenas uma paixão estúpida. Jimin não deveria se sentir assim. Ele quer chorar.
— Eu realmente gosto dele, Tae. — Jimin admite.
Taehyung, felizmente, não pergunta de quem ele está falando.
— Eu sei que você gosta. E não quero aumentar suas esperanças, mas acho que ele gosta de você também.
— Então por que ele me rejeitou?
Ele faria qualquer coisa por uma resposta, mesmo que seja metade pela boca de Taehyung. Jimin retira esse pensamento. A resposta não será pela metade. Taehyung não provou a ele que, à sua maneira, também se importa?
— Acho que ele se sente pressionado. — Taehyung diz. — É o primeiro negócio dele e ele está descobrindo as coisas.
— Ele não deveria ter feito um acordo comigo se gostasse de mim.
— Querido, acho que ele não sabia que gostava de você até depois de te conhecer.
— Você disse que ele ansiava por mim.
— E eu disse a você, era uma paixão de celebridade. Enfim, conhecendo Jungkook... Ele provavelmente decidiu que ajudar você era mais importante do que a possibilidade de vocês dois ficarem juntos. Sacrificando o que ele queria para o bem maior e tudo isso.
— Isso nem faz sentido. — Jimin diz.
— Estou dizendo a você. O cara é um esquisito. Ele não é meu amigo.
Jimin ri de novo, finalmente levantando a cabeça para enxugar os olhos.
— Porra, eu nem sei por que estou chorando. Acho que ainda estou bêbado.
— Definitivamente. Posso sentir o cheiro de álcool em seu hálito.
Jimin cobre a boca.
— Desculpe. É que... quando coisas assim acontecem, eu geralmente só quero esquecer.
— Estou dizendo isso para o seu bem, então não fique bravo, mas o álcool não vai resolver seus problemas, nem fazer esquecê-los.
— Mas essa é a minha marca registrada. — Jimin diz com um grau de leviandade que Taehyung obviamente não gosta.
— Obtenha uma nova marca registrada então.
— Nossa, você está começando a soar como Hoseok.
— Ele também te dá muitos sermões?
— O tempo todo.
— Bom. Você precisa de amigos assim.
Amigos. A palavra faz Jimin pensar em outra coisa.
— Tae, como você sabe sobre Yoongi? Mudando de empresas? Isso é mesmo verdade?
— Eu ouvi. — Taehyung responde. — Tenho 99% de certeza de que é verdade. Vocês não são amigos? Por que você mesmo não pergunta a ele?
— Ah, você não sabe? Somos inimigos agora.
Taehyung solta uma risada antes de ver que Jimin está falando sério.
— Você deveria começar a atuar. Você é muito dramático.
— Vejo que você voltou a zombar de mim.
— É um passatempo divertido. Acho que gosto mais de zombar de você do que de Jungkookie, e isso quer dizer alguma coisa.
— Foda-se.
— Com prazer.
— Cale-se.
— De qualquer maneira, — Taehyung fala, inclinando-se para trás com os braços abertos ao longo das costas do banco. — não sei o que aconteceu entre vocês dois, mas acho que você deveria reavaliar sua amizade com Yoongi. Ele não é um cara mau, pelo que ouvi. Acho que ele seria um bom aliado.
— Não está acontecendo. Meu coração foi pisado por duas pessoas naquele dia fatídico, três anos atrás, e ele foi uma delas.
Taehyung fica em silêncio por alguns segundos, lambendo os lábios pensativamente.
— Quer saber... vamos voltar para o hotel.
— O que? Mas estamos nos divertindo muito juntos aqui.
Taehyung revira os olhos.
— Ficando atrevido, eu vejo. Mas estou falando sério. Vou pedir serviço de quarto e preparar algumas coisas para você assistir, e talvez isso mude sua opinião sobre seu amigo que virou inimigo, ok?
Jimin estreita os olhos.
— E se eu não quiser?
— Eu sei que você não consegue dizer não para mim, querido. — Taehyung diz, inclinando-se para perto. Jimin recua, odiando estar esperando que os olhos vermelhos brilhem, odiando estar esperando um traço de medo.
Isso nunca aconteceu com Jungkook. Com ele, aqueles olhos vermelhos sempre o faz sentir outra coisa.
Mas um segundo se passa, então Taehyung sorri, e Jimin percebe que seus olhos ainda não estão vermelhos e ele não sente um pingo de medo. Talvez essa seja a maneira do diabo de mostrar a ele que as coisas são um pouco diferentes agora. Talvez eles realmente possam ser amigos.
— Tudo bem. — Jimin diz, pesando sua voz com relutância exagerada porque não quer admitir que realmente quer voltar para o hotel agora, ou que está realmente curioso sobre o que Taehyung quer mostrar a ele sobre Min Yoongi.
Não passa por sua cabeça que seus passos apressados provavelmente o denuncie.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Confesso, Taehyung foi um amor nesse capítulo. Mas... Agora vamos lá, 3 garrafas de vinho, JM é muito forte. Eu desmaiaria antes de chegar na metade da primeira ksksksksksksksksk 🤣
O que será que Taehyung quer mostrar a JM sobre Yoongi? Hum... Interessante... Em breve teremos uma conversa entre os amigos que viraram inimigos. Confesso que quando li eu queria muito ver eles conversando e se explicando. Espero que estejam gostando. Obrigada pelo apoio com seu voto e comentários. Logo as coisas melhorar entre JM e JK. Mas é bom eles ficar um tempo afastado
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