Capítulo 16
Aviso Importante: Embora o livro já esteja classificado como "+16" devido à violência, gostaria de salientar que neste capítulo há cenas intensas.
Não se trata tanto de descrições detalhadas de violência, mas sim de uma exploração profunda das emoções da personagem. No entanto, é importante estar ciente do conteúdo emocionalmente impactante.
No mais, apreciem a leitura! 😊📖
Nos movíamos como sombras, nossas formas se fundindo com a escuridão da noite em uma dança sinistra e silenciosa.
Eu vestia um traje escuro que Asher providenciara com cuidado meticuloso. Uma calça confortável que facilitava cada passo e uma túnica negra que era, ao mesmo tempo, bela e prática. Aquelas roupas não apenas me conferiam agilidade, mas também se tornavam uma extensão do ambiente noturno, me camuflando na escuridão.
Ao meu lado, o vampiro exibia uma elegância sombria, como se fosse uma extensão da própria noite. Seus olhos negros brilhavam como pedras de ônix na escuridão, revelando uma determinação feroz e um desejo compartilhado.
Os sons da noite preenchiam o ar, desde o suave murmúrio do vento nas árvores até o farfalhar das folhas sob nossos pés e o distante coaxar dos sapos. Entretanto, meus ouvidos estavam sintonizados com algo mais...
Com passos calculados, nos aproximamos de um beco estreito onde a escuridão era mais densa. Ali, no canto sombrio, avistamos dois humanos, mal iluminados por uma fraca lamparina que eles deixaram próxima.
Um deles ergueu a caneca em um brinde festivo.
— Um brinde a todos os demônios mortos hoje! — exclamou, e o som de suas risadas ecoou pelo beco.
"Guardas reais." Asher sussurrou em meu ouvido.
Nesse momento, meus olhos cintilaram com um desejo predatório, não só pelo sangue pulsante em suas veias, mas também pelo propósito sombrio que essa caçada trazia. A noite estava repleta de segredos obscuros e desejos insondáveis, e eu estava pronta para saciar ambos.
Com a adrenalina pulsando em minhas veias, avancei ao lado de Asher, nossos movimentos coreografados como uma dança macabra. À medida que nos aproximávamos dos guardas reais, meu coração batia mais rápido, não apenas pelo desejo insaciável por sangue, mas também pela tensão do momento.
Os guardas riam e brindavam, completamente alheios à nossa presença naquela escuridão. Minha respiração era controlada, um suspiro silencioso na noite, enquanto me aproximava do primeiro alvo.
E então, num movimento rápido e calculado, minha mão se estendeu, e minhas presas afiadas encontraram a carne do guarda mais próximo. Um gemido sufocado escapou de seus lábios antes que ele pudesse compreender o que estava acontecendo. O sangue quente e pulsante inundou minha boca, uma mistura de êxtase e saciedade.
Ao mesmo tempo, Asher se lançou sobre o outro guarda, suas presas encontrando a carne alva e macia. Os olhos do guarda se arregalaram em choque e dor antes que sua voz fosse silenciada.
A noite era nossa aliada, envolvendo-nos em seu manto de escuridão enquanto nos alimentávamos sob a luz fraca da lamparina.
À medida que o sangue fluía e nossos corpos se saciavam, um sentimento de poder e domínio se apoderou de mim. Eu estava no controle, uma criatura da noite governando sobre a escuridão.
Ouvi Asher ao meu lado, hipnotizando o guarda e apagando suas memórias. Senti ele dirigindo sua atenção para mim e minha mão se apertou com mais força no pescoço do homem, minhas presas rasgando sua pele com mais determinação.
— O suficiente — ele disse, tocando levemente minhas costas.
Tudo o que meus olhos enxergavam era a figura feminina suspensa naquela corda, o desespero estampado em seus olhos, em nítido contraste com o sorriso sádico que adornava o rosto da realeza. Uma onda avassaladora de indignação me dominou, uma fúria incontrolável borbulhando dentro de mim. Eu ansiava por aniquilar o homem que estava ali, celebrando uma morte tão cruel e injusta, ele era cúmplice disso tudo.
Asher segurou meu braço com uma determinação férrea, a mensagem era clara, ele desejava que eu parasse... não!
Aquele homem estava marcado para a morte, e isso aconteceria pelas mãos da criatura que ele tanto desprezava. Meu instinto, de alguma forma, guiou-me sem que eu proferisse uma única palavra; meu pentagrama se materializou ao nosso redor, repelindo o vampiro que soltou um arquejo surpreso.
Um fio de luz brilhante se entrelaçou em minha mente, conectando-me à criatura. Com uma extensão mental, alcancei aquela presença indesejada. A sensação de prazer inundou-me, fluindo diretamente para o âmago do meu ser.
