10. O Diabo Cheira a Flores pt2

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Jimin e JK foram ao shopping e depois para academia, mas jm não tá muito bem, sua mente está a todo vapor... Vamo ver o que mais acontecerá
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Quanto mais tempo ele passa aqui, cercado pelo sucesso dos outros, mais desesperado ele fica.

Abruptamente, Jimin puxa a corda que para a esteira completamente, saindo enquanto respira pesadamente. Jungkook se vira e olha para ele em alarme, mas Jimin acena com a mão para dizer-lhe para continuar.

— Só preciso de água. Desculpe.

Desculpe. Jungkook está tentando tanto ajudá-lo, mas Jimin não consegue. E de qualquer maneira, Jungkook é obrigado. Eles tem um contrato, pelo amor de Deus. Não é como se o diabo quisesse estar aquí. Este é um festival de pena em suas raízes, e Jimin é apenas uma semente sem potencial de crescimento. Portanto, eles podem parar antes que ele perca a cabeça e realmente comece a acreditar que tudo isso é possível.

Não é.

O bebedouro fica do lado de fora, mas depois de ingerir uma quantidade absurda, Jimin não volta para a academia. Seus pés o levam por um corredor, passando por banheiros e vestiários, até chegar a porta de vidro que leva a uma piscina. Ele olha para a água por um segundo, ponderando, até que logo não está mais pensando. Mas simplesmente fazendo.

Ele arranca a camisa emprestada, jogando-a para o lado, e entra. Não há ninguém por perto, mas ele não está realmente pensando nisso. Ele fica na beira da água, onde pode se segurar na escada que conduz à piscina, respira fundo e desce, seu corpo afundando na água da mesma maneira que sua mente afunda no desespero.

Segurando-se no último degrau da escada, ele se senta de pernas cruzadas no chão da piscina, ficando totalmente submerso, deleitando-se com o silêncio, mesmo enquanto seus pensamentos gritam com ele. Ele fecha os olhos, tentando pensar em outra coisa, qualquer outra coisa. Que ele poderia voltar para Hadong, fazendo sua rotina habitual de nada. Que ele poderia se distrair das dolorosas realidades da vida mergulhando em videogames.

Que conforme os segundos passam, está ficando mais difícil respirar.

Mas tudo bem, porque pelo menos a queimação em seus pulmões lhe oferece uma distração semelhante. Jimin está ciente em algum lugar no fundo de sua mente que depende de distrações para sobreviver, que os últimos três anos foram apenas uma combinação de distrações, então ele não precisa pensar, não precisa fazer, e os problemas que o atormenta poderá ficar adormecido por um tempo.

Tudo o que ele percebeu ou pensou que havia aceitado nas últimas semanas desaparece, como negatividade, e a vontade de respirar o oprime. Ele se concentra no último, parece muito mais fácil, de alguma maneira, para dizer a si mesmo que pelo menos isso é algo que ele pode fazer sem a possibilidade de falhar. Ele se esforça para ficar ali embaixo por mais um segundo, e então outro, e mais outro.

Até que o ar é tudo em que ele consegue pensar. Ele se sente um pouco tonto e há bolhas saindo de seu nariz, mas ainda assim ele se recusa a subir para respirar. Jimin sente como se estivesse pendurado na beira de um penhasco o dia todo, lutando para ficar feliz, lutando para ficar são, mas não consegue quando está cercado por tantos defeitos e arrependimentos.

Jungkook tem sorte. Ele pode ter qualquer coisa, fazer qualquer coisa, mesmo que não seja humano. É injusto. Jimin deveria... ele deveria voltar para Hadong. Ele deveria...

Jimin não tem tempo de terminar esse pensamento quando uma mão segura seu braço, puxando-o para fora da água. Seus olhos se abrem, ardendo por causa do cloro, e ele respira fundo sem querer, caindo no chão.

— Que diabos você está fazendo?

