tarde


sem máscara, ando desatento, entre os que ignoram o desfile lutuoso,

- da gente errante

arrastada entre as impurezas do asfalto e suas partículas de tristeza,

vou assim, sem repouso, na sombra da tarde, numa fictícia primavera,

entre almas famintas, soluços esquivos,

guardados por um tempo ingrato, noturnas portas,

- crepúsculos, sombras

e amores frígidos.

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