Prólogo
- América, temos que sair.
- Não estou a fim. - bufo e me debruço sobre os livros de anatomia. Eu tinha lido o dia inteiro, mas não estava confiante.
- Não fode com o meu esquema, garota. - Carla reclama e cruza os braços.
Incrível como eu sempre estragava as coisas sem nem ao menos ter confirmado de ir.
- Você quer ir à festa ? Pode ir. Eu quero estudar.
- Eu quero e eu irei, mas você tem que ir também.
- Por que eu tenho ? - pergunto olhando para ela.
- Porque você só fica enfurnada nesse quarto, sai da aula e fica no alojamento, nem sequer sair com alguém você sai.
- Não achei ninguém interessante. - falo e pego o lápis para estudar.
- Por favor, vamos só hoje. - ela pede se ajoelhando ao meu lado.
- Você é insistente, hein.
- O que você quer de mim ? - ela perguntou e deu um sorriso falso.
- Lave as minhas roupas.
- Eu lavo. - ela disse com os olhos brilhantes.
- Por um mês ?
- Sim. - ela respondeu e revirou os olhos.
- Tudo bem, mas não tenho roupa de festa.
- Relaxa, eu tenho.
Carla entrou no nosso closet e saiu segurando um vestido azul de alcinha com um decote bem acentuado, na parte de trás havia uma abertura que parava antes de ficar vulgar e ele era cheio de pedrinhas. Ela me viu encarando o vestido e sorriu.
- Eu sabia que iria gostar. - Carla disse vitoriosa.
- Onde conseguiu ?
- Comprei semana passada.
- Então você já planejava tudo isso ?
Vi seu sorriso bobo e entendi isso como um "sim".
- Anda, vai se arrumar.
Estou fora do nosso apartamento andando para lá e para cá em minhas sapatinhas baixas esperando Carla encontrar um salto que combine com a roupa dela. Do corredor posso ver as pessoas saindo e se manifestando para a festa que irá acontecer na fraternidade Ayko.
Depois de um tempo Carla aparece com um salto agulha e um sorriso enorme no rosto.
- Pronta para ter a melhor noite da sua vida ? - ela perguntou ajeitando seu vestido tomara que caia.
- Vamos nessa. - falei e revirei os olhos.
A fraternidade não era longe, ficava na mesma sessão que a nossa. A Ayko tem festa todos os dias e acaba reunindo os filhos dos grandes empresários, despreocupados. Fiquei sabendo que as pessoas de lá já tem o futuro inteiro planejado o que lhes permite curtir e aproveitar a vida como querem, infelizmente isso não acontece com todos. Se eu pudesse, eu estaria fazendo turnê pelo mundo e compartilhando a minha música, mas nem tudo é como queremos.
- Ora, ora se não é a nerd mais sexy do campus. - Steve diz quando passamos pela entrada.
- Cala a boca, Steve. - Carla fala e ele sorri de lado.
Nem tinham se passado dez minutos e eu já estava com dor de cabeça, Carla foi para algum quarto com um cara que eu nunca vi antes e as poucas amigas que eu tinha estavam com as bocas ocupadas, pensei em ir embora, mas não iria conseguir estudar com o mesmo vigor.
Fui até o bar e peguei uma cerveja; depois de cinco garrafas ingeridas, eu já estava enxergando embaçado. Estava começando a me adaptar a música e ao cheiro de bêbados. O que o álcool não faz...
- Parece estar se divertindo. - Uma voz soou atrás de mim.
Me virei e vi um homem, mas não conseguia identificar o rosto pois as luzes estavam na face dele atrapalhando o meu campo de visão.
- Você poderia fazer com que eu me divertisse mais.
O que tinha nessa bebida?
A conversa que foi jogada fora não me atraiu tanto quanto aqueles lábios. Depois de um bom tempo, ele me beijou.
