Capítulo 22

Capítulo 22

Ao chegar perto onde da cerca o casal avistou os seus amigos em cima de cavalos, Val e Isa andando de um lado da cerca e Lucas e Henrique num cavalo só, os dois casais pareciam que estavam em outro planeta, parecia que só tinha ele e a pessoa amada do lado, o que trouxe sorrisos para Yuma e Daniel.

— Vejo que o meu irmão finalmente aceitou os seus sentimentos.— Ei Gui!— Daniel falou sorrindo, ao chegar perto da criança, que estava escorada na cerca olhando o seu pai e o ruivo

— Como assim? Gui!

— Ei... Vocês estão molhados, estavam na piscina? Acredita que eu ainda não fui? Estou louco para da um mergulho!— Guilherme falou sorrindo.

— Sim, você deve ir, não é tão bom do que a cachoeira, mas dá para se refrescar!— Daniel respondeu sorrindo. — E ah, por que se Lucas não tivesse aceitado os seus sentimentos ele não estaria todo agarradinho em cima de um cavalo com Henrique.

— Ah!— Yuma assentiu e riu. — Verdade!

— Eles formam um belo casal!— Guilherme disse ganhando atenção dos dois. — Estou ansioso para ver os dois juntos, quero Lucas como o meu segundo pai!

— Pelo olhar de apaixonado dos dois vejo que é logo... Bom, infelizmente vamos ter que quebrar o clima dos dois, vamos almoçar!— Daniel disse sorrindo vendo o seu irmão.

— Por uma boa causa, estou morto de fome!— Gui falou logo depois arrancando risada do japa e do moreno. — Papai, Luc! Comer!— Gritou a criança.

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Ao chegarem na cozinha eles acabaram se deparando com Miguel e Gustavo aos beijos encostado na bancada.

— Ok, ok... Podem ir parando de se beijar que eu quero comer!— Lucas disse puxando Miguel dos braços do moreno.

— Eta, me larga!— Miguel reclamou tentando soltar dos braços do ruivo.

— Não, se eu largo, vocês dois vão passar o dia todo se beijando.

— Largue o meu loiro! — Guto puxou Miguel para os seus braços. Lucas deu de ombros e soltou Miguel. — E não tem melhor coisa no mundo do que ficar beijando o meu lindo namorado. — Ao terminar de falar o moreno beijou a testa e em seguida os lábios do loiro, que suspirou contente pelo ato.

— Arg, ok! Fiquem se beijando ai, tomara que acabe a comida para vocês não comerem!— Lucas estreitou os olhos para o casal.— E Marcio não se assuste com os meus amigos, eles passam a vida toda nesse agarra, agarra.

— Sem problema!— O caseiro riu sem graças.

Nesse momento Miguel sentiu suas bochechas esquentarem e pediu desculpas.

— Sem problema, não se preocupe!— Marcio disse gentilmente.

— Sabemos que você está com ciúmes. —Daniel disse rindo. — E vamos comer!

— Eu não estou com ciúmes, estou com uma enorme fome!— Lucas se explicou. — Espero que tenham feito muita coisa... Epa, vocês fizeram lasanha, adoro!— Lucas correu e se sentou e aspirou o delicioso cheiro da lasanha.

— Claro, o meu namorado é um excelente cozinheiro, tenho que explorar isso!— Miguel ditou convencido, arrancando gargalhada da turma. — A salada fui eu que fiz, ok?

— Uma excelente salada!— Guto elogiou-o o beijando na bochecha.

— Vocês não vão se sentar, não?— Valentina perguntou olhando os dois agarradinhos.

— Claro, amor pega o refri na geladeira!— Miguel pediu.

— É pra já!— Gustavo deu um ultimo selinho no namorado e foi na direção da geladeira e Miguel se sentou com os seus amigos e o moreno logo se juntou com eles.

O almoço foi regado de conversa, risadas e muita comida boa. Quando eles terminaram todos ficaram para ajudar na arrumação da cozinha e depois eles conversaram para saber o que iam fazer naquele dia, que foi uma pequena trilha e a noite acampar.

Quando deu uma três horas de tarde eles foram fazer trilha, demorou duas horas, mas foram bem proveitoso, eles conversaram, se divertiram. Ficaram cansados e doloridos, mas para a turma foi a melhor tarde que passaram juntos e quando chegaram na casa grande foram direto tomar um banho e em seguida começaram arrumar as barracas para passarem a noite.

