Capítulo 28
Dia anterior...
Lucas sorria ao ver Guilherme correndo em volta da quadra. O garoto mesmo com o braço quebrado transparência pura alegria. O seu sorriso estava largo e os seus pequenos olhos brilhavam iguais as estrelas no céu enquanto os pequenos sons de risos faziam o seu coração transborda de amor.
Eles estavam ali um bom tempo, brincando ao redor de todo tipo de brincadeira, mas estava escurecendo, era hora de ir para casa. Todavia, antes disso o ruivo teve uma ideia.
— Gui! — Gritou para o garoto, que gritou de volta soltando uma gargalhada.
O garoto correu em sua direção e pulou em seus braços e com forço Lucas o segurou sem causar danos em nenhum deles.
— Cuidado, olha o seu braço, não quer quebrar o gesso, né?
Guilherme riu em resposta.
— Pivete. — Lucas fez cócegas nele e Guilherme tentou se soltar rindo.
— Para, para... Por favor! HAHAHA
— Peça pinico. — Disse sorrindo.
Já sem fôlego o garoto falou e as cócegas pararam, mas para a surpresa dele Lucas o encheu de beijos pelo rosto.
— Meu garoto. — O ruivo falou alegre.
— Me larga, pai. — O garoto soltou sem querer e ao perceber ele congelou.
O coração de Lucas acelerou. Era a segunda vez que ouvia aquilo, ele amou como na primeira vez, porém ao ver a vergonha de Guilherme, ele deu um largo sorriso e mudou de assunto. — Eu tive uma ideia.
— Que ideia? — Indagou tímido.
Ele puxou o garoto para o seu lado e começou a andar para fora da quadra.
— Que tal a gente ir tomar sorvete antes que o seu pai chegue? No caminho podemos comprar comida para a janta, lasanha, que tal?
O garoto pulou alegre. — Sim!
Lucas riu e puxou o garoto para irem para fora do condomínio.
Ao saírem do condomínio foram diretamente para a praça que tinha perto dali, onde tinha uma sorveteria. No meio do caminho, Lucas começou achar algo estranho, os seus cabelos da nuca ficaram em pé e se sentiu ser observado e com o sentimento ruim na boca do estômago ele olhou para trás diversas vezes.
Guilherme percebeu e olhou confuso para o ruivo. — O que há? Algum problema?
Lucas deu um sorriso fraco e negou. — Não é nada... Olha, estamos quase perto. O seu pai vai nos matar, mas vai amar a lasanha que iremos comprar quando formos pedir.
Guilherme riu. — O papai não vai brigar, estamos nos divertindo e sorvete é muito bom.
— Que lindos! — Uma voz família viera atrás dos dois. — Filho e pai, cadê o outro para formar o quadro da família perfeita? Em? — Leonardo, o ex de Henrique começou a bater palmas e a rir.
— Leonardo? — Guilherme falou.
— Olha, o pivete lembrar-se de mim, lindo.... Sabe pivete, eu nunca gostei de você e nem daquele lugar. Aquilo e você sempre tiraram a atenção do meu Rique, entretanto para piorar de lá ele conhece esse espantalho. — Apontou e xingou Lucas. — Mas felizmente eu tenho uma saída, uma saída que vocês não possam mais ficar no meu caminho. — Nesse momento Lucas pegou Guilherme e colocou nas suas costas.
— O que você vai fazer? — Indagou o ruivo.
Leonardo riu. — Matá-los! É a única forma para que vocês fiquem fora do meu caminho. Henrique é meu, sempre foi e vocês nunca mais intrometeram no que é meu.
— Você está blefando. — Lucas estava com medo e preocupado, via o olhar louco e assassino em Leonardo. — Olha, cara. Vamos fazer assim, você deixa a gente em paz e não dizemos a ninguém que você nos ameaçou.
— Cala a porra da boca! Seu filho da puta. — Nesse momento Leonardo pegou uma arma que estava na sua calça e apontou para Lucas. — Cala a boca. Essa é minha chance para acabar com vocês dois e nem adianta tentar sair disso, porque quem está de frente para o cano da arma é você e em qualquer momento coloco uma bala entre os seus olhos e puf, você não existe mais.
— Lucas. — Guilherme gemeu. Ele estava apavorado.
