Falling For You
Nota: Dedicado para todos que esperaram carinhosa e atenciosamente. Sou tão grata por vocês! Espero que gostem e por favor, não me deixem! Continuem comentando e favoritando, tornando meu sonho real. Talvez o capítulo abale vocês assim como me abalou.
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22 de janeiro, 19:02 PM, Casa da família Foster.
Colton Bouvier andava tão presunçoso quanto Denovan costumava andar pelos corredores do sanatório Mightly, talvez essa fosse a única coincidência que tinham em comum.
O francês não se importava com a beleza por entre os corredores da mansão Foster, só queria sentar e arrancar verdades de Lauren. Afinal, era para isso que estava ali.
Não era bem um interrogatório formal, todavia, apenas o fato de poder falar com a garota e estar dentro daquela casa já o animava por completo.
Estava tão absorto em seus pensamentos que não percebeu quando Lauren parou, fazendo-o parar bruscamente também. A garota abriu a porta e os dois entraram. Era o escritório de Christopher.
Alguns segundos se passaram enquanto Colton olhava cada mínimo detalhe do local. Suspirou, arrumou o paletó e sentou-se. Lauren estava sentada na cadeira do pai e parecia bastante incomodada com a situação.
- Espero que não se assuste, mas descobri algumas coisas e tive que esclarecer algumas dúvidas o mais rápido possível.
- Tem certeza que eu não precisarei de um advogado? - arqueou a sobrancelha, sugerindo e deixando o francês em silêncio pela sua audácia.
A jovem riu e se encostou na cadeira.
- Não encare como um interrogatório, é mais como uma conversa entre dois amigos. - o homem forçou-se a sorrir.
- Mas não somos amigos. - respondeu séria.
Colton fechou os olhos e respirou fundo, sem paciência alguma.
- Possíveis amigos. - tentou novamente, sorrindo.
- Vai precisar de mais que isso, querido. - inclinou a cabeça e sorriu cínica.
- Mademoiselle Denovan, serei bem claro e irei direto ao ponto. - levantou-se da cadeira e colocou as mãos na mesa, apoiando o peso de seu corpo e tentando intimidar a garota. - Tenho muitos indícios de que Peterson Denovan está por perto de você e infiltrado nesta casa.
- El...
- Cale a boca e escute. - a cortou. - Se ele estiver aqui, é por sua causa. - cerrou os olhos. - Ele matou três pessoas desde que fugiu, garota, três! - esbravejou. - Sabe o que isso significa? Que ele é um louco e vai continuar matando até ser pego. - tirou algo do bolso e jogou nas mãos da garota. - Se não acredita no que eu digo, veja tudo que contém esse pen drive.
A garota fitou o pen drive em suas mãos e um silêncio instalou-se pelo local. Colton esperava que ela falasse logo que Peterson estava ali, assim poderia prender ele e ter todo o reconhecimento que merecia. Entretanto, Lauren era dura na queda e ainda mais dura contra os jogos psicológicos de Colton.
- Monsier Bouvier... - sorriu fitando o francês nos olhos e imitando o sotaque do homem. - Peterson teria que ser muito burro para estar aqui, contudo, acabo de me lembrar que ele matou inúmeras pessoas e só foi descoberto porque eu o vi. - levantou. - Então acho que de burro ele não tem nada.
- Isso não acabará assim, sabe disso!
Essa foi a deixa do francês, saindo do escritório em seguida.
Colton andou pelos corredores com pressa e em passos pesados. Estava tão irritado! Quem diabos aquela garota pensava que era para brincar com ele daquela maneira? Ele quem deveria fazer isso.
Se Peterson estivesse ali, Lauren não falaria sobre o que Colton perguntou e como ele agiu, então o francês decidiu ter um novo método.
- Agradeço toda a hospitalidade e peço perdão pela intromissão. - falou olhando para todos que estavam reunidos na sala. - Mas... - viu algo que chamou sua atenção, um homem atrás de America e com a cabeça baixa. Colton sorriu. - minhas dúvidas já foram esclarecidas. - agora estava satisfeito. - Com toda licença.
Ele se retirou e Peterson pôde finalmente respirar.
~*~
23 de janeiro, 07:02 AM, casa da família Foster.
