XIII
A casa de Harry nunca foi silênciosa.
James, sendo um pai animado e eufórico, sempre botava seu filho e Regulus para cima e quietude era a última coisa que se encontrava lá.
Foi estranho quando Harry voltou para casa sozinho com seu pai, ambos sem falar uma palavra.
James não era o mesmo que já foi um dia. Sem Regulus, não encontrava vontade e animação para fazer suas piadas sem sentido, mas que de alguma forma, animavam todos na casa.
Durante a primeira noite após o acontecido, o Potter mais velho falou que precisava ir à casa deles, para ficarem sozinhos, mas não conseguiu ficar muito tempo sem desabar.
Harry escutava os soluços e choramingos do pai vindo de seu quarto enquanto lutava para impedir que as próprias lágrimas não escorressem.
Quando se renderam ao cansaço, o Potter mais novo passou horas encarando o teto branco de seu quarto enquanto escutava seu pai se remexer na cama, provavelmente procurando uma posição para dormir.
Harry estava prestes a fechar seus olhos e entrar no mundo dos sonhos quando escutou um bater de leve na porta.
— Oi?
— Filho... E-eu não estou conseguindo dormir. Não consigo descansar sem ter o corpo de Regulus grudado ao meu. Você sabe... muitos anos dormindo juntos.
— Pai... — Harry esfregou seus olhos, expulsando as remelas dali, indo para o lado da cama, liberando espaço. — Vem aqui, eu também estou tendo problemas para pegar no sono.
James agradeceu em silêncio, fechando a porta atrás de si, subindo com cuidado na cama do filho. Puxou o cobertor e cobriu os dois, sentindo Harry apoiar a cabeça em seu ombro.
— Eu te amo, filho.
Eram como se fossem duas almas partidas em busca de salvação.
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Voltar para Hogwarts foi complicado.
Harry sentiu-se minamente melhor por ter Draco novamente ao seu lado, mas tudo a sua volta estava confuso e em uma completa desordem. Todos os alunos tinham somente um assunto trocando por seus lábios; a guerra.
Mais do que nunca, Harry nunca se sentiu tão incomodado ao ouvir falarem sobre isso. Era simplesmente demais.
No trem, Potter e Malfoy ficaram sozinhos em uma das últimas cabines, onde não tinha muitos alunos e era ocupado majoritariamente por professores.
As aulas se passavam como um sopro. Harry não conseguia se concentrar como gostaria em quase nenhuma aula e um sentimento ruim de apreensão e desconforto não saía de seu peito.
Tudo que ele mais queria era voltar para seu dormitório para poder ficar deitado com Draco enquanto recebia cafuné em seu cabelo e nesse curto período de tempo, ele não precisaria se preocupar com mais nada.
Professor Binns terminava de explicar o Julgamento das Bruxas de 1692 quando os grandes portões de Hogwarts foram bombardeados e tudo se perdeu.
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Harry corria.
Ele não se lembrava de fazer algo que não fosse correr. Era como o seu corpo estivesse progamado para tal.
Tudo estava confuso ao seu redor. Potter escutava gritos vindo de todos os lugares, feitiços sendo disparados e corpos caindo desfalecidos no chão.
Sua mente só repetia uma palavra: Draco. Draco. Draco.
Eles se separaram quando a multidão veio a tona, fazendo com que suas mãos enlaçadas rompessem o aperto.
Malfoy gritava seu nome sem parar como se fosse um mantra, a voz diminuindo ao que a distância entre eles aumentava.
"Harry! Harry. Harry..." ecoava em sua mente enquanto ele continuava correndo. A maior parte de si dizia para largar tudo e ir procurar por Draco, mas ele não sabia onde o loiro poderia estar. Eles tinham deixado a sala de História da Magia, que ficava no andar inferior leste. Harry havia chegado nas masmorras, onde não via nenhuma silhueta de Malfoy.
