A CONVERSA
LEIAM OS AVISOS DO FINAL E COMENTE MUITO PARA ME ANIMAR.
To sentindo falta de vcs e eu sou carente.
BOA LEITURA
Capítulo 12 — A conversa
— Então... — Taehyung começou a dizer enquanto nós encarava na mesa do café. — Ontem foi um dia e tanto, né? — Eu o encarei quase que implorando para ele não tocar no assunto, mas conhecendo como eu o conhecia, eu sabia que ele não era nem um pouco misericordioso.
— Está cedo demais e eu ainda tô de ressaca — Jungkook resmungou tomando do próprio café, parecendo tão envergonhado quanto eu.
— Eu sei, mas é que... — Ele se auto interrompeu, como se pensasse na coisa certa a se dizer, mas eu não me enganei, porque eu sei que ele não pensa. — Vocês dois...
— Cala boca — Implorei, mas ele sorriu de lado como se fosse impossível.
— Eu só tô tentando entender. Quer dizer, os dois sempre me falaram que não gostavam um do outros assim, mas aí, ontem... — Jungkook o interrompeu.
— Taehyung, você precisa mesmo ter essa conversa tão cedo? — perguntou para o irmão que concordou. — Ótimo, você beijou meu amigo e eu acordei com mensagens dele no meu celular perguntando coisas sobre você. Coisas que não são, mas que eu posso tornar vergonhosas. Então vou repetir: Precisa mesmo de tudo isso?
— Você joga sujo, Jun, muito sujo — Eu ri fraco, porque pelo menos agora teríamos paz. — Mas eu meio que também sei jogar.
— O que quer dizer?
— Quero dizer que o nome da conta do Ji é Sweet Minnie.
— Taehyung — eu o repreendi, mas ele continuou.
— E você deveria dar uma olhada mais tarde.
— Taehyung, cala a boca — briguei, mas ele negou.
— Posso continuar com isso. Tenho coisas que os dois não gostariam que fosse revelado e isso é apenas um exemplo. Vão me explicar ou vou precisar apelar para o que aconteceu nas férias de verão 4 anos atrás? — Eu o encarei confuso, porque eu não lembrava de nada, mas Jungkook xingou baixo antes de falar.
— Eu me declarei — resmungou. — Eu estava bêbado e não percebi o que falei, até eu falar. Feliz?
— Na verdade, sim. Eu estou feliz — Ele empinou o nariz. — Então agora vocês estão juntos?
— Não — respondemos juntos, assustando Taehyung. — Jimin não me vê dessa forma. — Foi sua resposta, mas eu o interrompi.
— Estamos indo com calma — corrigi. — Estou me acostumando com a ideia.
— Isso... parece bom e problemático, boa sorte — Deu de ombros se levantando. — Tô indo pro café, vejo vocês na faculdade mais tarde.
Eu observei ele sair, como se não tivesse acabado de deixar a casa pegando fogo e discretamente olhei para Jungkook.
— Você... quer conversar sobre isso? — perguntei com receio e ele sorriu de lado.
— Não. Agora não, talvez quando voltarmos da faculdade, mas tá cedo demais e eu preciso de um tempo pra aceitar que eu fui burro o suficiente pra me declarar assim — brincou, deixando o clima mais leve. — Além do mais não sei o porquê conversar. Já conversamos ontem.
— Mas agora estamos sóbrios e parece que você ficou com a ideia de que eu te rejeitei.
— Meio que foi isso — ele rebateu com um sorriso provocativo, aquele mesmo que ele usava quando queria me irritar sobre algo.
— Não foi — insisti e ele suspirou.
— Certo. Conversamos de noite.
E eu gostaria de dizer que conseguir passar o meu dia tranquilamente, sem pensar sobre isso, mas o dia parecia se arrastar e eu já estava surtando quando cheguei na faculdade, porque tudo o que eu queria era poder ter uma conversa decente e tranquila, colocar as cartas na mesa e entender tudo.
Ele estava claramente chateado por ter se declarado daquela forma e claramente não estava pronto pra me contar sobre seus sentimentos, muito menos para ouvir minha resposta.
