XII
Draco sempre teve uma vida animada e divertida.
Quando estava em casa, suas manhãs eram alegradas e — mesmo o mais estranho que pareça — ele estava contente às sete horas da manhã de uma segunda. Suas tardes nunca se tornavam entediantes e suas noites sempre eram repletas de jogos e filmes em família.
Sirius Black era a razão para tudo isso.
Ele quem acordava feliz, deixando milhares de beijo em seu marido, o qual sempre reclamava do seu bafo. Nada conseguia afetar seu humor. Preparava panquecas de café da manhã, mesmo as queimando sempre e precisando da ajuda de Remus cozinhar algo comestível.
Draco amava viver naquela casa, com aquela energia incrível.
Sirius sempre o colocava para cima quando ele estava triste ou desanimado com algo, mesmo se fosse a menor coisa do mundo.
O garoto simplesmente não conseguia acreditar que ele estava morto.
Morto.
— N-não! — O grito de Harry o fez tirar de seus pensamentos, quando o loiro sentiu suas pernas fraquejarem e logo se apoiou na cadeira, que pela força posta nela, foi ao chão.
— Eu quero vê-los! — Draco bradou a primeira coisa que estava em sua mente. Ele se sentia confuso. Sentia o ar faltar em seu peito. Precisava fazer algo para que essa sensação fosse embora.
— É muito perigoso lá, Draco. — Alastor falou severo.
— Nós temos o direito de vê-los uma última vez! — Black gritou.
Olho-Tonto encarou Remus e James, que se encontravam estáticos. Lupin foi o primeiro a sair do curto transe e pedir para que ele deixasse.
Lágrimas corriam soltas pelo rosto bronzeado de James. Ele havia perdido o amor da sua vida e como se não bastasse somente isso, a dor vinha a tona em dobro, porque também havia perdido um irmão. Seu irmão que esteve consigo durante todos os anos de sua vida.
— Tudo bem. Mas teremos que ser rápidos. Vamos aparatar em duplas pois assim é mais seguro, não sei quem está naquele quarto agora e se tiver algo perigoso acontecendo lá, conseguiremos dar conta.
Draco automaticamente buscou pela mão de Harry.
Ele sabia que o moreno odiava aparatar e muito mais nesse momento onde os dois procuravam por consolo.
Malfoy sentia a mão de Potter gelada contra a sua. Seus tendões estavam tensos e ele não conseguia fechar a mão propriamente. Draco fez um leve carinho com seu polegar nas costas de sua mão, tentando buscar conforto onde ele sabia que só encontraria dor.
James e Remus foram primeiro. Moody voltou em minutos e em rápidos segundos Draco e Harry se encontravam com a pior imagem de suas vidas.
Sirius e Regulus estavam de mãos dadas, estirados juntos no chão. A cabeça de ambos jorrava sangue, pela força que atingiram o chão, que se espalhava como uma poça vermelha no chão.
Um soluço contido de Harry foi ouvido no silêncio do ambiente. O garoto chorava e chorava, passando seu braço livre ao redor do próprio corpo e se encolhendo, tentando se proteger daquilo. Sua mão continuava enlaçada com a de Draco e o garoto gostou daquilo.
Malfoy estava em choque. Era como se a imagem deles mortos trouxesse tudo de volta a realidade e ele não tivesse como negar e alegar que tudo era somente um pesadelo que sua mente criou.
— O q-que nós fizemos?
Os dois garotos falaram juntos ao olharem para seus pais mortos no chão.
— Nós poderíamos ter feito com que eles ficassem em casa... É natal. Eles não deveriam estar trabalhando — Harry balbuciou no meio de choros e soluços que saiam de sua boca.
— Não é culpa nossa e muito menos de vocês. — James falou firme, tentando transmitir apoio para eles.
— Mas...
— Não, Harry. Não tinha nada que nós pudéssemos ter feito.
— Eu temo que vocês precisem ir agora. — Olho-Tonto falou, interrompendo a conversa.
— Nós ainda poderemos ficar com os corpos? — Remus perguntou. Ele estava agachado ao lado do marido enquanto segurava sua mão livre. James fazia o mesmo.
— Eles serão teletransportados para o cemitério de Godric's Hollow. Ficarão ao lado de Lily Evans, perto de Narcissa e Lucius Malfoy.
Esse momento foi quando Draco desabou. Ele tapou sua boca ao tentar impedir que os soluços viessem a tona, mas nada conseguia abafar o som. Harry, inconsientemente, apertava a mão do mais alto com mais força.
— Os levarei primeiro. — Alastor informou ao buscar pela mão de Draco para levá-los de volta ao apartamento 12 de Grimmauld Place.
— Não! — O loiro bradou, lutando contra a ida. — Eu não vou deixá-los.
Harry concordou, agarrando-se a mão de Draco e indo de encontro com seu pai. Segurou em seu tronco imóvel com força. Malfoy fez a mesma coisa com Sirius.
— Nós não vamos embora sem eles.