Uma respiração se transforma em duas e em em três. Os membros de Jimin tremem enquanto ele tenta endireitar os braços e sentar-se, observando a figura de Jungkook. O diabo está de joelhos ao lado dele, ainda segurando seu braço como se estivesse com medo dele pular de volta.

— Que diabos você estava fazendo? — Jungkook pergunta novamente, as sobrancelhas unidas no que só pode ser interpretado como preocupação.

Mas por que ele deveria se preocupar? Sua vida inteira foi descoberta. Ele tem o mundo humano na palma da mão. Ele tem Jimin na palma da mão.

— Eu... eu estava pensando. — Jimin responde, ainda respirando fundo. Ele não tem certeza de quanto tempo ficou debaixo d'água.

Um único olhar para o rosto de Jungkook é o suficiente para Jimin ver que o outro não acredita nele.

— Na água? — Jungkook pergunta.

— Sim.

— Você estava apenas... pensando na água?

Jimin olha para baixo, porque definitivamente há raiva na voz de Jungkook e ele nunca viu Jungkook com raiva; o conceito não combina com ele. Mas o mais importante, Jimin não consegue entender por que o diabo estar com raiva. Porque ele saiu no meio do treino? Porque ele molhou o short de Jungkook? Ele não sabe, ele percebe, e um segundo depois decide que não se importa.

Então sacode a mão de Jungkook e diz:

— Sim. Exatamente.

— Eu não entendo.

— Claro que você não entende, porra.

Jimin se levanta muito rápido, balançando um pouco quando tudo o que ver por um momento são as estrelas. Ele passa a mão pelo cabelo, piscando para tirar a água dos cílios, ou talvez sejam lágrimas. Qualquer que seja. Ele deveria encontrar Hayoon e dizer a ela que está pronto para dar o fora de Seul. Voltar para uma vida de simplicidade e indiferença.

— Então explique para mim, por favor. — Jungkook diz, ficando muito perto de Jimin mais uma vez.

— Não há o que explicar. Você não entenderia.

— Me teste.

Jungkook não entende. Ele tem tudo. Ele veio para o reino humano, decidiu o que queria, foi atrás e conseguiu. Não é o mesmo. Os fãs de Jungkook nunca irão se virar contra ele. Ele nunca ficará com o coração partido. Ele nunca fugirá. Sua voz é linda. Seu físico é de primeira qualidade. E ele tem uma personalidade doce. Quando Jimin olha para ele, ele é tudo o que quer ser e muito mais, mas o caminho para chegar lá parece completamente inexistente.

Então, por que tentar?

— Eu vou deixar Seul. — Jimin fala.

— O que?

— Estou cancelando nosso acordo.

Jungkook parece abalado.

— Você não pode fazer isso. Você não pode reverter isso, Jimin.

— Então vamos deixar isso quieto.

— Não funciona assim. — Jimin percebe o tremor na voz de Jungkook, o tom beirando o pânico. — Eu sou obrigado a ajudá-lo. Se eu não fizer nada, estou acabado. Eu volto para o submundo, e pode levar anos até eu voltar.

— E isso deveria me fazer sentir melhor? — Eles estão cara a cara agora, o coração de Jimin batendo tão rápido e suas bochechas tão quentes que ele acha que está prestes a explodir. É como se algo tivesse estalado dentro dele, cada emoção tensa tomando conta dele até que ele não tenha certeza de qual é o caminho. — Tudo o que você está fazendo é apenas um maldito trabalho. — Jimin diz, veneno em cada palavra. — É apenas uma porra de uma obrigação. Você não acredita em mim. Você nunca acreditou em mim. Mas você está preso me ajudando de qualquer maneira.

— Isso não é verdade. — Jungkook parece querer estender a mão, mas sua preocupação, é mesmo uma preocupação real?, apenas deixa Jimin mais irritado. — Claro que acredito em você. Por que você acha que estou fazendo tudo isso?

— Você tem que fazer. É o nosso acordo.

