Capítulo 4
Depois que deixou a casa de Miguel, ele foi diretamente para o seu apê. Quando chegou, correu para o banheiro, tomou um longo banho. Vestiu uma calça preta, uma camisa branca com detalhes azuis e o seu All Star e passou o seu perfume favorito, Kaiak.
Ao encontra-se impecável, ele deixou o seu apê e foi na direção da faculdade. Todo caminho ele pensou no seu adorável loirinho, eles estavam namorando, isso era uma maravilha, ele precisava encontrar Daniel para contar a novidade, mas com certeza o mesmo já estava na faculdade, pois ele já estava atrasado.
Quando ele chegou ele estacionou o seu Ecosport no estacionamento da faculdade e se dirigiu para a entrada, mas uma mão no seu ombro impediu de andar, ele se virou e deu de cara com uma sorridente Amanda, a mesma era a sua colega de classe.
— Gustavo! Quanto tempo! — Disse o abraçando de surpreso, o mesmo ficou sem jeito, mas para não ficar sem graça ele retribuiu o abraço.
— Pois é Amanda! Como foi o seu final de semana? — Indagou depois que se afastaram.
— O meu final de semana foi ótimo, só faltou você lá! — Disse sorrindo.
— Pois é! — Gustavo disse passando a mão na nuca. — É melhor a gente ir para sala, eu estou um pouco atrasado. — Disse sem graça.
— Que isso, nos dois está, vamos juntos! — Disse pegando no braço dele e os dois começaram andar na direção da sala.
Gustavo viu Daniel indo para sua própria sala e esse olhou sem entender para ele, e Gustavo fez com a mão que a mais tarde era para os dois se falarem.
Gustavo achava aquela garota até legal e linda, mas odiava o fato que era ficava muito pegajosa com ele. Os dois entraram na sala de aula, e por sorte, o professor da primeira aula ainda não tinha fechado. Foram ocupar os seus lugares, e claro, Amanda sempre fazia questão sentar pertinho dele.
— Fiquei triste que não foi à festa de Rick. Perdeu! Teve de tudo. — Ela disse. A mesma tinha cabelos loiros, mas diferente de seu Miguel, eles eram descoloridos. Nada contra, ela realmente ficava bem de loiro.
— Eh! Eu já tinha compromisso com meus amigos. — Gustavo disse.
Ela sorriu. — Conhece o Flávio do curso Psicologia? Então, ele deu maior beijo no Paulinho no meu da festa. Nada contra, não sou preconceituosa, mas ninguém esperou que ele agisse tão descaradamente.
Gustavo esforçou para não revirar os olhos. Por que aquelas pessoas diziam não serem 'preconceituosas', mas mostravam desdém quando referiam ao ato homossexual.
— Não vejo nada demais. Se casal hétero pode praticamente transar na frente dos outros, por que teria problema casal mesmo sexo? — Gustavo disse. Pela expressão chocada da menina, ela não gostou, mas ele realmente não importou. Ele suspirou aliviado quando o professor entrou na sala. Estava no quarto ano da faculdade, e no próximo começaria fazer sua residência, onde aprenderia as coisas na prática. Uma espécie de estagiário.
Ele retirou o tablet da bolsa. Amanda viu que ele não daria mais atenção para ele, e tratou de pegar seu caderno. As duas aulas seguintes transcorreram normalmente. A primeira fora chata, mas até que a segunda teve seu lado interessante. Um pouco antes da aula termina para o recreio, seu tablet vibrou anunciando que havia recebido mensagem. Gustavo havia vinculado seu tablet e celular, e isso permitia que pudesse ler seus torpedos, wattsap e email tranquilamente, além de entrar no facebook. Disfarçadamente leu, e não pode impedir o sorriso.
"Oi Gu... Como está a aula? Muito conteúdo?"
Gustavo não resistiu em responder: "Oi gatinho. Quase terminando a segunda aula. Já estou com saudade. Aqui, vou contar para Dan sobre nosso namorado, ok? Por que ele me deu altos conselhos"
À resposta demorou um pouquinho. "Tudo bem. Ele é nosso amigo, e acha que ele não terá problema por sermos dois homens juntos, tudo bem! Vou deixa estudar... Beijos".