— Estou morta!— Disse Isabel a terminar de arrumar sua barraca, que ia compartilha com Valentina.

— Não é só você! As minhas pernas pesam e estão doendo... Nunca mais faço trilha na minha vida!— Yuma reclamou se sentando ao lado da loira, que riu e assentiu. — Mas não nego que foi a minha primeira trilha que amei!

— Não creio que vocês dois ainda estão reclamando! Que feio!— Lucas disse fazendo careta para os dois, ao revidar os dois amostraram a língua para o ruivo.

— Olha quem fala!— Daniel disse aparecendo do lado do irmão. — Não era você que no meio do caminho estava pedindo misericórdia? E estava quase implorando para Henrique te levar nos braços?

— Você entendeu errado!— Lucas se explicou. — Eu estava simplesmente cantando aquela música, oh misericórdia, oh Deus me dê misericórdia!

— Tenho quase certeza que essa música não existe!— Daniel recrutou sorrindo de lado.

— É que você não conhece as melhores músicas badaladas gospel! — Disse sorrindo convencido. — Irmãozinho, você precisa se enturmar com o radio!

— Ok né! Se você diz!— Daniel deu de ombros rindo e Yuma e Isa o seguiram.

— O que vocês tanto conversam?— Miguel perguntou aparecendo do lado de Lucas.

— Sobre o meu irmãozinho não ter intimidade com radio e não conhecer as músicas badaladas gospel!— Lucas respondeu sorrindo.

— Como assim?— O loiro perguntou confuso.

— Só loucura do meu irmão!— Daniel ditou revirando os olhos. — Guto já terminou com a barraca?

— Er... Num sei!— Miguel disse coçando a nuca. — Por isso que eu vim aqui... Não sabemos arma barraca... Olha lá!— Apontou para trás.

Eles olharam curiosos, mas quando viram Gustavo tendo uma luta travada com a barraca todos desertaram a rir.

— Aposto 20 na barraca!— Lucas ditou animado, mas acabou recebendo uma tapa na nuca por Miguel. — Ei!

— No lugar de ficar apostando, vá ajuda-lo!— Miguel reclamou.

— Calma esquentadinho, vamos ajuda-lo, mas queria pelo menos ganhar dinheiro apostando.

— Você não toma jeito!—Daniel exclamou rindo. — Vamos lá!— Ele puxou Lucas e foi até Gustavo.

Os outros ficaram de longe vendo os três arma a barraca e alguns minutos depois à barraca estava pronta.

— É, acho que conseguiram!—Isabel disse divertida. — Mmm... Vocês viram Valentina?

— Não, não a vi!— Miguel respondeu.

— Nem eu!— Yuma disse depois.

— Ah, ela disse que ia na cozinha, mas até agora nada!— Isa franziu o cenho. — Vou lá ver o que ela tanto faz!

— Acho que não precisa, olha ela ali com Guilherme!— Yuma apontou para a casa, a loira no mesmo instante olhou e abriu um sorriso vendo Valentina com varias sacolas.

— Val, amor! Aqui!— Isabel gritou chamando a namorada.

Valentina olhou para a turma e sorriu diretamente para a loira, puxou Guilherme para irem onde eles estavam.

— Ei pessoal... Isa, acho que você já montou nossa barraca!— Valentina falou ao chegar na roda da turma.

— Isso, ali está ela!— A loira apontou. — O que você traz nessas sacolas?— Perguntou interessada.

— Oh, obrigada por arma a barraca... Ah, eu e Gui recolhemos vários doces, pipocas, bolacha recheada para comermos! A nossa janta!— Deu de ombros rindo.

— Bom feito, vocês nos salvaram de fazer comida!— Miguel agradeceu bagunçando os cabelos de Gui. — Agora vamos esperar os meninos para acender a fogueira, pois já, já vai estar escuro!

— Verdade! Bom, vamos arrumar isso num lugar, para depois todos pegarem!— Valentina os chamou.

Eles assentiram e a ajudaram a colocar as guloseimas num canto seguro e onde todos pudessem pegar.

Alguns minutos mais tarde os garotos acenderam a fogueira e sentaram ao redor da mesma, onde passaram mais um tempo ali conversando, rindo e principalmente, olhando as estrelas.