Naquele momento, eu compreendi com clareza, assim como naquele dia fatídico com a porquinha, que eu estava extraindo a vida daquele homem miserável. Uma força avassaladora me dominou, superando em muito a satisfação que o sangue dele já havia me proporcionado. Era vital, era poder, era absolutamente intoxicante.
Ao longe, eu podia ouvir Asher lutando para romper o cerco do pentagrama, seus grunhidos ecoando a cada tentativa fracassada de avançar. Desta vez, ninguém me deteria.
Cada respiração dele era um acorde melancólico, e a pulsação de seu coração, uma batida crescente de um tambor em um ritual sombrio.
A visão dos olhos do homem, uma vez repletos de arrogância e triunfo, agora revelava apenas terror e agonia. Era uma transformação que enchia meu ser de satisfação. Eu estava tomando o controle daquela situação, invertendo os papéis e fazendo-o experimentar o mesmo desespero que ele infligira a tantos.
Asher, no entanto, continuava sua batalha desesperada, tentando se aproximar para me impedir. Cada vez que ele tocava o campo de proteção do pentagrama, era repelido com violência, suas tentativas inúteis ecoando como uma sinfonia dissonante.
O fio de energia que eu havia estendido até o homem maldito pulsava em meu controle. Eu podia sentir sua energia vital escorrendo para dentro de mim, nutrindo-me de maneiras que eu nunca imaginara serem possíveis. Era como se eu estivesse tocando a essência da própria vida, e ela respondia ao meu comando, nutrindo minha sede de justiça.
Minhas mãos, agora trêmulas com a intensidade do poder que fluía através de mim, estavam prontas para concluir o que tinha começado. Eu estava determinada a garantir que aquele homem pagasse por seus crimes horrendos, mesmo que isso significasse me afundar ainda mais nas profundezas dessa escuridão perturbadora.
O momento culminante estava à minha frente, e eu não podia mais recuar. Cada fibra do meu ser vibrava com uma energia sombria, e eu me sentia invulnerável. Era como se eu fosse a personificação da vingança e da justiça, pronta para retribuir tudo o que aquele homem havia infligido aos outros.
Eu olhei nos olhos do homem, agora vidrados e cheios de desespero, e sorri. Meu sorriso era um reflexo grotesco do dele, uma máscara de satisfação cruel que dançava nos limites da insanidade. O toque de minhas mãos mentais se intensificou, apertando sua essência vital com mais força.
E então, no ápice da minha sede, o homem cedeu. Seu corpo desabou, seus olhos perderam o brilho, e seu coração deixou de bater.
Eu recuei, ofegante, meu corpo tremendo com a intensidade do que havia acontecido. Minha mente estava turva, mas uma coisa era certa: a justiça havia sido servida, e aquele homem nunca mais infligiria seu terror sobre os inocentes.
O pentagrama começou a se desfazer, suas linhas brilhantes lentamente desaparecendo como se nunca tivessem estado lá. No entanto, a sensação de poder queimava em mim, e a sede de vingança ainda não estava saciada. Aquele homem era apenas um dos muitos infelizes que mereciam a punição.
Meu olhar se voltou para o outro guarda, que estava caído no chão com os olhos arregalados de choque. Sua expressão revelava um misto de terror e incredulidade diante do que testemunhara. Parecia incapaz de compreender a força que eu havia manifestado naquela noite sombria.
Em um movimento mais rápido do que o normal, me arremessei em sua direção, determinada a fazer com que ele também enfrentasse as consequências de seu envolvimento na crueldade que havíamos presenciado. O som que preencheu o beco foi suficiente para enviar arrepios pela espinha de qualquer um, uma sinistra melodia da minha busca por justiça.
Quando finalmente me afastei dele, o guarda estava caído, seu corpo contorcido e sua expressão de pavor. Minhas mãos estavam manchadas, mas eu não sentia remorso. O que dominava meu ser era um estranho senso de realização, como se estivesse cumprindo um destino sombrio que sempre esteve destinado a mim.
Dirigi minha atenção para Asher, um turbilhão de emoções aflorando em meu interior. A incerteza sobre o que encontraria em seus olhos me dominou por um instante.
No entanto, não encontrei medo ou repreensão refletidos em seus olhos. Em vez disso, deparei-me com algo muito mais profundo: compreensão. Seu olhar me acolheu, misturado com uma pontada de surpresa, como se ele tivesse percebido algo em mim que até mesmo eu desconhecia.
— Vamos. — Foi tudo o que ele disse, mas as palavras carregavam um peso significativo.
Seu olhar deslizou rapidamente pelos corpos caídos, e eu compreendi o que ele queria dizer. Precisávamos sair antes que alguém se deparasse com a cena. A realidade se impôs sobre mim, uma chama ardente de decisão queimando em meu interior.
Fogo, eu poderia fazer aquilo, apagar aqueles homens e tudo o que eu fiz... no entanto, eu resisti ao impulso. Deixei-os ali, caídos como uma mensagem clara para todos neste reino desprezível.
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