Gustavo digitou rapidinho. "Beijos..."
— Com quem tanto falar? — Amanda perguntou.
Gustavo fechou a mensagem. Odiava pessoas intrometidas. — Oh, a aula terminou. Tenho procurar um amigo. Até depois. — Ele levou a mochila consigo, para garantir que ninguém mexeria, e saiu em buscar de Daniel. Precisava falar com ele.
Ele procurou Daniel pelo pátio e o encontrou sentando num banco rodeado de garotos
— Daniel? — Disse quando se aproximou, os garotos que estavam perto de Dan olharam para ele, o mesmo se sentiu sendo invadido pelos olharem o fazendo ficar sem jeito, Daniel que estava segurando um caderno o olhou e sorriu.
— Depois a gente se ver e explico melhor o conteúdo, ok? — Disse Daniel, Guto só os viu assentir com a cabeça. Eles andaram até a cantina e compram um lanche e se sentaram numa mesa afastada. — Me conte o que houve, pelo sorriso no seu rosto, deu tudo certo, neh?
— Acertou em cheio! Cara, quando eu cheguei à escola dele um nervosismo me bateu, mas eu não recuei. Levei o para a sua lanchonete favorita onde me declarei e para minha surpresa e felicidade, ele disse que me ama e... Estamos namorando! — Disse explodindo de alegria.
— Cara! Estou muito feliz por você! — Disse Dan fazendo batendo a sua mão na de Guto. Daniel estava muito feliz, pois ele via que eles eram apaixonados um pelo outro, finalmente eles se acertaram e estão namorando. — Eu sei que tem mais, desembucha! — Declarou.
— Depois que comemos, fomos para sua casa, pois eu sei que ele é menor e precisava avisar a sua mãe! Ela acetou numa boa, e disse umas regras que são mais que certas, eu acatei, e vou segui-la, tudo para ter Miguel para mim. — Ele ficou calado por uns segundos, mas voltou a falar, pois Daniel estava olhando para como se dissesse:
— Conte o que está escondendo, eu sei que tem mais! — É finalmente nos beijamos... Caraca, foi o melhor beijo que tive na vida, os lábios dele é tão macio... Cada detalhe do beijo, com certeza eu me apaixonei mais! — Gustavo falava com um sorriso bobo no rosto.
— Ae?! Então tenho que provar também... Aii!
Gustavo ouviu o que ele disse e deu uma tapa na nuca dele. — Ninguém toca nele, ninguém beija aqueles lábios, o paquera, o deseje além de mim... Vai tirando o seu cavalinho da chuva, pois Miguel, lindo, perfeito, fofo é todo meu!
— Muito convencido não?! Mas eu estava brincando, eu vejo Mi como irmão caçula... Para quem já beijou o irmão isso não vem de nada. — Disse fazendo Gustavo rir. — Eu fico muito feliz mesmo por vocês dois, e precisamos avisar a Lucas, contarmos a ele, ele é meio cabeça dura, no começo com certeza vai relutar, mas vai aceitar.
— Cara, eu tinha esquecido se desse detalhe, espero que ele aceite, pois não quero perder ele como amigo, e não quero que Miguel fique triste se ele não aceitar. — Ele vai aceitar... E bem... Vou contar a ele também que sou Bi, mas acho que no final a gente vai ser surpreendida.
Gustavo olhou apreensivo. Sabia como Daniel amava o irmão e perdê-lo seria difícil. Os dois havia perdidos os pais em um acidente a cinco anos, e Daniel havia praticamente criado o irmão.
— Luc é cabeça dura, mas jamais viraria as costas para você. — Gustavo disse.
Eles ficaram mais um tempinho conversando até que o sinal ecoou e foram obrigados a retornarem para sala de aula. Os restos das aulas terminaram sem grandes acontecimentos, e na saída, Daniel foi carona com Gustavo para casa.
Eles ficaram conversando sobre suas bandas preferidas e o que poderia fazer no próximo final de semana.
Levaram quarenta minutos para chegar a casa, e quando Gustavo estacionou seu carro na garagem do prédio, Daniel virou para ele.
— Você saber que Miguel é virgem? Ele é novinho... — Daniel disse.
