Capítulo 9

-Oi...
-Olá.
-Eu estava indo te dar boa noite, justo agora.

-Eu... vim ver se você está confortável.

Cris olha pra mim de cima em baixo e franze a testa, descontente com algo.
- Você não trouxe roupa para dormir... toma pode dormir com minha blusa.

Diz ele já tirando a blusa branca de algodão. Eu não consigo tirar os olhos do seu corpo musculoso, mais ainda da sua bendita tatuagem que se esconde no elástico da sua calça. A única coisa que consigo ver é algo como se fosse chamas saindo pelo coz da cueca. Acho que posso estar babando nesse exato momento.

-Você vai ficar me encarando ou vai pegar a bendita blusa Amélia?
Droga!

-Des...desculpa... e obrigada. Bom boa noite Cris, espero que você durma bem. - digo envergonhada. Devo estar igual um pimentão.

Fecho a porta e tiro minha roupa, ficando só de calcinha. Antes de colocar a blusa, a levo ao meu nariz e aspiro sua fragancia amadeirada, esse homem sim que cheira bem!

Coloco a peça fria e sinto um arrepio em todo o meu corpo... Coisas sujas passam pela minha cabeça, eu nunca pensei em nada assim, nem quando estava com Alex.

Lavo meu rosto com água fria e escovo meus dentes rapidamente. Preciso dormir. Deito na grande e macia cama e fecho os olhos. Os pensamentos ainda fluindo, me perseguindo. Dou voltas e mais voltas pela cama, mas sinto calor, não consigo dormir. Tento ler um livro qualquer, acabo lendo uns dez capítulos, e ainda sim o sono não vem. Olho no celular e me assusto ao ver que já é quase duas da manhã, ou seja fiquei quase duas horas lendo! O que faço pra conseguir dormir?

Ando pelo quarto, repassando todo o dia de hoje na minha cabeça, quando lembro que as caixas de chá estão aqui no apartamento. Em cima do balcão da cozinha pra ser mais exata.
Decido fazer uma xícara de chá de camomila pra ver se finalmente consigo dormir.
Abro a porta e espio por debaixo da porta do quarto de Cris. A luz está apagada, ele já deve estar dormindo.

Vou até a cozinha e acendo somente a luz do fogão. Encho uma chaleira com água, deixando a tampa aberta para não apitar (essas chaleiras fazem um barulho insano), enquanto procuro por uma xícara. Abro as portas debaixo do balcão e não encontro nada. Vou abrindo todas as portas do armário de cima, até que encontro a bendita. As benditas pra falar a verdade. Dentro do armário há pelo menos umas vinte xícaras de todas as cores e desenhos. Escolho uma com listras azuis e brancas, amo a cor azul, por que me lembra a Jonah.

Coloco um pouco de água fervendo e afundo a bolsinha com ervas, esperando até que a água fique da cor amarelada da camomila. Coloco três colheres de chá de açúcar, gosto do meu chá bem doce e quem sabe assim durmo bem.

Me recosto no balcão que separa a cozinha da sala, fico de costas para a sala e para os quartos. Admiro a cozinha de Cris. É enorme e cheia de aparelhos eletrônicos que nunca vi. A geladeira é daquelas side by side e prateada. Não tinha prestado atenção na casa dele ainda. Não vi como é a sala, está tudo escuro.

Imagino uma pessoa vivendo sozinha nesse apartamento. É muita solidão. Mas quem sou eu pra falar, também vivo só.

-Será que estou sonhando?

-Droga Cris! Você me assustou!

-Amélia? O que você está fazendo na cozinha a essa hora?

-Não podia dormir, então resolvi fazer um chá de camomila, espero que você não se importe...

-Não me importo, na verdade eu também vim fazer um chá pra mim, não consegui dormir. Mas ai venho na cozinha e a encontro assim...

Cris me diz tudo isso olhando para meu corpo, e nesse momento lembro que estou somente com sua blusa e com uma calcinha.

-Qual é Cris, vai me dizer que nunca viu uma mulher vestida desse jeito?
Digo apontando pra mim mesma. Parece que estou calma, mas devo estar vermelha até o dedão do pé.

-Não uma tão linda.

-O...o que você disse?

Eu escutei bem? Ou foi só minha imaginação?
-Nada...eu...vou fazer meu chá.

-Tudo bem -digo um pouco sem ar - tem água quente na chaleira.
Nessa conversa toda, acabei mudando do balcão para a pia, bem ao lado do fogão. Cris fica bem na minha frente, tão perto que se eu quiser posso lamber o seu queixo. Ele estica a mão e abre a porta para pegar uma xícara, tudo isso lentamente, o que me deixa suando frio. Logo ele coloca água na xícara e abre outra porta ao lado da que estão as xícaras, ainda na minha frente. Estou totalmente paralisada.

-Droga, não tenho chá. Será que posso pegar um dos seus? -ele me pergunta ainda olhando dentro do armário, como se fizéssemos isso todos os dias.

-Cla...hum, claro que sim, ai estão em cima do balcão. -digo quase engasgando com as palavras.
-Obrigado.

Cris coloca a bolsinha de chá dentro da xícara, mexe um pouco com a colher e o toma.
-Você não vai colocar açúcar?

-Não bebo nada com açúcar.
-Nem café?

-Nada, Amélia, pricipalmente café.
-Eca. Eu adoro meu chá super doce, coloquei três colheres hoje, para ver se consigo dormir...
-Tanto açúcar vai te fazer mal.
Eu não tenho resposta pra isso. Ver ele tomando um simples chá, me incendeia. É tão sexy e tão... comum.