Me encostou em uma pilastra que havia ali e começou a passar a mão pelo meu corpo, ele levantou a minha perna e me pressionou contra a parede enquanto eu sentia o seu membro duro sobre mim, algo se manifestou na minha calcinha.
- Vamos sair daqui. - ele disse no meu ouvido com uma voz sedutora e rouca.
- Vamos. - eu disse
Ele segurou a minha mão e ao invés de subirmos para as escadas, saímos da casa de mãos dadas. Ele foi até um porsche e destravou o carro, abriu a porta para mim e eu entrei.
- Para onde vamos ? - perguntei ainda olhando para casa e pensando se essa decisão era certa.
- Para um hotel.
Quando chegamos lá, ele pediu a suíte kissimmee. Fomos para o elevador e estávamos a sós, ele me olhou e eu mordi o lábio.
Quando me dei conta, já estávamos nos atracando e ele puxando o meu vestido para cima. A porta do elevador abriu, saímos e entramos no quarto. Como Carla previu, essa foi a melhor noite da minha vida.
Acordei com o Sol me dando bom dia e olhei aquele homem ao meu lado. Ele dormia tranquilamente, seu corpo musculoso subia e descia enquanto ele respirava lentamente.
Isso me deu um flashback da noite de ontem. Céus, o que eu estava pensando ? Foi uma noite, América, uma única noite. Preciso ir embora antes que ele acorde.
Levantei da cama e deixei os lençóis lá, meu corpo nu sentiu um calafrio pelo ar-condicionado, andei um pouco em direção ao banheiro e trombei com uma mesinha batendo o dedo mínimo do pé e soltando um grito.
- Bom dia. - ouvi a voz atrás de mim.
- Bom dia. - me virei e sorri, totalmente sem graça.
Ele estava sentado na cama com os cabelos castanhos bagunçados e caindo nos olhos, olhei em seus olhos azuis e ele sorriu, aquele sorriso perfeito me fez perder a cabeça ontem à noite. Mordi a boca só de lembrar.
- Está com fome ? - ele perguntou e se levantou não se importando de estar nu.
- Não, eu tenho que voltar.
- Tome café da manhã comigo. - ele disse e se aproximou.
- Eu acho melhor não.
- Por quê ?
Ele se aproximou ainda mais me chocando contra a parede, sua respiração pesada em minha clavícula disparava o meu coração, se é que eu ainda tinha. Minha respiração ficou irregular e eu fechei os olhos. Uma de suas mãos veio até o meu queixo e outra desceu para a minha bunda apertando-a, seus lábios se pressionaram contra os meus e em alguns segundos eu já estava entregue ao desejo de tê-lo novamente para mim. Arfei quando ele se afastou;
- Vamos tomar banho. - ele disse e saiu sorrindo.
Me apoiei na parede para não cair no chão, todo o meu corpo estava tremendo devido à excitação que ele havia provocado em mim, passei a mão no rosto e me dirigi até o banheiro.
- O que vai querer comer ? - ele perguntou quando a garçonete nos trouxe o cardápio.
- Panquecas.
- Ótimo, vou querer o mesmo. - ele entregou o cardápio de volta e a garçonete saiu.
Depois de comer quatro panquecas, eu estava cheia. Ele comeu apenas uma e ficou me observando comer com um sorriso de lado. Na hora de pagar, eu insisti que dividíssemos a conta, mas ele me ignorou e pagou tudo sozinho.
- Não acredito que você fez isso. - reclamei ao saírmos do hotel.
- Eu tenho complexo de cavalheirismo, perdão.
- Certo, mas agora eu realmente preciso ir.
- Qual o seu nome mesmo ? - ele perguntou.
- Eu nunca disse o meu nome, quanto menos souber, melhor.
- Foi ruim assim ? - ele perguntou e levantou uma sobrancelha.
- Pelo contrário...
- Eu levo você em casa.
- Recuso, pegarei um táxi.
- Deixa eu te levar.
- Não, obrigada. - dei um beijo em sua bochecha e peguei um táxi.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top