E eu não deixei passar o fato de que aquilo deveria estar rolando a muito tempo, porque ele disse que havia cometido o erro de se apaixonar antes de saber sobre meu relacionamento com o Tae, mas se ele havia nos visto no dia do seu baile, ele gostava de mim muito antes de sequer entrar para o ensino médio.
O que era desesperador, porque Jungkook havia ficado do nosso lado em vários momentos, em várias situações, inclusive nos meus poucos relacionamentos. Deus, ele havia conhecido alguns dos meus namoradinhos e até mesmo sabia sobre o Tae.
Eu sequer imagino tudo o que ele sentiu ou o que passou por sua cabeça. E pensar que ele havia fugido de mim durante a adolescência, me deixando do lado de fora da casa, se escondendo e sendo grosseiro apenas por não saber lidar com os próprios sentimentos, me deixava com uma sensação quente no peito.
E foi por tudo isso que quando a minha última aula acabou, eu guardei meu material e voltei para casa com uma pressa que não parecia minha. Tomei banho e fui para o seu quarto.
Eu sabia que ele iria tentar fugir e por isso eu precisava ser mais rápido e inteligente do que ele. E eu poderia ser mais esperto que um pirralho. Ele ainda não havia chegado, mas mesmo assim, eu me deitei em sua cama, o esperando, ele poderia enrolar e demorar o quanto quisesse. Uma hora ele teria que voltar para casa.
E demorou, ele estava realmente se esforçando, mas quase um hora depois, Jungkook entrou pela porta do quarto dele e suspirou aliviado ao achar que estava seguro do lado de dentro.
— Você demorou — disse o assustando e falhei ao tentar segurar a risada, porque ao inferno com isso, ele estava fofo daquele jeitinho constrangido e assustado.
— Porra. O que tá fazendo aqui? — questionou assustado.
— Te esperando, você me prometeu uma conversa — me justifiquei.
— É, mas... mas... — Ele não tinha uma desculpa e logo suspirou. — Droga, Jimin.
— Você esperava que eu esquecesse ou te desse espaço pra você fugir de novo de mim? — perguntei segurando a risada, porque sim, eu conhecia ele e sabia o que Jungkook estava planejando.
Me levantei da cama e observei ele ficar nervoso sob meu olhar, dando um passo pra trás quando invadi o seu espaço pessoal.
— Não vou deixar que fuja de novo. É sério. Vá tomar um banho, vou te esperar — avisei, passando de leve minha mão pelo seu ombro.
Era nítido o quão envergonhado ele estava e, pela forma como me olhou antes de sair, parecia confuso e dividido entre se esconder ou querer ver até onde aquilo iria dar.
Me sentei em sua cama e reprimi a vontade de apagar a luz de novo, porque por mais que eu gostasse de ficar em ambientes escuros, eu queria conversar olhando pra ele.
Tentei me distrair. Mexer no celular e até pensei em mandar uma mensagem para Taehyung, que ainda não havia voltado, mas ele foi mais rápido.
Red do meu tube
"Não me espere acordado"
"Estou indo a um encontro com meu novo namorado"
"Vc pediu ele em namoro?"
"Ainda não, mas acho que ele já sabe que somos predestinados"
"Você é louco"
"Pode até ser, mas eu tenho um encontro e talvez eu realmente consiga chupar o pau dele hoje"
"Ele que bobeia pra ele ver"
"Boa sorte, espero que consiga"
"Já se resolveu com o Jun?"
"Ainda não. To esperando ele sair do banho"
"Acho que ele estava pensando em fugir de novo"
"Moleque escorregadio do caralho"
"Falta raiva em vocês"
"Se acertem antes de eu voltar"
"Porque se eu tiver que resolver, vou te botar de joelhos"
"E eu realmente não quero chegar nesse extremo"
"Ele é meu irmão. Eca"
Eu ri porque sim, seria estranho. Bom, era estranho e se isso fosse dar certo teríamos que repensar toda a nossa dinâmica.
"Ele disse que gosta de mim"
" Você sabe o que significa né?"
"Que agora você vai finalmente saciar sua vontade de ter ele só pra você?"