— Sabe, às vezes eu odeio São Paulo, não SP em si, mas em saber que é bem raro eu ver as estrelas, os prédios sempre estão na frente e tudo mais!— Lucas disse com o olhar para o céu. — A única coisa que eu pensei em fazer aqui foi ver as estrelas! E eu estou as vendo... Elas são lindas!— Completou sorrindo.

Henrique estava do lado do ruivo sorriu e admirou as palavras dele.

— Nunca pensei que chegaria dizer algo tão bonito assim!— Rique disse olhando para Lucas.

— Nem eu!— Lucas sussurrou olhando para ele. — E também eu nem sabia que eu podia ter alguns sentimentos aqui por uma pessoa, mas eu as tenho!

— Eu também!— Henrique sussurrou de volta sorrindo. — E agradeço por isso!

— Papai, você pode me dar um pouco de refri? O meu acabou!— Guilherme pediu puxando a camisa de Henrique quebrando a troca de olhar dele com o ruivo.

— Oh, claro! Pega!— Disse entregando a latinha de coca ao filho, que sorriu de supetão.

— Obrigado! — Guilherme alegremente bebeu o refri e em seguida soltou um grande arroto fazendo a turma gargalha. — Ops!

— Sem problema!— Quando terminou de falar o ruivo soltou um pequeno arroto e em seguida riu.

— O meu é maior!— Valentina disse animada e arrotou, o dela foi um pouco maior do que os outros. — Aprendam meninos!

— Vai com calma ai!— Daniel pegou o refrigerante e bebeu uma boa quantidade e em seguida soltou um enorme arroto deixando eles surpresos e risonhos. — Aprendam com o mestre!— Completou se gabando.

— Assim não vale, coca faz a gente arrotar!— Valentina franziu os lábios num bico. — Você roubou!

— Chora neném!— Daniel rebateu rindo. — Eu ganhei!

— Sem problema meu amore, para eu você foi à vencedora!— Ao terminar de dizer Isabel puxou Val para os seus braços e a beijou.

— Nah, eu também quero um beijinho, Yuma! Sou o vencedor, oras!— Daniel disse virando o rosto para o japonês que riu das palavras do namorado, mas logo beijou docemente os lábios de Dan. — Yummm... Assim que eu gosto, do gosto doce da sua boca na minha!— Sussurrou olhando nos olhos de Yuma.

Eles ficaram mais alguns trinta minutos ali conversando, até que bateu sono neles e resolveram entrar na barraca e dormirem.

Lucas foi o único que ia ficar só na barraca, mas no meio da noite o mesmo não aguentou ficar ali sozinho e correu para a barraca de Henrique, onde ele compartilhava a barraca com o filho.

— Henrique! Henrique!— O ruivo sussurrou chamando o loiro. — Rique!

— Ah... Lucas? É você?— O loiro falou com voz de sono.

— Sim... Posso entrar, ficar com vocês ai?— Perguntou de supetão.

— Ah, claro, deixa eu abrir!— Em segundo a barraca foi aberta revelando a cara de sono do loiro e os seus cabelos bagunçados. — Entra! Guilherme já está dormindo!

—Obrigado!— Lucas disse ao entrar na barraca, que era maior, dando espaço para Lucas se deitar. — Desculpa incomodar.

— Oh não se preocupe, pode dormi aqui! Fico feliz que você veio!— A barraca estava escura, mas Lucas viu que pelas falas do loiro ele estava sorrindo.

— Obrigado mais uma vez... Eu não estava conseguindo dormi, percebi que eu era o único a dormi sozinho, os meus amigos todos já tem alguém!

— Ei, você me tem!— Rique levantou a mão e acariciou o rosto do ruivo.— Nunca esqueça disto, você tem a mim e esse pestinha aqui, viu?

— Uhhum! Fico feliz em saber!— Lucas sussurrou, os seus olhos estavam marejados, ele suspirou e pegou a mão de Rique que estava no seu rosto, ele a levou até a boca e a beijou. — Obrigado, adoro-te!

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Aqueles quatros dias haviam sido inesquecíveis para todos, mas infelizmente havia chegado ao fim. Foi com pesar que se despedisse do capataz e sítio. Eles saíram depois do almoço a fim garantir chegasse a casa antes do anoitecer.

Lucas aceitou o pedido de Henrique, e decidiu ir com o loiro e Guilherme no carro, enquanto Isabel e Valentina optaram por seguir com Daniel e Yuma. Os amigos se despediram e seguiram para os receptivos carros.