Potter decidiu seguir para o andar inferior oeste, onde ficava o Salão Principal. Aquele era o lugar onde todos se encontravam quando algo ruim acontecia ou quando precisavam permanecer juntos.
O salão estava cheio. Alunos se abraçavam em desespero, professores tentavam manter a calma e Harry só queria saber onde Draco se encontrava. Os portões do salão se fecharam em abrupto, causando um tremor percorrer pelo corpo do grifinório ao levar um susto.
— Acalmem-se! — Dumbledore gritou. — Alunos, permaneção no Salão Principal. Bellatrix e seus aliados chegaram em Hogwarts. A guerra chegou a nossa escola. Protegam-a com seus corações.
Harry segurou mais firme em sua varinha rente ao seu corpo, pronto para disparar qualquer feitiço quando fosse necessário.
Draco não encontrava-se ali. Ele corria perigo.
Potter precisava fazer alguma coisa. Olhou ao seu redor, encontrando uma brecha na parede, que levava para fora do salão. Pela quantidade execessiva de feitiços disparados, algumas estruturas do castelo se enfraqueceram, causando pequenas rupturas.
O grifinório esgueirou-se pelo pequeno buraco e, com sua varinha em mãos, foi-se procurar pelo seu Draco.
Rumou para os terrenos do castelo, onde algumas árvores pegavam fogo e um pequeno amontoado de pessoas estava na plantação de abóboras de Hagrid.
Harry viu uma cabeleira loira no meio de todas aquelas pessoas com capas preta que cobriam seus corpos e cabeças.
— Draco! — chamou.
O grifinório não escutou nada a não ser a risada maléfica e histérica de Bellatrix.
A bruxa puxou o loiro pela roupa, fazendo-o levantar ao cambalear enquanto era obrigado a andar.
— Harry, querido, gostaria de me ver fazer a mesma coisa com o último Black traidor de sangue? Devo matá-lo com um feitiço rápido assim como fiz com seu pai e Sirius, ou o torturo primeiro?
Potter sentia a raiva burbulhando dentro de si. Ela mantinha as mãos sujas nas roupas de Draco com força, o mantendo junto de si.
— Bom, como demorou a responder, acho que vou pela segunda opção. — Bellatrix empurrou o sonserino com força, fazendo-o cair no chão. Ela ergueu a varinha em sua direção, o encarando com escárnio.
— Não!
— Crucio!
O corpo de Draco se debatia no chão em dor e agonia. Isso era demais para Harry ver. Ele não aguentava encarar o amor de vida nesse estado.
— Expelliarmus! — gritou em desespero. Bellatrix cambaleou para trás assustada.
Potter correu em direção ao loiro, agachando-se ao seu lado, encostando em seu rosto com cuidado.
— Draco. — Nenhuma palavra saía de sua boca e seus olhos continuavam fechados com força. — Por favor, me responde... E-eu não sei o que fazer.
— Eu... Eu estou bem, Harry...
— Bem? Como assim você está bem?!
— Vá atrás dela... Não se preocupe comigo — falou fraco ao apertar a mão de Harry uma última vez, antes dele levantar-se.
Potter a encarava como se ela fosse a pior pessoa que ele já viu em toda a sua vida. Se concentrou em todo o ódio que já sentiu e sentia. Pensou em Umbridge, em Voldemort, nos Comensais da Morte e Bellatrix e em tudo que eles já fizeram para sua família.
A bruxa virou para encará-lo e lançar um feitiço, mas o grifinório foi mais ágil.
— Avada Kedavra!
Lestrange, ao ver a luz verde vindo em sua direção, arregalou os olhos e proferiu um feitiço em direção ao garoto.
Dois corpos foram de encontro ao chão em que tudo ficou preto.
Um estava morto e o outro tinha a cabeça formando um rio de sangue enuanto perdia a conciência.
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Quem vocês acham que morreu??
O próximo caítulo é o último e aí vem o epílogo!
Não se esqueçam de votar e mandar um beijo para a Bia.
Até segunda que vem!
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