"Não"
"Significa que talvez a situação fique complicada demais e que vamos precisar conversar com ele"
"Sobre a gente"
"Certo"
"Talvez precisemos falar sobre isso"
Eu iria responder, dizer que iria tentar perguntar sobre certos pontos, mas a porta do banheiro se abriu e Jungkook saiu de lá sem camisa e isso só é importante porque ele fica realmente muito bem sem camisa.
Desviei o olhar e tentei me endireitar na cama, me sentindo nervoso quando ele se sentou ao meu lado.
— Então? Qual o motivo da invasão? — questionou com um tom divertido, como se não soubesse o porquê de eu estar ali ou estivesse rezando para eu desistir de conversar e apenas mudar de assunto.
— Bom, eu não sei, eu passei quase minha vida inteira acreditando não ser sua pessoa favorita no mundo, mas agora que eu sei que... bom, você sabe — Desconversei, porque era vergonhoso dizer com todas as palavras que ele gostava de mim, além de parecer um pouco surreal ainda —, pensei que poderíamos passar um tempo juntos.
— Jimin... — Ele suspirou. — Eu gosto de você. — Eu arregalei os olhos ao ouvir ele repetir aquilo, não porque eu não sabia, mas porque eu não esperava. — E sei que ontem enquanto estávamos alcoolizados você disse que iria me dar uma chance pra te conquistar, mas não precisa se forçar a isso.
— Me forçar? — questionei um pouco incrédulo. — Acha que eu estou me forçando?
— Sendo sincero? Acho — disse de forma calma, comprimindo a boca e dando de ombros, como se já tivesse pensado sobre aquilo. — Acho que você nunca tinha pensado no assunto e você mesmo disse que não me vê como homem, mas agora você tá aqui porque sabe que eu gosto de você e é realmente libertador poder falar isso com todas as palavras na sua frente, mas não quero que faça isso por mim.
Seu olhar era sincero, repleto de uma mistura de tristeza e alívio. Imagino que depois de tanto tempo guardando aquilo em segredo, deveria ser realmente libertador, mas ele achava que eu não estava na mesma página.
Me aproximei um pouco mais, laçando o meu braço no seu, entrelaçando nossas mãos e analisando elas.
— Taehyung sempre disse que eu tinha uma queda por você — contei o surpreendendo. — Eu sempre neguei, porque, bem, éramos muito novos, você sempre fugia de mim e ter um sentimento assim por você apenas foderia com tudo. — Ele não disse nada, me deixando acariciar sua mão sem me interromper ou afastar. — E eu me recuso a mentir pra você. Então aqui vai a verdade. Preparado? — Perguntei para descontrair, mas ele concordou.
— Eu acho que não, mas pode falar — respondeu me fazendo rir pelo nariz.
— Nunca passou pela minha cabeça que você poderia ter sentimentos assim por mim. Eu gosto de você e com toda certeza teria sido mais cuidadoso com os seus sentimentos se eu soubesse, mas não posso consertar o que passou — Eu encarava seus olhos, mas ele parecia tentar fugir dos meus. — Quando você me disse aquilo ontem eu achei que teria uma síncope nervosa, porque desde que você chegou eu tenho surtado por estar tendo segundos pensamentos com você. E eu achei que estava sendo a merda de um pervertido, mas Deus, você gosta de mim e isso parece surreal. — Exclamei apertando sua mão, finalmente ganhando sua atenção. — Eu não te recusei, apenas pedi um tempo pra me acostumar com a ideia de que podemos viver isso. Para apagar as próprias crenças que eu coloquei em cima de você. Porque, é, você é o irmãozinho do Tae, mas você também é um homem adulto, com desejos e sentimentos e eu preciso aceitar isso e entender que está tudo bem retribuir.
— São só dois anos de diferença — ele disse descrente e agora eu conseguia notar o porquê dele sempre ficar tão chateado quando o colocávamos no papel de "mais novo".
— Agora que somos maiores de idade, dois anos podem não parecer nada, mas quando eu tinha 15 você tinha 13 e esses dois anos pareciam uma vida de diferença — Ele concordou com a cabeça mesmo que não parecesse concordar totalmente com o meu pensamento.
Mas aos 15 Taehyung e eu estávamos abrindo nossa conta de NSFW enquanto ele ainda colecionava bonecos de ação e não sabia a diferença entre "mais" e "mas".