— Bem, dane-se o acordo então! Achei que Tae tivesse explicado para você. A maioria dos demônios sente vontade de ajudar seus clientes. Um instinto. É diferente para mim. Eu poderia simplesmente deixar você em paz, sozinho. Mas eu não quero.

Era isso que Taehyung queria dizer com instinto? Jimin faz uma careta, sem se importar com detalhes técnicos agora, enquanto responde duramente:

— Então é tudo para ficar aqui. Ele me disse o quanto você ama o reino humano. Você me ajuda, você fica aqui. Eu sei como isso funciona e nada que você diga...

Jungkook zomba, o som tão surpreendente que Jimin se interrompe.

— Esqueça o acordo por um segundo! E a porra de Tae. Se eu soubesse que você seria tão difícil, talvez não tivesse feito um acordo em primeiro lugar. Eu teria ajudado você de qualquer maneira, você sabe.

— Você só está dizendo isso.

— Eu não estou. Jimin, o que posso dizer para fazer você acreditar em mim?

— Nada.

— Jimin… — Novamente, parece que Jungkook quer alcançá-lo. Sua expressão é um cruzamento entre frustrado e preocupado. — O que é isso realmente? Fiz algo de errado? Durante todo o dia, parecia que você estava infeliz. Foi algo que eu fiz?

Obrigado. É essa palavra, não é?

— Eu… — Jungkook engole em seco, suas palavras saindo em uma corrida frenética. — Eu sei que parece que fiz você assinar um acordo para meu próprio benefício, mas você tem que saber, eu não sou esse tipo de demônio. Só pensei que ajudaria a nós dois. Fez sentido na época. E eu só escolhi você porque... Era você. E eu me importo com você.

— Não, você não se importa, — Diz Jimin, aproveitando a oportunidade porque, como ele não poderia? Mesmo que seja dolorosamente óbvio que Jungkook se importa, de fato, ele não consegue deixar de insistir nisso. — Você não se importa com o que acontece comigo.

Algo no olhar de Jungkook endurece. Há um rápido lampejo de vermelho, que desaparece tão repentinamente, e sua voz assume um tom áspero.

— E aqui está a parte em que devo dizer o contrário, certo?

A carranca de Jimin fica mais profunda porque é claro que é, mas ele não quer admitir, e Jungkook com certeza não deveria perceber isso. Ele desvia o olhar, incapaz de enfrentar o diabo, mas incapaz de ir embora. Passam-se alguns segundos antes que alguém fale novamente, a tensão no ar tão densa que Jimin quase pode prová-la.

— Por que você estava na água? — Jungkook pergunta, uma suavidade controlada em sua voz, como se estivesse tentando trazer as coisas de volta a um espaço racional.

— Eu disse a você. Eu estava pensando.

— A respeito?

— Não importa, porra.

A tensão volta imediatamente e, por uma fração de segundo, Jimin tem o bom senso de se arrepender de seu tom de voz.

— É porque eu sou um demônio que você acha que não entendo o que você está passando?

— Eu não me importo se você é um demônio. Você não entende porque perfeito em tudo. Todo mundo te ama. Você nem precisa tentar.

— Isso é um monte de besteira. Você não me conhece, nem sabe o que passei para chegar aqui.

Jimin reflete sobre isso por um segundo, mas está muito irracional para descobrir o que isso significa, sua boca já produzindo sua próxima resposta.

— Bem, você não teve que enfrentar falsas acusações de alguém que você ama, então eu sei que nada foi tão ruim quanto o que eu passei.

O rosto  do diabo mostra exasperação, como se Jungkook estivesse se esforçando muito para não explodir. Isso faz Jimin querer continuar, querer pressioná-lo para testar o outro e ver até onde ele poderá aguentar antes de dizer a Jimin a verdade, que ele (JM) é muito problemático, que mesmo o doce e paciente demônio não consegue lidar com tanto. E então ele não ficará mais por perto, e Jimin será deixado sozinho. Não é o que ele quer. Mas é o que ele sente que merece.

