Time Is Running Out

Dedicado para laaauram pela sua frase icônica para com a história "terror das novinhas americanas" e também por sempre me incentivar a não desistir, e para MySweetPain por ser uma das primeiras leitoras que continua comentando e também por indicar a música do capítulo *E me viciar descontroladamente em Muse!* Amo vocês, garotas, obrigada por tudo!

**********************

29 de Março, 13:09 PM, casa de Akemi Konishi.

Akemi ouviu algo tocar, despertando-a, não demorou muito para que ela derrubasse o objeto no chão ainda sonolenta. O objeto continuou tocando e a japonesa se deu conta que não era o seu despertador que estava tocando, pois ele pararia de tocar assim que ela jogasse ele no chão como de costume. Obrigou-se a levantar e viu o celular no chão, não o despertador.

Pegou e atendeu com a voz arrastada.

- Konishi.

- Mademoiselle.

Ouviu o sotaque francês e logo tratou de despertar. Precisava colocar seu plano em prática.

- Monsieur. - retrucou.

(Eu acho que estou me afogando)

- Parece que alguém acordou de bom humor.

(Asfixiado)

Ela podia imaginar ele sentado girando e sorrindo presunçoso em sua cadeira. Ou em pé na varanda do quarto, observando o território vasto e que ficava maravilhoso com a caída da noite.

Céus! Por que ela estava pensando isso mesmo?

(Eu quero quebrar este feitiço)

(Que você criou)

- Nada que boas horas de sono não sejam capazes de fazer. - tentou soar o mais casual possível.

Depois da visita na casa da família Foster, tirou as horas seguintes para dormir o que não dormiu na noite passada.

- Você está de bom humor, eu estou de bom humor - começou a falar animado. -, maravilho, não? Então vamos almoçar naquele restaurante virando a rua da sua casa.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, pensando. No entanto, não tinha o que pensar. Não era como se ela tivesse escolha. O jantar que teve com Colton um mês atrás foi ótimo e ela considerava ver o francês com outros olhos, até descobrir que ele estava envolvido em toda aquela trama.

(Você é algo lindo)

Ela poderia admitir muitas das merdas dele, menos essa.

(Uma contradição)

- Claro. - forçou uma voz animada com um sorriso torto horrível e sem jeito, mesmo que ele não pudesse ver.

(Eu quero jogar o jogo)

A chamada se encerrou e ela desfez o sorriso forçado.

(Eu quero a fricção)

Era melhor treinar seus sorrisos.


~♡~


29 de Março, 13:16 PM, casa da família Foster.

Lauren estava sentada no pequeno sofá do quarto de Peterson, com os cotovelos no joelho e as mãos no queixo. Ela parecia entediada se vista de longe, entretanto, estava tão preocupada quanto o irmão sentado na cama.

Eles esperavam o telefonema de Colton Bouvier desde que Akemi se foi.

- Deveríamos ver como America está? - Peterson quebrou o silêncio.

Ela sabia que ele estava fazendo uma afirmação, contudo, seu tom de voz acabou por ser em forma de pergunta.

- Não, devemos continuar esperando. - a mais nova respondeu. - Ninguém morre de vomitar.

Eu acho, pensou curvando a cabeça.

Peterson voltou a ficar em silêncio, mas depois uma ideia passou por sua cabeça e não se conteve:

- Você acha que ela pode... - não conseguiu continuar e esperou que Lauren entendesse.

Lauren curvou a cabeça mais uma vez de maneira pensativa e olhando para o teto, até que se deu conta do que ele estava tentando dizer.

- Céus, não! - se exaltou em dizer.

- É. - concordou. - Ainda bem.

- Oh não! - Lauren cobriu o rosto com as mãos. - Eu sabia que vocês tinham feito, mas agora a imagem não sai da minha cabeça.

Peterson começou a rir do desespero da irmã. Pena que a cena foi interrompida pelo toque do celular.

Peterson atendeu sem delongas e ficou em silêncio, ele não seria o primeiro a falar ali.

- Aqui é o seu fã número um! - ouviu o sotaque francês misturado com uma gargalhada. - Pronto para se entregar?

(Você vai ser)

Ele queria poder ter a opção de não responder. Nem sempre temos o que queremos.

- Nunca.

(Minha morte)

Já que não poderia ficar na paz e tranquilidade, também não se renderia.

- Você está se mostrando mais resistente do que pensei.

- É que isso de se render não é comigo, sabe.

Peterson sabia que uma das maneiras de se irritar Colton Bouvier era ser tão sarcástico e petulante como ele.