— Eu sei... Eu vou levar as coisas com calma. Já transei com homem antes, e sei como funcionar... Mas prefiro levar tudo calmamente. — Disse. Ele pegou sua mochila e saiu do carro, sendo acompanhado por Daniel.
Ao entrarem no elevador, Dan apoiou a cabeça na parede. — Que inveja...
Guto olhou curioso. — Pelo o que? Por eu ter Miguel? Tire os olhos, ele é meu e sou alguém ciumento.
Daniel caiu na gargalhada. — Ele vai sofrer contigo. Não é isso babaca. Eu digo... Ter alguém... Ama... — Disse sério.
— E Roberta? — Gustavo perguntou. Roberta tinha sido a última namorada de Daniel, e que havia durado mais tempo. Ele ficou com ela por nove meses.
Ele fez cara de desgosto. — Ah, mulheres são complicadas. Eu as amo... Um seio... Mas porra, TPM e mudança de humor é um saco. Por que não posso ter os dois em apenas uma pessoa?
Gustavo olhou surpreso. — Eh... Somente ficar com transexual... Saber... Vista de mulher... Mas tenha pênis? — Disse.
Daniel deu os ombros. — Sei lá... Acho que nenhum homem ficaria fofo vestido de mulher ou iria parecer verdadeiro.
O elevador apitou, anunciando o andar. Os dois saíram e despediram. Gustavo entrou em seu apartamento e Daniel no seu. Ao entrar, encontrou seu irmão deitado no sofá vestido apenas uma bermuda curta e tecido, enquanto assistia a um filme.
— O que está vendo? — Daniel indagou. Jogou a mochila canto perto da porta e empurrou as pernas do irmão, sentando e depois as colocando em seu colo.
— Fenômenos Paranormais, sabe, eu me amarro num filme de terror! —Lucas não tirava o olhar da TV.
— Huhum, ainda me lembro do seu primeiro filme de terror... Como era o nome mesmo?! Ahh! Lembrei-me! O Iluminado... Lembro muito bem que de noite você não conseguiu dormi e correu para o meu quarto e me agarrou e apertou tanto que quase que fiquei sem ar... Eii! — Disse depois que Lucas bateu a sua almofada em Daniel e começou a rir.
— Tá, como foi o seu dia preguiçoso? — Indagou jogando a almofada de volta para Lucas.
— Bem preguiçoso, passei o dia nesse sofá, assistindo filmes, sabe né, sustentado pelo irmão da nisso!
— Ah seu safado! — Sorrindo, Daniel começou a fazer cocegas nos pés de Lucas o fazendo gargalhar e se mexer no sofá, só que não foi muito tempo, pois o mesmo se mexeu tanto que caiu do sofá fazendo Daniel ri.
—Você me paga! — Disse raivoso, e ligeiramente se levantou e pulou em cima de Daniel e começou a revidar e começou a fazer cocegas nele. Depois de um tempo os dois cansaram, mas os mesmos tinham um enorme sorriso no rosto. Daniel adorava aqueles momentos com Lucas, ele amava o irmão e estava com medo da reação do mesmo quando contasse tudo. — O que houve? Você estava sorrindo e de repente ficou sério, algum problema? — Disse saindo do colo de Daniel e se sentando do seu lado, mas nunca tirando os olhos dele.
— Bem Luc, eu preciso te contar uma coisa, uma coisa que guardei em segredo por anos. — Lucas nesse momento o olhou surpreso e um pouco triste, pois os mesmos nunca guardavam segredo. — Não me olha assim! — Disse dando um sorriso de lado e o mesmo passou a mão no cabelo rebelde de Lucas. — Me entenda, eu vi que era melhor não te contar antes, mas algumas coisas aconteceram, e você precisa entender, e precisa-me entender.
— Está me deixando preocupado Dan, o que houve?
— Lucas... Desde criança eu sabia que eu era diferente, eu sempre gostei de meninas, mas também comecei a reparar nos meninos. Eu era criança e não entendia isso, mas fui crescendo e fui vendo que eu me sentia atraído por ambos os sexos. Deixou-me muito confuso, pois eu gostava beijar meninas, mas um dia eu beijei um garoto e eu amei, amei tudo, o que estou querendo dizer Luc... Que sou bi, já namorei meninas, rapazes, eu não contei antes por medo da sua reação. —Daniel quando falava não tirava os olhos da sua mão, o mesmo estava com medo à reação de Luc.