Mas Jungkook não está saindo, e depois de alguns momentos, sua expressão se iguala. Jimin o recompensará por sua paciência, se puder.

— É porque está demorando muito? — Jungkook pergunta. — Nunca especificamos um cronograma e talvez esse tenha sido um erro meu. Posso repassar meu plano com você, se quiser. Prometi que te ajudaria, e vou. Você vai chegar lá. Eu prometo.

Jimin não consegue responder, muito perdido no que está tentando realizar.

— Estou levando as coisas devagar porque já faz muito tempo. Eu não queria sobrecarregar você. Não pensei que hoje seria tão difícil. — Jungkook continua.

Difícil. Hoje foi difícil? Jimin tenta engolir o nó na garganta. Mas Jungkook está certo. Não deveria ser tão difícil. Fazer compras, se exercitar... essas são coisas normais que pessoas normais são capazes de fazer.

— Vou tentar outra coisa. Nós vamos descobrir isso juntos. Só... você precisa falar comigo. Você não pode simplesmente fugir assim e se esconder na água e… Eu me preocupo com você, ok? Eu faço. Por que você não acredita...

— Não é sobre isso. — Jimin deixa escapar, sem saber por que ele está tentando corrigi-lo. Ser tratado como se fosse apenas uma obrigação, mesmo sem intenção, doeu, mas ele sabe que Jungkook não quis dizer isso. Foi apenas... algo para Jimin se segurar. Algo para culpar pela maneira como ele já se sentia sobre si mesmo. — Não é sobre o nosso acordo. — Disse ele, os olhos caindo para o chão granulado enquanto sua voz se tornava suave. — Não é nem sobre você ser bom pra caralho em tudo também.

Jungkook não diz nada, apenas espera, e Jimin quer rir e balançar a cabeça porque o diabo está lhe dando muitas chances, mas isso é exatamente o que Jimin quer, o que ele realmente quer. O que ele espera do outro. Não importa o quão merdinha ele seja, Jungkook ficará por perto para dar a ele o benefício da dúvida.

Então os dentes de Jimin se fecham, a mandíbula tensa como se ele quisesse testar o diabo mais uma vez. E Jungkook morde a isca um segundo depois.

— Você está bravo... porque eu te decepcionei? — O diabo pergunta. Jimin pisca surpreso, não esperando a pergunta. — Você esperava mais de mim?

— Não. — Jimin responde rapidamente.

— Você disse que só decidiu fazer isso porque eu sou um demônio. — Jungkook fala. Seus olhos sempre contam histórias, mas agora a história neles é uma tragédia.

— Não. Não. Eu nem pensei nisso. Eu estou apenas...

— Sinto muito por não ser um demônio muito bom. Eu... eu deveria ter te contado isso no começo.

Por que Jungkook se sente arrependido? Ele não deveria se arrepender. Jimin sente sua raiva diminuir, deixando apenas mágoa e arrependimento para trás.

— Para. Você não tem permissão para se colocar para baixo. Eu não vou permitir isso.

Jungkook cala a boca imediatamente, mas sua vulnerabilidade é o suficiente para dizer a Jimin que está tudo bem. Tudo bem ficar chateado e admitir. Tudo bem deixar o diabo entrar.

— Estou chateado porque… é difícil. Parece impossível. Eu... eu me sinto preso.

— Preso.

— Sei que apenas começamos, mas estou com medo de que nada mude, não importa o que eu faça.

— As coisas vão mudar. — Diz Jungkook, a personificação da positividade.

— Só se eu for bom o suficiente.

— O que você é.

— Não, eu não sou. Isso não vai funcionar na indústria. — Diz Jimin, gesticulando para si mesmo. Ele cruza os braços sobre a barriga, virando-se envergonhado. — Seokjin disse isso outro dia.

— Ele estava falando sobre sua atitude.

— Eu meio que acho que ele pode estar se referindo à minha figura também.

