Encontro

Christian 

- Que demora! - Piter andava de um lado para o outro na loja, às vezes ele olhava o celular, outras vezes reclamava, mas o que ele mais fazia era parar no meio do nada e ser esbarrado. 

- Eles já estão vindo. - falei tentando acalmá-lo. 

Estamos há cerca de duas horas em uma loja de móveis esperando a Lana. Contamos para ela que planejamos fazer uma surpresa ao Rafael e a Stela, ela quis participar e disse que viria, mas acredito que se perdeu no caminho. Piter já ligou para a Carla e Joana na tentativa de substituir a ajuda da Lana, mas as duas estavam ocupadas com a reitoria. 

- Desse jeito vai fazer um buraco no chão. - Miles comentou apontando para os pés do Piter. 

- Eu tenho treino, sabe? Daqui a pouco e não vou poder ajuda. - ele olhou o celular novamente - E essa garota nem me atende. 

- Que garota? - Lana perguntou - Foi mal gente, eu estava com um amigo tentando arrumar um emprego. 

- Graças a Deus! - Piter exclamou - Podemos ir logo com isso?

- Precisa de um emprego? 

- Eu não, o Josh. - Lana procurou o amigo que estava um pouco atrás - Vem dar "oi" ao pessoal. 

- Eai. 

- A, o ex. 

- O ex? - Miles perguntou. 

- Ele é o ex da América. - Piter respondeu rápido - Enfim, vamos logo com isso. 

A loja é extensa, toda subdividida em setores e com opções variáveis. Hoje em especial, não tinha muitos clientes e os únicos que faziam barulho éramos nós. Então nos dividimos em e fomos procurar todos os itens da lista que montamos. Miles insistiu que o Josh ficasse com a gente para saber mais sobre ele e o emprego que procurara. 

- Famoso Christian. - Josh disse. 

- Reconheceu ele? Naquela propaganda de fraldas ele era um bebê bonito. - Miles comentou. 

- O quê? Não, a Lana vive falando dele. - ele respondeu e eu o olhei - Ela me contou tudo...

Peguei a caixa que estava na prateleira e joguei para ele colocar no carrinho. 

- Pronto, lista da cozinha está completa. - falei e saí andando. 

- Eu disse algo errado? - ouvi os dois conversando atrás de mim. 

- Não, relaxa. Mas então, você precisa de um emprego? O que está estudando?

Parei de prestar atenção na conversa quando recebi uma ligação do Piter, ele disse que iria ter treino e por isso alguém deveria ir ajudar a Lana. Não ficamos desfalcados já que eles tinham encomendado quase tudo. A grosso modo o apartamento era mobiliado, só precisava de algumas coisas indispensáveis e uma boa decoração, além dos utensílios para bebê, coisa que tínhamos esquecido. 

Lana e eu fomos até outra loja onde só vendia objetos para bebê e fomos confundidos três vezes como  um casal grávido. Nas primeiras vezes explicamos, mas vimos que tinha promoção para os casais e resolvemos não esclarecer a situação. 

- Roupas de bebês são mais caras do que as minhas. - Lana disse enquanto colocávamos tudo no carro. 

- O material é melhor, deve ser por isso. - falei. 

- Você está distante hoje? Ainda está bravo comigo?

- Não. 

- Não? Certeza? 

- Certeza. - respondi e entrei no carro. 

- Então dá um sorriso. - ela disse entrando no carro e eu sorri - Nossa, era melhor não ter sorrido. 

Dei risada. 

- Não estou bravo, relaxe. - comecei a dirigir - Estou "distante" porque tenho um encontro hoje e quero que dê tudo certo. 

- A América indo em um encontro? Novidade. 

- Como sabe que é ela?

- Quem mais poderia ser?

- Então vocês montaram uma empresa e o Josh trabalhará com vocês? - ela perguntou rindo - Nossa, que doido. 

- Sim, o Miles que teve essa ideia e só me contou depois. Isso te incomoda? 

- Não, ele é um bom garoto. 

- Mas e você? Como foi hoje? 

- Consegui um emprego. - ela disse mordendo uma fatia de pizza. 

- É? 

- É. Eu vou ajudar a cuidar de um idoso veterano de guerra. 

- Cuidadora de idosos? - dei risada. 

- Ei! Eu serei ótima nisso. - ela disse rindo e eu gargalhei. 

- Você? Vai ser tipo "se você sujar as fraldas, vai ficar sujo". 

- Nossa! - ela entrou na risada comigo - Ele usa sonda!!!!

- Viu só? - rimos. 

- Para de rir, imbecil. - ela empurrou o pé na minha barriga - O senhor Demarco teve o mesmo problema que o meu e a psicóloga acha que trabalhar com ele pode me ajudar. 

Fiquei calado. Quando soube da condição dela, senti que no máximo seríamos colegas de turma que se dariam bem, mas alguma coisa me fez querer ficar mais próximo. Tenho vontade de entendê-la e conhecer cada vez mais esse ser humano esplêndido que come uma pizza inteira como se não fosse nada. Fico encantado a cada dia. E ouvir dela que está mais próxima de poder sentir, é reconfortante. 

- Sabe, em uma conversa, duas pessoas ou mais falam. - ela disse me olhando. 

- Isso é ótimo. - confessei - É realmente ótimo, não é?

- Não cria esperanças, o velho é mais ranzinza que eu. Mas sim, é ótimo. - ela se inclinou e me beijou - Mas sabe o que seria mais ótimo? Você tirar a minha roupa aqui e agora. 

Beijei-a de volta e afastei as caixas de pizza que estavam entre nós. Puxei o corpo dela para mim e ela sentou em meu colo. 

- Eu me sinto confusa com você, sabia? Nunca senti isso com ninguém. 

- Que estranho, eu tenho certeza do que sinto quando estou perto de você. - falei e beijei o pescoço dela - Uma vontade imensa de te agarrar. 

- Só isso? Achei que eu fosse mais do que um pedaço de carne. - ela zombou. 

- Talvez se eu te disser tudo o que tenho vontade de fazer com você, você acabe se assustando e fugindo de mim. - disse e ela me beijou. 

- Diz uma. 

- Além de querer transar com você agora? Quero sua companhia todos os dias. 

Ela sorriu e inclinou o corpo sobre mim. 

- Sou toda sua. - América encostou a testa na minha e ficou me olhando - Ei Christian, eu nunca fiz sexo no terraço. - vi seu sorriso malicioso iluminado pela luz do luar. 

- Para tudo tem uma primeira vez. 

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