Lucas ajeitou-se no sofá, sentando ereto. Seus olhos estavam fixados em seu irmão, mas não expressava nenhuma reação.
Daniel sentiu apreensão crescer. Não queria seu irmão o odiasse... Ou não aceitasse quem ele era. Lucas era tudo que tinha.
— Fale alguma coisa Lucas! Lucas... — Chamou desesperado. Aquela agonia crescia dentro de si a cada instante.
Lucas levantou do sofá e deu alguns passos para longe de seu irmão — Que caralho de brincadeira é essa. — Ele praticamente gritou.
Daniel sentiu um bolo forma em sua garganta.
Ele levantou e encarou o irmão duramente. — Abaixe esse tom de voz. Ainda sou seu irmão mais velho.
— É um fodido de gay... Um gay?
Daniel grunhiu. Ele deu os passos que faltavam até Lucas e deu sonora tapa a face dele. — Nunca pensei que fosse um homofóbico. Nossos pais teria decepção de você, por que eu estou. Gay, hétero... Lébisca... E apenas um rótulo que as pessoas colocam. Eu sou seu irmão, e independente se gosto de homem e mulher, não mudei.
Daniel não esperou por uma resposta de Lucas, ele saiu da sala em sentido ao seu quarto. Ele precisava de um banho e dormir. Sabia que não conseguiria dormir, não quando seu coração doía.
Lucas seguiu com Daniel indo para o seu quarto... Daniel, o seu amado irmão mais velho, o seu adorado irmão, que sempre o ajudou, deu carinho e o mesmo lhe contara a pouco que era Bi, Bi... Essas pequenas palavras martelavam a sua cabeça, o seu irmão gostava de beijar outros rapazes, gostava de tocar corpos masculinos, só de pensar nisso trazia um sentimento de repugnância em seu ser... Lucas suspirou e caminhou em volta da sala, ele olhou para a porta do quarto de Daniel e parou.
— Isso não pode ser verdade! — Disse para si mesmo.
Ele não podia aceitar de jeito nenhum, quando descobrirem que Daniel é isso? O que iam pensar? O que Guto e Miguel iam pensar? Lucas pela ultima vez olhou a porta de Daniel e caminhou para porta e sendo assim, saio do apartamento, e sabe lá aonde ele iria, o mesmo estava com pensamentos a mil, estava com vontade de chorar, de bater em Daniel para tirar isso dele, mas ele sabia que isso não era o certo, ele precisava ficar longe do seu irmão, mas a pergunta de mil reais era, para onde ele ia?
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O sol raio no horizonte mais rápido que Miguel gostaria, e quando sua mãe praticamente esmurrou a porta para acordá-lo, ele quis gritar. Somente despertou quando tomou um banho e terminou arrumar para escola. Quando enrolou sair da cama, acabou não dando tempo tomar café da manhã.
Sua mãe deu carona até a escola e lhe deu vinte reais para que lanchasse algo. Deu um beijo em sua mãe e correu para escola. Ele precisava contar a novidade para Yumi.
Ele entrou correndo pelo portão e acenou para o guardinha – que era um senhor simpático. Miguel era um garoto bem popular na sua escola, mas ele realmente não importava com isso, apenas era ele mesmo.
Entrou na sala e sorriu ao ver seus dois melhores amigos na escola. Sentou na cadeira ao lado dos outros dois, e deu sorriso radiante.
— Vai nos contar à novidade que disse no torpedo ou não? — Valentina perguntou. A menina tinha os cabelos loiros, mas eram sutilmente ondulados na ponta e ai até meio das costas. Seus olhos mel podiam ficar esverdeados dependo da claridade. Era uma das meninas mais bonitas da escola, e mesmo muitos a achassem metida, a verdade que não dava atenção para muitos.
— Eu estou tão feliz. — Miguel disse batendo os pés no chão.
Yumi olhou curioso. — Tem algo haver com Gustavo? Eu que foi embora com ele ontem.
O moreninho era praticamente mascote do grupo. Yumi era jovem descente japonês, e tornava mais fofo por serem baixinho e magro, além da pele pálida, os lábios rosados e os cabelos negros que caíam lisinhos iam até meio das costas.
