Quanta gritaria
As pessoas gritam coisas sobre nós. Elas gritam demais. Demais mesmo.
Falam o que pensam e acham correto. Beleza. Eu falo também. Mas elas gritam. Influenciam. Transformam e destroem. Destroem fácil um coração. Um dia completo. Não fazem a mínima ideia do modo como isso machuca e como dói. A gente é doutrinado a vida inteira para não ouvir o que as pessoas maldosas tem a dizer. Mas é como imã que gruda. Entra no ouvido, paralisa todos os lugares por onde passa. Destroe um pouquinho da gente. Paralisa o coração e mata a esperança de pouco a pouco. Uma morte cruel e dolorosa de muitas pessoas.
É claro que temos defeitos. Tenho vários. Muitos mesmo. Algumas pessoas em que confio já me falaram e brigaram comigo para que eu me torna-se alguém melhor. Elas eu ouvi e ouço. Elas eu quero bem e ao meu lado. Mas algumas pessoas gritam.
Gritam até não ser possível ouvir um único ruído. Ficamos surdos de desespero. Nos tornamos puro olhar triste e sol na seca. Nos tornamos fracos. Fraca é como me sinto agora. Nesse exato momento. De tanto gritarem e não entender o motivo de tantas críticas. De tanta falação. Me sinto cansada dessas pessoas e das suas vidas "perfeitas". Uma capa. Uma casca. Uma fina camada que pode ser quebrada muito fácil e para se defender eles usam todas as suas armas para destruir quem está a sua volta. Matam pessoas fortes de minuto em minuto. Não tem dó nem piedade. Se protegem. Apenas.
Pessoas rasas, cascas e chuvas.
As vezes as chuvas são de amor, outras são temporal que trazem ou levam embora quem amamos. Algumas são nevasca. Eles são nevasca. São frio sem amor aos que estão sem casa. São garoa e ventania. São neve e gritaria. São bomba de palavras. São armas. São destruição do interior. Eles são tudo isso e mais um pouco. Eles congelam quem está perto. Congelam tudo. Matam e destroem tudo.
Mas o inverno não dura pra sempre. Algum dia ele precisa ir embora. E a vida é assim. Essas pessoas vão embora e o sol vai voltar, as chuvas vão voltar. Mas aquela nevasca não. Aquele problema não. No próximo ano quem sabe. Mas a vida é assim. Sempre nos trás desafios e problemas novos para que fiquemos cada vez mais fortes e possamos vence-los.
Hoje estou no meio da nevasca. No meio do inverno com muito vento. Hoje estou escrevendo isso para que saibam que todos passamos pelo inverno. Hoje escrevo porque as palavras transbordaram do peito e se encaixaram nas linhas do papel. Hoje escrevi para me organizar mentalmente porque o frio chegou a bagunçar muitas coisas aqui. Mas me organizei, me agasalhei e me preparei para aguentar esse inverno violento até o final.
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