Quando o passado ainda importa...

" Todos nós temos nossas máquinas do tempo. Algumas nos levam pra trás, são chamadas de memórias. Outras nos levam para frente, são chamadas sonhos."
-Jeremy Irons


Quando o dia amanheceu e meu quarto se iluminou pela luz do sol eu desejei que aqueles primeiros segundos em que fiquei observando o rosto de Thomas durassem para sempre, a forma como a luz do sol combinava perfeitamente com seus cabelos castanhos e sua pele branca parecia dourada tornava ele mais perfeito. Um sorriso timido surgiu em seu rosto e seus olhos se abriram lentamente encarando os meus olhos curiosos.

- Aparentemente me observar dormir virou uma mania. - Ele sorriu novamente.-

- Eu só estava desejando que esse momento fosse eterno.

- E ele pode ser. -Disse Tom passando sua mão em meu rosto.-

E então duas batidas firmes na porta fizeram meu coração gelar por um segundo. Ficamos em silêncio quase prendendo a respiração.

- Emma sou eu Josh, preciso que desça o mais rápido possivel. Isaac está na sala esperando por você.

- Bom dia Josh. - Respondi forçando a voz de sono.- Já vou descer!

Thomas me encarou e pude ver medo em seus olhos.

- Então Isaac novamente.

- Ele disse que voltaria e com isso nosso momento eterno chegou ao fim.

Me virei para me levantar da cama, mas fui impedida por Tom que me puxou de volta. Pressa em seus braços eu não conseguia esconder o sorriso.

- Nosso momento não acabou está apenas começando, lembre se disso enquanto estiver lá embaixo conversando com Isaac.

Seus lábios encontraram os meus e eu poderia jurar que estava flutuando.

- Com certeza vou me lembrar. -Eu disse ofegante.-

Depois de um banho rápido desci as escadas e caminhei lentamente até a sala onde Isaac estava sentado no sofá mexendo em seu celular.

- Bom dia. - Eu disse fazendo com que seus olhos focassem em mim.-

Ele me encarou e sorriu.

- Está pronta?

- Pronta?

- Sim, vamos sair para tomar um café.

Senti um arrepio subindo pelo meu corpo e de repente parecia estar mais frio do que alguns segundos atrás. Josh surgiu da cozinha o que me fez soltar um breve e desesperado suspiro.

- Sair? Só vocês dois?

Encarei Josh e rezei para que ele entendesse que meus olhos imploravam para que ele não permitisse.

- Emma e eu morávamos juntos em Amsterdã, ela pode não se lembrar mas eu sempre cuidei dela. Por que não podemos sair para tomar um café?

Josh me olhou por um segundo e então suspirou.

- Acho que não tem nenhum problema. Ela só precisa tomar seu remédio antes de ir.

Josh foi para cozinha e eu o segui com um sorriso no rosto.

- Remédio? Eu quase tossi para não rir.

Ele sorriu.

- Eu sei, mas precisava falar com você. Entendo que está com medo, mas você precisa ir com ele e tentar descobrir mais sobre esse homem. Não posso suportar a ideia de um estranho rondando você e nossa casa, descubra o sobrenome dele e o que mais puder e eu vou ligar para o hospital em Amsterdam e ver o que descubro.

- Acho que posso fazer isso.

- Estou com celular colado nas minhas mãos eu prometo, qualquer sinal de problema me ligue e eu estarei lá.

Sorri para ele e o abracei com força.

- Te amo Josh.

- Também te amo pequena,

Naquele momento eu me senti exatamente como nos velhos tempos e novamente eu estava feliz, amada e protegida. A caminho do carro de Isaac eu me sentia em uma missão secreta, apesar da boa adrenalina eu ainda sentia medo.

Passei todo o caminho encarando Isaac, focada em cada parte do seu rosto procurando algum detalhe que me trouxesse alguma lembrança, por menor que fosse. Com Issac eu não poderia me dar ao luxo de decidir não me lembrar do passado.

- Isso foi estranho. - Disse Isaac quando paramos o carro em frente ao café.-

- O quê? - Pude sentir minhas bochechas corando.-

Ele se virou para mim.

- Você me encarando durante todo esse tempo.

Encarei a janela.

- Apenas memorizando.

Ele segurou minhas mãos.

- Não precisa memorizar, eu vou sempre estar aqui.

Encarei seus olhos verdes e profundos por alguns segundos.

- Melhor irmos. - Disse puxando minhas mãos.-

Assim que nos sentamos à mesa enviei nossa localização para Josh. Eu segurava meus dedos com força tentando evitar tremer na frente de Isaac que ao contrario de mim estava extremamente tranquilo.

- Então, - Comecei.- Como nos conhecemos?

Ele me encarou e sorriu.

- Você derrubou café em mim, num lugar muito parecido com esse e no exato momento em que te olhei eu pensei "Ela é desastrada e perfeita."

Não pude esconder o sorriso.

- Por favor, me diga que não está usando minha falta de memoria para me enganar com um conto de fadas.

Nós rimos.

- Isaac Miller nunca mentiria para você.

Isaac Miller então esse era o sobrenome dele e mais um vez senti um breve arrepio, mas nenhuma lembrança. No mesmo instante mandei para Josh seu nome e sobrenome e meu lindo irmão detetive entraria em ação.

- Senhor Miller então?

- E provavelmente senhora Miller.

Ele piscou para mim e eu sorri.

- Não se esqueça que estamos nos conhecendo novamente e você está sendo muito apressado.

- Eu aprendi que com você não posso perder mais tempo.

- Eu sinto muito Isaac, isso tudo deve estar sendo muito difícil para você também.

Naquele momento e apenas naquele momento eu vi as coisas pela perspectiva de Isaac e era impossível imaginar o amor da sua vida simplesmente te esquecer. Qual era o tamanho da dor que ele carregava?

- Você sempre foi difícil e eu nunca desisti e nem me arrependi, porque você vale a pena.

Isaac era doce, engraçado e me elogiava a cada oportunidade. Eu estava me sentindo calma e confortavél quando recebi uma mensagem de Josh.

" Diga que está passando mal, venha para casa. URGENTE!"

Isaac tinha ido ao banheiro e quando ele voltou percebi que não precisaria fingir nada.

- O que houve? Você está pálida.

- Não estou me sentindo bem. Podemos ir?

- Claro.

Ele foi pagar a conta e eu continuei sentada na mesa paralisada, meu coração batia sem nenhum padrão completamente descontrolado e eu podia literalmente sentir o suor na palma das minhas mãos.

Quando o motor do carro foi desligado em frente a minha casa a porta da frente se abriu, quase como se nossa porta tivesse um sensor. Um Josh completamente enfurecido saiu pela porta vindo em direção ao lado do passageiro do carro e me puxando para fora.

- Meu deus Josh. - Eu gritei.-

- Algum problema amigo? - Perguntou Isaac descendo do carro.-

Então Tom apareceu e Josh me passou para ele como se eu fosse uma criança, Tom me abraçou firme eu podia sentir que ele estava nervoso, seus braços me segurando com tanta força eram a minha proteção. Josh foi em direção a Isaac e lhe deu um soco.

- Eu não sou seu amigo e nunca mais se aproxime da minha irmã.

- Josh... - Comecei.-

E eu me esforcei até meu último músculo para tentar falar, mas meu corpo não me obedeceu e de repente tudo era um vázio escuro.

...


Muitas emoções para nossa pequena Em.
Eu espero de coração que vocês estejam gostando da Fic e ficaria muito feliz em receber mais comentários, eu amo ler os comentários.

Muito obrigado, até o próximo Cap.

- Miih

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