- Eu vou pegar você, Peterson, você sabe. - afirmou. - Por que fica adiando?

(Sim, você vai ser)

(Minha morte)

Peterson não formulou uma pergunta boa rápido o suficiente, então o francês continuou:

- Você está tão fodido e nem é de uma forma boa. - riu da própria piada.

Até Peterson teria rido de fosse outra situação. Era acostumado a rir dos próprios problemas. Rir para não chorar era sempre o melhor remédio.

- Não cometi esses dois assassinatos.

(Eu não vou deixar você enterrar isso)

Denovan sentiu uma necessidade de dizer aquilo.

(Eu não vou deixar você sufocar isso)

- Eu sei, eu sei. - permaneceu com uma voz sarcástica. - Mas você é tão burro, não faz nada para se salvar. - bufou. - Você poderia gravar essa ligação e me queimar para todos. - ele estava certo. - Sabe por que você não faz nada disso? Porque é um burro. Preferiu fugir, construir uma nova vida.

- Você... - tentou reverter.

(Eu não vou deixar você assassinar isso)

- Você é como dar um soco no espelho, vai deixar os cacos para que outros limpem. - a voz dele saiu um pouco mais elevada. - Para que Lauren e America limpem.

(Nosso tempo está acabando)

O coração do maior assassino da América bateu mais rápido ao ouvir aquilo, ele ficou preocupado, magoado e em seguida ficou furioso, muito furioso. E a necessidade de dar a última palavra surgiu.

(Você não pode empurrá-lo no subsolo)

- Chantagem emocional não funciona comigo, a não ser, é claro, que você seja Lauren ou America, mas creio que não é já que o que há entre as suas pernas é um pouco diferente. - riu imaginando a cara do francês. - Nos vemos em breve, Colton Bouvier.

(Nós não podemos parar isso gritando)

E desligou.

Lauren, que tinha sentado do lado dele para ouvir tudo, foi rápida e pronunciou:

- Concordo com ele sobre você ser burro.

Peterson a encarou cético.


~♡~


29 de Março, 13:30 PM, restaurante Lightwood

Akemi Konishi entrou no restaurante e escolheu uma mesa já que Colton Bouvier não tinha chegado.

A japonesa prendeu a vontade de rir. Sim, tinha ouvido toda a conversa de Colton com Peterson e depois da última cartada de Peterson, se sentiu eternamente grata por decidir grampear o telefone de Bouvier, afinal, pelo menos lhe rendeu boas risadas. Deveria agradecer a Peterson também.

Colton Bouvier entrou no restaurante em passos tranquilos, como se não tivesse falado com o maior assassino da América minutos atrás.

Puxou a cadeira e sentou.

- Desculpe a demora, tive que resolver algo antes. - falou.

Claro que teve, pensou.

- Tudo bem. - emitiu pegando o cardápio na mesa, sem olhar para o francês. - Eu ainda não consegui decifrar o bilhete de Denovan.

(Eu queria liberdade)

- Tenho de pedir uma garrafa de vinho para que você pare de falar de trabalho quando sair comigo? - questionou irritado.

(Obrigado e restrito)

- Desculpe. - o encarou sorrindo de leve, formando uma feição fofa para Colton e dando de ombros. - É um instinto.

Ele revirou os olhos, mas ela sabia que ele não estava com raiva ou irritado. Eles estavam apenas sendo eles mesmos.

(Eu tentei desistir de você)

E foi esse pensamento que fez Akemi se sentir mal por dentro. Não era certo usar Colton para solucionar um caso. E ele também não era nada certo naquela situação, o que fez ela se sentir mais aliviada quando se lembrou.

A garçonete perguntou mais uma vez o pedido de Akemi e só assim ela se deu conta da presença da mulher. Respondeu constrangida e voltou a encarar Bouvier.

- Na verdade - continuou -, estou aqui para fazer um convite.

(Mas estou viciado)

- Beber vinho barato no seu quarto? - arqueou uma sobrancelha.

- Você jamais saberia se eu não tivesse falado. - sorriu satisfeito. - E não, não é isso. - colocou os braços na mesa. - Iria perguntar se queria me acompanhar em uma festa.

(Agora que você sabe que estou preso)

- Que tipo de festa?

(Sensação de alegria)

- Um amigo, Mason Murdock é o anfitrião, tenho de resolver alguns negócios por lá. - suspirou. - No entanto, pensei, por que não tornar as coisas melhores e mais interessantes? - sorriu provocativo para Akemi.

(Você nunca sonhará em destruir essa fixação)

Ela retribuiu o sorriso na mesma dose.

E dessa vez jurou que era tudo pelo caso e não por seus desejos inconscientes.