Após o ocorrido da noite passada, Peterson criou forças para voltar ao trabalho. E além das forças, criou um pouco de juízo, ou melhor, ressuscitou o juízo que ainda lhe restava. E esse juízo estava ligado à America e Lauren.
Ele estava colocando tudo a perder e principalmente arriscando a segurança das duas. Precisava fazer algo urgente.
Subiu as escadas para o quarto de America e deu de cara com Lauren vestida com o uniforme escolar, pronta para ir.
- Melhor tomar cuidado. - falou sem olhar para Peterson e saiu.
Ela estava certa.
Já estava mais do que na hora dele ir embora das vidas daquelas pessoas.
Bateu na porta de America e não demorou muito para que ela abrisse a porta sorridente, provavelmente já sabia que era ele quem batia.
- Bom dia. - ela transmitia tanta luz como um raio de sol.
Ela tinha o poder de fazer qualquer um se sentir vivo, inclusive o maior assassino da América.
- Nós precisamos conversar.
Falou com a mesma rapidez que o sorriso de America sumiu.
- O que aconteceu? - questionou preocupada.
- Tenho algumas coisas para contar. - suspirou. - Podemos sair de noite? Gostaria de conversar longe dessa casa.
- Sem problemas. - entrou no quarto e pegou a bolsa. - Temos que ir.
E assim eles saíram.
Um repleto de incerteza.
E a outra preenchida pelo medo por o que estava vindo.
~*~
23 de janeiro, 11:30 AM, casa da família Foster.
As unhas de Lauren batiam de maneira sincronizada no notebook, pensando se deveria ou não conectar o pen drive que Colton deu. Ele não a daria aquilo se não houvesse algo muito chocante para ela tomar conhecimento. Era um jogo psicológico, ele sabia que Peterson estava naquela casa, mas era tão sedento por pegar Peterson Denovan que nem ligava em prolongar mais e mais a caçada.
Pediu ajuda aos céus e conectou o pen drive. Seja lá o que fosse, precisaria ver uma hora ou outra, não poderia fugir, afinal, se não fosse ela vendo o que existia naquele objeto, outra pessoa veria.
Olhou atentamente cada documento e cada vídeo que continha ali e chorou. Chorou por tudo o que aconteceria em breve.
Seu irmão não era mais o seu irmão, ele era outra pessoa. Ele era o American Psycho e nada mudaria isso.
Desligou o notebook e encolheu-se na cama.
Então esse seria o fim.
~*~
23 de janeiro, 14:20 PM, pelas ruas de Nova Iorque.
Akemi Konishi andava rapidamente pelas ruas de Nova Iorque carregando vários arquivos do caso American. Queria terminar aquilo o mais rápido possível para assim ficar longe de Colton Bouvier e suas investidas. E claro, para poder também voltar a ter seus casos sem ninguém interromper suas próprias investigações.
Ela estava cansada do trabalho, da correria, das noites de pouco sono, e de Colton, céus! Será que toda sua raiva e cansaço se resumiriam nele no final?
O celular da japonesa tocou e a pobre teve que equilibrar algumas pastas sobre outra pilha de papéis para poder tirar o celular da bolsa e atender.
- Konishi. - atendeu imperativa.
- Mademoiselle Konishi. - ouviu aquele maldito sotaque francês.
Akemi se amaldiçoou mortalmente por atender o celular sem olhar o número antes. Se soubesse que era o francês, no lugar de atender teria jogado o celular no asfalto para o próximo carro desesperado passar por cima. Ou ela poderia dar um jeito e jogar Colton, não o celular. Seria bem mais prestativo, não? Assim se livraria do inspetor de uma vez por todas.
Raios! Seus pensamentos estavam tão conturbados para chegar até este ponto?
O pior é que enquanto ele falava com ela por telefone, ela conseguia identificar cada gesto que ele poderia estar fazendo no momento, ainda mais quando soltava frases repletas de sarcasmo.
- Monsier Bouvier. - retribuiu da mesma forma.
- Como vai a minha bela mademoiselle nesta tarde? - perguntou.
Ela apertou o celular com força, depositando sua raiva. Não seria tarde para voltar com a ideia do asfalto, seria?