Miguel entrou lado passageiro e afivelou o cinto de segurança antes de acomodar contra encosto. Ele mordeu a unha do dedo indicador enquanto sentia ansiedade apossar dele. Sabia que já devia ter contado para seu namorado sobre a mudança para a França, mas não sabia como abordar o assunto.

Aquele feriado tinha sido perfeito, sua primeira vez havia sido mágica, que a ideia de estragar isso com a notícia, o fez recuar.

Gustavo entrou lado motorista e ligou ignição e manobrou o carro para fora do sítio. Seguiu com cuidado pela estrada de terra até a rodovia principal.

Ele olhou para o loiro e franziu a testa. — Tudo bem?

Miguel olhou apreensivo. — Sim... Apenas triste que feriado acabou. Amanhã as aulas retornam. — Disse.

— Verdade! Por que não ligar o rádio? — Guto sugeriu.

Loiro acenou e passou navegar pelas estações do rádio até que encontrou sua estação preferida. Gostava da Antena 1 por que ela passava muito pouco de propaganda e a maioria das músicas tocava eram internacional.

Miguel olhou por longos minutos pela janela, observando a passagem transcorrer.

Gustavo até tentou puxar assunto com o namorado, mas esse respondia apenas em monossílabos, então acabou desistindo. Quando Miguel estivesse pronto, ele falaria o que estava incomodando.

Fora pouco mais de duas de viagem, quando o grupo resolver fazer pequena parada. Comunicando pelo celular, eles decidiram parar em posto de combustível para abastecer e comprar algumas coisas na loja conveniência.

Miguel deixou carro vermelho e seguiu para banheiro da loja. Ele entrou e se olhou no espelho. — Covarde! — Ele disse para sua própria imagem. Nesse ritmo estaria embarcando em avião e ainda não teria contado para Gustavo. Ele lavou o rosto e prendeu os cabelos com elástico.

— Ei, loiro. Que cara é essa?

Miguel olhou para cima e sorriu para seu amigo desbocado. — Ei, Luc... Não foi nada!

— Sim, e eu sou uma senhora de 40 anos que tem sete gatos. —Lucas disse, e encostou-se à pia de costas para reflexo no espelhou. – Vai me dizer o que está acontecendo ou terei que chuta sua bunda?

Miguel abaixou o olhar. — Eu... Tenho conta algo para Guto!

— Hn... Acaso não gostou de transar com ele?

— Não... Quero dizer... Eu gostei. — Miguel alterou a voz, e sentiu as bochechas corarem diante do olhar divertido do outro. — Seu babaca!

— Sei lá... Você parece que comeu e não gostou. Apesar de que acho quer foi Guto que comeu. — Lucas provocou, e foi rápido para fugir do spray de agua que Miguel jogou nele.

— Seu merdinha. — Miguel disse. — Não é isso! — Soltou suspiro. — Eu... Minha mãe ganhou bolsa de estudo em Paris...

— Oh, que legal. Sua mãe é excelente cozinheira e merece essa chance. — Lucas disse. — Mas...

— Eu terei que me mudar com ela. Eu vou embora para França daqui uma semana. — Miguel disse.

O semblante triste pintou a face de Lucas. Agora ele entendeu toda tensão ao redor do loirinho. Aquela situação era tensa. – E devo deduzir que ela não permitiu que você ficasse?!

Miguel negou com a cabeça. — Eu não sei como conta isso para Gustavo!

— Não é fácil, mas precisa dizer. Logo! — Lucas disse. Ele puxou o loirinho e lhe deu apertado abraço. — Tudo ficará bem. Vocês podem fazer àquela coisa de namoro à distância.

Miguel sorriu. — Isso nunca dar certo!

— Não tem como saber. Eu acho que vocês ainda vão ser casar e adotaram duas meninas e um menino! — Lucas falou com largo sorriso.

— Você é um babaca, mas um amigo verdadeiro!

— Obrigado! Agora vamos sair desse lugar por que aqui fede! — Ruivo disse e deu solto e puxou Miguel para fora do banheiro. Os dois seguiram para a loja de conveniência e entrou o restante da galera.

Gustavo olhou atentamente para namorado. Ele sabia que tinha alguma coisa errada com Miguel, e não estava indo o deixar fugir com isso.