— Não vejo nada de errado com sua figura. Estamos nos exercitando porque você pediu para ficar em forma novamente.

Exatamente. Jimin funga, esse sentimento de inutilidade que o faz explodir fervendo um pouco. Ele enrijece quando Jungkook fecha o espaço entre eles e levanta a mão para tirar o cabelo molhado de seus olhos.

— Eu entendo que você está com medo. Acredite em mim, senti o mesmo quando implorei aos demônios mais velho para me deixar vir aqui. É difícil quando todos dizem que você não é bom o suficiente, mas é pior quando você diz isso a si mesmo.

Jimin assente. Exatamente. Exatamente. Como Jungkook coloca isso em palavras tão bem é um mistério.

— Você estava errado antes. Você é muito bom com as palavras. — Diz Jimin.

— Isso significa muito vindo de você.

Mais uma vez, Jimin se pergunta o quanto de influência ele foi para Jungkook, mesmo antes de se conhecerem. Ele nunca havia realmente se sentado para pensar sobre o que significa ser um ídolo, mas de alguma maneira ele deve ter alcançado Jungkook.

— Você ficou desapontado? — Jimin pergunta. — Quando você finalmente me conheceu.

— Fiquei chocado.

— Eu não poderia dizer.

— Você estava bêbado.

Jimin ri, mas o riso morre em seus lábios quando uma onda de arrependimento o invade. Às vezes, parece que tudo está arruinado, maculado, pelo que havia acontecido. Ele queria fazer de novo. Ele queria aceitar a oferta de Kim Seokjin para uma audição aos dezessete anos. Ele queria fazer as coisas direito, só que ele queria fazer isso nove anos atrás.

— Eu estraguei tudo. — Diz Jimin. Ele não quer chorar, então ri, mas ainda soa como um soluço.

— Você não fez. Aconteceu uma merda e você reagiu, mas você está aqui agora.

— Mas eu... — Jimin belisca a ponta do nariz, respirando fundo enquanto tenta conter as lágrimas. — Eu não gosto mais de quem eu sou. — Sua voz é tão baixa, suas emoções reprimidas finalmente dando lugar a todas as suas inseguranças, manifestando-se como uma umidade em seus olhos. — Não quero ser o eu de hoje. Eu mudei e odeio isso. Eu odeio isso.

— Não precisa ser uma coisa ruim. Jimin, você não é uma pessoa má.

— Apenas um inútil.

— Não, você não é.

— Eu sinto que sou. — Jimin admite. Uma lágrima rola por sua bochecha, e ele a enxuga com raiva. — Eu fiz isso comigo mesmo, sabe? Eu nem mereço chorar por isso.

— Claro que você pode chorar por isso. E então, quando terminar, levante-se e continue.

Jimin para, olhando a sinceridade no rosto de Jungkook, em suas palavras, querendo muito acreditar nele.

— Sim?

— Sim. Isto é o que eu faço.

— Você não parece ser do tipo que chora.

— Eu choro o tempo todo.

Jimin sabe que Jungkook não é um mentiroso, então ele se sente obrigado a acreditar nele. Mas ainda pergunta:

— Por que você teria que chorar?

— Por ser diferente. — Jungkook responde. Jimin pisca com a rapidez de sua resposta. Diferente. Um demônio vagando entre os humanos. Um demônio sem instinto. Um demônio que sente que talvez não seja o suficiente. Ele supôs que Jungkook fosse diferente de outra maneira. — Por ser incompetente.

— Você não é incompetente. — Jimin murmura automaticamente.

— Eu preciso de muita ajuda dos outros. Até você está me ajudando. Você provavelmente é a única razão pela qual ainda estou no reino humano.

— Isso não é exatamente de propósito.