Era uma diferença curta de tempo, mas que na adolescência, durante a puberdade, fazia toda a diferença. Eu o via como uma criança porque era o que ele era, meu erro foi não ter visto que ele cresceu.
— Eu só não quero que você se force a ficar comigo, Ji — ele disse com um tom frustrado e cansado. — Você não é obrigado a me retribuir.
— Eu não sou — concordei sorrindo. — Mas tenho certeza de que eu me odiaria se eu perdesse a oportunidade de ficar com você. Não estou fazendo isso por você, tô fazendo por mim e porque eu acredito fielmente que posso ser feliz com você.
— Tudo bem — ele disse com um tom baixo e pensativo e aí vinha a segunda parte da nossa conversa.
— Mas eu também preciso saber se você está bem com tudo isso — falei baixo. — Eu e o Taehyung nunca tivemos sentimentos românticos um pelo outro, mas...
— Sendo sincero, quando vi vocês juntos pela primeira vez, eu... — ele parou de falar, como se fosse difícil de formular em palavras o sentimento. — Eu acho que... eu não sei. Ele é meu irmão e eu tava em negação sobre você, mas vocês estavam juntos e... foi horrível, porque por um segundo eu odiei vocês, mas vocês não tinham culpa.
— Jun... — eu não sabia o que falar. Já sabia que não deveria ter sido fácil, mas aquilo era ridículo.
— Não. Tô falando sério. Vocês não sabiam e não tinha como saber. Ele me perguntou se eu gostava de você e eu disse que não — contou com um olhar desfocado, mas sério, apertando minha mão. — Eu sei que vocês têm um vínculo especial, um que talvez nós nunca tenhamos, mas tudo bem, porque a vida é assim e eu não me importo que vocês tenham ficado porque eu fiquei com outras pessoas também e...
— Jun... — chamei ao perceber que ele estava tagarelando e se perdendo.
— Eu sabia que vocês estavam dormindo juntos, e mesmo assim não consegui deixar de sentir isso por você. Então, eu não gosto da ideia, mas não é o suficiente pra eu deixar de amar qualquer um dos dois.
— Certo. Pra você saber, Taehyung e eu paramos com tudo a um tempo — contei. — Não queriamos magoar você. Se soubéssemos antes, nunca teríamos ficado.
— Eu sei — Foi sincero. — Taehyung me disse isso uma vez, quando ele desconfiou que eu poderia estar sentindo algo por você, mas eu não queria atrapalhar a vida de vocês e achei que vocês se gostavam.
— Não. Taehyung é minha alma gêmea, mas com certeza não dariamos certo romanticamente — Eu ri, porque o pensamento me parecia ridículo e absurdo.
Respirei fundo. Encarei ele e notei que seus olhos estavam molhados, de lágrimas que não caíram e ele parecia frágil e sensível sobre tudo.
Ele estava se abrindo, me contando coisas íntimas e secretas que ele guardou durante anos com ele. Eram assuntos delicados.
— Eu ainda não olhei sua página — disse respirando fundo. — Em partes porque eu já desejei muito algumas coisas com você e já é difícil o suficiente sem a parte visual. — Ele estava envergonhado e sua mão tremia, mas Jungkook parecia decidido a falar. — E eu também não queria invadir sua privacidade assim, mesmo que você tenha feito por escolha própria.
— Te incomoda que eu venda conteúdos assim? — perguntei sinceramente e ele negou.
— Não, na verdade parece um pouco tentador. Quer dizer, você é aberto e maduro sobre sexo e é desinibido o suficiente pra saber que é digno de admiração — Deu um sorriso de lado, um que parecia engraçado ao mesmo tempo que safado, como se estivesse pensando em alguma coisa que não estava me falando. — Eu não considero isso um problema e sim uma vantagem.
| ALWAYS |
Gente, pra explicar que o arco "Jimin, Taehyung e Jungkook" ainda não terminou. Eles ainda vão tratar desse assunto e tudo mais e novamente: Isso foi importante pro enredo. Não desistam por isso.
Volto na sexta. A fic tem um total de 18 capítulos. E está pronta, irei postar um ou dois por semana. Mas como todas, ela será finalizada em breve. Acompanhem comentando pra me animar.
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