XI
A relação de Harry e Draco não poderia estar melhor.
Depois de declararem seus sentimentos mútuos um para o outro, eles passaram a sair juntos muito mais do que faziam.
Iam juntos para Hogsmeade, aproveitando a tarde de mãos dadas enquanto visitavam as lojas que gostavam.
Ficavam horas embaixo da árvore das borboletas — apelido dado por eles.
Perderam a conta de quantas noites passaram na Torre de Astronomia, mesmo com os professores insistindo que eles permanecessem no dormitório a partir do fim da tarde.
Mesmo antes de se tornarem mais do que amigos, nunca haviam tido uma discussão grande ao ponto de ficarem dias sem se falar.
Ambos compartilhavam do mesmo sentimento de saudade de seus pais. Eles quase nunca ficavam separados por tanto tempo, já que eram bastante grudados.
Felizmente, mesmo com a guerra acontecendo, os alunos foram permitidos a passar o Natal em casa. Harry e Draco se encontravam muito animados para encontrarem sua família.
— Espero que essa viagem não dure muito tempo — Draco comentou vago, enquanto olhava para Harry, que tinha seu olhar perdido na janela do trem.
— Eu também. Sirius deve estar insano de saudades.
— Com certeza. Mas ele provavelmente estará mais tranquilo em relação a tudo. Afinal, é natal. Natal sempre é uma época feliz e será um ótimo momento para falarmos para nossos pais sobre nós dois, você não acha? Estou animado.
— Ahn... sim, claro. — Harry falou com incerteza na voz, preferindo manter-se calado.
Draco notou e o encarou confuso. Ele sabia ler Potter como ninguém.
— O que foi, Harry? Você não acha que é uma boa hora?
— Eu não sei, Draco. Não sei se estou preparado para contar para nossos pais. — O moreno falou na defensiva, afastando seu corpo imperceptivelmente do de Draco.
— Por quê? Você acha que eles não vão nos aceitar?
— Não é isso.
— Então é o que? Divida seus pensamentos comigo, porque eu não consigo te entender. — Malfoy virou seu corpo de lado, passando a encarar o moreno, estando frente a frente com ele.
— Nós dois estamos juntos, somos dois homens que não têm a capacidade de engravidar. É como se eu estivesse acabando com a linhagem de minha mãe. A famíia dela, de sangue, terminaria comigo. Meus pais eram muito próximos dela. Todos os nossos pais eram.
— Harry, eles nunca pensariam algo assim. Eles nos amam. Se importam com a nossa felicidade, porra.
— Eu tenho medo de que eles fiquem tristes ou chateados, Draco. Não me sinto pronto para contar.
— Parece que você tem vergonha de ficar comigo. Você sente que está acabando com a linhagem de sua mãe ao ficar comigo?
— Não é isso, Draco... É só que...
— Não. Eu já entendi. Tudo bem, se é assim que deseja, não precisamos mais ficar juntos, então, assim não precisa contar para ninguém sobre algo que não existe.
Os olhos de Harry encheram-se de lágrimas e ele não as conseguiu conter. Potter levantou de seu assento no trem de abrupto, pegando sua mala no compartimento de cima rapidamente. Machucou seus dedos pela força depositada na ação, mas não se importou. Ele deixou a cabine, indo ao encontro de Ron e Hermione, chegando lá com seu rosto inchado e olhos vermelhos pelas lágrimas recentes.
Draco continuou sozinho.
Ele apoiou sua cabeça em suas mãos, deixando que suas lágrimas corressem soltas.
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Harry e Draco não trocaram mais nenhuma palavra durante o caminho de volta para Londres. Ambos permaneceram em lugares separados no trem, magoados o suficiente para não falarem sobre o que aconteceu. Os dois eram orgulhosos demais para tal.
Harry avistou James e Remus os esperando na estação. Eles tinham sorrisos largos no rosto, acenando alegremente para os dois.
O grifinório saiu da locomotiva primeiro, não querendo encontrar o loiro durante o caminho.
— Papai! — Potter gritou em animação, se jogando em Prongs, que abraçou de volta o filho.
— Olá, garotão. Que saudades que eu estava de você. Como a escola tem indo? — Perguntou depois de deixar um beijo na testa do garoto.
— Está tudo indo bem. A pressão de já termos feitos os N.O.M.s no ano passado me alivia muito.
— Eu lembro quando eu fiz essa prova. Achei fácil, ainda mais uma questão para dizer três características de um lobisomem. Não foi muito difícil de lembrar, se é que me entende. — James deu uma cotovelada de leve em Remus, que estava do lado deles esperando por Draco.