Cris termina de tomar sua bebida, e vem na minha direção, meu coração parece que vai sair pela garganta. Ele coloca lentamente sua xícara dentro da pia, tudo isso a centímetros de distância de mim, e me surpreende com uma pergunta:
-Já terminou de beber? -ele diz apontando para minha xícara vazia.
-Sim.

-Que bom, porque eu estava querendo muito fazer uma coisa.

-O que?

-Isso...
Ele me pega pela cintura e me da um beijo tão quente, que acho que se ele não estivesse me segurando, eu cairia no chão como uma fruta madura. Ele me pega no colo e me coloca no balcão, jogando tudo o que tinha nele, no chão.
Nos beijamos por uns cinco minutos, parando por alguns segundos só para respirar, voltamos a nos beijar e somente nos separamos para que ele possa tirar minha blusa.

-Caramba! - diz ele já indo beijar meu pescoço e descendo para meus seios.
-Droga Amélia, você tem um cheiro viciante.

Esse homem vai me matar. Ele beija os pequenos botões rosados dos meus seios por mais alguns minutos, até que me levanta do balcão e por reflexo passo as pernas na sua cintura. Posso sentir sua ereção pulsando contra meu centro. Vamos em direção ao seu quarto. A porta é aberta com um chute e ele me coloca sobre o colchão tão macio quanto o outro. Minha calcinha escorrega pelas minhas pernas, e Cris volta dando beijos pelas minhas coxas até chegar no meu núcleo. Estou ficando doida, ele me provoca até quase chegar no orgasmo e depois para. Eu não sei quanto vou aguentar.

-Por favor Cris, não faça isso comigo!
Praticamente imploro para que ele me penetre.
-Paciência, Amélia. Antes eu preciso deixar algo bem claro: eu não estou buscando relacionamento serio, não leve isso como um insulto, eu só não quero te iludir. Hoje eu só preciso descarregar minhas energias.

-Eu também não estou à procura de relacionamento sério, eu só preciso que você...já faz tanto tempo que não...só por favor...
Imploro pela segunda vez em menos de dez minutos.
Cris tira o boxer e por incrível que pareça, minha atenção vai pra tatuagem na sua perna. Finalmente posso descubrir o que é: uma ave fênix. Como não pensei nisso antes.
Ela é tão linda, e tão sexy. Ele fica parado na minha frente como se quisesse que eu veja toda a sua glória. Ele vem subindo devagar em cima de mim, como um predador prestes a dar o bote na sua presa.

-Vamos Cris, você está me deixan...oh por Deus!
Ele não me deixa terminar a frase, porque me penetra tão profundo que chego a revirar os olhos. É uma sensação tão boa, como... como estar em casa. Eu não menti pra ele, eu realmente não estou preparada para ter uma relação séria, mas quem me impede de me divertir um pouco? Já passaram anos desde a última vez que fiz amor com alguém...

Ele se movimenta lentamente, me beijando por todo lado: pescoço, boca, orelhas, seios, abdômen... e eu, sinto que estou prestes a cair em um abismo e sem para-quedas.
-Mais rápido! -digo ofegante.

Cris aumenta a velocidade e as coisas começam a pegar fogo. Sinto pequenas gotas de suor caindo sobre mim. Levanto minhas pernas e as engancho sobre sua bunda durinha, isso faz com que ele chegue mais fundo, nos levando à beira da loucura.

Eu não consigo me controlar e gemidos começam a sair da minha boca, ao mesmo tempo em que rugidos saem do homem em cima de mim. Ele vai cada vez mais rápido e uma sensação borbulhante vai crescendo dentro de mim.

-Já estou quase lá! -praticamente grito.
Cris vai mais e mais rápido, é como um trem desgovernado e sinto que a colisão está próxima.
-Você é tão apertada! -Cris rosna pra mim e eu me incendeio mais.
Ele dá mais algumas estocadas profundas, até que eu grito chegando no êxtase, alguns segundos depois ele solta um grunhido, quase como um urso raivoso. Ele desaba em cima de mim, ambos respirando agitados pelo esforço.

Ele fica nessa posição até que começa a ficar muito pesado.
-Você está me esmagando Cris!
-Desculpa! - diz ele saindo lentamente de cima e de dentro de mim. Nesse momento sinto um vazio enorme.
Ficamos assim deitados lado a lado por alguns minutos sem dizer nada, até que decido que devo ir dormir.

Me levanto pegando minha calcinha e vou em direção à porta.
-Aonde você pensa que vai? - Cris me pergunta deitado de lado e se apoiando em um braço.
-Vou dormir... estou muito cansada e amanhã tenho que levantar muito cedo para ir até a minha casa, me trocar e ir para a empresa. Infelizmente não sou chefe que pode chegar mais tarde...

-Tudo bem. -Diz ele sem nem me pedir pra ficar.
Parte de mim fica triste, mas a outra parte lembra que eu aceitei ficar com ele sem compromisso.

Visto minha calcinha e deito assim mesmo sem blusa, de qualquer forma Cris ja me viu pelada.
Alguns minutos depois, sinto a cama afundar e dois braços quentes me puxam de encontro a um peito duro.

-O quê você...
-Shhh, só dorme Amélia.
E foi o que eu fiz. Dormi como nunca tinha feito: tranquila e sem pesadelos.

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