Capítulo 3


Isabell Narrando

Em algum momento, senti frio e isso me fez querer abrir os olhos, mas tudo o que fiz foi respirar lentamente, pois tudo parecia tão calmo, tão silencioso, como se estivesse tudo em paz.
Senti quando uma rajada de ventou tirou me da onda a qual eu estava de conforto e me deixou arrepiada de frio novamente.

Com raiva, abri os olhos devagar e encarei o teto. Sabe aqueles poucos segundos que sua mente está girando tanto que você não nota o espaço que está? Você só olha para o vazio fixando sua atenção ali por um tempo até os últimos momentos vividos antes de tudo ficar escuro retornarem a mente e te fazer acordar por inteiro. Demorou um pouco para isso me acontecer, mas quando aconteceu, me vi assustada me pondo sentada num quase pulo.Senti meus cabelos voarem comigo por um tempo até caírem mechas por mechas sobre meus ombros e descerem por meus braços e costa até pararem ali.

Por um momento, aquele instante foi me familiar. A memória da primeira vez que acordei na casa dos Durand me veio a mente, mas logo desapareceu relembrando dos recentes ocorridos.
Meus olhos varreram o quarto rapidamente e encontraram móveis no estilo barroco repleto de detalhes em ouro, tapetes dourados, cortinas do mais vivo vermelho, um lustre no teto branco gigante de ouro, chão de madeira envernizada escura e o que mais você pudesse imaginar de extravagante e refinado ao mesmo tempo.

Quase pulei na cama no momento em que as portas da varanda se fecharam bruscamente de repente e algo negro, uma fumaça ou um espirito, talvez uma sombra.. passou a menos de um metro diante de mim e passou pela parte debaixo da porta do quarto desaparecendo do cômodo.

- O que foi.. ? - Comecei a perguntar baixinho a mim mesma, mas não terminei, pois tinha me levantado e estava cambaleando a cada passo que eu dava.
Pus uma mão em uma parede para me apoiar e no momento que minha pele esticou ao realizar o ato, senti uma dor do pescoço onde passei a outra mão e senti cascas de feridas em formato de pequenos círculos.

A cena de Luca se transformando em Philip me veio a mente novamente junto com fragmentos da batalha daquela mesma noite, mas agora eu lembrava claramente de seus dentes perfurando minha pele com facilidade, de suas mãos me agarrando e do medo que se formou dentro de mim, a ponto de eu não conseguir pensar em nada, nenhum feitiço até minha visão falhar e tudo ficar escuro.

Tentei caminhar até a porta mesmo naquele estado, porém escutei passos se tornando cada vez mais altos, o que queria dizer que alguém se aproximava.
Não tive nem tempo para escolher entre retornar a cama ou seguir em frente, pois nos segundos seguintes, já estavam abrindo a porta.

- Isabell? Já acordada? - Philip disse ao entrar e me ver desperta e em pé.

Eu o olhei como se estivesse saindo fogo dos meus olhos de tanta raiva que estava, mas não podia fazer muita coisa daquele jeito.. eu sabia que mesmo que tentasse fazer algum feitiço, não sairia nada grande graças a minha fraqueza.

- Seu filho duma p.. - Tentei dar um passo para frente e perdi o equilíbrio.

Só não caí porque Philip me segurou rapidamente.

- Você está muito fraca.. não deve levantar da cama.. 

- Não me toque ! - E dei um passo para trás o empurrando. 

Segurei em um dos sustentos da cama para me manter em pé e o encarei.

- Nossa, para quê tanto rancor? - Perguntou se fingindo de inocente. - Faz mal para o  coração, sabia?

Ri sem humor algum.

- Como não sentir rancor, ou melhor, raiva de alguém que tentou machucar a minha família !
- Respira, Isabell.. só encostei no Festus porque ele é um traidor mesmo...

- Você quase o matou! 

- Mas não matei, não é? Só dissipei a cabeça dele e te mandei de presente .. - Sussurrou desviando seus olhos dos meus.

- Monstro ! - A acusei.

Philip me encarou sério.

- Só o castiguei por ser um traidor..

- Ah, mas quem o tornou traidor? Você através de sua serva de merda!

- Eu precisava que alguém ficasse de olho em você e a tirasse dos Durand.. porém Ágnes passou da conta e me desobedeceu tentando se apropriar de ti para fins próprios.. 

Então Philip não tinha nada a ver no começo com a primeira guerra..?

- Onde é que você estava há treze anos, Philip? Por que não se mostrou antes? 

Philip se calou e apenas olhou envolta.

- Responda. - Ordenei lhe alto e firme.

- Eu estava em outra dimensão, me preparando.. demoram se anos para conseguir reverter negatividade em força, sabia? - Não, eu não sabia.- Mas valeu apena.. agora eu sou quase tão poderoso como você, Isabell.. e juntos, seremos invencíveis! 