— Calma Gui, vou te proteger, nenhum louco coloca as mãos no meu filho, nenhum louco. — Lucas olhou ao redor do ambiente e se xingou, a sorveteria estava longe e para piorar não tinha nenhum sinal de trânsito na pista.
Com cautela, Lucas tentou andar para trás, todavia foi impedido por um tiro os fazendo gritar.
— Fique parado seus porra. — Gritou Leonardo. Ele estava transtornado.
Lucas ficou aliviado ao ver que o tiro tinha sido longe deles, porém mesmo assim o assustou feito uma cadela. A situação era horrível, mas tinha que arranjar um jeito de tirar o seu Guilherme aqui.
— Olha cara, eu sei que você quer o Henrique, todo mundo quer. — Forçou uma risada. — Mas se você matar o garotinho aqui, ele nunca vai ter querer, saber por que? Henrique o ama, ele é pai dele, já está feito a adoção, então é melhor você deixá-lo livre.
— Como assim?
— Guilherme é filho de Henrique e ninguém separa pai e filho, vamos fazer assim, você deixa o pivete ir e eu fico no lugar dele.
— Não Lucas. — Guilherme gritou e o abraçou.
O coração de Lucas quebrou. — Que tal cara? Por que o único que está impedindo de você ficar com ele sou eu e não o garoto.
Leonardo lambeu os lábios e olhou dele para a criança. — Não sei.
— Pensa comigo, assim é bem melhor. Vai por mim. Deixe Guilherme ir.
— Deixa eu pensar porra! — Ele gritou.
— Só pense com carinho. — Lucas piscou e sorriu. Por fora ele podia estar transparecendo calmo e sereno, mas por dentro estava uma pilha de nervos e mortalmente com medo, mas irá fazer de tudo para que Guilherme não se machuque. — Pensou? — Indagou um tempo depois.
— Não sei, eu não sei. Quero matar os dois, mas você está certo. Isso não quer dizer que não irei matá-lo em frente ao pivete.
— O quê? — Antes de Lucas poder reagir Leonardo puxou o gatilho.
Lucas escutou o zunido da bala saindo da arma e sentiu o impacto no seu corpo, no entanto, a dor não veio. Três vezes ele foi baleado e com o impacto as suas pernas fraquejaram.
Ele olhou confuso, tudo parecia lento, os seus movimentos e sem perceber caiu no chão. Olhou em volta e viu Guilherme do seu lado, gritos foram escutados e mais tiros. Ele olhou para o seu corpo e viu sangue transbordando do seu abdômen. O sono o estava o levando, parecia um bálsamo, mas antes de ir em seus braços ele sorriu para Guilherme e acariciou o seu rosto vermelho.
— Te amo filho, diga ao seu pai. — Tossiu sangue pela sua boca. — Que eu o amo, adeus. — Fechou os olhos e deixou ser levado para a morte que o recebeu de braços abertos.
— Lucas, não! — Guilherme gritou e abraçou fortemente Lucas. — Não papai, não vá, por favor pai, não vá.
—oo0oo-
Minutos antes...
Henrique cantarolava ao som de Lady Gaga enquanto dirigia para voltar para casa. Estava morrendo de saudades do seu menino e do seu ruivinho. Só de imaginar eles abria um enorme sorriso e o seu coração aquecia.
O trânsito estava tranquilo, algo inédito em São Paulo, mas não iria reclamar, já que estava ansioso para chegar em casa e ir para os braços do seu amor e filho.
A música terminou e outra começou logo em seguida e assim continuou a sua viagem, todavia algo ao lado da estrada a alguns metros chamou a sua atenção. Diminuiu a velocidade e olhou atentamente e ao ver nitidamente a cena na sua frente o seu coração disparou e rapidamente desligou a música, o carro e pegou o seu celular.
— Boa noite, qual a sua emergência?
Rapidamente Henrique deu a sua localidade. — O meu namorado e filho estão correndo perigo, alguém está apontando uma arma para ambos, por favor, venham logo.
— Calma senhor, a polícia já está a caminho. Não saia do carro, pois...
Tiros foram ouvidos, Henrique paralisou e viu o exato momento que o seu Lucas caiu no chão.
— Senhor? Senhor? Senhor?
— Mande a ambulância. — Gritou e jogou o seu celular no carro, saiu do automóvel e correu na direção deles e ao ver o cara com a arma rindo, explodiu de raiva e pulou em cima de Leonardo, o cara que atirou no seu ruivo.