— Não importa. — Os olhos de Jungkook são grandes, redondos como pires, vendo tudo dele sem realmente olhar para dentro. — Eu também me sinto inadequado, sabe. As críticas também me machucam. 'Eu me visto muito como uma menina. Eu me visto muito como um homem. Eu sou muito lustre. Eu não sou forte o suficiente. Eu uso muita maquiagem. Eu não deveria pintar meu cabelo porque fica feio. Meu cabelo fica melhor mais curto'.

Jimin fala baixinho, baixinho, como se não quisesse que ninguém ouvisse:

— Você parece muito perfeito para mim.

— Eles não apenas insultam minha aparência. Sou um péssimo cantor porque minha voz falhou durante uma apresentação para milhares de pessoas. Parecia que eu flertei com um fã do sexo masculino. 'A aura misteriosa de Jungkook é tão sexy, mas então ele começa a falar.'

— Por que diabos eles diriam isso?

— Porque as pessoas são idiotas.

Verdade. Jimin sabe disso. Ele sempre soube disso.

— E as pessoas continuarão sendo idiotas, não importa o que você faça. No mínimo, você deve fazer o que ama ao mesmo tempo. Então não vai parecer que eles venceram.

— É só… — Jimin suspira, derrotado, murcho e completamente absorvido por cada palavra de Jungkook. — É mais fácil dizer do que fazer.

— Nada é fácil.

Jimin sabe disso também, embora talvez ele tenha esquecido.

— Tem certeza de que tem vinte e quatro anos?

— Com certeza.

— Então você está possuído por um velho sábio. — Jimin diz, os lábios finalmente se abrindo em um pequeno sorriso.

Jungkook ri, e é genuíno desta vez.

— Eu apenas ouço os mais velhos. Seokjin, Hoseok e Yoongi me ajudaram muito ao longo dos anos.

Yoongi. Jimin não está com a mentalidade certa para falar sobre ele, então finge que Jungkook não falou o dito nome.

— Eu sou mais velho também. Você deveria me ouvir.

— Claro, hyung, eu posso ouvir você.

Jimin tenta esconder seu choque com o uso repentino do nome e as palavras que o acompanham. O sorriso brincalhão de Jungkook não é sério. O diabo está brincando com ele. Jimin não irá ser influenciado pelo diabo dizendo que fará o que ele pedir. A menos que…

— Você realmente vai fazer o que eu quiser?

— Não é isso que venho fazendo há semanas?

Jimin pensa nas chamadas de despertar escandalosamente cedo quando diz:

— Porra, não.

Jungkook sorri.

— Quero terminar nosso treino. — Jimin deixa escapar, surpreendendo a si mesmo porque pretendia provocar o outro, não falar sério. Mas ele não consegue parar o discurso que sai de seus lábios enquanto ecoa a sinceridade consistente de Jungkook, querendo, pelo menos, tentar. — E eu quero tentar escrever novamente. Escrever... canções.

Jungkook assente enquanto fala, uma excitação em seus olhos.

— Você pode fazer isso. Claro que você pode.

— Talvez escrever algo com você. — Jimin acrescenta, e a maneira como seu coração acelera não é intencional mas é completamente desnecessário.

— Isso será um sonho se tornando realidade, hyung.

— Sou seu cliente. — Jimin diz com desdém, acenando com a mão, embora esteja corando. — Não me chame assim.

— Você não é apenas um cliente. — Jungkook diz isso tão casualmente, como se Jimin nunca tivesse sido um cliente para começar. Um segundo depois, Jungkook está sorrindo e balançando a cabeça na direção da porta, indicando o fim da conversa e o início do treino, parte dois. Jimin apenas segue em silêncio, refletindo sobre essas palavras mais uma vez: Você não é apenas um cliente.

Então o que ele é? Um amigo, como haviam estabelecido outro dia?

Porque Jimin estará mentindo se disser que não quer que eles sejam algo mais.
   
  
 
 

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Ah, e aqui vimos que o diabo é mais paciente e compreensivo que o humano kkkkkkkkkk 🤭.

Espero que continue comigo nessa aventura. Até o próximo capítulo.

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