— Eu estou oficialmente namorando. Foi tão lindo. Ele declarou que me amava... Mal pude acreditar. E então eu disse que o amava também. — Miguel disse.
Ele não saia contando na escola que era gay ou amava Guto, somente seus dois melhores amigos sabiam. Valentina poderia se chamada de fujoshis, amava ler mangas, livros e filmes temática gay, e dizia que Yumi e Miguel tinham arrumar amorados lindos e bem semes.
— Vai me deixar assistir transar de vocês? Deve ser melhor que filme. — Ela disse com seu jeito incorrigível.
Miguel corou. — Sua pervertida. Não transamos e vai demorar... E não deixarei que veja. — Falou meio escandaloso.
— Valentina, deixa de ser tarada muier! — Disse Yumi com as bochechas vermelhas. — Continue Mi, fico muito feliz em saber que finalmente você estar com Gustavo! — Disse suspirando.
Rindo pelo bico de Valentina deu, Miguel continuou a falar.
— Estou muito feliz, doída para falar com ele... Depois que eu mandei o torpedo para os dois, Guto mandou um tão fofo para mim, dizendo que estava com saudades e passamos a trocar torpedo até a madrugada, eu não queria terminar a nossa conversa, mas teria que ir dormi, se não eu não acordaria cedo para vim para escola. — Disse rindo.
— Anw... Eu quero ver esses torpedos. — Os olhos de Valentina estavam brilhando. — Você namorando... Falta só o Yumi achar um belo de um seme! E o seu Miguel... É um seme...! — Disse suspirando.
— Sua louca. — Miguel bagunçou o cabelo dela, a fazendo soltar um gritinho. — Mas você estar certa... Yumi... Em quem você estar de olho? — Disse olhando para ele.
Yumi rapidamente ficou com as bochechas vermelhas. — Ahh... Ninguém! — Disse tímido.
— Com essas bochechas vermelhas, e essa fala mansa... Tem seme na parada sim, vai desembuchar. Quem é o cara que roubou o seu coração? — Disse Valentina, mas na mesma hora a professora de física entrou, fazendo no mesmo instante o barulho da sala se dissipar.
Valentina deu um olhar ameaçadoramente para Yumi, o fazendo se encolher na cadeira, Miguel estava vendo aquilo e riu silenciosamente.
Depois que as três primeiras aulas terminaram eles foram para o pátio, os três juntos. Os dois estavam conversando sobre o assunto de história mais um toque do celular de Miguel os fizeram parar, Mi pegou o seu smartphone e leu o nome "Meu amor" o fazendo abrir um enorme sorriso no rosto de Miguel. Yumi e Valentina olharam com um sorriso esperto no rosto.
— Já volto. — Disse, e afastou dos amigos, mas precisamente para uma área da escola que não tinha ninguém, ficava entre algumas árvores e chão com cascalho. Ele apertou o botão verde de atender. — Oi amor...
A voz de Gustavo soou sonolenta, e Miguel apostaria que tinha acabado de acorda. Bem, era 9:30 e ele estudava a noite: — Olá meu príncipe. Dormi bem sonhei contigo.
— Eh... E o que sonhou? — Miguel não percebeu que sua voz soou manhosa. Ele arrastou o pé no chão. Gustavo soltou uma risada linda.
— Eu sonhei que tínhamos viajado para praia... E estamos nadando no mar...
Miguel deu lindo sorriso.
— Que sonho lindo. Neh, eu contei para meus amigos. Somente Val e Yumi. Eles já sabiam que gostava de você. Tudo bem?
— Sim, contei para Dan ontem. Ele disse falaria com Lucas. Espero que ele aceite... Pois não é somente sobre nós.
Miguel olhou apreensivo.
— Como assim?
Gustavo demorou responde: — Parece que Dan é Bi...
Os olhos de Miguel arregalaram. Ele nunca tinha visto o amigo com homem, sempre mulheres, e lindas. Se bem Guto também vivia com mulheres, e simplesmente declarou-se para ele.
— Uaua... Essa não esperança. Seria loucura se Luc também fosse, neh. Seriamos o quarteto inseparável. — Miguel disse feliz. Foi quando o sinal tocou, anunciando fim do recreio. — Uhh, tenho que ir... Terei terceiro tempo agora.