- Pensando seriamente em aniquilar a França caso todos os franceses sejam como um certo inspetor.
Ela ouviu a risada dele, irritando-a mais ainda.
Um casal caminhava tranquilamente pela calçada e Akemi deixou uma das pastas cair enquanto olhava para a beleza da garota. A queda da pasta quebrou a atenção da garota e ela fitou a japonesa, um tanto curiosa. O homem alto e forte abaixou-se para pegar a pasta. Quando ele levantou-se e Akemi olhou nos olhos verdes do homem, sentiu algo diferente, algo que denunciava aquele homem.
- Ainda está ai? - o francês pronunciou. - Akemi?
- Sim, estou. - recuperou a consciência.
Agradeceu ao homem e continuou andando, entretanto, a sensação que ele trouxe não foi embora completamente.
- Sem delongas, preciso que faça algo. - a seriedade do francês voltou.
- E por que eu faria um de seus caprichos? - revirou os olhos.
Colton imaginou que ela estaria revirando os olhos então se deliciou com a cena, afinal, amava irritar a japonesa.
- Talvez porque estamos trabalhando no mesmo caso e eu meio que sou seu chefe. - respondeu como se fosse óbvio.
E era óbvio.
Akemi suspirou derrotada.
- O que devo fazer?
- Assim que eu gosto. - provocou. - Quero que decifre a mensagem que Denovan deixou no quarto do sanatório.
- Por que?
- Vocês não costumavam trabalhar muito nos casos antes de eu chegar, não é mesmo? - sibilou ultrajado. - Porque é uma peça importante, uma pista.
- Tanto faz. - revirou os olhos mais uma vez. - Farei o possível.
- Nós falamos mais tarde. - estava pronto para desligar, até se lembrar de algo. - Às sete no restaurante italiano perto da delegacia, pego você em casa, claro.
- Mas que porra... - elevou um pouco a voz. - Está me chamando para um encontro?
- Ainda usam essa palavra? - riu. - Enfim, se prefere chamar assim.
- Você não...
Tarde demais, ele já tinha desligado.
Ele nem sabia onde ela morava.
Todavia, ele daria um jeito, ele sempre dava.
~*~
23 de janeiro, 22:00 PM, boate Sex Drunk.
Para alguns, a boate Sex Drunk era apenas mais um local para música boa, bebidas, drogas e sexo. Porém, para Peterson e America era mais que isso, era onde tudo começou.
Eles caminhavam por entre as pessoas e foram para o bar. Pediram suas bebidas e Peterson sentou-se, enquanto America preferiu ficar em pé ao lado do homem.
- Então... - a garota olhou para os saltos. - Pode falar.
America disse para a família que precisava sair um pouco e assim ela e Peterson saíram.
Uma boate não era o lugar apropriado para terem uma conversa séria, no entanto, não era um lugar qualquer para eles e agitação sempre é bom.
As bebidas chegaram e Peterson segurou seu copo com força, como se aquele gesto fosse trazer toda a coragem para falar com America.
- Já percebeu que as pessoas sempre esperam que algo dê errado para se arrependerem? - ele não conseguia olhar para ela. - Digo, elas nunca pensam no que poderiam ter feito para salvar aquilo.
- E o que você poderia fazer para salvar seja lá o que está falando sobre? - interrogou.
- Deixar você. - observou-a.
(Se você não me quer por perto)
Ela não se surpreendeu ao ouvir aquela frase, pelo contrário, já esperava aquilo.
- Não somos um clichê moderno de Bella e Edward, Derek. - bufou e balançou a cabeça negativamente.
- Eu não sou homem para você. - levantou-se decidido e focado.
(Se você é tudo que eu preciso)
- Nossa! - colocou a mão na boca, fingindo espanto. - Esse é o seu "Eu sou perigoso, Bella?"
- Isso foi um erro, America. - Explicou.
- Então quer dizer que eu fui um erro? - elevou a voz para ser ouvida no meio da música animada que tocava.
(Você não me vê?)
- Qual o problema de vocês mulheres? - esbravejou. - Falamos alguma coisa e vocês transformam em algo completamente diferente.
Ele deu as costas e começou a sair do local, sendo seguido por uma América furiosa.