~♡~


29 de Março, 14:45 PM, casa da família Foster

Peterson subiu as escadas ainda pensando se era uma boa ideia falar com América. Ele ainda estava se recuperando do susto de achar que ela descobriu a verdade sobre ele.

Ele sabia que teria que contar a verdade para ela, ainda mais com tudo o que estava vindo pela frente. Como Colton insinuou: ele adorava adiar o inevitável.

Ignorou tudo e girou a maçaneta. Ele e America já haviam passado da fase de bater na porta. Só que a porta estava trancada, o que surpreendeu Peterson.

America nunca trancava a porta.

Ele ouviu o barulho da chave e a garota loira apareceu, ficando na frente da porta.

Era como se ela tentasse esconder algo dele.

- Tudo bem com você? - olhou a garota nos mínimos detalhes, como se estivesse checando se havia algum ferimento nela.

(Você vai espremer a vida para fora de mim)

- Claro. - deu de ombros e sorriu casual.

- Desde quando você tranca a porta?

Ela ficou sem expressão, afinal, já esperava que ele fizesse algum questionamento.

- Há muitas coisas que não sabemos um do outro. - sugeriu cínica.

(Enterrar isso)

O que ela estava tentando dizer? Ele pensou.

Peterson colocou a mão na porta e a forçou, fazendo-a abrir. America bufou quando Peterson pôde ver várias roupas espalhadas pela cama.

(Eu não vou deixar você enterrar isso)

- O que é isso? - não conseguiu tirar os olhos das roupas.

- Eu estava tentando descansar.

(Eu não vou deixar você sufocar isso)

- Descansar com essa bagunça?

Ela piscou e sorriu com o canto da boca.

- Podemos nos falar depois?

Não foi uma pergunta, já que ela tinha dado um passo para trás e estava quase fechando a porta.

- Você está bem? - encarou a garota incrédulo.

- Sim, estou. - fechou a porta sem dar a mínima.

Denovan encarou a porta por alguns segundos.

O que diabos estava acontecendo? Aquela definitivamente não era America.

(Eu não vou deixar você assassinar isso)

Deu as costas e começou a se afastar, chegando na porta do quarto de Lauren duas mãos o puxaram de maneira desprevenida para dentro.

- O que aconteceu? - entrou e olhou para o corredor antes de fechar porta.

- Para você. - levantou a mão com o aparelho celular.

Ele pegou e atendeu.

- Sim?

- Denovan? - ouviu a voz do outro lado da linha. - É Akemi, tenho informações.

- Sou todo ouvidos. - caminhou até a cama de Lauren e sentou. - Literalmente.

- Sai com Colton para almoçar e ele me convidou para uma festa na casa de Mason Murdock, da revista de moda Murdock. - a voz de Akemi era abafada por barulhos de carros. - Colton disse que tinha negócios para resolver lá, o que me leva a achar que ele vai tentar negociar para pegar os quadros.

(Como chegou a isso?)

- E como sabe que esse Mason está com os quadros?

- Eu não sei. - falou como se fosse óbvio. - Mas Colton não iria se não tivesse algo importante para fazer lá, ele não é do tipo que vai em festas.

(Você vai sugar a vida para fora de mim)

- Você parece conhecer muito bem os hábitos dele. - insinuou.

- Foco!

- Desculpe. - se rendeu. - O que vamos fazer?

- Vamos roubar esses quadros, não é óbvio?

(Nosso tempo está acabando)

- Bem que Colton disse que você era burro. - Lauren lembrou.

Ela estava mais uma vez sentada ao lado de Peterson, ouvindo tudo.

Akemi escutou o que a garota disse e sorriu.

- Não podemos roubar esses quadros!

- Claro que podemos! - revirou os olhos. - Eu sou da policia, Lauren é uma adolescente com planos diabólicos escondidos por trás de um rostinho bonito e você é o terror das garotas americanas indefesas.

Ele revirou os olhos com a última parte.

- Lauren não vai fazer parte disso! - foi protetor.

- Claro que eu vou. - a irmã rebateu.

- Falamos sobre isso depois. - respondeu para ela.

- A festa é no dia três, ligo novamente para marcar um encontro com vocês. - respirou fundo. - Nosso tempo está acabando, é hora de formar nosso plano e reunir nossos soldados.

(E nosso tempo está acabando)

Ela desligou e Peterson concordou com ela internamente.

Era hora de se preparar para o que estava vindo.

Guerra. Morte. Caos.

(Nós não podemos parar isso gritando)

(Como chegou a isso?) - Time Is Running Out, Muse

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