Capítulo 20 - É dia das bruxas que você quer @?
Vanessa Schneider
Era Halloween! Aqui no Brasil a gente fala "Dia das bruxas", mas como minha alma é de estrangeira, eu falo Halloween e foda-se a porra toda.
Passaram-se semanas desde minha última deixa amorosa, e sendo bem sincera? Eu estava exausta das minhas aventuras sexuais, tão exausta, que nem instalei novamente o Tinder, eu estava precisando dar um time na minha rede de putaria gratuita.
Antes que vocês se peguem perguntando, eu não corri atrás de João Francisco novamente. Estava rancorosa com a forma com a qual terminamos da última vez, rancorosa ao ponto de fazer questão de deletar todas as formas possíveis e imagináveis de contato com ele.
E sim, Brasil, eu dei um sossega periquita na minha consagrada e hoje, pela primeira vez em semanas, eu estava indo a uma festa. Não vou negar que sofri uma pequena coação de minhas melhores amigas, que alegaram que eu estava me tornando um dos móveis velhos do apartamento que eu alugava, e que eu já tinha pagado meus pecados tempo o suficiente para me deixar cair na gandaia em uma festa a fantasia pra lá de bombada na maior boate da cidade.
Não sentia como se minha vida de piranha do amor estivesse novamente entrando nos eixos, até porque, como eu disse antes, eu estava dando um time, e isso incluía eu não pegar o primeiro que eu visse e principalmente não me apaixonar por ele depois do primeiro beijo, vocês sabem que eu tenho esse dom maravilhoso.
-Me sinto uma vagabunda. - Beah ajeitou seu micro vestido vermelho de salva vidas no corpo.
-Amiga, nós somos vagabundas, mas vagabundas de respeito, lembre-se sempre disso. - Roh passou seu batom, combinando com sua fantasia de mulher gato.
-Eu não estou muito no pique de ir, saiu uma temporada nova de Suits e eu queria aproveitar a noite pra ver... - Bufei manhosa.
-Escuta aqui, garota! Se você não tirar esses trapos agora e colocar aquela roupa de policial gostosa, eu juro que vou marcar seu rosto com meus cinco dedos da mão direita. - Roh virou-se pra mim acusatória.
Comprar algum tipo de briga com Roberta era algo que nunca deveria ser feito. Quando ela mandava uma coisa, era melhor fazer o que ela estava dizendo, caso o contrário, você sofreria as consequências de uma safada psicótica.
A contragosto, segui para o banheiro onde troquei meus "trapos" pela fantasia de policial de um puteiro, e depois de muito resmungar, deixei que Beah fizesse o favor de rebocar minha cara de um jeito que eu me parecia mais uma deusa da Danone Grego.
Terminado os trabalhos, decidimos em conjunto, que o melhor era pegar um uber ao invés de uma de nós três ter que abdicar da bebida para tomar conta das outras.
-Fala sério, Brasiiiiil!!! O que é um Sandero? - Roh andava indignada pela calçada do prédio.
-Acho que é esse carro preto que acabou de parar aqui. - Sorri falsa, entrando no banco de trás.
O caminho para a boate foi curto, em menos de quinze minutos já estávamos rebolando a raba na fila para entrar, e quando eu digo isso eu não estou brincando, estamos rebolando igual cadelas no cio com um total de 0% de álcool na boca.
O local estava lotado, e todos estavam munidos de suas fantasias, quem disse que aqui no Brasil a gente não comemorava o Halloween?! Na verdade, nesse país a gente só não comemora a morte como os mexicanos porque tenho certeza que muita gente ainda não sabe dessa tradição, mas acreditem se quiser, isso estava perto de acontecer.
-Manas estou sedenta por uma bebida bem forte. - Roh já curtia as batidas da música. - E estou pensando seriamente em ir atrás daquele gatinho ali vestido de Drácula, quero ver se a língua dele é tão grande quanto os dentes falsos.
-Puta que pariu, Roberta! - Bia gritou rindo. - Menos de quinze minutos na festa e já tá de fogo.
-Fofinha, eu sou irmã do Charmander do Pokemón, meu fogo no rabo nunca apaga, ARRIBA MIGAS! - E ela desapareceu na multidão.
Eu continuei estacionada na mesinha que encontramos, quando eu disse que não estava em clima de festa eu não estava brincando. Nada contra, a batida da música e a energia dos fantasmas e monstros dançando estava ótima, eu que não queria mesmo estar ali.
-Nessa, se importa se eu for dar uma rodadinha por ai?! Quer dizer, a Roh não foi a única que achou uma manga madura no pé. - Beah mordeu o lábio inferior, olhando diretamente para um falso Peter Pan.
-Claro que não me importo, vai na fé amiga e beija por mim! - Ri nasalmente.
-Não vou precisar fazer isso, tenho certeza que daqui a pouco você vai estar se esfregando em algum gato da festa. - Beah deu de ombros e sumiu também pela multidão.
