Capítulo 18
Isabell Narrando
Junto com Klaus, eu decidi que deveria contar a todos logo sobre o fato de que agora eu também era mais uma vampira na casa, porém sem fazer um alarde, sem uma reunião familiar, apenas dizer de modo simples e direto.
As janelas estavam abertas, mal cobertas pelas cortinas escuras da cor do vinho, estava uma noite fresca, ventos leves e uma lua cheia graciosa ao alto do céu.
Tania, Clarisse e Victor já tinham retornado de sua missão, a dois ou três dias atrás depois que mandei lhes um aviso sobre meu retorno. Agora Clarisse agora estava de pé cortando a coxa do frango para dar a Nayla que estendia o prato a ela usando as suas mãos.
- Vai logo tia, estou com fome!- Disse ansiosa.
Clarisse riu para a pequena e usando um garfo enorme, lhe passou a comida.
- Como se diz, Nayla? - Falei lhe lembrando já que ela apenas se calou e começou a despedaçar a comida no prato.
- Ah, obrigada tia. - Sussurrou para Clarisse dando lhe um sorriso amarelo.
Revirei os olhos rindo um pouco com seu ato, tinha horas que era tão madura, tinha horas que era apenas o que mostrava ser.. uma criança..
- Não vai comer nada, Bell? - Tania perguntou me encarando meu prato vazio.
- Ah.. - Falei. - É que digamos que estou seguindo uma nova dieta..
- Hun? Por quê? Está grávida?
Foi apenas preciso isto para que todos parassem de fazer sei lá o que faziam para me encarar.
Aquele era o momento certo, concluí. Tinha a atenção de todos presentes concentrada em mim, então que fosse logo..
Estiquei a mão olhando para a mesa e peguei a jarra de prata no centro. Estava cheia. Estava pesada.
- Isabell, essa é a jarra errada.. aí tem.. - Mas cortei Victor antes que terminasse.
- Sangue? - falei baixinho trazendo a jarra para perto de mim e despejando um pouco da bebida em minha taça. - Pois é..
- Você.. - Alexandros começou olhando para Klaus. - Você a transformou?
- Não! - Meu esposo negou imediatamente.
Dei um meio sorriso, talvez triste, talvez só para mostrar o contrário de como eu me encontrava naquele momento, com medo, com receio, preocupada..
- Foi Philip. - Sussurrei.
Alguns soltaram um "oh" na mesa, vi meu pai pelo canto do olho deixar as costas caírem para trás até encostar na cadeira, vi Nyck e Nayla me encararem surpresos..
Suspirei sem conseguir olhar para alguém, sem conseguir sequer erguer a cabeça.
- E eu esperando que isso fosse mais tranquilo.. - Soltei.
- Você está bem? Você perdeu seus poderes? Você.. - Começou Helena perguntando uma coisa atrás da outra.
- Estou bem, não perdi meus poderes.. aliás, estranhamente eu sinto que estou mais forte, mais confiante quanto a eles.. - Disse finalmente fixando meus olhos aos de alguém.
Ouvi dois suspiros, um que eu sabia que pertencia a Vladimir por estar dentro do meu campo de visão e o outro eu não vi, mas tenho quase certeza de que foi de Tania sendada ao outro dado da mesa entre Klaus e Clarisse.
Peguei a taça e a aproximei de meus lábios. Olhando para o objeto, eu disse alto e claro:
- Podem por favor desviar os olhos, estou me sentindo desconfortável com tanta atenção direcionada a mim.
Logo talheres começaram a tilintar* aqui e ali.
Aproximei mais a taça e deixei o vidro de cristal tocar meus lábios e em seguida sentir o sangue tocar me a língua. Estava morno, concentrado, e delicioso como sempre.
Ao por a taça de volta a mesa, me lembrei de uma coisa que já vagava em minha mente nos últimos dias.
- Como Klaus já sabe.. - Comecei atraindo atenção geral novamente. - Não foi uma coisa totalmente ruim estar com Philip..
- Como assim? - Vladimir perguntou surpreso.
Troquei um olhar com meu esposo e depois encarei a seu irmão enquanto jogava minhas costas para trás na cadeira.
- Eu descobri que posso derrotar Philip.
E novamente os "oh" pairando sobre o espaço.
- Philip não é uma grande ameaça. - Continuei.
- Só grande o suficiente para sequestrar nosso pai, rancar lhe a cabeça, mandá la a nós e depois nos deixar sem saber se ainda resta algo de Festus.. - Vlad disse começando a se descontrolar.
- Respire criança. - Lessa lhe disse calma como sempre.
- Vladimir, aquilo tudo foi só para nos assustar, nos impedir de agir.. - Klaus lhe disse.
- Exatamente isso. - Concordei.- Ele não tem todo esse poder, acredite.
- Mas ele controla as trevas, não? - Tania perguntou me.
- Desde quando as trevas são algo que não representa tanta ameaça? - Victor perguntou.
Nesse exato momento, eu olhei para o meu lado e vi meus dois filhos me encararem surpresos com tudo aquilo.
- Você quer que a gente saia, mamãe? - Nyck perguntou me
Neguei com a cabeça.
- Ainda que eu queira evitar que vocês cheguem a saber disso, isso poderá vir até vocês, então.. - E assim olhei para todos novamente. - Entendam, Philip não é uma ameaça porque ele, na verdade é só um fantoche delas.
- Ele só acha que controla as trevas - Klaus continuou. - Mas, na verdade, são elas quem o controlam.
- Então estão dizendo que nosso inimigo real são as trevas ? - Alexandros perguntou.
Klaus e eu assentimos.
- Então nós precisamos descobrir o ponto fraco das trevas. - Helena disse.
- Isso. - Victor concordou
Levantei uma sombrancelha.
- Deixe me lhes lembrar de uma coisinha.. - Falei pondo a ponta do dedo indicador sobre a boca de minha taça e o passando sobre a região circulando a. - Desde os tempos do princípio, em todas as histórias do passado até as que conhecemos hoje, até nos contos de fadas.. - Então comecei a encará los um a um ao fazer a pergunta chave: - Qual era o maior inimigo das trevas?
Silêncio.
Eu não acreditava.. esse povo não podia estar pensando..
Em uma tentativa clara de lhes mostrar sem precisar dizer uma palavra, eu encarei as janelas uma a uma fechando as com as cortinas, apaguei a luz do lustre e as velas dos castiçais presentes na mesa e dos candelabros nas paredes.
Tudo ficou escuro.
Com um pequeno mas confiante sorriso no rosto, eu ascendi uma única vela presente no castiçal a minha frente.
- A luz, pessoal.. - Sussurrei passando a mão por cima da única chama ali.
Mais silêncio.
- Está dizendo que precisamos de alguma jóia de luz para vencer as trevas? - Tania perguntou me.
- Não precisamos disso, não precisamos de jóia ou pedra com algum poder do tipo ou algo parecido. Precisamos apenas de magia, e magia da mais pura possível.
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Tilintar - acho eu q é fazer aqueles sons um tanto agudos. Depois verei com calma se é isso mesmo.
Aproveitando o intervalo pra postar aqui. Tenho a aula mais chata do mundo agora... ninguém merece.. kkk
Mas em compensação, se der a gente só assina na lista e vai tomar umas pra comemorar muitos e muitos nadas semanais kkkkk
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