Dando as costas para razão.
Olhando de fora ou com um pouco mais de razão é fácil pensar que escolher não perguntar o motivo do término de um noivado parece uma grande idiotice e eu concordo, mas naquele momento eu só queria que a dor desse espaço para minha felicidade.
E estar com Tom e se sentir tão bem era tudo que eu precisava e para isso eu teria que ser egoísta, não apenas com Adam e Josh, eu teria que ser egoísta comigo. Eu sempre acreditei em destino e se o destino quis que eu encontrasse Tom sem memórias para que uma nova chance pudesse existir, eu não seria a pessoa que daria as costas para isso.
- Você contou tudo para ela? - Perguntou Josh.-
Era a manhã do dia seguinte e lá estavamos Tom e eu cheios de coragem contando para o meu irmão que estavámos juntos novamente.
- Não foi preciso. - Respondeu Tom.-
Josh riu com deboche, pela sua veia saltada na testa eu tinha certeza que ele estava nervoso.
- Como você pode ser assim Thomas? Que merda tem de errado com você? - Houve um breve silêncio.- Emma que porra está acontecendo?
Eu não queria ser rude com ele e não queria que fosse preciso jogar nada na sua cara, mas eu não tinha escolha.
- Josh desde que eu saí daquele hospital tudo o que todo mundo tem feito é mentir para mim e você que era a pessoa em quem eu mais confiei durante toda a minha vida tem sido o maior mentiroso de todos.
- Tudo isso é pro seu bem Emma! - Ele não queria gritar, mas estava quase lá.-
- Mentir sobre ser o dono dessa casa me faz bem de que forma?
Ele se sentou, seu rosto paralisado. Ele se virou para Tom e parecia querer matar ele.
- Você disse para ela Thomas?
- Eu me lembrei. - Interrompi antes que Tom pudesse responder.- Ele não me disse nada, minhas memórias estão voltando.
Ele me olhou e por um segundo eu vi pena em seus olhos e aquilo me machucou, eu não preciso da pena de ninguém.
- Eu sei que parece tão certo agora Emma, você e Tom. Quando suas memórias voltarem, e vão voltar, eu vou estar aqui quando tudo isso acabar. - Ele se levantou para sair da sala e então parou na ponta da escada se virando novamente para nós.- Sobre a casa, Tom pensou que se eu disesse que a casa que eu estava te levando era dele você poderia se lembrar dele e segundo suas próprias palavras isso era tudo o que ele não queria.
Josh subiu as escadas lentamente como se apreciasse cada segundo do clima pesado que ele havia deixado na sala, mas eu sabia que aquilo não era pra me magoar e sim para atingir Tom.
- Em eu...
- Não Tom, você não precisa explicar.
Me levantei e beijei sua testa, fui em direção a escada e subi lentamente sentindo o peso no meu peito transbordar e inundar meu rosto de lágrimas. A vida estava pesada demais para carregar sozinha, eu prefiro caminhar no escuro com Tom.
*
Naquela noite eu caminhei até a porta do quarto de Josh e eu sabia que ele estava lá dentro, mas não bati, apenas me sentei ali e permiti que as lágrimas molhassem meu rosto em silêncio rezando para que ele soubesse o quanto eu o amava.
E ali eu descobri que nossa conexão de irmãos estava intacta, a porta se abriu e um Josh de cabelos bagunçados e olhos vermelhos me encarou por alguns segundos até se sentar no chão ao meu lado.
- Eu sabia que você estava aqui Em.
- Eu sabia que você podia sentir o quanto eu preciso de você.
Ele me olhou e beijou minha bochecha.
- Sou seu irmão, vou sempre estar aqui para você.
- Então prometa, - O encarei.- Prometa que amanhã tudo vai ser melhor, que você vai ser melhor porque é disso que eu preciso.
- Não posso prometer que tudo vai ser melhor, mas posso prometer que eu vou ser.
- E por que o resto não pode ser?
- Mamãe e papai chegam amanhã.
Nós rimos baixinho, então ele passou o braço em volta do meu pescoço e eu me aconcheguei ali, e naquele momento eu tive a certeza de que meu amor por Josh nunca mudaria e ele continuaria para sempre ao meu lado, cuidando de mim.
*
- Meus deus você está tão pálida, posso ver suas veias. - Disse minha mãe assim que desceu as escadas.-
Apenas 30 munitos em New York e minha mãe já estava me enlouquecendo.
- Eu estou me sentindo muito bem hoje mãe.
Ela parou ainda de costas para mim.
- Ele te faz bem?
Prendi a respiração.
- Como assim Mãe?
Ela se virou para mim, caminhou em minha direção e se sentou ao meu lado.
- Josh me contou sobre o Tom e me pediu pra não surtar com você, ele está tão preocupado com seu estado emocional que me mandou engolir o que eu sinto e apenas te apoiar. Então me diga, ele te faz bem?
Eu não precisava me perguntar sobre aquilo e nem pensar por um minuto eu sabia a resposta, ela estava sempre na ponta da minha língua e ela seria sempre um grande Sim!
- Sim Mãe. Eu sei que parece loucura, mas eu não quero saber daquilo que aconteceu no passado, estamos começando do zero e eu estou feliz com isso.
Talvez os meus olhos se enchendo de lágrimas a tenham fragilizado, eu podia ver pena brilhando nos olhos dela, ela suspirou e inclinou a cabeça para direita como fazia quando eu era criança.
- Eu estou do seu lado meu amor, se você o ama tanto assim eu posso fechar os olhos por você.
Ela me abraçou e eu pude respirar aliviada. Nesse momento a porta da sala se abriu e meu Pai e Josh entraram, Papai segurava um peixe pendurado por um anzol em uma das mãos e carregava aquele sorriso famíliar.
- Parece que o clima aqui está mais agradável do que esperavamos. -Disse Josh-
Me levantei e abracei meu Pai.
- Como você está minha pequena?
- Posso dizer com muita certeza que estou muito bem nesse momento.
Meu Pai não faria como minha mãe, ele não me colocaria na parede e me faria perguntas sobre o Tom, ele apenas ficaria ali e me apoiaria como sempre. Naquele dia por pelo menos algumas horas fomos a família que senta ao redor da mesa e conversa por horas sorrindo, o sentimento era de paz mesmo com a pontadinha no meu coração me perguntando a cada 30 minutos onde estava Tom.
...
Olá meu leitores,
Será que vocês ainda estão por ai?
Eu sei que tenho sido uma escritora fantasma, sigo pedindo desculpas e sempre que eu puder venho aqui para continuar essa história para vocês.
Por favor, me façam feliz e comentem bastante.
- Miih
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