- Juntos ? - Eu ri sendo irônica.- Não existe juntos quando se trata de nós dois, Philip. Eu nunca vou me juntar a ti.

Philip levantou uma sobrancelha. Esse seu gesto me deu um pouco de medo, mas tentei me manter calma para que ele não percebesse.

- Não agora, mas vai futuramente, quando todos te deixarem..

O quê?

- Por que minha família faria isso, posso saber ? 

Philip sorriu. Seja lá o que for que ele estava planejando, estava bem confiante de que teria êxito.

- Porque logo você será como eu, Isabell.. 

- Como assim? Do que você está falando?

- Você sabe o que sou ? 

Ele viu o ponto de interrogação que se formou em meu rosto com sua pergunta e respondeu:

- Em nossa infância, eu era um bruxo de magia branca como você, magia pura graças a minha bondade pura. Porém depois que Tania me afastou de você já que seu destino, segundo ela, era juntar se ao filho mais novo dos Durand, eu fui levado para longe, onde fui adotado em um orfanato por um homem que mais tarde descobri ser um vampiro..

Philip parecia pensativo enquanto contava sua história, eu via um mar de emoções passar por seus olhos a cada frase que saía de sua boca.

- Eu descobri três anos depois que ele só me adotou porquê ele tinha um raro dom que poucos vampiros têm, ele podia ver através das pessoas. Com isso, ele viu meu ódio por Tania, por ela ter me afastado de você.. Ele me ofereceu a bênção de ser um vampiro como ele e me tornar mais poderoso para encarar aquela bruxa. - Philip me encarou.- Sem nem pensar muito, eu aceitei e me tornei um híbrido de bruxo com vampiro, mas sabia que por ter crescido afastado de outros bruxos, minha magia não era desenvolvida o suficiente como de sua amiga, então eu procurei por mais poder, poder esse que ninguém queria.. 

- Você mesmo.. - Eu não acreditava no que estava ouvindo.

- Sim, eu mesmo procurei pelas sombras, pelas trevas que a milênios se ocultava entre os sobrenaturais, se alimentando de cada ato de egoísmo, inveja, ganância.. Não sei direito o que elas viram em mim, mas me aceitaram como seu líder, mas antes eu tinha que pagar o preço..

- O.. o que você fez? - Sussurrei com medo da resposta.

- Eu lhe dei meus poderes. As trevas se alimentam de tudo o que é puro, de tudo o que é luz. Em troca, eu recebi magia negra e com ela posso fazer coisas que jamais poderia com magia branca..

- Você praticamente vendeu às trevas o que te tornava você!

- Sim. - Ele disse com um sorriso largo no rosto, como se não visse a gravidade do seu erro. - Para se tornar algo melhor que aquilo!

- Você vendeu seus poderes que para seres como nós, é parte da nossa alma!

- E daí? - Ele disse ficando sério novamente. - Olhe onde cheguei, Isabell ! Eu sou o rei das trevas!

Fiquei em silêncio, sentindo pena de Philip. Ele se julgava um rei, mas não era nada, era só um boneco do lado obscuro, um rosto para uma força que só queria devorar toda a bondade que houvesse em nosso mundo.. 

Vi a surpresa se mostrar presente em seu rosto de repente.

- Por que chora, Isabell? - Perguntou baixinho.

Foi aí que senti uma lágrima quente correr por meu rosto.

- É que eu sinto muito por você, Philip.. 

Philip ficou sem reação por um momento mas logo ele se recompôs e disse:

- Não sinta, pois como eu disse, logo você será como eu.

- Ainda não entendi como pretende fazer isso.. eu não vou me entregar as trevas como você..

Philip sorriu.

- Antes de eu me entregar as trevas, eu me tornei vampiro, se lembra?

- E daí ?

- E daí é que diferente da raça de Klaus que tem que te dar sangue para você se transformar, tudo o que a minha raça precisa fazer é morder sua vítima, e adivinha..!?! - E sorriu. 

Minha respiração falhou nesse momento, automaticamente minha mão subiu até meu pescoço onde as feridas de sua mordida estavam se curando.

- Não.. é mentira! - Gritei.

- Mentira ? - Ele riu. - Vamos esperar para ver, então.. - E no segundo seguinte, ele desapareceu me deixando sozinha naquele quarto.

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Gente, demorei demais pra escrever esse cap, era muita coisa pra se pensar de última hora.. mas acho que consegui deixar claro muitas coisas sobre Philip..
Hoje eu to bem animada, mãe acabou de chegar e to louca pra ela fazer meu bolo logo (hoje é meu niver), to quase tendo um ataque pq quero bolo de chocolate kkkkkkkkkkkk
[Cap novo só fim semana e provavelmente domingo pq sábado eu vou encher a cara com os bests Friends pra comemorar o niver]

Bem, aqui estão livros indicados:

The killer
A última premonição
Meu primeiro e último amor
Sequestrada por um vampiro
Shadowhunters

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