— E Peter ainda conseguiu errar. — Moony lembrou.
— Esse rato de esgoto sempre foi um inútil mesmo — James esbravejou. Nunca o perdoaria pela sua traição.
— Draco! — Lupin exclamou ao ver o loiro saindo do trem com sua mala em mãos.
Harry virou o rosto e continuou conversando com James sobre assuntos escolares, enquanto Malfoy falava com o pai adotivo.
— Por que Sirius e Regulus não vieram? — O Sonserino indagou, enquanto eles estavam no caminho da saída.
— Eles estão muito acumulados com o trabalho. Queriam muito ter vindo, mas foi melhor ficarem trabalhando, assim terão mais tempo para ficar conosco no Natal.
O caminho de volta a casa foi silencioso.
Harry e Draco não trocavam nenhuma palavra e muito menos olhares entre si — mesmo estando juntos no banco de trás do carro — enquanto Lupin dirigia e James ia no carona. Eles notaram o clima estranho, seus filhos nunca se comportavam assim, principalmente juntos.
Em uma tentativa de aliviar a tensão no ar, Prongs começou a puxar assunto:
— Mas me contem, o que vocês fizeram de bom na escola? Estão muito quietinhos ai atrás, há algo de errado?
— Não é nada, papai. Só estou cansado da viagem, não consegui dormir muito bem noite passada. — Harry desconversou, olhando para a janela do carro, tentando ocupar sua mente com algo.
— E você, Draco? Está tudo bem? — Moony indagou, preocupado.
— Sim, claro, só estou pensativo.
Duas mentiras que nenhum dos quatro no ambiente acreditavam.
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Os próximos dias foram estranhos, até dolorosos se Harry fosse sincero.
Ele os passou longe de Draco, sendo orgulhoso o suficiente para não chamá-lo para conversar sobre a discussão que tiveram.
O ponto era, Harry não acreditava que estava errado. Esperaria que Malfoy fosse até ele e admitisse que o pressionou além da conta para contar algo que era importante demais para ser decidido em pouco tempo.
James tentou conversar com o filho sobre o assunto, querendo saber o porquê dele não estar indo para a casa de Draco. Durante as férias, ele ficava mais lá do que em sua própria casa.
Harry simplesmente fugia do assunto, de novo e de novo.
Seu pai não queria incomoda-lo com isso, então não insistiu em saber o que tinha acontecido, mas ele sabia que algo não estava certo.
Havia conversado com Remus sobre o assunto, já que o lobisomem também notou uma diferença gritante na relação dos dois, mas nenhum dos garotos estava disposto a se abrir para ninguém.
Isso só se tornava mais difícil com a ausência de Sirius e Regulus. Seus trabalhos no Ministério da Magia estava um completo caos, tomando o seu tempo 24/7. Com toda a confusão sobre uma possível segunda guerra, sequestramento de Kingsley Shacklebolt e outros bruxos de grande importância para o mundo bruxo.
Todos estavam apavorados, mas acreditavam que, juntos, poderiam passar por isso.
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A noite de Natal chegou e todos estavam à mesa, esperando pelos irmãos Black, que tiveram que permanecer até tarde no trabalho. Nesse dia em específico, eles ficaram completamente incomunicáveis, mais e mais trabalho chegava em suas mesas, os impedindo de ir a casa e jantar com sua família.
Eles estavam de saco cheio de tudo isso. Era para esse dia ser especial, um dia em família, mas até isso foi tirado deles a força.
James levantou-se da cadeira para falar algo, mas nunca saiu de sua boca, pois Alastor Moody apareceu na sala de jantar da casa de Remus, Sirius e Draco, utilizando uma chave de portal.
Sua aparência aparentava desgaste. Suas roupas estavam rasgadas, como se ele tivesse sido atingido por múltiplos feitiços, seu cabelo completamente bagunçado e sua respiração irrgular, fazendo seu peito subir e descer rapidamente, em um claro estado de pânico.
— E-eu sinto muito. — Ele declarou, apoiando-se em sua bengala para não ir de encontro ao chão daquele instante.
— Acalme-se, Olho-tonto, conte o que aconteceu. — James pediu, colocando sua mão no ombro do amigo para apoiá-lo, tentando manter-se calmo.
Alastor encarou todos que estavam no ambiente com um olhar como se pedisse perdão e declarou de uma vez:
— Sirius e Regulus estão mortos.
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Não dá pra eu matar gente que já tá morta né? Hehe
Não se esqueçam de votar e mandar um beijo pra Bia! A ideia foi dela de matar eles, hein!
Até segunda que vem!
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