- Qual o nosso problema? Por favor! - gritou no estacionamento. - Qual o problema de vocês que acham que podem nos usar e depois ir embora?
(Eu acho que estou me apaixonando, eu estou me apaixonando por você)
Peterson passou as mãos pelo rosto e bagunçou os cabelos em seguida. Como ele poderia fazer ela entender a verdade sem contar a verdade?
- Eu não sou uma boa pessoa, America! Eu machuquei pessoas e vou continuar machucando. - ele estava desesperado. - Eu tenho que ir, tenho que deixar você porque não quero que seja a próxima machucada.
(Você não precisa de mim?)
- Me desculpe, mas eu não tenho medo de me apaixonar por você.
(Eu acho que estou caindo, eu estou caindo para você)
Era o cúmulo. Ele precisava sair dali antes de cometer uma atrocidade.
(Talvez você mude sua mente)
- Entra no carro, America. - ordenou.
(Logo você vai ser minha)
- O quê? - deu um passo para trás e ele se aproximou dela. - Não!
- Eu mandei entrar na droga do carro! - puxou o corpo da garota para si, indo abrir a porta e a fazendo entrar.
(Ah, mas eu quero você agora)
Quando entrou no carro e acelerou, não fez questão em procurar saber como ela estava, só precisava sair de lá e ficar em silêncio.
(Quando a fumaça está em seus olhos)
(Você parece tão viva)
America baixou o vidro da janela e deitou a cabeça por lá, deixando o vento bagunçar seus fios loiros, trazendo um pouco de calmaria para sua alma.
- Você diz que não quer me machucar, mas já está machucando, só não percebe. - sussurrou quebrando o silêncio.
(Se você é tudo que eu preciso)
Denovan bateu a cabeça no banco e odiou-se. O que ele estava fazendo com a sua garota?
Minutos depois, parou o carro em um morro e suspirou. Precisava dizer algo.
- Você tinha razão, não somos um clichê moderno, somos mais que isso. - fechou os olhos buscando as palavras certas. - Sim, isso me assusta. E juro que não entendo como isso pode não assustar você.
(De acordo com seu coração)
- Tudo poderia ser mais simples. - ajustou o corpo no banco e olhou para a frente. - Mas nunca vamos ser apenas o segurança e a protegida.
- America, quando eu tento dormir e lembro o que aconteceu, morro por dentro. - bateu as mãos no volante.
(Meu lugar não é deliberado)
- Você pode estar morrendo por dentro, mas você me faz sentir viva. - o encarou.
(Sentindo-se em seus braços)
- Talvez só funcionaremos como amigos.
Isso doía, tanto nele como nela. Era a pior parte, ou uma das.
- Eu não quero ser sua amiga! - riu deixando as lágrimas escaparem. - Eu quero te beijar. - colocou as mãos no rosto. - Droga, Derek! Você foi meu primeiro, você me fez ter minha primeira vez, mas nunca nem andamos de mãos dadas por aí! Você me traz aquela sensação de primeira vez. Você me faz querer ter todas as minhas primeiras vezes com você. - tirou as mãos do rosto e observou a janela. - O primeiro amor, a primeira briga, o primeiro clichê, entende?
(Eu não quero ser sua amiga)
(Eu quero beijar seu pescoço)
Se ela pudesse ouvir o coração dele agora, estaria alarmada.
- O que faremos agora? - fechou os olhos mais uma vez, deixando a dor invadir seu corpo.
- Tentamos mais uma vez.
Ela era tão positiva. Peterson gostaria de ser um pouco mais como ela.
- Mesmo meu consciente mandando eu acabar com tudo agora, por você eu tento quantas vezes forem necessárias. Pois droga, America, todas as vezes que você me olhar, eu voltarei correndo para você. Eu sou mais seu do que meu.
Peterson Denovan era o maior assassino da América, literalmente da América.
E ele estava começando a gostar disso.
(Talvez você mude sua mente) - Falling For You, The 1975.
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P.S da autora: Eu não preciso de um prêmio quando tenho vocês é todo esse apoio maravilhoso.
Contato:
Twitter @scxream
Ask.fm: @mrsambz
E quem quiser entrar no grupo do whats é só avisar.
Com amor, Amber.
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