NOVA VIDA

Comentem bastante, pq eu estou de volta

Capítulo 1 — Nova vida

— Me fala que você acabou — questionei de forma arrastada para Taehyung que, me ignorando, foi para o próprio banheiro. — Taehyyyy... — Manhei, birrento por estar sendo ignorado.

— Pelo amor de Deus, Jimin. Eu já tô na última caixa. Cala boca — Ao ouvir aquela afirmação cruel e triste de que não, não iríamos sair para comer naquele segundo porque o lerdo do Taehyung ainda estava desempacotando a última caixa, me joguei de vez em sua cama.

Eu já havia terminado de arrumar a casa e até mesmo meu quarto, mas isso porque eu era rápido e organizado, bem diferente do Taehyung, que nunca sabia onde estavam as próprias coisas.

E claro que eu botei esse contra na minha listinha de prós e contras quando cogitei morarmos juntos, mas a ideia era tão tentadora que nem mesmo o jeito bagunceiro dele iria me fazer desistir.

Morar com meu melhor amigo era fantástico. Íamos a festas universitárias, tivemos nosso primeiro porre e não tínhamos hora pra voltar. E, o melhor de tudo, eu estava a 325 km de distância do meu pai e de tudo o que ele representava.

Não que a distância mudasse algo, não mudava. Ele nunca esteve presente de qualquer forma e se não fosse pela família do Tae me acolher, eu provavelmente teria crescido em uma mansão vazia e solitária.

Mas os Jeon's sempre foram muito gentis e amigáveis e até mesmo me chamavam para festas de família. Acho que foi por isso que a Tia Kim não viu problemas em deixar que morássemos todos juntos durante a faculdade.

O Taehyung era minha alma gêmea e eu tinha certeza absoluta disso. Nada era como a nossa amizade. Nossa ligação estava acima de tudo, ele me entendia como ninguém e poderíamos ficar horas conversando sem nos cansarmos, ou então ficar em um silêncio confortável e agradável, porque sabíamos que apenas de estar na presença um do outro já bastava.

Ele sabia tudo sobre mim e eu sabia tudo sobre ele, éramos o primeiro pensamento um do outro quando precisávamos de um abraço, um conselho ou um puxão de orelha, nós nos defendiamos dos outros sem pensar, porque ninguém podia gritar com o outro.

E isso se estendia para o Jungkook, o irmão mais novo do Taehyung, também. O garoto era uma peste dentro de casa, sempre com uma resposta afiada na ponta da língua, mas na escola já era outra história, ele era mais tímido e até um pouco excluído.

Então, sempre que algo acontecia, eu e Taehyung nos juntávamos e íamos chutar a bunda de alguns pirralhos por ousarem mexer com o nosso bebê imperativo e irritante.

Jun agora se juntaria a nós e por isso passamos o dia arrumando a casa e organizando suas coisas no quarto do meio, entre o meu e o do Taehyung.

Ele estava animado para fazer faculdade e começar logo a desenvolver jogos, já eu, por outro lado, não estava tão animado assim para começar meu segundo ano na faculdade de ciências políticas.

Era uma perda de tempo e se não fosse uma exigência do meu pai, eu jamais escolheria algo como isso, mas o idiota era um politico famoso e graças a toda essa merda ele queria que eu soubesse me portar em público e seguisse o mesmo caminho que ele.

Taehyung estava animado também, ele fazia cinema e fotografia e estava nas nuvens por finalmente poder focar na única coisa que gostava, e eu, como seu principal modelo, me sentia honrado em participar como sua cobaia.

— Para de ser mimado, já estou acabando — ele reclamou passando de um lado para o outro e eu apenas revirei meus olhos, fazendo um bico descontente.

— Eu tô com fome.

— E eu já vou te alimentar — rebateu. — Podemos ir naquele restaurante que eu te falei.

— Aquele que tem os drinks em copos divertidos? — Perguntei me animando e ele concordou. — Legal, tô afim de beber em uma mini banheira de patinho.

