Capítulo 19


Isabell Narrando

- Espera. - Falei olhando para a a direção das árvores.
   Clarisse se acomodou melhor em seu lugar, cruzando as pernas.
- Esse mato me encomoda.. - Resmugou.
- É grama. - Klaus a corrigiu se arrumando também do mesmo modo ao meu lado.
- Grama é mato também. - E a vi pelo canto da língua lhe mostrar a língua.
  Victor e Ruckia riram.
- Vocês podem calar a boca, por favor. Eu estou tentando me concentrar. - Pediu Tania com os olhos fechados.
- Estamos aqui para treinar nossa magia, e não para fazer ioga. - Clarisse lhe disse. - Aliás, porquê é que a gente não começa logo, Bell?
  Continuei a olhar para frente.
- Já falei que temos que esperar. - Lembrei a.
- Esperar o quê? -Todos perguntaram juntos.
  Meus olhos quase se fecharam enquanto eu continuava a encarar na direção das árvores.
- Quase.. quase.. - Sussurrei.
- O QUÊ? - Clarisse perguntou.
  Sorri ao vê lo desaparecer do céu completamente.
- Pronto! - Falei. - O sol já se pôs por completo. Podemos começar.
- Por quê você estava esperando o sol se pôr - Ruckia perguntou me.
- Acho que é porquê o livro ali disse que a magia fica mais forte quando o sol se põe.. - Disse Klaus apontando com a cabeça para o livro aberto na minha frente.
  Eu os encarei então e respondi:
- Não, não.. é porquê o sol estava batendo em meus olhos e como vocês sabem, eu odeio sol..
- Eu não acredito.. - Victor revirou os olhos seguido de.. todos ali pelo que vi.
   Ri e encarei o livro já aberto.
   Nós tínhamos descoberto o livro na biblioteca da família um dia anterior aquele. Vou explicar melhor porquê acredito que você, meu caro leitor, esteja confuso.
  Os livros que tínhamos em nossa biblioteca em maioria eram presentes dados a nós durante a vida, só eu com meus vinte e nove anos naquele tempo já tinha ganhado quase cem, alguns nos natais e outros em aniversários.. era um costume dos seres sobrenaturais presentearem uns aos outros com livros, ou como eles mesmo diziam "com conhecimento". Aquele livro diante de mim tinha sido me dado a seis anos atrás na véspera de Natal, tinha chegado junto com a correspondência de uns amigos nossos distantes, mas diferente do resto dos livros, este estava sem o remetente.
-  Vamos lá.. - Sussurrei relendo as primeiras linhas da página da esquerda, linhas as quais eu já tinha dado uma olhada mais cedo. - Deixando claro primeiramente que quando me refiro a magia pura, na verdade estou me referindo a algo a mais do que magia branca.
- Como assim? - Tania perguntou.
- Todos nós aqui possuímos magia branca, magia da natureza dada a nós, mas nem sempre a usamos para o bem.
- Eu só uso para o bem a minha.. - Clarisse disse.
  Levantei uma sobrancelha.
- Certeza? Nunca a usou para se vingar de alguém ou com brincadeiras sem sentido como quando nos conhemos que você queria transformar o Luca/Philip em algum animal?
- Ah, mas você também me ameaçou dizendo que iria me transformar em um porco! - Ela fez bico e cruzou os braços.
  Eu ri.
- Exatamente, usamos nossa magia para fazer coisas que não deveriam ser feitas, para nossos próprios fins.. - Continuei. - Por isso, a partir de hoje usaremos nossa magia apenas como Klaus, sua magia foi dada pelas fadas, ou seja, é magia da mais pura.
- Ué, mas então é só imaginar e tentar fazer o mesmo.. - Ruckia falou.
- Não.. - Neguei. - Aqui diz que você tem que transformar sua própria magia, converte la em pureza novamente..
- Não acha que Nayla e Nyck deveriam estar aqui também? - Victor perguntou.
  Neguei novamente, agora com a cabeça.
- Nyck e Nayla são crianças e por isso, mesmo que façam brincadeiras assim com outros, ainda são ingênuos, ainda são muito inocentes.. suas magias ainda não foram corrompidas ..
- Okay, okay. Mas então, o que temos que fazer primeiro? - Ruckia estava ansiosa para aprender.
  Respirei fundo ficando animada.
- Bem, em primeiro lugar..
  Todos me encararam ansiosos agora.
- Nós temos que descobrir a nossa essência.
- Quê? - Se victor fosse um desenho de mangá, naquele momento ele teria um ponto lindo de interrogação no alto da testa.
- Todos fechem seus olhos. - Pedi.
  A maioria fechou, mas Clarisse continuou olhando pra minha cara.
- Por quê não ainda não fechou? - Perguntei baixo.
- Vou ficar observando por enquanto. Depois eu tento. - Disse com uma cara de .. 
- Clarisse, fecha a droga dos olhos, por favor - Pedi começando a ter o humor alterado.
- Respire, Bell. - Klaus pediu de modo sereno.