E lá estava eu, sozinha no mar de tanta gente. Eu deveria me permitir dar uma curtidinha, até porque, eu não precisava ficar com ninguém pra ter uma noite inesquecível, isso era requisito base para a Vanessa com João Francisco, mas agora eu vivia em uma era sem ele, e não sentia um pingo de falta, glória a Deux e ao Cabo Daciolo.
Soltei uma lufada de ar pesada e focalizei no barzinho no centro da pista, se eu queria me soltar, bastava algumas doses de tequila e tudo ficaria muito mais interessante.
-Por favor, uma dose dupla de tequila. - Pedi gentilmente para o barman que parecia mais um gogo boy.
-Duas, por favor. - Uma voz masculina e familiar soou em meus ouvidos. - Você está...
-Magra? Gostosa? Com zero barriga de grávida e com zero interesse de falar com você? Com certeza! - Sorri largamente para o embuste ao meu lado.
-Pensei que... - João claramente estava de serviço naquela noite, a farda não enganava, mas eu já não sentia as borboletas de antes.
-Você pensou tanta coisa, queridinho, deixa eu te falar uma coisa, desaparece da minha vida, João Francisco! Pega suas teorias e suas desculpas e vai pra puta que te pariu, eu realmente não tenho saco pra você nessa noite e nem nunca. - Peguei minha tequila e virei as costas antes mesmo dele pensar em retrucar.
Eu não sei ao certo porque Deus estava fazendo aquilo comigo, mas se fosse algum tipo de teste, eu com toda certeza do universo, estava aprovada. Não queria, de forma alguma, ter um fantasma pesado daqueles ao meu lado, não queria ouvir as explicações, as desculpas, nem nada, eu só queria continuar no meu plano de desintoxicação de embuste que eu insistia em manter firme.
Daquele jeito eu fiz, bebi a noite inteira e rebolei minha raba até dizer chega. Dispensei uns três carinhas e eu sentia que João me perseguia o tempo inteiro, mas estava ocupada demais curtindo a vibe da música para reparar em coisas fúteis.
E é claro, devo dizer que nunca em minha linda vida eu poderia esperar as cenas que me aguardavam logo em seguida. Não tinha noção nenhuma de quantos copos eu havia entornado na minha garganta, ou quantos caras eu vi minhas amigas agarrarem. A única coisa que eu me lembrava com toda a certeza, era de estar super, mega, ultra, power na vibe das trocentas bebidas alcoólicas que ingeri, e nas mãos firmes que me seguravam por trás.
Meu primeiro pensamento era de aquele abutre era João, e se eu não estivesse tão bêbada, eu teria tido forças para me virar e afastar aquele troço de mim. Contudo, todo mundo sabia que as minhas condições não era a das melhores, e quando eu pensei que tinha controle do meu corpo, arrisquei me virar, rápido demais...e aquele foi meu erro.
No instante em que virei quente para afastar o ser humano atrás de mim, senti meu corpo cambalear, e se não fosse pelo indivíduo, que me segurou gentilmente, eu teria me estatelado no chão, e ali eu apaguei.
(...)
Minha cabeça latejava, e se não fosse pelo colchão macio e pelo travesseiro igualmente, abaixo do meu corpo, eu provavelmente estaria com cada centímetro do meu corpo comprometido pelas dores.
Ainda de olhos fechados eu tentava fazer uma linha do tempo dos acontecimentos que antecederam meu mico nível hard, e foi fazendo aquilo que me lembrei de algo não muito normal, um estranho me segurou e agora, provavelmente eu estava nua e com um total de -0 dignidade depois de ser abusada sexualmente por um maníaco.
Tudo bem, aquilo foi exagero e eu estava totalmente vestida.
Já estava prestes a manifestar algum sinal de vida, quando senti um cheiro forte de álcool em minhas narinas.
-AI PORRA, TO ACORDADA! - Ralhei alto, enquanto me levantava abruptamente.
-Desculpa, é que você parecia estar morta e fiquei preocupado. - Uma voz gentil e surpresa saiu dos lábios daquele homem.
Mas não era qualquer homem, meus caros. Aqueles olhos, aquele cabelo, aquele puta sorriso que cegaria novamente um cego, fizeram com que minha cabeça rodasse ainda mais, aquilo só podia ser um delírio.
-Ai meu Deus...você é o... - Eu não conseguia falar, estava assustada.
-Ei, calma! Eu sou e não sou quem você pensa que é...ai droga, não desmaia de novo. - Era quase uma súplica dele, mas eu não conseguia pensar em mais nada.
-PUTA QUE PARIU! VOCÊ É O FIRMINO! - E desmaiei de novo.
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Gente, que babado é esse?! Quem aqui amou dona Vanessa recuperando seu senso de anti babaca?! Demorei pra postar esse especial e já estamos quase no Halloween do ano que vem hshauhsuahsua, mas pelo menos tá ai!
Quem é esse ser humano idêntico ao Firmino?!
QUERO PALPITES!
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