— Filho da puta. — Henrique bateu violentamente no moreno e puxou a arma, com isso a mesma disparou, contudo não feriu nenhum dos dois.
— Rique! — Leonardo falou surpreso. — Meu amor.
— Seu monstro, olha o que você fez. — Esmurrou o modelo. — Você me paga, seu infeliz.
— Eu tinha que matá-lo, agradeça por não ter matado o pivete junto, mas tudo bem, já foi e agora você é meu Henrique.
— Seu louco. — Sirenes foram escutadas e rapidamente vários carros de polícia pararam.
— Largue a arma. — Henrique colocou a no chão.
— Quem que ligou? — Perguntou um policial.
— Fui eu, esse cara atirou no meu namorado em frente ao meu filho.
— Prenda-o.
— O quê? — Leonardo gritou e tentou fugir, mas fora inútil.
Henrique viu Leonardo ser algemado e rapidamente a sua atenção foi para o seu filho ao lado de Lucas.
— Filho, Lucas! — Falou ao se ajoelhar e ao ver a pele pálida, sangue derramado e o estado choroso do seu Guilherme, ele não aguentou e chorou.
— Vem cá. — Ele abraçou Gui, que o agarrou e soluçou no seu peito. — Vai ficar tudo bem filho, Lucas não morreu. Rapidamente ele tentou ver a pulsação, mas ao sentir viu que estava muito fraca.
— Precisamos de uma ambulância. — Gritou.
— Já tem uma a caminho rapaz. — Disse o policial.
— Por favor, pai, não deixe Lucas morrer, não o deixe morrer.
Henrique o abraçou ainda mais. — Ele não irá morrer, ele não é doído de nos deixar assim.
— Ele disse adeus. — Guilherme soluçou alto. — E me chamou de filho, isto foi um adeus?!
— Não meu amor, apenas o começo, apenas o começo. — Ver o estado do seu Lucas daquele jeito e escutar aquelas palavras o seu coração estava despedaçado.
Henrique beijou a testa fria do amado, chorou e em silêncio fez uma prece para que o seu amor não morresse.
Por favor Lucas, não nos deixe, nós te amamos e não aguentaremos perder você. Aguente firme, meu Ruivo, por favor. Eu te amo.
—oo0oo-
Henrique sentia o medo crescer demasiadamente em seu peito. As horas transcorreram em plena agonia, tornando-se torturantes.
Após chegaram ao hospital, Lucas foi encaminhado para a sala de cirurgia, isto havia sido há mais dez horas atrás.
Abalado, ele havia ligado para sua irmã, e esta ocupou-se em avisar os demais amigos do ocorrido, pois Rique não tinha capacidade. Ele ocupou uma das cadeiras da sala de espera com o seu filho, Guilherme, em seu colo. Após duas horas chorando, a criança havia adormecido.
Os primeiros a chegar no hospital, foram Daniel e Yuma. O irmão de Lucas estava desolado. Ele quase saiu em uma briga com enfermeira, quando ele solicitou informação do irmão, e essa fora evasiva.
Por sorte, Yuma conseguiu acalmar o namorado e o puxou para sentar consigo.
Não demorou para que Valentina chegasse com Dona Beatriz. Ao que indicava, a mulher havia ligado para seu filho Miguel, avisando o ocorrido, e descobrem que Gustavo estava com ele em Minas, e os dois chegaram dali algumas horas.
Era amanhecer quando as portas da sala de espera abriram. Os presentes levantaram ansioso pela resposta, mas desanimaram um pouco ao verem que eram seus outros dois colegas e não médico.
Miguel correu alcançando Daniel.
— Como ele está? Cadê Lucas?
— Calma, Mi! Ele ainda está na cirurgia. — Yuma disse dando tapinha no ombro do amigo.— Como está?
— Eu... Estou bem. — Miguel murmurou envergonhado. Ele ainda sentia-se mal por ter fugido e não ter despedido de seus amigos.
— Não se preocupe! — disse Val.
— Oh, Guto! Finalmente foi buscar esse moleque. — disse Beatriz para seu genro.
— Oxe, olá tia! — Eduardo disse quando saiu de detrás de Gustavo. O loiro com piercing sorriu.