— Draco, eu já lhe disse que seus corpos serão enviados para o cemitério assim que...
— Sem a porra de 'assim que'! Eles vão para o cemitério agora ou virão junto comigo e com o Harry. Nós nãos os deixaremos aqui.
— Tudo bem. — Moody concordou, aproximando-se dos dois corpos inertes que continuavam no chão. — Deem o seu adeus.
Harry chorava alto ao abraçar o corpo morto de Regulus junto de seu pai. Remus beijava a mão livre de Sirius sem parar, repetindo milhares de vezes que o amava e que ele foi e sempre será o grande amor de sua vida. Draco olhou para Sirius e sorriu.
Sorriu ao agradecê-lo por ter sido o melhor pai que ele poderia ter tido. Por tudo que ele fez por ele.
Alastor, pedindo desculpas, solicitou que todos se afastassem dos corpos e os mandou para o cemitério. Tudo o que restou deles foi a poça de sangue que continuava no chão, manchando seus sapatos.
Moody aparatou todos de uma vez só, os enviando para casa. Ele logo deixou o ambiente, visando dar privacidade para todos.
Harry foi correndo para seu quarto.
James entrou no quarto de hóspedes que ele e Regulus costumavam ocupar na casa de Sirius e Remus.
Draco seguiu Harry aos tropeços e Remus ficou na sala, sentado em uma cadeira, sozinho.
xxxxxx
— Harry... Por favor, abra a porta — Draco pedia enquanto batia na porta.
Ele ouviu um barulho de chave girando e entrou no quarto, o encontrando completamente bagunçado. A cama estava toda revirada, a cadeira no chão e milhares de roupas jogadas para todo lugar.
— E-eu não consigo encontrar o-o casaco dele... — Potter chorava ao vasculhar o armário novamente. Desistindo, ele deixou-se cair no chão, se encostando contra o móvel de madeira.
Draco sentou ao seu lado, pegando sua mão. O moreno deitou a cabeça contra seu ombro e Malfoy deitou a sua contra a dele, ambos deixando que as lágrimas do luto caíssem soltas por suas bochechas.
Era tanta dor junta. Malfoy não conseguia descrevê-la. Era como se um peso insuportável tivesse esmagando seu peito, o impedindo de respirar.
— P-por que você não usou o Alohomora? — Harry indagou.
— O-o quê?
— Quando estava na porta, para entrar aqui, afinal, é o seu quarto.
— Eu não invadiria a sua privacidade. — Respondeu simplório, apertando mais forte a mão do garoto contra a sua.
Vários minutos silênciosos se passaram, o ambiente sendo preenchido com o barulho de fungadas e choros chegando ao fim.
— Desculpe. — Harry falou.
— Pelo quê?
— Por tudo. Eu não sei por que estava com tanto medo de contar sobre nós dois para eles e agora Sirius e Regulus nunca vão saber que nós estamos juntos e que...
— Você não precisa pedir desculpas por isso, Harry. Era a sua vontade e eu não podia ir contra ela. Eu que te peço perdão por ter ficado tão irritado no trem e não ter falado com você durante as férias. Eu acho que estava esperando que você viesse falar comigo, mesmo sabendo que você é muito teimoso, bem mais do que eu.
— Obrigado, Draco. E eu acho que simplesmente entrei em pânico sobre aquele assunto. Não gostaria que a minha mãe ficasse, de alguma forma, desapontada comigo.
— Isso nunca seria possível. Ela está orgulhosa de você.
— Eu pensei em falar com você, juro que pensei. Passava tempos na frente de sua porta, procurando por coragem para bater nela e te chamar para conversar. Acho que vim para seu quarto primeiro porque eu sempre dormia aqui, sabe, antes da nossa briga... Gostava de te expulsar da sua cama e te fazer dormir no colchão onde seria para mim. Acho que aqui é o lugar onde eu mais encontro conforto de sua casa.
Draco deu um sorriso triste.
— Me desculpe por ter feito essa bagunça, eu prometo que vou arrumar tudo. É só que...
— Shhh, Harry. Não pense nisso. Não tem problema. Deixe que eu cuido disso depois. Mas qual casaco você estava procurando aqui?
— O casaco do Reggie. Ele sempre usava o mesmo e tinha seu cheiro, acho que queria sentí-lo uma última vez, antes de ir embora.
— Podemos perguntar para James onde está, sim? Remus provavelmente está com as jaquetas de couro de Sirius agora, então acho melhor irmos mais tarde.
— Nós estamos bem, certo? — Harry perguntou incerto ao olhar dentro dos olhos de Draco, os encontrando brilhando por conta das lágrimas.
— Não, meu xuxu. Mas nós vamos ficar bem. — Disse deixando um selinho casto em seus lábios.
xxxxxx
We'll be alright <3
Não consigo deixar eles brigados ajsgdvasdhg.
Fiquem tranquilos que daqui pra frente é só alegria.
Não se esqueçam de votar e mandar um beijo para a Bia.
Até segunda que vem!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top