— Ótimo, vamos lá e depois vamos ao mercado, temos que encher a geladeira antes do Jun chegar.

— Você acha que ele vai demorar? — eu perguntei como quem não quer nada, mas me incomodava um pouco o fato dele vir sozinho.

Nós estávamos em Busan de visita a dois dias atrás e viemos na frente, para arrumar o apartamento e organizar algumas coisas e ele poderia ter vindo conosco, mas Jungkook quis se despedir de um amigo e ficou para vir no último trem.

Na hora eu fiquei puto e até pensei em trazer ele pelos cabelos, mas Taehyung me lembrou que o Jun era um adulto agora, que ele poderia vir tarde da noite se quisesse, e se ele que era o irmão não estava preocupado, eu também não precisava ficar.

— Acho que não. O trem chega por volta das dez, ele deve chegar por volta de umas dez e meia, onze horas. Não precisa se preocupar, você sabe — Ele deu de ombros enquanto pendurava uma jaqueta.

— Não é porque agora ele tá todo alto e forte que não corre perigo. Algum maluco ainda pode dar uma rasteira nele e...

— Jimin pelo amor de Deus, o Jun vai ficar bem — respondeu segurando a risada. — Você deveria estar preocupado com outras coisas.

— Como o que, por exemplo? — questionei olhando para o teto.

— Como por exemplo em como vamos bater as suas fotos com aquele pirralho zanzando de um lado para o outro — Ele se virou para mim com um sorriso bonito que me deixou irritado.

— Como fazíamos antes: no meu quarto, de madrugada, com a porta trancada — Fui descrevendo. — Ele é tão desligado que não vai nem perceber.

— Claro, não vai ser nem um pouco suspeito — Suspirou. — Sendo sincero, acho que ele deve até seguir a sua conta.

— Vira essa boca pra lá, Tae — reclamei com um arrepio. — O Jun é um neném, ele não vê esse tipo de coisa.

— Claro, meu irmão com quase 20 anos nas costas com certeza não se masturba — rebateu irônico. — Pelo amor de Deus, Jimin, a gente com 15 já tava fazendo coisa pior.

— Mas o Jun não é pervertido como a gente — Insisti. A ideia de que Jungkook também tinha desejos como aquele e que poderia sim fazer coisas como essas era um pouco perturbadora na minha mente porque poxa, ele era o irmãozinho do meu melhor amigo.

Ele, para mim, ainda é o menininho que implicava por eu ficar sempre em sua casa, que me pediu ajuda com a tarefa de matemática e que buscou a minha ajuda para ensiná-lo a dançar valsa com a sua primeira crush durante o seu primeiro baile.

É o garotinho irritado que batia a porta na minha cara sempre que o Tae não tava, que corria para o quarto quando eu chegava e que tinha o péssimo costume de tentar me acertar um soco quando eu estava distraído, porque estava animado com as aulas de boxe.

Ele é o fedelho que eu e o Taehyung enterramos na praia, que convencemos de que a fada-do-doce estava confiscando sua sobremesa e que o canal de desenho havia saído do ar por uma semana porque queríamos ver o canal de vídeo clipes.

Eu tinha muitas lembranças carregadas de ternura com ele e a ideia de que ele havia crescido e agora fazia suas próprias coisas era um pouco assustadora pra mim.

E me irritava que Taehyung não tivesse tantos problemas para notar que seu irmão cresceu porque eu tinha e era frustrante quando ele me corrigia em momentos como esse em que eu só estava preocupado.

Taehyung e eu começamos nossa vida sexual ativa muito cedo e eu sei que o Jun também tem esse direito, mas me parece estranho, ainda mais cogitar a ideia de que ele seja um dos meus seguidores.

Quando tínhamos 15 anos, Taehyung e eu acabamos nos beijando pela primeira vez, e era estranho porque Taehy era minha alma gêmea e deveria ter sido bom, mas foi apenas libertador.

