palavras e coisas
lembro de um prometido tempo à frente, em que moro e desmoro há tantos anos, talvez para sempre,
pois sou hóspede de mim mesmo, e aguardo lá onde existo, quem sabe, viver na palavra,
ressuscitar a todos, mortos e esquecidos, quantos feneceram em sigilo,
esvaídos no espaço, sem o apelo à existência que lhes concede a palavra,
ergo então a voz aos ares, faço infinitamente nascer tudo que repousa no pó batido das coisas.
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