— Duda! — Beatriz soltou gritinho e abraçou seu sobrinho.
— Quem é esse? — Yuma perguntou a Miguel.
— Ah, esse é meu primo Eduardo. Ele já iria mudar para cá, mas decidiu vir antes. — Ele entrou na faculdade e começa ano que vem. Veio antes para se adaptar.
Antes que pudessem prosseguir com a conversa, a porta abriu novamente, e desta vez revelou que era o médico responsável pela cirurgia. Todos aproximaram mostrando suas ansiedades.
Rique deixou Guilherme dormindo em uma poltrona para ouvir o que o médico tinha a dizer. O grupo de familiares e amigos foram um círculo ao redor do médico, todos ansiosos.
— Como ele está? Meu irmão está bem? — Daniel perguntou com a voz alterada.
O doutor era justamente o mesmo médico que havia atendido Gustavo, quando este se acidentou, e que atualmente estava saindo com Beatriz.
— Ele passou por cirurgia digital. Os dois projéteis atingiram perna e braço, que é mais simples, porém um deles atingiu o baço. Esse é um órgão que sangra muito e não te regeneração. Fizemos o possível, mas infelizmente tivemos que retirar. — explicou o doutor.
— Ele... — Henrique gaguejou.
— Vai ficar bem! Mas terá que leva uma vida de cuidados. O baço é responsável por controla, armazena e destrói células sanguíneas! Se ele, o sistema imunológico fica comprometido, por isso, ele terá se assíduo nas vacinações, ter cuidado com qualquer ferimento ou resfriado. — disse o médico.
Daniel tropeçou para trás. Ele não poderia acreditar. Seu irmão era cheio de energia, adorava se mover. Limitações nunca foram bem-vindas para Lucas.
— Ele poderá levar uma vida normal
— Sim, claro! Poderá fazer tudo que faz, mas precisa ser mais cuidadoso com a saúde. O pós-operatório é rápido. — disse o doutor.
— Podemos vê-lo! — Miguel pergunta.
— Ele está dormindo e vai demorar acordar. Recomendo irem para casa. Podem retornar amanhã, ou no caso, hoje mais tarde. — disse, considerando que em algumas horas o sol nasceria.
— Eu quero ficar! — Henrique disse desesperado.
Beatriz aproximou do jovem. — Vá para casa. Hospital não é lugar para criança dormir. Precisa cuidar de seu filho. Daniel ficará com seu irmão e quase coisa avisar. Pode retornar daqui algumas horas. — ela disse gentilmente.
Ainda que contrariado, Henrique aceitou a sugestão. O importante era que Lucas estava fora de perigo. Ele ia ficar bem. Pretendia ir para casa, coloca Guilherme na cama. Duvidava que conseguiria dormir. Antes de retornar ao hospital, pretendia ir a polícia. Queria que Leonardo fosse preso e nunca mais visse o sol nascer sem ser quadrado.
— Okay!
Daniel aproximou do namorado. — Vai com Miguel! Descanse!
— Eu quero ficar com você!
— Está tudo bem, não deixaram mais de uma pessoa como acompanhante. — disse Daniel.
— Está bem! Eu vou para casa, preciso conversar com a minha avó! Já fugir de mais em dar a ela uma resposta sobre a mudança!
—oo0oo-
Henrique soltou um suspiro cansado quando entrou em seu apartamento. Ele fez malabarismo ao abrir a porta e ainda segurar Guilherme em seus braços. Jogou a chave no aparador e seguiu para o quarto de seu filho.
Deitou Guilherme com cuidado na cama de solteiro, e depois retirou seu tênis e meia. Cobriu o pequeno corpo com o lençol e apagou a luz antes de deixar o quarto.
Ele esticou os braços para cima, estalando os ossos. O cansaço estava em dobro em seu corpo, mas duvidava que iria conseguir dormir. Não até ver Lucas acordado e rindo.
Rique seguiu para seu próprio quarto, retirando as roupas no caminho e quando entrou no box do banheiro, encontrava completamente nu. Ele relaxou debaixo da cascata de água, mas seus pensamentos estavam longe. Henrique fez tudo automaticamente.
Ao terminar o banho, não se importou em vestir roupas, ele caiu nu e sua cama e manteve-se quieto até que o cansaço o venceu e adormeceu um sono sem sonho.
