EPÍLOGO

-Eu não acredito! Ah meu Deus, Amélia, estou tão feliz por você! -Marcela me abraça e Pat não consegue segurar as lágrimas.

O Cris queria que eu contasse a novidade no dia seguinte de nos comprometer, mas eu sabia que ia dar o que falar na empresa, então conversei com ele e pedi que ele esperasse um pouquinho, com a desculpa de que eu queria aproveitar esse momento só para mim, mas a verdade é que eu queria conseguir um novo emprego, já que obviamente iriamos dizer a todos sobre o nosso compromisso.

Meu noivo no começo não quis que eu saísse da empresa, mas eu prefiro assim. Ele gosta muito do lugar onde trabalha e eu bem... o amo, não queria que ele saísse da empresa.

Estamos almoçando em um restaurante qualquer, não quis perder tempo do meu horário de almoço decidindo onde comer então entramos no primeiro local que apareceu pelo caminho.

Depois de alguns minutos conversando e planejando como vai ser a festa, que pratos vamos servir, quem serão os convidados etc... nossa comida finalmente chega. Eu pedi um filet mignon com arroz e salada, Marcela pediu uma salada Caesar e Pat pediu camarões.

O garçom traz primeiro o meu prato e o de Marcela e depois de alguns segundos volta com o pedido do meu primo. Os camarões parecem deliciosos, mas quando ele coloca o prato na mesa, meu estomago embrulha e eu corro para o banheiro, tendo tempo apenas para chegar no vaso e vomitar toda a comida do café da manhã que Cris preparou e a barrinha de cereal que comi antes de almoçar.

Marcela e Pat entram no banheiro no meu encalço e escutam toda a melodia que produz meu estomago quando devolve a comida ao vaso sanitário.

-Mel, você está bem? -Pat pergunta preocupado.

-Estou... acordei meio ruim hoje, acho que comi algo estragado, sei lá.

-Hum... -Ele fica em silencio alguns segundos.

-O que foi? -Pergunto curiosa.

-Será que foi alguma comida estragada mesmo?

Não entendo seu tom quase... acusatório?

-Olha, Amélia, você demorou quase um mês para contar sobre o casamento, eu não posso acreditar que vai demorar para contar sobre a gravidez também! Isso já é vacilo da sua parte! -Sua voz sai cheia de indignação.

-Do que diabos você está falando, primo? Eu não estou.... grávida.

Digo com convicção, mas se eu parar para pensar, minha menstruação atrasou esse mês, se bem que enquanto Cris esteve em coma, ela deixou de ser regular pelo estresse que eu sofri. Merda, não sei o que pensar!

-Amélia, o que você acha de irmos até uma farmácia e fazer um teste rápido... só para descartar? -Agora é Marcela quem oferece. Eu não posso acreditar nesses dois!

-Olha gente, serio mesmo, eu devo ter comido alguma comida estragada, ou sei lá... desenvolvi uma alergia a camarão... mas eu não posso estar grávida!

Escuto uma bufada e de repente a porta do banheiro se abre com um baque.

-Escuta aqui prima, você vai fazer esse teste de gravidez, você queira ou não! Eu preciso saber se tem um priminho novo a caminho!

Dou risada de Pat, ele é tão dramático as vezes! Concordo em fazer o bendito teste depois de almoçar, só para tirar os dois da minha cola, mas sei que não vai dar em nada.

Terminamos nosso almoço conversando entre garfadas e me segurando para não vomitar de novo com o cheiro do camarão.

Depois de pagar a conta, vamos direto para uma farmácia e Pat pega quatro testes de gravidez diferentes, que exagerado!

-É para ter certeza. -Ele se defende.

Vamos até o apartamento de Cris.... ou melhor, nosso apartamento, e peço para que os dois exagerados me esperem na sala enquanto eu bem.... vou fazer xixi nos quatro palitinhos.

Me concentro até que consigo fazer os quatro testes. Os coloco um por um em cima do vaso e espero os cinco minutos mais longos da história da humanidade.

Quando o tempo passa, finalmente me permito olhar para os testes e.... mas que.... PAT, MARCELA!

Eles irrompem no banheiro quase me atropelando.