— Vai lá... Estude para continuar inteligente. Mais tarde ter ligo. Hoje tenho somente uma aula, então pensei passar lá para 8hs na sua casa para irmos lancha ou dar uma volta. — Gustavo disse, para alegria de Miguel que deu um pulinho.
— Sim, eu quero. Beijos. Ele finalizou ligação pesar, pois queria continuar falando com seu Guto. Sorridente, retornou para lanchonete onde encontrou seus amigos, e pegou o resto de sua coxinha, que comeu no caminho. Queria que as horas passassem rápidas e chegasse logo de noite.
Os restantes das aulas foram monótonos e quando Miguel saiu, pegou carona com a mãe de Val, que levou ele e Yumi para casa. Quando Miguel chegou a casa ele correu para o seu quarto se trocar, ele ainda escutou a sua mãe gritar para ele não correr. Depois de um delicioso banho ele saiu do seu quarto, o mesmo escutou vozes da sala, curioso Miguel andou na direção da mesma, quando chegou lá encontrou a sua mãe com uma bolsa e Lucas sentado no sofá.
— Diga a Mi... Ah ai estar você! Eu vou sair, pois teve um probleminha no restaurante e não sei de que hora volta. Não me espere!
Depois que eles se despediram e um beijo na testa por parte de Beatriz Miguel olhou para um confuso Lucas.
— O que você esta fazendo aqui Luc? Quer comer algo? Com certeza minha mãe deixou algo feito para o almoço.
— Se não for incomodar! — Disse estalando os dedos.
Miguel olhou para ele sem entender, pois Lucas nunca foi tão calado assim antes.
— Ok! Vamos para a cozinha e comemos lá e me conta o que está mordendo no pé. — Disse tentando fazer Luc rir, mas não deu muito certo, pois o mesmo só riu de lado. Os dois encontraram uma deliciosa macarronada e os dois se serviram e começaram a comer a macarronada com refringente de guaraná. Depois de duas colheradas, Miguel percebeu que Lucas já estava terminando a sua macarronada. — Se quiser mais, pode se servi? — Sorrindo sem graça, Lucas colocou mais. — Mas, me conte o que estar comendo vivo. Lucas nesse momento parou de comer e olhou para Miguel e começou a contar.
Lucas carregava olheiras horríveis e fora os olhos vermelhos. Pelo isto havia chorado. Ele colocou o garfo no prato e o olhou amigo.
— É que... Eu descobri algo... Ontem, Dan me contou algo... E me deixou com tanta raiva. Não acredito ainda que meu irmão é... Essa coisa. — Lucas disse. Sua voz mostrou-se alterada e a raiva brilhou em seus olhos.
Miguel arregalou os olhos. Sabia o que Daniel havia falado com Lucas, por que Guto comentou, então deduziu que o outro não aceitou muito bem que seu irmão era Bissexual.
— E o que ele disse tão grande? — Miguel jogou de ignorante, pois precisava saber o que passava na mente de seu amigo.
Lucas levantou e rodeou pela cozinha.
— Ele... Ele... Tenho tanta vergonha que não consigo nem dizer. — Ele puxou o ar para seus pulmões vários vezes, tentando se acalmar. — Dan disse que é Bi... Gay... Sei lá. O fato é que ele gosta de homens. Homens? Tem algo mais repugnante? Como ele... Como pode querer ficar com outro homem? Qual à graça de beijar ou transar com alguém que tem mesmos equipamentos que você?
Miguel sentiu uma dorzinha em seu coração. Se essa era opinião de Lucas, então perderia um amigo. Ele lamentou sinceramente que a mentalidade de Lucas fosse tão fechada.
— Por que é errado? — Miguel indagou.
Lucas o encarou abismado. — Como? Vai aceitar isso?
Miguel levantou e olhou sério. — Eu nunca pensei que fosse tão preconceituosos e mesquinhos. Dan é seu irmão, independente de quem ele goste. Ele não mudou ou deixou se ser um homem somente por que gosta dos dois sexos.
Lucas olhou furioso. — É errado.
Miguel olhou furioso. — Errado é você julgar e desprezar quem praticamente o criou, que sempre deu amor e foi compreensivo.