Saber que sim, eu gostava de garotos, foi libertador e acho que pro Tae também foi, já que um tempo depois ele admitiu que estava achando que poderia ser gay. E eram vários "se" e "talvez", mas já era alguma coisa.

Um tempo depois, quando meu pai, em uma de suas poucas visitas para casa, ouviu uma das nossas conversas e dúvidas e ao invés de nos responder, apenas brigou com a gente, deixando claro que aquele tipo de atitude era grotesca e nojenta em sua opinião, decidimos deixar aquilo em segredo e que seria algo só nosso.

Nos beijamos quando tínhamos vontade e era bom, mas não do tipo romântico e apaixonado, apenas gostoso e tentador para adolescentes na puberdade.

Então Taehyung começou a tirar fotos e ganhou uma câmera profissional de natal. Ele bateu uma foto da minha bunda enquanto eu dormia apenas para zoar com a minha cara e falar que sim, eu tinha uma bunda do tamanho da lua e que dormir comigo era difícil porque eu ocupava muito espaço, mas aquele foi o começo de algo novo para nós dois.

E descobrir que existiam pessoas que pagavam por fotos como aquela foi uma verdadeira descoberta. Por que quem paga por coisas assim em um mundo onde a nudez gratuita está em todo lugar?

De qualquer forma a ideia me parecia boa. Eu queria afrontar meu pai, bater de frente e o humilhar e ele já havia me deixado claro o quanto odiava aquilo, então eu sabia que seria um problema.

Taehyung me apoiou totalmente, porque ele também tinha raiva do meu pai e de todas as merdas que ele falou pra gente e, depois daquilo, tomamos coragem e abrimos uma conta em um site adulto. Eu era seu modelo e ele meu apoio.

Crescemos em uma conta de NSFW e não demorou muito para começarmos a faturar uma grana. Claro que era estranho ler comentários sobre o quanto queriam me foder ou o quão gostoso eu deveria ser gemendo como uma cadela, mas elevava meu ego como ninguém.

Mas aqueles comentários eram de pessoas desconhecidas, pessoas sem rostos que eu nunca veria, não do nosso pequeno Jun, que mesmo não sendo mais tão pequeno, não deveria ver coisas como essas.

— Isso é o que você acha. Eu tenho até pesadelo só de pensar no que deve ter no histórico daquele menino — brincou, me dando mais calafrios.

— Para com isso — briguei. — Não vamos falar dele assim. Ele não faz isso, pelo menos na minha mente, ele não faz.

— Tá certo — Taehyung riu. — Quero só ver como vai ser quando ele trouxer alguém aqui pra casa.

— Espera — eu disse me sentando na cama. — Acha que ele faria isso? — Perguntei um pouco chocado. Jun era reservado e nunca havia apresentado ninguém. Mesmo que soubéssemos que ele é Bi, ele nunca fez questão de ter essa conversa com os pais ou de nos contar sobre suas coisas.

E talvez seja por isso que era tão difícil de acreditar que ele já tinha pensamentos assim.

— Talvez — Deu de ombros. — Se eu fosse ele, eu faria. Quer dizer, ele tá finalmente saindo de casa, sem pai e mãe, e ele não precisa dar satisfação pra gente, então porque não?

Eu não respondi, apenas pensei e concordei mentalmente de que Tae estava certo, ele deveria fazer isso se agora se sentisse mais livre com isso.

— Vamos comer, eu terminei — Tae chamou minha atenção e eu dei um pulão da cama, porque eu estava com fome e a ideia de encher o meu buchinho era tentadora.

— Posso dormir com você hoje? — perguntei já passando pela porta.

— Tá com saudade de foder, Min? — perguntou divertido e eu empurrei ele.

— Não. Eu só não quero ficar sozinho hoje e você sabe, eu gosto de dormir abraçado.

— Então isso é um sim? — Me provocou rindo e desviou quando eu tentei lhe socar novamente. — Claro, meu amor, pode dormir comigo. 

| Always |

Eae? Gostaram? História aprovada?

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