-O que isso significa? -Aponto tremendo para os testes que mostram duas linhas vermelhas cada um.

-Oh meu Deus! -Marcela exclama.

-Parabéns, mamãe. -Pat me abraça.

Estamos gritando como loucos quando Cris aparece correndo e assustado dentro do banheiro.

-Mas que diabos está acontecendo? Pensei que você estivesse em perigo, droga! -Ele me abraça e me beija, sua respiração acelerada. Pat e Marcela seguram o riso e só então ele percebe a fila de testes em cima do vaso.

-Esses por acaso são...

-Sim! Você vai ser papai cunhado!

-PAT! -Marcela o repreende.

-Desculpa Mel, não consegui me segurar! Estou tão feliz!

-É sério isso meu amor? -Cris me pergunta em dúvida.

Balanço a cabeça para cima e para baixo, sem conseguir pronunciar uma palavra coerente.

-Oh meu Deus! Eu vou ser pai! Amélia, eu vou ser pai!

Ele me levanta e rodopiamos enquanto me beija apaixonadamente. Eu não consigo assimilar que vou ser mãe, mas só de ver o rosto transbordando de felicidade de Cris, sinto que esse é o melhor presente que vou poder dar a ele.

-Eu te amo e te amarei para toda a vida, Cristopher Swansen! -Digo antes de beijá-lo.

-E eu te amo e te amarei até a eternidade Amélia Regins.

7 ANOS DEPOIS

-Mamãe! Onde está o meu caminhão de bombeiro? O Jonah gosta muito dele, não posso perder!

Melissa minha Cris em miniatura de olhos caramelo aparece enfadada no meu campo de visão. Desde que eu contei a ela que ela tinha um irmãozinho que agora está no céu, ela insiste em que ele conversa e até brinca com ela. Pelo visto ele tem até um brinquedo favorito.

Desde que o dia em que pedi a Jonah que trouxesse Cris de volta para mim, eu nunca mais sonhei com aquele lugar, nem senti aquela brisa tranquilizante. No começo me senti muito triste, era como se estivesse perdendo meu filho pela segunda vez, mas depois entendi que ele já tinha cumprido a sua missão aqui na terra, e agora podia descansar. Ou pelo menos era o que pensava.

-Meu amor, olha debaixo da sua cama, você e seu pai estavam brincando com ele ontem de noite. -Dou um beijo na sua bochecha.

-Eu já olhei lá! Não está. O papai deve ter escondido de mim, de novo!

Cris costumava fazer essas brincadeiras com Mel, ele escondia os seus brinquedos e depois subornava a filha com beijos e abraços para dizer onde estavam. Ele ama loucamente sua pequena cópia que agora está ainda mais emburrada.

Ela procura por um lado e por outro, até que finalmente encontra o carrinho debaixo do sofá.

-Papai! Você que colocou ai! -Ela aponta acusadoramente para meu marido que está deitado no sofá olhando a cena com diversão.

-Não Mel, não fui eu dessa vez, juro! -Ele segura o riso e sei que está mentindo.

-Foi você sim, mas não importa, porque eu tenho um segredo e não vou contar para vocês. -Ela solta uma risadinha travessa atiçando nossa curiosidade. Menina esperta.

-Se você não contar eu vou chamar o doutor cosquinhas! -Cris ameaça se levantando do sofá.

Mel olha para mim buscando proteção, mas eu levanto minhas mãos como quem diz "você está sozinha nessa querida".

-Traidora! -Ela diz e sai correndo.

Onde aprendeu essas palavras?

Corro atrás dela e de Cris e quando chego no quarto completamente azul e cheio de borboletas, Cris está fazendo cosquinhas na sua barriga e suas risadas são como um balsamo para meu ouvido.

-Tá bom, tá bom! Eu conto! Você ganhou papai!

Cris dá um beijo estalado na sua barriguinha e se levanta esperando que ela diga o seu grande segredo.

-Jonah me disse que eu vou ter um irmãozinho!

Cris olha para mim assustado provavelmente em um reflexo da minha própria expressão e se levanta rápidamente com as chaves na mão. Com Melissa cantando feliz na cadeirinha do carro, corremos para a farmácia mais próxima.

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