Lucas olhou ferido. — Vai me dizer que não sente asco por ver dois homens...
— Eu gosto de homens! — Miguel disse. — Já fiquei com algumas meninas, e menino... Eu namoro um menino. — Falou corajoso, e esperou o soco da parte de Lucas, mas esse nunca veio. Seu amigo olhava pasmo.
Não... Não... Não! Isso não podia estar acontecendo, não podia!
— Não... Você não é gay ou sei lá o que, não, você é o meu amigo e gosta de meninas e o meu irmão endoidou de vez... É isso!
— Lucas, se acalma e entenda de vez que eu sou gay e seu irmão também é... Você tem que aceitar isso, se nos ama.
Lucas balançou a cabeça negativamente, o mesmo se afastou quando Miguel tentou se aproximar.
— Fique longe de mim, não quero pegar essa doença... Isso virou uma epidemia, só falta Guto ser também... — Nessa hora que Miguel olhou para baixo. — Não... Ele também?! Ai Meu Deus! É melhor eu sair daqui se não eu posso pegar também!
— LUCAS! — Mas foi tarde, pois Lucas quando terminou de falar correu na direção da cozinha e Miguel só escutou a porta bater, por alguns minutos Miguel ficou paralisado e depois percebeu as lágrimas quentes descer pelo seu rosto.
Miguel ficou olhando desolado. Como poderia isso ter acontecido? Tudo parecia perfeito até agora, mas alguma coisa tinha que acontecer para estragar tudo. Eles sempre foram tão amigos, sempre estando lá para quando o outro precisava, e agora as coisas acabavam assim.
O loirinho sentou na cadeira e fungou. Não queria chorar. Não iria.
Perdeu a vontade de comer, e acabou escolhendo os pratos, jogando restante comida fora e lavou as louças. Ia ligar para Guto para contar a novidade, e depois jogar pouco vídeo game, quem saber isso o distraísse da tristeza que assolava sua alma.
Ele acabou ficando quase uma hora no telefone com Gustavo, e esse consolou e disse tudo ficaria bem no final. Prometeu contar para Daniel acontecido e que se veriam mais tarde.
Não teve ânimo para jogar videogame, então foi à casa de Yumi. Seu amigo morava no mesmo bairro, apenas algumas quadras dali.
— Ei Mi, tudo bem? Entre! — Yumi disse dando espaço para Miguel entrar.
O jovem morava com a avó, uma senhora que tinha uma loja de artesanato. Yumi era fruto de uma relação fora do casamento de seu pai. Sei pai, um empresário rico não quis mais saber da amante ou filho, e sua mãe foi embora para Japão quando Yumi tinha cinco anos. Ele acabou sendo criado por sua avó, que mesmo fosse rígida, amava verdadeiramente o menino.
Yumi levou Miguel ao seu quarto, e dos dois caíram na cama. — Foi Lucas!
— Aquele seu amigo? Que mora mesmo prédio que Gustavo? — Yumi ditou. Mesmo que ele não conhecesse o trio pessoalmente, sabia deles de tanto Miguel contar, e fora já tinha visto as fotos deles no facebook do loirinho.
Miguel acabou contando ao amigo tudo que aconteceu, e como Lucas ficou uma fera.
— Que pena. Quero dizer... Sempre dizia bem dele e irmão, que eram legais. E uma pena reagiu assim. Mas talvez ele precise apenas de um tempinho, e aceitará.
Miguel abraçou o amigo fofo. — Obrigado Yu... Sempre tendo palavras de conforto. Mas me diz, quem gosta?
Yumi corou furiosamente e desviou os olhos. — Não gosto de ninguém.
Miguel olhou desconfiado. — Já sei! Próximo final de semana vai marcar sair com Guto e meus amigos. Bem, acho que Luc não vai, mas Dan sim. Vou chamar você e Val. Quero apresenta-los. Quem saber fique com Dan, agora que descobri que ele curte homem. — Falou empolgado.
Yumi deu souquinho no ombro do amigo, mas no final caíram na gargalhada. Eles acabaram jogando vídeo game, e era em torno de 18hs quando Miguel foi embora. Queria arrumar o quarto e depois aprontar para quando Gustavo chegasse.
Continua...
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