—oo0oo-
Ele sentia seu corpo flutuar sobre nuvens. Sua mente parecia entorpecida e sua boca amarga. Piscou os olhos, quando sua visão foi ferida pela claridade, e quando finalmente se adaptou, ele abriu e avaliou ao seu redor.
Sua mente demorou processar a linha de pensamentos. Quando as primeiras cenas brilharam em seu cérebro, recordou de passar o dia com Guilherme, deles irem comprar o jantar e então Leonardo.
Ele moveu as mãos e tentou se levantar, somente para se empurrado para baixo.
— Shii, calma! Está tudo bem.
O ruivo virou a cabeça e deparou-se com o olhar preocupado e carinhoso.
— Dan? O quê?
— Você está no hospital. Tudo vai ficar bem! — Daniel disse.
— Guilherme? Ele...
— Ele está bem. Todos estavam aqui por você, foram embora somente depois que o médico disse que ficaria bem. — Daniel avisou. Ele voltou a sentar na cadeira ao lado da cama do seu irmão. — Você nos deu belo susto!
Lucas sorriu. — Desculpa, não queria!
— Eu vou avisar a enfermeira que acordou! — Daniel disse ao levantar-se da cadeira. — E ligar para o pessoal! Todos queriam ficar, mas foram expulsos.
Lucas soltou uma risada, no entanto, arrependeu-se quando os seus pontos doeram. Foi então que ele percebeu tinha perna, braço e seu abdômen enfaixado.
Fiel ao que falou, Daniel saiu e retornou pouco depois com uma enfermeira. Essa o avaliou para garantir que estava bem e avisou que outra enfermeira viria para lhe dar banho de esponja antes do seu café da manhã.
—oo0oo-
Miguel resmungou não querendo deixar a sua cama. Era tão bom estar em casa, em sua caminha quente.
— Miguel, levante! — Beatriz gritou da porta do quarto. O loiro assustou e acabou ficando na beirada da cama, e com isso, caindo.
— MÃE... — ele gritou enfurecido, mas foi cortado pela risada de seu primo. — Babaca!
Eduardo já havia trocado de roupa e arrumando sua cama improvisada no chão. — Levante... É meio-dia. Pensei que quisesse ir ver seu amigo.
— Oh, Luka... — Miguel disse e levantou do chão, correndo para ir ao banheiro.
Duda deu uma risada alta e deixou o quarto para ir ajudar sua tia no almoço. Eles tinham tido uma séria conversa com seus pais quando decidiu em qual faculdade se aplica. A intenção era vir para São Paulo dali dois meses, mas acabou adiantando. Queria se adaptar a nova cidade antes da aulas começarem.
Miguel não demorou muito no banho, e se arrumou rapidinho. Justamente quando seu primo terminou de arrumar a mesa, ele entrou.
— Vamos comer! Saudade da culinária de mama. — ele disse.
Beatriz deu um pequeno cascudo na cabeleira do filho. — É a única coisa que está com saudade!
— Claro que não, Mom... — Miguel chorou e foi abraçar sua mãe. — Eu morri longe de você! Oh, fiquei sabendo que está namorado. Tenho que aprová-lo antes.
— Não seja bobo! Estamos por enquanto apenas saindo. — Beatriz disse e sentou antes de servir os meninos. — Ah, isso me lembra. Seu pai ligou!
A expressão de Miguel azedou. — O que esse idiota quer
— Parece que seu irmão descobriu sua existência e quer conhecê-lo. Veio justamente trabalhar aqui na cidade!
— Não quero! — Miguel ditou.
— Não seja rígido. Pelo que entendi, ele não sabia sobre você... Aposto que teria vindo antes se soubesse.
— Ele é filho daquele homem, não deve ser boa pessoa. — Miguel clamou. Ele tinha muito rancor de seu pai. O homem já era casado e envolveu com sua mãe, criando uma segunda família, mas quando sua primeira esposa descobriu e ameaçou a tirar o dinheiro, ele abandonou Beatriz e Miguel.
Beatriz suspirou.
— Você tem mais dois irmãos. Uma menina em torno da sua idade e um garoto de 7 anos. — ela disse.
Miguel tampou os ouvidos. — Não quero saber! Vamos comer logo porque quero ir ao hospital.
Beatriz suspirou e deixou o assunto de lado. Não adiantava insistir.
Continua...
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