Vazio
Passei metade da noite esperando por uma resposta de Tom, fui até seu quarto só para encontrar sua cama vazia e me deitei nela agarrando com força o meu celular, então cai no sono lentamente. Acordei com o barulho de Tom que derrubou o celular assim que passou pela porta, ele se abaixou para pegar e finalmente me viu.
- Oi Em, eu ia te ligar.
- Me ligar? - Me sentei na cama.- Eu moro aqui, por que não foi ao meu quarto?
Ele suspirou.
- Eu não sei.
- Tom é uma da manhã. O que houve?
Ele caminhou em minha direção e se ajoelhou na minha frente.
- Me desculpa, eu tive uma noite díficil. Tive que contar a Melissa que estamos juntos eu devia isso a ela e não foi fácil.
O encarei por alguns segundos tomando coragem para fazer aquela pergunta.
- Se arrependeu?
Ele riu.
- Eu só me arrependo dos momentos em que não estive com você. - Sua mão tocou meu rosto e ela estava fria.- Mas isso não torna mais fácil o que tive que fazer essa noite.
- Eu sei, me desculpe.
Fitei o chão. Ele se levantou e se sentou atrás de mim com uma perna de cada lado do meu corpo.
- Eu que peço desculpas. - Ele sussurou em meu ouvido me fazendo arrepiar.- Devia ter te contado.
- Sim devia. - Eu disse ofegante.-
- Talvez eu encontre um jeito de te compensar. - Continuou ele ainda com o lábio contra o meu ouvido.- Algo assim.
Então ele começou a beijar meu pescoço pelo lado direito bem lentamente, a cada vez que seus lábios gelados encostavam na minha pele quente eu sentia todo meu corpo tremer.
- Senhor Holland você sabe como compensar uma mulher. -Disse sussurando-
Ele riu, sua risada rouca enchendo o quarto. Sua mão direita subiu por dentro da minha blusa e com um movimento rápido já não havia mais roupa alguma ali.
As vezes eu podia jurar que ouvia cada músculo do seu corpo chamando meu nome, talvez porque eu sabia que os meus chamavam por ele.
Enquanto os seus olhos encaravam os meus no quarto escuro, onde a única iluminação era a luz da Lua invadindo a janela, eu podia ver todo seu amor e desejo.
Naquela noite eu dormi nos braços quentes de Tom, sentindo seu peito subir e descer, fazendo desenhos na sua barriga.
*
Eu estava em uma casa que não conhecia, caminhava de um lado para o outro com um papel na mão roendo as unhas quando Isaac entrou, ele parou na porta e me encarou.
- Se for sobre visitar sua mãe, já conversamos sobre isso.
Estiquei o papel pra ele sem dizer se quer uma palavra, prendendo a respiração. Ele encarou o papel e franzia a testa.
- Isso... eu... você...
- Sim. - O interrompi. -
Seu rosto se iluminou e ele sorriu.
- Vamos ter um filho!
Ele me pegou no colo e me girou, quando me colocou no chão havia um espelho atrás dele e pude ver meu rosto, triste e com uma marca em roxo escuro em volta do olho esquerdo.
*
Acordei suada e com lágrimas nos olhos, os pensamentos invadindo minha mente e disparando perguntas mais rápido do que eu conseguia entender.
Me sentei e senti o quarto todo girando, corri para o banheiro e vomitei. Me sentei no chão chorando e com minha respiração fora de controle, olhei para porta e Tom estava lá parado com olhar cheio de preocupação.
- Em meu amor, - Ele se sentou de frente para mim no chão do banheiro.- O que aconteceu?
Eu o encarei e eu queria contar sobre aquele sonho se é que eu posso chamar aquilo de sonho, mas eu não pude pois não conseguia colocar aquilo em palavras, não para ele.
- Eu passei mal, deve ter sido algo que eu comi ontem, talvez o peixe que meu pai pescou.
Ele tocou minha bochecha.
- Você esta gelada. Vem vamos voltar para cama!
Tom me pegou no colo como se eu fosse uma criança e me levou de volta para sua cama. Deitei a cabeça no travesseiro, meu coração batia acelerado parecia querer pular do peito e uma única pergunta rodava na minha cabeça, se eu tive um filho com Isaac onde ele está?
Um tempo depois Tom se levantou e desceu para preparar o que ele chamou de Café saudavel para mim. Não consegui evitar sorrir quando ele retornou com uma bandeja cheia de frutas e iorgute e sem camisa, ele estava tão lindo e feliz.
Ele se sentou ao meu lado e me observou comer, as vezes me dando algumas frutas na boca.
- Me diz que você está melhor? - Perguntou ele com aquele olhar de esperança que as crianças fazem-
Sorri e o beijei.
- Estou ótima e você é o melhor enfermeiro do mundo!
Encarei seu lindo rosto feliz, se o meu sonho fosse uma verdade o que aquilo causaria a ele? Como ele se sentiria?
Talvez eu devesse estar mais preocupada com o que eu sentiria, mas naquele momento eu precisava focar em qualquer outra coisa menos em mim. Depois de todo o turbilhão de coisas que eu havia encarado desde que acordei sem memória naquele hospital essa com toda a certeza era a mais inesperada e talvez fosse muito para que eu pudesse suportar.
Passei o dia esperando por um subita coragem, um surto de força para ir atrás de Isaac. Louco ou não, psicopata ou não ele era o único que poderia me dar as respostas que eu precisava.
E enquanto eu assistia o dia passar como se estivesse fora do meu corpo, com todas as dúvida me sufocando eu tive um impulso, um pequeno surto de coragem, lembrei que se tinha uma criança no meio disso tudo era por ela que eu deveria ter coragem e estar pronta para talvez descobrir que o fato de não ter essa criança em meus braços fosse totalmente culpa minha.
Procurei por Isaac nas redes sociais, como não tinhamos trocado telefone essa era a única maneira de encontrar ele e encontrei, entre visualizar fotos nossas e chorar tomei coragem e lhe mandei a seguinte mensagem:
" Oi Isaac, sou eu Emma. Eu tive um sonho e desde então me sinto louca, sinto um vazio muito maior do que o vazio das memórias. Não tenho como colocar isso de outra forma então vou ser direta. Nós tivemos um filho? O que foi que aconteceu?"
Depois de colocar o meu número na mensagem apertei enviar.
...
Olá leitores,
Aqui estou eu novamente, feliz em escrever para vocês. Espero que tenham gostado, comentem eu amo ouvir vocês. Não se esqueçam de curtir! Até a próxima!
- Miih
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