  Eu o encarei pelo canto do olho.
- Não me venha jogar na cara que você tem magia pura e eu não.. se você tivesse nascido um bruxo, estaria com a magia mais corrompida do que qualquer outro ser existente no universo. - Sussurrei.
Klaus deu um meio sorriso, estava rindo do que eu tinha acabado de lhe dizer.
- Eu também te amo. - Disse por fim me fazendo corar brevemente.
- Tá, e o que devemos fazer agora? - Tania perguntou com os olhos fechados.
- Olha, segundo o livro, temos que limpar a mente, não pensar em nada que abale nosso humor, ter toda a calma do mundo.. - Falei.
- Difícil em.. - Clarisse sussurrou finalmente fechando os olhos.
- Pois é. - Falei baixo. - Pra você que é esquentadinha deve ser muito difícil mesmo.. - Tá, eu estava provocando.
  Ela riu com os olhos fechados.
- Não tanto quanto deve ser pra você.. - Devolveu.
  Filha da mãe. Pensei.
  Já estava ficando escuro, a noite se aproximava rápido, o que era bom, pois quanto mais silencioso estivesse a nossa volta, mais fácil seria para nos concentrarmos.
- Agora vem a pergunta chave: pensem qual a coisa que te trás mais paz ?
- Paz ? - Sussurrou Tania de tal modo que se eu ainda fosse apenas uma bruxa, jamais teria escutado. Havia tanta dúvida em sua pergunta.
Abri os olhos devagar e a encarei, ela olhava para a grama verde, parecia perdida em pensamentos.
- Pode ser uma imagem, um lugar, uma pessoa, um objeto..- Falei lhe guiando. - Pense um pouco e se agarre a isso.
  Ela me encarou por um momento, suspirou e fechou os olhos novamente.
  Foi nesse momento que percebi que minha velha amiga não estava em um bom momento diante de sua vida. Eu precisava trocar umas palavras com Tania o mais rápido possível.
- Bem, - comecei voltando os pensamentos ao presente momento. - Assim que tiverem sua visão em mente, juntem as mãos e devagar as afastem uma da outra.
- Nossa.. - Victor disse fazendo com que eu abrisse novamente meus olhos.
  Ele tinha sua essência em mãos, algo como uma pequena esfera entre o preti e o cinza que brilhava cheia de pontas, como uma estrela.
  Sorri ao presenciar o aparecimento de algo.
- Incrível .. - Disse Clarisse já com a sua também em mãos. Essa estava um pouco mais clara.
- Mas como é que.. - Tania começou mas logo que separou suas mãos, lá estava sua pequena esfera cinza clara.- Nossa.. - E sorriu.
- Que coisa linda.. - Disse Klaus quando a sua também se mostrou.
- São tão belas.. - Ruckia disse conseguindo transparecer sua esfera.
- Mas por quê é que cada uma é de um tom de cinza? - Clarisse perguntou.
- Eu não sei.. - Sussurrei pronta para tentar fazer o mesmo que eles.
Fechei os olhos e comecei a procurar algo em minha mente que me trouxesse paz.
- Espere ... - Klaus disse. - Aqui deve ter algo sobre isso ..
  Enquanto ouvia o som do livro ser folheado, lembrei da coisa que mais me acalmava, eram meus filhos, antes de toda essa bagunça, a volta de Ágnes, Philip.. eu me lembro de entrar no quarto de algum de meus filhos, me sentar na beirada da cama e contar uma história.. de algum jeito aquilo era a coisa que mais me trazia calma ao coração e a mente.
  Com tal memória em mente, comecei a afastar as mãos uma da outra e abrir os olhos.
Lá estava ela, uma esfera linda e brilhante, quase uma estrela.. e a cor..
- Aqui diz que os tons de cinza significam a quantidade de pureza em nossa magia, quanto mais claro o tom, mais perto do branco, mais pura é..
  E nesse exato momento, toda a calma que eu tinha se foi, a memória bela se foi, pois tudo o que eu pensava estava diante dos meus olhos.
- Temos um problema então.. - Ruckia disse.
  No segundo seguinte, apesar de não estar olhando para ninguém ali, eu sabia que todos me encaravam, pois provavelmente estavam com os olhos fixos no mesmo ponto que eu. A esfera em minhas mãos era brilhante, bela e cinza, mas não um cinza normal. Aquela pequena luz em minhas mãos era de um tom de cinza tão escuro que talvez pudesse se dizer até ser de um tom de preto fosco.

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Não sabia como terminar o cap kkkkk mas foi.
Gente, pra pedir q eu indique livro aqui, fala no privado, pq se lá eu já esqueço as vezes, imagina aqui nos comentários?

É, o negócio tá ficando louco ali pra Bell, tem muita coisa pra rolar ainda nesse último livro.
Deixo uma pergunta no ar aqui: O que vocês acham q vem por aí?

Agora é escrever O M.dos F.de Neve.

Bjsss

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