— Oie... Compre sanduiche natural e uma Coca Cola para você. — Guto disse e estendeu o lanche.

— Oh, obrigado! Não estou com fome agora. Comerei depois!

Gustavo acenou.

O pessoal terminou de comprar tudo que queriam e retornaram para a estrada. Teriam mais três horas de viagem até chegar a casa. Miguel colocou o lanche no banco de trás e ligou ar condicionador.

Ele deu pulo quando escutou o toque de seu celular. Ignorou olhar preocupado do moreno e verificou visor do celular.

— Não vai atender? — Gustavo perguntou.

— É a minha mãe... — Murmurou. Incapaz de falar com sua mãe agora, por que temia briga com ela novamente por forçá-lo separar de seu amado, acabou desligando a ligação. Mandou uma mensagem avisando que estavam na estrada de retorno para casa e deslizou celular.

— Quando vai me dizer o que está acontecendo? — Gustavo perguntou. — Por acaso quer terminar? Fui tão ruim assim?

— Não... Não é nada disso! — Miguel disse alterado. — É que... Não sei como falar isso.

— Apenas diga! — Gustavo insistiu. Manteve os olhos atentos na estrada, que mostrou movimentada, certamente muitas pessoas que retornavam do feriado prolongando.

Miguel tomou profundar respiração.

— Minha mãe ganhou a competição de culinária...

— Sim, isso eu sei. O que tem?

Miguel olhou para fora pela janela. — Um dos prêmios era um curso de dois anos em uma das melhores escolas de gastronomia em Paris... — Balbuciou, e então olhou para o moreno. — Vou embora daqui três dias. Irei morar próximos dois anos na França!

Os olhos de Gustavo arregalaram. Seu coração soou algumas batidas descompassadas. Ele apertou os dedos no volante.

— Desde quando sabe disso?

— Um mês...

— Somente agora que resolveu conta? Está indo embora é não ia me contar? — Gustavo indagou.

Miguel sentiu peito apertar. — Eu não sabia como falar... Droga... Até algumas semanas atrás ainda tentava convencer minha mãe a me deixar no Brasil. — Miguel declarou. — Eu não quero ir...

Guto suspirou. — Você é menor de idade... Tem que ir.

Miguel sentou os olhos arderem pelas lágrimas que anunciavam cair. Doeu ouvir isso do namorado, pois deu entender que Guto não importava que estivesse longe por dois anos.

— É isso... Quer terminar?

— Miguel, você vai para França! — Gustavo gritou.

— E você parece ansioso para que vá embora... Já deve ter outro na lista... Não sou importante considerando que você já me comeu. — Miguel disse raivoso.

Gustavo arregalou os olhos. — Você me ofende dizendo algo assim! Eu não lhe comi, e sim fiz amor. Eu te amo... E esperaria o tempo que for necessário para ficarmos juntos, mas você é imaturo demais para entender isso.

— Vai para merda... — Miguel disse irritado. Sabia que Gustavo tinha razão. Foi imaturo em não confiar nele ou considerar que terminariam somente por causa disso. Ele queria descer do veículo e colocar distância entre eles, mas não era possível.

— Você me decepciona agindo dessa forma. — Gustavo disse.

— Oh... Coitadinho. — Miguel falou encarando o outro com os olhos estreitos.

Guto cometeu o erro de olhar para o lado. Ele estendeu a mão para tocar Miguel, no entanto esse se afastou.

Tudo aconteceu muito rápido, não dando nenhuma chance para reação. No momento em que Guto olhou para frente, deparou com uma carreta invadindo contramão. Ele até tentou jogar o carro para encostamento, todavia não teve tempo suficiente.

O impacto veio de forma brusca e violenta. O EcoSport foi empurrado para fora da vista e capotou algumas vezes.

Os amigos que seguiram nos veículos logo atrás olharam pasmos quando viam o carro de Guto e Miguel virar diversas vezes até que parou alguns metros adiante. A carreta parou e o motorista saiu desesperado. Ele olhava em pânico para toda situação.

Henrique parou o carro e Lucas saiu correndo. Tal como foi Daniel, Yuma, Isabel e Valentina. Rique manteve perto carro tendo Guilherme ao seu lado, e discou rapidamente para socorro. Sabia que nesse momento quando mais rápido tivessem cuidados, maior probabilidade de ficarem bem.


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